A retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba e o caso Petrobras são alguns dos assuntos que ganham repercussão na pauta das revistas que circulam neste fim de semana. Dessa forma, as agendas setorizadas perdem espaço nas páginas dos semanários, movimento que não impede, contudo, que temas de interesse do setor fabril sejam expostos.
Na pauta econômica, há menções importantes à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a seus dirigentes. Agenda política, com foco na reforma ministerial, também apresenta abordagens que guardam relação direta com a atividade.
- Principal destaque do dia está na ISTOÉ DINHEIRO. Como ponto de atenção, a reportagem destaca que, para ajustar as contas, o governo quer reduzir a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos e estimular o crédito de longo prazo no setor privado. Conforme a reportagem, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy já avisou que o banco não estará mais sozinho na função. “Inclusive para a infraestrutura, o mercado de capitais terá um papel cada vez mais importante”, afirmou Levy, segundo a revista.
- DINHEIRO reproduz, no texto, posicionamento atribuído ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ROBSON BRAGA DE ANDRADE. O dirigente defende a criação de novos instrumentos e, principalmente, o estímulo à entrada de capitais estrangeiros nas novas concessões no setor de infraestrutura. “Temos de mudar o modelo do leilão, para que as empresas estrangeiras tragam recursos de fora”, afirma ANDRADE à reportagem.
- Mesma reportagem registra que a CNI já apresentou ao governo alternativas de financiamento de longo prazo, como o aumento da oferta de títulos privados, a desburocratização e simplificação do processo de emissão de títulos e ações, e a melhora da liquidez no mercado secundário, no qual os títulos e ações são negociados entre os investidores. “Hoje esse mercado é muito limitado, mas o próprio BNDES pode atuar para dar liquidez, garantindo a compra de parte desses papéis”, afirma FLÁVIO CASTELO BRANCO, gerente de Política Econômica da CNI, conforme publica a DINHEIRO.
Também verifica-se na agenda de interesse abordagens sobre as reformulações ministeriais para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, e a política industrial ganha exposição, especialmente nas análises feitas por colunistas.
- PODER, na ISTOÉ DINHEIRO, noticia: “No comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio a partir de 1º de janeiro, o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) promete mudanças profundas na política industrial brasileira. Monteiro, que já presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI), quer voltar a investir em negociações comerciais com outros países e blocos, como a Aliança do Pacífico, e aprofundar as relações com parceiros importantes, como os Estados Unidos, negligenciados nos últimos anos. Mesmo sem uma reforma tributária ampla, algo impossível no momento, ele promete mudanças para simplificar a cobrança de impostos, uma pauta permanente do setor produtivo”.
- PODER avalia que “o Banco Central conta com uma política fiscal consistente para ajudar a trazer a inflação para o centro da meta. É uma evolução em relação à atual política de enxugar gelo da autoridade monetária”. Segundo a coluna, “apesar da equipe econômica estar mais afinada no próximo ano, o presidente do BC, Alexandre Tombini, diz que esse objetivo, que será perseguido a partir do próximo ano, só será atingido no fim de 2016”.
- PODER registra também que “o Brasil deve ampliar o número de representantes que buscam identificar e derrubar barreiras aos produtos brasileiros no exterior, os chamados adidos comerciais. Atualmente, há oito profissionais distribuídos por países estratégicos para o agronegócio. Em breve, deverão ser 15. O Ministério do Desenvolvimento estuda ainda a criação de adidos da indústria”.
- Ainda em PODER: “A indústria já se articula para evitar que o aperto do próximo ano resulte em aumento da carga tributária. O imposto sobre veículos e eletrodomésticos, reduzido nos últimos anos, volta às alíquotas normais em janeiro”.
- FELIPE PATURY, na ÉPOCA, registra que “empresários de grandes corporações do país discutiram com a presidente Dilma Rousseff medidas que poderiam ser adotadas já para melhorar o desempenho da economia. Na conversa, lembraram a necessidade de aprovar o projeto que regulamenta a contratação de terceirizados. Eles disseram que era só colocá-lo em votação e sancioná-lo ainda em 2014. Dilma topou”.
- Ainda segundo a coluna, os empresários relataram a conversa ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que disse que colocaria o projeto na pauta. “O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, avisou que orientaria os partidos da base governista a derrubar a terceirização se ela entrasse na pauta de votação. O projeto voltou para a gaveta. Alves confirma ter sido procurado e diz que não havia tempo para aprovar a lei neste ano. Berzoini não se manifestou.”
- FELIPE PATURY assinala também: “Eis algumas medidas no cardápio da nova equipe econômica: mudar as regras para restringir o pagamento do PIS e do Pasep, limitar o número de filhos com direito a pensão do INSS de pai morto, revisar a política de Seguro Defeso, pago aos pescadores, e aumentar o PlS/Cofins cobrado sobre alguns produtos importados”.
- Em tom crítico, MINO CARTA, na CARTA CAPITAL, dispara críticas contra o governo federal. “A FOLHA DE S.PAULO está de parabéns: na sua edição de quarta 17 provou que o governo federal tem acentuadíssima vocação para mulher de apache, a gigolette que gosta de apanhar do gigolô. Ou se trataria de uma forma aguda da síndrome de Estocolmo?”
- Abordando aspectos econômicos (em uma lista que contém outros tópicos, CARTA afirma que os governos de Lula e Dilma são pioneiros na realização de uma política de inclusão social bem-sucedida. “Em outros pontos, no decorrer desses 12 anos, fomos críticos severos. Por exemplo, em relação a uma política industrial ineficaz. Ou à rendição aos transgênicos. Ou a toda e qualquer medida econômica embebida em neoliberalismo. Quanto ao PT, de pronto consideramos, e sublinhamos, que no poder porta-se como os demais.”
- A título de registro, RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, informa que “Herculano Anghinetti pediu demissão da presidência da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas, após quatro anos no cargo. Alegou razões pessoais”.
- Segundo o colunista, Alexandre Kruel Jobim, substituto de Anghinetti, foi escolhido em assembleia no mesmo dia. BOECHAT escreve que, apartir de 5 de janeiro, Kruel Jobim “terá vários desafios pela frente, como discutir no STF a legitimidade das autuações da Receita Federal em associados da Abir, relativas a créditos de IPI, que somam uns R$ 4 bilhões. O advogado é filho de Nelson Jobim, ex-ministro do supremo”.
A notícia da normalização das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos é assunto capa da VEJA e da ÉPOCA, mas também está em evidência na ISTOÉ DINHEIRO, CARTA CAPITAL e ISTOÉ. Abordagens qualificam a reaproximação entre os dois países e destacam o papel de mediador do Papa Francisco. Textos também tentam fazer prognósticos sobre como ficariam as relações comercias entre o Brasil e Cuba.
- Destaque está na ISTOÉ DINHEIRO, que lembra que as relações comerciais do Brasil com o regime de Fidel Castro são históricas. “As exportações brasileiras saltaram de US$ 78 milhões, em 2003, para US$ 520 milhões no ano passado, com uma lista de 324 companhias. O Brasil é hoje o sexto maior parceiro comercial dos cubanos”, pontua.
- Para DINHEIRO, Cuba está longe de ser uma salvação comercial, mas pode ser “um bônus bem-vindo para as empresas brasileiras que hoje sofrem para competir no exterior. Tudo dependerá de como o País aproveitará a trajetória de décadas de parceria quando o embargo cair de fato”.
- LEONARDO ATTUCH, na ISTOÉ, posiciona que a decisão dos governos americano e cubano de retomar relações diplomáticas tem grande significado político para a América Latina e, em especial, para o Brasil. "O passo seguinte, inevitável, será o fim do embargo econômico, que poderá gerar grandes benefícios para o Brasil. Depois de financiar o porto de Mariel, o País está extremamente bem posicionado para aproveitar o fluxo de comércio crescente entre os dois países, podendo criar, em Cuba, um poderoso entreposto para exportação de produtos brasileiros”, pontua.
- Para o colunista, “a decisão é, de fato, histórica e foi saudada por empresários brasileiros. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, divulgou um estudo prevendo que o PIB per capita dos cubanos irá dobrar em dez anos. Segundo a entidade, o Brasil deverá intensificar sua relação com Cuba, um país que, segundo a Fiesp, já dispõe de um bom capital humano, com fortes indicadores nas áreas de saúde e educação”.
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