Nesta segunda-feira (29), noticiário se mostra mais reflexivo e apresentando mais projeções para o ano que vem, diante de uma falta de fluxo de notícias factuais. A expectativa é que essa tendência se mantenha ao longo da semana, diante do feriado de fim de ano e de um ritmo mais lento da cobertura econômica.
A partir do comportamento do câmbio, reportagem do jornal O GLOBO observa que apesar da pressão sobre a inflação, o dólar mais alto agrada a indústria. Conforme o veículo, “parte das empresas já planeja exportar mais no próximo ano e preveem um incremento de até 20% na receita com as vendas ao exterior, com o dólar na faixa de R$ 2,60”. Nos cálculos de economistas ouvidos pelo jornal esse movimento por fazer a balança comercial sair de um déficit estimado pelo Banco Central de US$ 2,5 bilhões este ano, para um superávit de US$ 1,5 bilhão em 2015.
Como material complementar, O GLOBO entrevista com exclusividade o economista Roberto Giannetti da Fonseca, que avalia que a desvalorização do real em relação ao dólar é uma oportunidade para a recuperação da competitividade da indústria. Segundo o jornal, ele considera que este é o momento de os produtos manufaturados brasileiros se recolocarem na disputa por mercados internacionais. Nas previsões do economista, que em janeiro dizia que o dólar chegaria a R$ 2,75 em dezembro, a divisa americana chegará a R$ 3,20 no fim de 2015.
Na seção de opinião do jornal O GLOBO, jornal critica a condução da política industrial no governo Dilma Rousseff, classificando-a como "fórmula equivocada". Na avaliação do jornal, é preciso haver mudança não só nas políticas fiscal e monetária, como também com o setor industrial. "O país precisa se abrir mais e se integrar às cadeias produtivas globais", conclui a publicação. Para O GLOBO, a estratégia seguida por Dilma no primeiro mandato foi um "monumento ao intervencionismo". O jornal observa ainda que a participação da indústria no Produto Interno Bruto caiu de 25% no período militar para os atuais 12%.
Como contraponto, O GLOBO convidou o deputado Newton Lima (PT-SP) para expor outro ponto de vista sobre a política industrial. Ele avalia que o processo de desindustrialização foi mais forte antes dos governos petistas e que foi estancado no governo Dilma Rousseff. Para o parlamentar, o país quer deixar de competir no mercado internacional com mão de obra barata ao optar pela inovação, com programas como o Plano Inova Empresa, o Pronatec e o Ciência Sem Fronteiras.
Com foco nas expectativas da indústria para 2015, reportagem do VALOR ECONÔMICO assinala, como ponto de atenção, que “os primeiros números divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para 2015 mostram que o setor industrial ainda está longe de apresentar uma melhora ou recuperação”. Mencionando dados do órgão, jornal expõe que o consumo de energia no sistema em janeiro deve registrar recuo de 0,2% na comparação com o mesmo mês de 2014.
Na cobertura de finanças do VALOR ECONÔMICO, reportagem estima que o ajuste macroeconômico previsto para a economia brasileira, a queda no preço das commodities, a normalização da política monetária americana e a situação confortável de liquidez das grandes empresas nacionais deverão ser empecilhos para a uma guinada nas captações externas em 2015. Como tendência para o ano que vem o jornal aponta os "project bonds" e as operações de gestão de passivos.
Como ponto de atenção para o setor produtivo como um todo, reportagem do VALOR afirma, com base na avaliação de especialistas, que a Formação Bruta de Capital Fixo deverá ficar estável ou registrar queda no próximo ano. Já a previsão para investimento no ano que vem é de 0,4%. Ao longo do texto, a reportagem apresenta posições específicas de diferentes economistas. Dentre as avaliações está a de que a perda de confiança dos empresários na política econômica foi fundamental para explicar a paralisação de projetos e obras neste ano e também a de que a deterioração das expectativas do setor industrial ainda sinaliza forte retração do investimento no primeiro trimestre do ano.
Com base no mesmo levantamento com economistas, reportagem coordenada do VALOR acrescenta que a expectativa é a de que os investimentos só deverão ter reação mais consistente em 2016. Como destaques negativos para o ano que vem estão a incerteza sobre a política econômica do segundo governo Dilma, bem como os desdobramentos da Operação Lava-Jato e as denúncias contra as empreiteiras, que tocam ou tocariam boa parte das obras de infraestrutura do país.
Em artigo publicado pelo VALOR, o professor da Unicamp Bruno De Conti avalia que o enfrentamento dos problemas da indústria não passa apenas pela garantia de rentabilidade, mas também pela reconfiguração de um modelo que permita lidar com problemas centrais no cenário econômico brasileiro: o elevado déficit em transações correntes, o baixo crescimento e a necessidade de aumento da produtividade.
Na opinião do economista Claudio Adilson Gonçalez, em artigo publicado pelo ESTADÃO, o ajuste das contas públicas é necessário, mas não é o bastante para retomada no crescimento econômico sustentável do país. Ele aponta como impedimento a escassez de energia elétrica, a precariedade da infraestrutura de transportes, a perda de competitividade industrial, além da necessidade de reformas estruturais, como a tributária.
Questões relacionadas à reformulação ministerial permanecem em evidência na pauta do dia. O GLOBO expõe que a presidente Dilma Rousseff deve aumentar hoje a lista de ministros confirmados para seu segundo mandato e aborda como correntes do PT reclamam do espaço dado à sigla (leia mais em POLÍTICA). De forma complementar, o jornal publica box com foto e pastas que já teriam titulares confirmados, dentre os quais constam o nome de Armando Monteiro para o Ministério do Desenvolvimento.
O jornal também especula novas escolhas e afirma que o Ministério dos Transportes deverá continuar sob comando do PR, com mudança de titular: sairia Paulo Sérgio Passos para dar lugar a Antonio Carlos Rodrigues. Jornal afirma ainda que o PT tentou ficar com o Ministério do Trabalho, mas o PDT reagiu e deverá continuar com a pasta.
Em outra reportagem, o jornal carioca apresenta informações de bastidor a respeito da insatisfação do PT com os anúncios de ministro que a presidente Dilma Rousseff fez para a composição do seu governo no segundo mandato. Reportagem menciona que o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, vai presidir o Conselho do SESI.
SÉRGIO LEO, no VALOR ECONÔMICO, afirma que “ao convidar, para os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, executivos com passagem pela presidência de confederações nacionais do setor agrícola e industrial, a presidente Dilma Rousseff indicou que ambos farão parte integral da política econômica - isto é, serão consultados para a tomada de decisão das medidas de ajuste e de promoção do crescimento”.
O colunista acrescenta que, no caso da indústria, “o novo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, assume com o compromisso de que terá voz e voto nas decisões da equipe. Mas sem garantias de que sairá satisfeito de toda discussão sobre o que fazer”. LEO afirma que um roteiro formulado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) será levado em conta e lembra que Monteiro presidiu a entidade por oito anos. Mas alerta que “uma das medidas desejadas pela confederação, porém, já foi descartada de saída: a criação de adidos especiais para promover o comércio exterior, nas embaixadas brasileiras”.
Complementando a pauta do dia, reportagem do jornal O ESTADO DE S. PAULO observa que quase metade das empresas varejistas pretende manter seus investimentos, mesmo diante de um cenário ruim no horizonte de 2015. Segundo a reportagem, elas se preparam para a retomada da atividade econômica em 2016. Veículo apresenta ainda pequenas entrevistas exclusivas com empresários de diferentes setores.
BRASIL ECONÔMICO registra que a movimentação no Porto de Santos caiu 3,3% no acumulado de janeiro a novembro deste ano, na comparação com igual período de 2013. Ao todo, 102,1 milhões de toneladas passaram pelo porto. De acordo com a Companhia Docas de São Paulo, até novembro, 70,5 milhões de toneladas foram exportadas por Santos, queda de 4,4% frente a 2013. Já as importações encolheram 0,6%.
A composição ministerial para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff continua entre os itens mais relevantes do dia na cobertura política. A movimentação dos partidos aliados sobre o primeiro escalão do governo, com foco no descontentamento da base, é um dos temas que ganha maior exposição nesta segunda-feira.
Com a expectativa de que novos nomes devem ser anunciados hoje, para integrar o governo federal a partir de 2015, O GLOBO relata que a presidente “saiu de cena nos últimos dias e aproveitou o feriado prolongado para deixar decantarem os problemas surgidos nas negociações com o PT”. Conforme o texto, um dos principais motivos da formação da equipe não estar concluída “é a insatisfação da principal tendência da legenda, a Construindo um Novo Brasil (CNB), com as escolhas que Dilma sinalizou que irá fazer”.
O ESTADO DE S. PAULO publica que com a provável indicação de Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações o “PT esperar compensar a perda de espaço na equipe do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff emplacando propostas que fazem parte da agenda do partido”, indicando a proposta de regulação da mídia.
Já a FOLHA DE S. PAULO expõe que economia será o foco da presidente no Congresso Nacional em 2015. Segundo a reportagem, a estratégia “de lotear a composição dos ministérios entre aliados, para reforçar o controle de sua base no Congresso, tenta blindar a petista de potenciais turbulências políticas e econômicas na largada de seu novo governo”. O jornal aponta que entre os temas mais delicados estão a valorização do salário mínimo e a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União).
Na pauta do caso Petrobras, atenção para a entrevista publicada pela FOLHA com o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontado como favorito na disputa pela presidência da Câmara. Entre os pontos de maior destaque, o peemedebista nega ligação do partido com o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, acusado de ser o operador da legenda no esquema e afirma que “congressistas envolvidos no esquema que forem alvo de processo de cassação ‘dificilmente’ terão o mandato poupado pelo plenário”.
Ainda na FOLHA, edição desta segunda-feira veicula um especial que traz uma retrospectiva de 2014. Dentre os temas explorados estão a Operação Lava Jato, disputa presidencial, Copa do Mundo e os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
A agenda internacional ocupa as primeiras páginas dos jornais de hoje, com o registro do desaparecimento de uma aeronave da AirAsia que transportava 162 pessoas, no domingo. O avião decolou de Surabaia rumo a Cingapura. Conforme as reportagens, o piloto teria pedido para mudar de rota devido às condições climáticas.
Como ocorre tradicionalmente às segundas-feiras, avança as abordagens sobre economia real e varejo. Apresentando projeções para 2015, mídia nacional explora, dentro da conjuntura macroeconômica, itens voltados para o ajuste fiscal, previsões para 2015, investimentos e câmbio.
Em destaque, manchete do VALOR ECONÔMICO traz entrevista com Joaquim Levy, futuro ministro da Fazenda. Ele fala sobre o projeto da área para os próximos quatro anos e afirma que será uma nova rodada de abertura da economia. Adianta que o ajuste fiscal tem meta de atingir um superávit de R$ 66 bilhões em 2015.
Com foco em infraestrutura do setor elétrico, manchete do jornal O ESTADO DE S. PAULO alerta: “o atraso de mais de um ano nas obras de Belo Monte deixou de ser apenas um problema de ordem operacional para o governo e o setor elétrico”. Texto lembra que, após quase cinco anos desde que a hidrelétrica foi a leilão, o maior projeto de geração de energia do País foi “transformado em uma enorme confusão financeira, com sérios riscos de tomar-se economicamente inviável”.
Já o principal destaque do caderno econômico do jornal O GLOBO indica que, com alta do dólar, “indústria planeja exportar mais e vê oportunidades no Leste Europeu”. Conforme a reportagem, “com produtos mais baratos por causa do real desvalorizado, essas companhias ganham competitividade e começam a mirar novos mercados” e projeta que esse movimento “pode fazer a balança comercial sair de um déficit estimado pelo Banco Central de US$ 2,5 bilhões este ano, para um superávit de US$ 1,5 bilhão em 2015, preveem economistas”.
O ESTADO DE S. PAULO traz reflexão sobre a relação inversamente proporcional entre o preço dos combustíveis e o crescimento da economia global. Segundo o jornal, o produto bruto global de 2015 poderá ser de 0,3% a 0,7% maior do que seria sem baixa das cotações. Mesmo com cenário favorável, o jornal observa que no mercado doméstico "não haverá folga" para o afrouxamento da política monetária.
A partir da divulgação da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, O ESTADO DE S. PAULO vê como problema o aumento da dependência de brasileiros mais pobres do programa Bolsa Família. O jornal lembra que o programa deveria ser provisório no auxílio de retirada de pessoas da miséria, mas a falta de "porta de saída" mantém os beneficiários dependentes do programa de transferência de renda.