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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

INCOR recordista em transplantes


Instituto figura no grupo dos 10 maiores centros transplantadores do mundo

Marcia Rodrigues

RECORDE EM TRANSPLANTES COLOCA O INCOR  NO GRUPO DOS 10 MAIORES CENTROS DO MUNDO

Foram 90 transplantes neste ano (20% a mais do que em 2013), marca que foi comemorada com a equipe do Instituto e seus pacientes em festa em 11 de dezembro, no Centro de Convenções Rebouças. 

Médicos, cirurgiões e especialistas multiprofissionais do Núcleo de Transplantes do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) comemoraram com seus pacientes transplantados e em fila de espera mais um recorde de transplantes realizados pelo hospital. Em 2014 a equipe somou 90 cirurgias, entre coração (43 em adultos e 21 em crianças) e pulmão (25 em adultos e 1 em criança) – 20% a mais do que em 2013 (76 operações). 

Mais do que colocar o Incor, pela primeira vez, na 7º posição do ranking dos 10 maiores centros de transplante cardiopulmonar do mundo, o resultado renova as esperanças dos 125 pacientes que estão em fila de espera para transplante no Instituto (23 adultos e 22 crianças para coração e 80 adultos para pulmão). 

No horizonte de 2015, esses pacientes fixam o olhar na expectativa do surgimento de um órgão que lhes traga uma segunda chance de vida. No que diz respeito ao Incor, ele está preparado e sempre a postos para recebê-lo. 

Mais sinergia nas ações

Segundo o Dr. Fábio Jatene, presidente do Conselho Diretor do hospital, a organização das equipes de transplante num novo modelo de gestão foi um dos principais fatores na conquista do resultado do Instituto em 2014. 

O Núcleo de Transplantes do Incor foi criado em 2013 como uma área multiprofissional com foco exclusivo no transplante. Ao reunir num mesmo processo de gestão todas as equipes (cirúrgica, clínica e multiprofissional de transplantes de coração adulto e infantil e de pulmão), o Núcleo otimizou recursos, deu sinergia ao trabalho dos grupos e melhorou indicadores importantes, como o da taxa de mortalidade no pós-cirúrgico imediato – no transplante cardíaco de adulto, essa taxa chegou a 10%, em 2014 - número compatível, por exemplo, com a Cleveland Clinic (10%), maior centro de cardiologia dos EUA. 

A dinâmica propiciada pelo Núcleo, explica o Dr. Fernando Bacal, cardiologista e coordenador do Núcleo, torna possível, por exemplo, o envio de equipe avançada do Incor para o hospital em que se encontra o potencial doador, de maneira a melhor avaliar o coração e o pulmão a serem doados. 

Além de um enfermeiro, a equipe possui um profissional (médico, biomédico e biólogo) que realiza o exame de ecocardiografia para avaliação do órgão. O resultado é transmitido à beira do leito, por Whats App, para análise da equipe de médicos ecocardiografistas de plantão no Incor. Se o resultado for positivo, é dado seguimento ao processo de captação, com envio da equipe de cirurgiões para o local.

A existência do Núcleo também torna rotineiras operações complexas como a de captação de órgãos em cidades distantes do interior paulista ou até mesmo de outros estados, utilizando vôos comerciais e fretados e, não raro, helicópteros das Polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo. 

Dos 90 transplantes realizados, praticamente a metade (44 órgãos ou 49%) foi captada em localidades distantes mais de 100 km da Capital paulista, seja em São Paulo ou em outros Estados (como Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás), com apoio da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. “Não fosse isso, essas vidas não seriam salvas”, diz o Dr. Bacal. 

Mais doações

Embora ainda em número insuficiente para atender toda a fila de espera do Incor, especialmente a de pulmão, o crescimento continuado do nível de doações no Brasil merece destaque nos resultados do Instituto (veja dados do Sistema Nacional de Transplantes). 

O potencial de crescimento aqui é grande, lembra o Dr. Jatene, já que apenas 56% das famílias entrevistadas, em situações de morte encefálica, aceitam e autorizam a retirada de órgãos para a doação, segundo dados do Ministério da Saúde (veja aqui).

O Presidente do Incor destaca, por mais um ano, a importante parceria da imprensa e de seus jornalistas na conquista desses 90 transplantes feitos pelo Instituto. 

“Cada vez que uma reportagem contando uma história de vida de um paciente em espera por um transplante vai ao ar ou é publicada, o numero de doações aumenta na sequência e, com isso, salvamos mais vidas”, afirma Dr. Jatene

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