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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Parceria vai criar unidade Fiocruz-Pasteur no Brasil

O Instituto Pasteur e a Fiocruz vão criar uma rede de laboratórios internacionais mistos para o intercâmbio de pesquisadores e estudantes e o desenvolvimento de pesquisas em doenças emergentes na Amazônia e nos campos de neurociências e bioinformática. O anúncio foi feito na segunda-feira, durante reunião entre gestores das duas instituições. A iniciativa será um primeiro passo para a instalação de uma unidade física de pesquisa Fiocruz-Pasteur no Brasil.

Os diretores do Instituto Oswaldo Cruz, Wilson Savino,
e do Pasteur, Marc Jouan, no campus da Fundação
(Foto: Peter Ilicciev) 
“A ideia é reunir laboratórios já existentes no Brasil e na França para o desenvolvimento de um trabalho conjunto. A estrutura será incialmente virtual e, mais adiante, será criada uma estrutura física para a troca de conhecimento e desenvolvimento de pesquisas em neurociências, doenças infecciosas e doenças crônicas degenerativas”, explicou o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino. A previsão é de que os laboratórios mistos sejam formados a partir do segundo semestre de 2015. Para a concretização do projeto, serão destinados recursos de 40 mil euros de ambas as instituições durante quatro anos. No início do ano que vem, a Fiocruz e o Pasteur vão lançar um edital de chamada de propostas para laboratórios brasileiros e da rede Pasteur para a participação no projeto.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, explica que a rede de laboratórios mistos vai ajudar a definir qual será a melhor constituição de governança da futura unidade física de pesquisa Fiocruz-Pasteur. “A união de laboratórios internacionais vai começar a demandar uma série de ações tanto na pesquisa quanto na burocracia e será a semente de uma iniciativa mais concreta”, contou. Segundo Stabeli, a iniciativa vai permitir, inclusive, a atuação de pesquisadores da Fiocruz em escritórios que estão sendo implantados pelo Instituto Pasteur na África.
O diretor da Rede Internacional dos Institutos Pasteur, Marc Jouan, lembrou que os laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) já tem um programa conjunto com a instituição francesa em entomologia e imunologia e disse que a formação dos laboratórios mistos vai servir para reforçar unidades de pesquisa já existentes no Brasil e na França. “O conceito de unidades internacionais do Pasteur é prestar apoio aos cientistas para que eles deem seguimento aos seus projetos. A ideia da formação de laboratórios mistos é justamente reforçar isso”, destacou.
Para Stabeli, a iniciativa vai possibilitar a implantação de uma das maiores redes internacionais com atuação de duas instituições renomadas de ciência, tecnologia e saúde. “O Pasteur atua em alguns países onde a Fiocruz tem menos iniciativas e a Fundação desenvolve projetos em países onde o Pasteur tem menor atuação. Unir essas duas instituições significa melhorar a interação, a ciência, a tecnologia e a diplomacia da saúde mundial”, afirma.
Em junho de 2015, as duas instituições vão realizar um simpósio científico sobre doenças infecciosas e neurociências. A Fiocruz e instituição francesa desenvolvem ações colaborativas há cem anos. A Fundação é a única instituição brasileira associada à Rede Internacional de Institutos Pasteur. Composta por 32 Institutos Pasteur e instituições associadas em todos os continentes, a rede tem como objetivo fomentar parcerias e colaborações para pesquisas científicas, treinamentos e promoção de serviços em saúde, com a meta de combater as principais doenças infecciosas que atingem as populações mundiais.
Danielle Monteiro

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