Destaques

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Resumo de domingo, 10 de julho de 2022 Edição de Chico Bruno

Manchetes 

Valor Econômico – Não circula hoje

O GLOBO – Mal-estar provocado pela pobreza é o maior em 10 anos

FOLHA DE S.PAULO – Só Auxílio Brasil escapa de cortes sociais sob Bolsonaro

O ESTADO DE S.PAULO – Órfãos de planos de saúde fazem número de healthtechs dobrar

CORREIO BRAZILIENSE – Bolsonaro quer palanque com Arruda em Brasília

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

O mais alto impacto da miséria desde 2012 - O empobrecimento das famílias com o agravamento da crise econômica pela pandemia tem o maior impacto no bem-estar dos brasileiros em dez anos. É o que mostra o novo índice criado pelo professor João Saboia e outros pesquisadores da UFRJ, que leva em conta inflação, desemprego, subocupação, renda domiciliar, desigualdade e endividamento. Numa escala de 0 a 1, o índice da miséria alcançou 0,947 em 2221, o maior na série elaborada pelo estudo, que começa em 2012. Oss retrocessos sociais aparecem nas histórias de perdas de quem não encontra trabalho.

Turbina apenas um - De olho na campanha à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) turbina o Auxílio Brasil, mas o governo acumula resultados negativos em outros programas sociais. Marcas petistas, como o Farmácia Popular e o Fies, registram queda no orçamento desde que Bolsonaro assumiu o mandato. Até o programa Casa Verde e Amarela –vitrine criada por ele na construção de moradias– não foi poupado. Numa coalizão entre a equipe econômica e a ala política do governo, o Auxílio Brasil foi desenhado para quebrar recordes de famílias atendidas e valores transferidos, mesmo que isso exija driblar regras de controle de gasto público. Em mais um desses acordos, o governo espera aprovar nesta semana uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que cria novos benefícios sociais, apesar das limitações legais em ano eleitoral, além de ampliar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 e zerar a fila de espera do programa. Enquanto isso, a principal iniciativa nos últimos anos para tentar reduzir o déficit habitacional no país enfrenta um cenário bem diferente. O Casa Verde e Amarela tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão neste ano –o menor da história. De 2009 a 2018, a média destinada ao antecessor do programa habitacional (Minha Casa, Minha Vida) se aproximava de R$ 12 bilhões por ano. Na área educacional, o Fies –programa para estimular o acesso da população de baixa renda ao Ensino Superior– também perdeu espaço. O orçamento dessa iniciativa foi reduzido de R$ 22 bilhões em 2018 para R$ 5,5 bilhões neste ano. Técnicos dizem que o Fies cresceu de forma desordenada sob Dilma e, por causa da crise nas contas públicas, regras mais rígidas para a concessão de financiamentos foram adotadas.

Vezes dois - Brasileiros que perderam o emprego ou não têm como bancar as mensalidades dos planos de saúde passaram a ver nas healthtechs uma alternativa ao SUS, informa Cristiane Segatto. O número de startups que oferecem o serviço no País passou de 18, no fim de 2018, para 34 no mês passado, de acordo com a plataforma de inovação Distrito. Em geral, clientes elogiam o acolhimento dos prestadores de serviço das healthtechs, o uso de tecnologia e os preços mais baixos. Mas nem todos se adaptam ao novo modelo e há, entre especialistas, dúvidas sobre o futuro financeiro das empresas.

Ele quer Arruda - A estratégia de campanha para reeleição do presidente deve impactar na decisão de José Roberto Arruda se lançar à disputa do Palácio do Buriti, em outubro. Com a elegibilidade garantida por decisão do presidente do STJ, minsitro Humberto Martins, Arruda ainda define seus planos políticos, mas poderá se render ao desejo do chefe do Planalto de ter um candidato de seu partido, o PL, na disputa pelo GDF. Além disso, aliados garantem que o nome do ex-governador agrada Bolsonaro que, apesar de ter boa convivência com Ibaneis Rocha (MDB), não vê o medebista com tanta simpatia. “Nunca vi o presidente declinar apoio a ninguém, mas tem simpatia por Arruda”, afirma o ex-deputado Alberto Fraga (PL-DF).

Sábado dos presidenciáveis - O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de duas marchas evangélicas, ontem. Uma em São Paulo e outra, em Uberlândia (MG), onde também esteve numa motociata. Apesar de impedido pela lei eleitoral de fazer campa[1]nha para sua reeleição, ele afir[1]mou, em discurso, que a “ques[1]tão econômica começa a ser su[1]perada”. Lançando mão de uma citação bíblica, atacou as gestões petistas mirando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal rival nas urnas. “Por falta de conhecimento meu povo pereceu”. Em Diadema, reduto petista, Lula participou do ato da coligação Vamos Juntos pelo Brasil. Ele criticou o orçamento secreto, a PEC Kamikaze e empresários. Ao falar sobre o teto de gastos, dirigindo-se ao companheiro de chapa Geraldo Alckmin (PSB), prometeu revogar a medida. “Pode saber desde já, Alckmin: nós vamos acabar com o tal do teto de gastos. O que nós queremos é fartura de emprego, de comida e de respeito nesse país”, disse. Ainda em São Paulo, Luciano Bivar (União) fez um ato de “pré-convenção” ao qual chancelou o apoio do governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB), à sua candidatura à presidência da República. Apesar de os tucanos terem um acordo com o MDB, o PSDB paulista decidiu apoiar o deputado federal nas urnas. Bivar está sentado sobre o maior fundo eleitoral do Brasil, com R$ 782 milhões para gastar na campanha. Simone Tebet (MDB) também participou da Marcha Para Jesus em SP e buscou abraçar o eleitorado religioso. “Que Deus possa abençoar imensamente o nosso Brasil e que este evento seja um exemplo para a política”, disse. Ontem, ela também lançou um jingle de campanha, que traz o slogan “Eles não, ela sim”.

Discurso anti-Centrão - No ato do PT em Diadema (SP), o pré-candidato do PSol a deputado federal Guilherme Boulos lançou as bases do discurso que irá dominar os palanques petistas ao longo dos próximos 85 dias: “Temos que derrotar a turma do orçamento secreto, o Centrão”. Daqui para a frente, PT e aliados, que já disseram não apoiar mais dois anos de Arthur Lira no comando da Câmara nem as emendas de relator, a RP9, apelidadas de orçamento secreto, farão campanha para deputado federal com esse discurso lançado por Boulos. É hoje a maior esperança de se acabar essas emendas. A fala de Boulos foi pré-acertada com os partidos. Há um consenso na esquerda e, também, entre os de centro, no sentido de que, para acabar com as emendas de relator, é preciso, em primeiro lugar, retomar o Parlamento. Se não for possível no voto, será com uma nova CPI do Orçamento. E, contando com o que já foi investigado e publicado pela imprensa, material não falta.

Os anões cresceram - Reportagem da revista Piauí caiu como uma bomba no Parlamento. Mostra vários municípios do Maranhão com gastos em saúde para lá de inflados, campeões de recebimento de recursos. Em Igarapé Grande, por exemplo, foram 385 mil o número de consultas com especialistas. Isso dá 34 por habitante, em média, padrão que supera o da Coreia do Sul. Em 2021, o município recebeu R$ 6,7 milhões, medalha de ouro per capita em atendimentos. Os deputados sempre defendem as emendas dizendo que estão próximos da população e que conhecem as necessidades de cada município. É verdade. Mas os casos exorbitantes existem. Em 1991, Serra Dourada, no interior da Bahia, foi campeão em recebimento de verbas do país e teve o deputado João Alves como o mais votado para a Câmara dos Deputados sem pisar no município. Lá, há uma Vila João Alves, de casas populares sem acabamento e sem água encanada. Na época, vereadores haviam recebido dinheiro para fazer campanha para João Alves. Se a história se repete, é preciso averiguar. Alô, polícia! A turma do Congresso não vê a hora de partir para o recesso parlamentar. A avaliação é que, sem o Congresso funcionando, vai ficar mais fácil colocar essas denúncias do Orçamento em banho maria, pelo menos, até outubro.

Senador quer levar Marcos do Val ao conselho de ética, que não funciona desde 2019 - O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) promete apresentar uma representação no Conselho de Ética contra Marcos do Val (Podemos-ES), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Davi Alcolumbre (União-AP) pela revelação feita pelo capixaba sobre como acessou R$ 50 milhões em verbas do orçamento secreto após ter apoiado a eleição de Pacheco. Acontece que o colegiado está sem funcionar desde setembro de 2019. O último presidente da comissão, Jayme Campos (União-MT), só promoveu a sessão de instalação, há quase três anos. Depois, os trabalhos não foram mais retomados. O mandato dele no comando da comissão venceu no ano passado, e até hoje não foi indicado um substituto. Atualmente, Campos está licenciado. No ano passado, Pacheco justificou a demora em instalar o Conselho de Ética alegando questões de segurança pela Covid-19. Em 2022, porém, todos os demais colegiados do Senado foram reativados e hoje funcionam normalmente.

Deu merda para o lançador de fezes - A Justiça do Rio de Janeiro decidiu pela prisão preventiva do homem suspeito de lançar uma bomba de fabricação caseira contra o público de um ato do qual participaria o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Cinelândia, região central da capital fluminense, na noite da última quinta-feira, 7. Andre Stefano Dimitriu Alves de Brito foi preso em flagrante pouco depois da explosão do artefato. O incidente ocorreu no início da noite de quinta-feira, quando o local do ato já estava lotado. Na audiência de custódia, conduzida na Casa de Custódia de Benfica neste sábado, 9, a juíza Ariadne Villela Lopes acatou o pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro de conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva. A decisão levou em consideração os depoimentos de ao menos três testemunhas e mais dois policiais militares responsáveis pela prisão de Brito. Segundo a juíza, “as circunstâncias em que supostamente foi praticada a conduta imputada ao custodiado mostram-se graves o suficiente para a referida conversão”.

Tebet lança jingle de campanha com trocadilho ‘Eles não’ - A menos de três meses das eleições, os jingles dos pré-candidatos à Presidência já começam a circular nas redes sociais. A senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, lançou um com o trocadilho “Eles não e ela sim”. A expressão faz referência ao movimento “Ele Não”, quando manifestações foram realizadas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, impulsionadas, principalmente, por lideranças feministas. Na música para campanha deste ano, Tebet, que é uma das três pré-candidatas mulheres na corrida eleitoral, também apela para o fim da polarização. “Tô cansado dessa coisa de brigar / Só porque o outro tem outro pensar / Muita falta de respeito e educação”, diz a letra. Atualmente, o eleitorado brasileiro se divide entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 45% das intenções de voto, e Bolsonaro, com 31%, de acordo com Pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira, 6. Em referência aos líderes nas pesquisas, o jingle de Simone Tebet cita ainda que o “Passado não enche a barriga” e que “Para o Brasil sorrir de novo, ela sim”. A senadora concorre à Presidência ao lado de outros 11 pré-candidatos: Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Luciano Bivar (União Bivar), Luiz Felipe d’Avila (Novo), André Janones (Avante), Leonardo Péricles (UP), Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Eymael (DC).

Só perde para Jango e Collor - A média de permanência dos presidentes da Petrobras no governo Jair Bolsonaro (PL) é a terceira pior desde a criação da estatal, em 1953. O tempo médio de duração de um executivo à frente da empresa, nos últimos três anos, é de 10 meses. O governo atual só perde para as gestões de João Goulart e Fernando Collor, que não terminaram seus mandatos, com permanência média no comando da Petrobras de 9 meses e 6 meses, respectivamente. O levantamento foi feito pelos cientistas políticos e apresentadores do podcast Maldita Politicagem, Alessandro Tokumoto e Luiz Domingos, em parceria com o Observatório Social do Petróleo (OSP).

Evento pró-armas vira palco de campanha eleitoral para Bolsonaro - Evento realizado neste sábado (9) em Brasília pelo Proarmas, maior grupo armamentista do Brasil, teve campanha política antecipada para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou com a presença dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Daniel Silveira (PTB-RJ), entre outros. O encontro teve início em frente à Catedral de Brasília e seguiu até o Congresso Nacional. Segundo estimativa da Polícia Militar, participaram 2.700 pessoas, que exaltaram medidas adotadas por Bolsonaro para facilitar o armamento da população, uma de suas bandeiras na eleição de 2018 e agora. Pela regra da Justiça Eleitoral, a campanha deste ano

só começa em 16 agosto. A defesa de armas é um dos pontos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder das pesquisas, usa para atacar o rival. O petista já se referiu ao adversário como "um doente que acha que o problema do Brasil se resolve com armas" e disse que ele prefere armas a livros. O Proarmas se define como um movimento pela busca do "direito fundamental" da legítima defesa e apoia mais de 50 pré-candidatos a diferentes cargos na eleição de outubro. Alguns dos postulantes estavam no local. Houve entrega de material com propaganda.

Moro almeja o Senado - O ex-juiz, ex-ministro e ex-presidenciável Sergio Moro (União Brasil) afirmou haver uma "tentação" para concorrer ao Senado pelo Paraná e que, se eleito, tem o plano de se tornar líder da oposição em eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Espero que isso não aconteça, mas, no caso de uma vitória do ex-presidente Lula, é natural que eu me coloque na oposição para liderar uma resistência necessária a políticas públicas indesejáveis em relação ao país e também ser uma voz no Congresso em favor da integridade e do combate à corrupção", afirmou em entrevista à Folha. Após as tentativas fracassadas de se viabilizar como pré-candidato ao Palácio do Planalto e de transferência de domicílio eleitoral para São Paulo, Moro deve anunciar na próxima semana a decisão de qual cargo irá disputar.

Aprendizes de tiranos não devem ser ignorados - GUARULHOS

Rui Tavares por anos estudou história, até que em 2009 mergulhou na política como eurodeputado. Uma mistura que vê como determinante para o futuro: a história, claro, e a atuação humana sobre ela. Hoje, o político conhecido pelo podcast "Agora, agora e mais agora" atua como deputado em Portugal pelo Livre, de esquerda, que cofundou em 2014. Ele está no Brasil para participar da Bienal do Livro de São Paulo e lançar "O Pequeno Livro do Grande Terremoto", pela editora Tinta-da-China Brasil. Ele, uma das principais vozes contrárias ao crescimento da ultradireita no Palácio de São Bento, diz que brasileiros, mas também a comunidade internacional, não devem ser ingênuos em relação a uma tentativa de golpe do presidente Jair Bolsonaro, que inclui no balaio daqueles que chama de aprendizes de tiranos. Sobre a Guerra da Ucrânia, deixa um apelo a setores do Brasil em que observa uma visão acrítica ao governo de Vladimir Putin. "Não caiam numa armadilha: se você é anticolonialista, Putin é seu inimigo."

Em Diadema, Lula agradece a petista que agrediu manifestante - Durante o ato realizado neste sábado, 9, em Diadema, o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um agradecimento ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, preso em maio de de 2018 após agredir um manifestante na porta do Instituto Lula. Maninho foi acusado de tentativa de homicídio por ter empurrado o empresário Carlos Alberto Bettoni contra um caminhão no dia em que o ex-juiz Sergio Moro decretou a prisão de Lula, em abril daquele ano. Na ação, Bettoni bateu a cabeça no pára-choque do veículo e teve traumatismo craniano. Maninho ficou preso por sete meses até obter um habeas corpus. Lula lembrou do episódio em seu discurso hoje: “O companheiro Marinho foi presidente do PT, foi vereador do PT, foi candidato a prefeito pelo PT. Esse companheiro Maninho, por me defender, ele ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto (Lula). Então, Maninho, eu quero, em teu nome, agradecer a toda solidariedade do povo de Diadema, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade, e companheirismo”, disse Lula logo no início de sua fala no ato. O PT organizou um evento de pré-campanha em Diadema, primeira cidade a ser governada pelo partido. O ato também marcou a oficialização do apoio de Márcio França a Fernando Haddad na disputa ao governo de São Paulo.

Bolsonaro é denunciado por ameaçar a liberdade de expressão - O Observatório para Monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil (Demos), idealizado por juristas e acadêmicos, denunciou Jair Bolsonaro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e à relatoria da OEA por ameaças à liberdade de expressão frente ao pleito que se avizinha. No documento, o grupo alerta que, no último período eleitoral de 2018, já houve um estímulo ao disparo de mensagens falsas e manipuladas como mecanismo de difusão de discurso de ódio nas redes. Afirma que, no Brasil, tal estratégia tem o objetivo de fragilizar opositores. E cita que a retórica do presidente da República se baseia em uma suposta defesa da liberdade de expressão, embora somente àqueles que compartilham apreço por suas ideias. A denúncia expõe que Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falaciosas apenas em 2020. Contextualiza ainda que a disseminação de notícias falsas e ataques é alvo de investigação do Legislativo e Judiciário, como o inquérito das fake news no STF. Os signatários pedem que as entidades solicitem ao Estado brasileiro informações sobre as medidas adotadas para coibir a desinformação e garantir a liberdade de expressão. Também requerem que seja formulada uma recomendação ao governo para tomar providências a favor dos direitos humanos, além de promover audiências sobre o tema e uma reunião para investigar o respeito à democracia durante o processo eleitoral.

Paes declara voto em Lula: 'grande líder político' - O prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) declarou, na noite desta sexta, que irá votar em Lula (PT) nas eleições para presidente. Nos últimos meses, o PT abriu negociações para ter o apoio de Paes à chapa de Marcelo Freixo (PSB) para a disputa do governo do estado, mas o prefeito segue apostando na candidatura de Felipe Santa Cruz (PSD). Ainda assim, os petistas e Paes costuram a construção de um segundo palanque para Lula, no Rio. Em evento na casa do ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá (PT), que contou ainda com a presença do atual prefeito Fabiano Horta (PT) e outros dirigentes do PT fluminense, Paes elogiou Lula, em momento registrado em vídeo e publicado pela VEJA. — (Lula) é um grande líder político. Acho que o Brasil teve uma grande alegria de ter tido Lula como presidente da República. Aliás, a gente um dia vai parar, a história vai parar, e vamos pensar que honra ter tido Lula presidente do Brasil. Aproveito para revelar meu voto, vou votar no Lula para presidente — afirmou Paes, para aplausos dos presentes. O prefeito, cuja relação com Maricá ficou famosa após ele ter ofendido o município em conversa com o próprio Lula, em um áudio divulgado pelo então juiz Sergio Moro, esteve na cidade para assinatura de um acordo para levar o aplicativo Taxi.Rio aos moradores. Além disso, Paes, que já se desculpou pelas falas polêmicas em várias oportunidades, recebeu o título de cidadão de Maricá, por iniciativa do vereador Felipe Auni. Após a agenda pública, ele seguiu para o evento, fechado, na casa de Quaquá.

PL sai de um nome em 2018 para 14 candidatos a governador em 2022 - Buscando assegurar palanques estaduais para o presidente Jair Bolsonaro na campanha à reeleição, o PL planeja uma guinada em sua estratégia de candidaturas a governador para lançar até 14 chapas próprias neste ano. Em 2018, com perfil mais voltado para a disputa por cadeiras no Legislativo, o partido havia lançado apenas um nome ao governo. A nova diretriz adotada para impulsionar Bolsonaro na disputa contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas até aqui, levou o PL a abrir frentes de embate direto em nove estados com o PT, que tem hoje 13 pré-candidaturas no total. O número é menor do que na última eleição, quando teve 16 representantes nas disputas pelos Executivos estaduais. Em 2018, quando ainda se chamava Partido da República (PR), o PL lançou sua única candidatura ao governo com Wellington Fagundes, no Mato Grosso, em uma aliança que incluiu o PT. Neste ano, as siglas devem caminhar separadas em todos os estados.

Os rumos e táticas emocionais dos pré-candidatos - As pesquisas eleitorais destacam prioritariamente o sobe e desce das intenções de voto e seus cruzamentos, mas um componente ainda pouco explorado nos questionários entrega importantes pistas sobre o comportamento dos eleitores, mesmo sem apontar com clareza a posição de cada competidor na corrida. Neste ano, a pesquisa “A cara da democracia” inaugurou uma bateria de perguntas sobre sentimentos relacionados aos pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), concluindo que o petista agrega mais emoções positivas e com relativo equilíbrio em emoções negativas. No entanto, após uma década política turbulenta com denúncias de corrupção, Lula e Bolsonaro empatam no quesito “honestidade”: embora a maioria desconfie dos dois, o petista é honesto para 34% dos entrevistados; e o presidente, para 35%. Um empate técnico que estará no centro das atenções nos próximos três meses de campanha. Desconfiança sobre os líderes das pesquisas, por outro lado, não pressupõe desconsideração sobre a inteligência deles: Bolsonaro e Lula são vistos como inteligentes pela maioria dos eleitores. Lula tem vantagem (70%), ante Bolsonaro (53%). Independentemente das atitudes, teorias conspiratórias e acusações, brasileiros também veem Bolsonaro (53%) e Lula (64%) como trabalhadores, mas nem de longe confiáveis: 54% não confiam em Lula, ante 65% em relação a Bolsonaro. Lula também tem resultados melhores no quesito decepção (42% dizem sim, estão decepcionados, contra o “não” de 56%), diferentemente de Bolsonaro (52% a 46%).Investigar níveis emocionais de um país diante da política, especialmente em anos eleitorais, passou a ser tarefa mais comum para pesquisadores de um ramo específico da opinião pública, principalmente nos Estados Unidos, embora ainda existam reservas de acadêmicos, uma vez que sentimentos não entregam resultados precisos e livres de questionamentos metodológicos. A área, no entanto, vem crescendo nos EUA e no Brasil.

Ditadura via cardeal como ameaça à 'paz pública' - A ditadura militar vigiou e fichou como subversivo o cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. Documentos dos órgãos de repressão mostram que o religioso era visto como uma ameaça ao regime. Conselheiro e amigo do Papa Francisco, ele morreu na última segunda-feira, aos 87 anos. Papéis do Serviço Nacional de Informações (SNI) descrevem Hummes como um agitador a serviço da “revolução popular”. No período em que atuou como bispo de Santo André, ele aproximou a Igreja dos trabalhadores e apoiou as greves do ABC paulista, que agitaram o país a partir de 1979. Relatório de maio de 1980, classificado como confidencial, define Hummes como “um dos principais ativistas do movimento grevista”. O religioso se solidarizou com os metalúrgicos que lutavam por melhores salários, participou de assembleias e protegeu sindicalistas perseguidos pela polícia política. Na visão dos arapongas, Hummes queria “levar o governo a posicionar-se contra o clero e criar as condições objetivas para o surgimento de ‘mártires’, especialmente no meio do operariado”. “Convém frisar que esse método de ação nada mais é o que a colocação em prática da chamada ‘Teologia do Conflito’, sequência da ‘Teologia da Libertação’ (...), a qual preconiza a necessidade de ‘mártires’ como fermento da revolução popular”, acusou o SNI.

‘As mídias sociais são um caso único de falta de transparência’ - A menos de três meses das eleições, a ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, responsável por divulgar documentos da empresa, no caso que ficou conhecido como Facebook Papers, desembarcou no país com o objetivo de alertar para a falta de compromisso da plataforma com a moderação de conteúdo de ódio e desinformação, principalmente fora dos Estados Unidos. Em sua longa agenda, a cientista de dados foi a uma audiência pública no Congresso e debateu violência política no Instituto Marielle Franco, na favela da Maré, no Rio. Ao GLOBO, Haugen aponta falta de investimento em transparência e combate a redes de fake news. Ela afirma ainda que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tem acesso a informações suficientes para monitorar discursos desinformativos no Facebook durante o pleito e defende que as plataformas atuem o quanto antes contra ataques às eleições.O bastidor que Bolsonaro esconde sobre o enterro do voto impresso - o atacar  o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas em live transmitida na noite da última quinta-feira (7), Jair Bolsonaro passou boa parte do tempo criticando o ex-presidente do TSE Luís Roberto Barroso pelo que chamou de “interferência” nas discussões do Congresso que resultaram no enterro da PEC do Voto Impresso. Mas um detalhe crucial foi convenientemente deixado de lado pelo atual ocupante do Palácio do Planalto: o papel-chave que o presidente nacional do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, teve na estratégia que barrou a proposta. Em julho de 2021, meses antes de Bolsonaro se filiar ao PL, Valdemar atuou em dobradinha com integrantes do TSE para derrotar aquela que era uma das principais bandeiras do presidente da República. “Em dado momento – me acusam de interferir na PF o tempo todo – por interferência do Barroso, ele vai pra dentro do Parlamento, conversa com líderes partidários, e no dia seguinte – não sei que palavras maravilhosas tem o Barroso, que poder de convencimento –, no dia seguinte a maioria dos líderes muda a composição da comissão que analisava a PEC do Voto Impresso, bota parlamentar para votar contrário”, esbravejou Bolsonaro na live. Foi o próprio Moraes quem contou a história em uma reunião a portas fechadas com Valdemar na sede do TSE, em março deste ano. Segundo o relato feito à equipe da coluna pelos presentes, durante a conversa, Moraes rememorou um café da manhã ocorrido lá atrás, em meados de 2021, em que se discutiu como lidar com a PEC da deputada Bia Kicis (PL-DF) que estava em discussão na Câmara. Enquanto se debatia como impedir que a proposta fosse adiante, o próprio Valdemar foi quem sugeriu encerrar a questão já na comissão que analisava o voto impresso. E não só sugeriu como agiu. Fez algumas ligações e ordenou a substituição de dois deputados do PL que eram a favor do voto impresso por parlamentares contrários ao projeto. A iniciativa provocou um “efeito dominó” em outras legendas, que fizeram o mesmo. Deu certo: a proposta perdeu na comissão e no plenário não obteve os 308 votos necessários para prosperar. Não à toa, Moraes se referiu a Valdemar naquela reunião como “grande parceiro da Justiça Eleitoral”. Mas esse não parece ser um tema bem vindo nas lives presidenciais.

Parte dos líderes dos caminhoneiros abre diálogo com rivais de Bolsonaro -  Alinhada a Jair Bolsonaro na eleição de 2018, uma parte dos representantes dos caminhoneiros abriu diálogo com adversários do atual presidente na disputa deste ano pelo Palácio do Planalto. Porta-vozes dos trabalhadores que há quatro anos pararam o País durante uma greve têm agora conversado com articuladores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante). A categoria, que ganhou protagonismo eleitoral, se estrutura de forma difusa e usa o WhatsApp como instrumento de mobilização. Dessa forma, possui lideranças pulverizadas e com representações regionais. A relação do presidente com os caminhoneiros se deteriorou após sucessivos aumentos do diesel. Alguns líderes chegaram a acusar Bolsonaro de traição. Há queixas em relação à política de preços da Petrobras, que hoje segue a cotação internacional do petróleo, e cobranças por fiscalização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) da tabela do frete, instituída na gestão Michel Temer (MDB) para pôr fim ao movimento de 2018. O governo tenta aplacar a insatisfação com uma “bolsa-caminhoneiro” de R$ 1 mil. O auxílio, porém, já foi chamado de “esmola” por representante dos caminhoneiros.

Sob pressão, Bolsonaro muda foco e concentra campanha no Sudeste - A pouco mais de um mês do início da campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai concentrar esforços para ganhar votos no Rio, em São Paulo e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país, que reúnem 42% dos brasileiros votantes. O objetivo é chegar no dia 16 de agosto, quando começa a disputa oficialmente, mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas. O petista aparece com 57% da preferência no último levantamento do Datafolha, 13 pontos à frente do qual chefe do Executivo. A estratégia passa por furar a bolha bolsonarista nessas três unidades da federação e conquistar eleitores fora de setores em que o presidente têm melhor desempenho, como agronegócio e entre evangélicos. Na ofensiva pelo Sudeste, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, escolhido como vice na chapa à reeleição, ficou encarregado de conversar com empresários sobre as ações do governo. Ele já viajou a Minas e ao Rio para cumprir agendas nesse sentido. Há uma atenção especial com o Rio, domicílio eleitoral de Bolsonaro. Interlocutores da campanha apontam uma preocupação em evitar que ele perca em casa. Eles citam como exemplo a derrota do então postulante ao Palácio do Planalto Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, seu estado natal, nas eleições de 2014, para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela acabou sendo reeleita naquele ano. Casos como esse dão a medida do quanto o desempenho na região é determinante para que Bolsonaro conquiste o direito de permanecer no comando do país por mais quatro anos. O ponto de maior preocupação dos aliados mais próximos de Bolsonaro está em Minas, onde o presidente ainda não conseguiu consolidar um palanque competitivo. Segundo o Datafolha, é em Minas que Lula tem a maior vantagem no Sudeste, com vinte pontos percentuais à frente do chefe do Executivo: 48% a 28%. Interlocutores do presidente defendem a oficialização da candidatura do senador Carlos Viana (PL) para governador.

0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda