Revistas em circulação neste fim de semana dedicam espaços privilegiados aos desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Dessa forma, agenda específica da indústria aparece em abordagens laterais.
Cobertura econômica deixa claro o clima de pessimismo e de descrença por parte de empresários. Nesse cenário, CNI ganha menções pontuais.
- ISTOÉ DINHEIRO registra divulgação pela Confederação Nacional da Indústria de que a confiança dos empresários permaneceu, em dezembro, no patamar de pessimismo pelo nono mês consecutivo.
- Texto assinala também que, em um evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, “o desânimo era geral”. No evento, o vice-presidente da República, Michel Temer, reconheceu que o governo não conseguiu realizar uma ampla reforma tributária, mas destacou que 56 setores foram desonerados, o que gerou uma queda de R$ 80 bilhões na arrecadação.
- “E preciso um corte de despesas governamentais e uma leve reforma fiscal que permita depois uma redução de juros e tributos", afirmou Temer.
- Para o colunista JR GUZZO, VEJA, “A indústria, que alterna períodos de marcha lenta com períodos de marcha a ré, é menor hoje do que era quando Dilma (Rousseff) assumiu a Presidência”.
- De volta a ISTOÉ DINHEIRO, coluna PODER destaca que “o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, terá uma rara oportunidade de fazer um agradinho aos empresários. Ele programou para a segunda-feira 15 o anúncio, na sede da CNI, em Brasília, de um sistema que vai simplificar os processos de importação e exportação.
- Segundo a revista, “O governo estima que em 2017, quando estiver funcionando plenamente, a ferramenta permitirá às empresas economizar R$ 50 bilhões. A mudança, há muito reivindicada pelos empresários, vem em boa hora: em 2015, com a queda no preço das commodities, o agronegócio já não vai ajudar tanto a balança comercial. A única saída será aumentar a competitividade das exportações industriais”.
PODER também pontua a desconfiança com a economia. “As declarações da nova equipe econômica, comandada pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que o ajuste do próximo ano vai preparar o terreno para mais crescimento no futuro ainda não convenceram os analistas do mercado. As previsões dos economistas para o restante do mandato da presidenta Dilma Rousseff ainda apontam para uma expansão anual em torno de 2%”.
- FELIPE PATURY, na revista ÉPOCA, descreve que o “futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy telefonou aos líderes no Senado do PMDB, Eunício Oliveira (CE), e do governo, Eduardo Braga (AM). Pediu que não votassem a convalidação dos incentivos fiscais dados pelos Estados, até que ele pudesse explicar sua visão sobre o ICMS. Eunício e Braga toparam. O petista José Pimentel (CE) encrencou”.
- Merece ponto de atenção reportagem de VEJA sobre a alta do dólar. “Os brasileiros deverão se acostumar com o dólar mais elevado. A equipe de analistas do banco Itaú elevou de 2,70 reais para 2,80 reais a estimativa de cotação da moeda americana para o fim de 2015 (…) Os ventos favoráveis ao real ficaram para trás. A população já sente o aumento dos preços dos produtos importados e também das viagens internacionais. Os efeitos estendem-se também sobre o valor de mercadorias cujos insumos são cotados em dólar”.
- A revista analisa outras consequências. “Para as empresas exportadoras, o real mais fraco pode significar um incentivo adicional. Como o Brasil exporta essencialmente commodities, e elas se desvalorizaram, o efeito, porém, acaba se anulando. O dólar mais caro é um risco sobretudo para as companhias altamente endividadas em dólar. Levantamento da Economática mostra que o estoque da dívida em moeda estrangeira entre as maiores empresas brasileiras pulou do equivalente a 60 bilhões de reais, em 2010, para 133 bilhões de reais. Entre as companhias com maiores dívidas em dólar estão a Oi, a JBS e a Eletrobras, além da Petrobras, a empresa mais endividada do planeta”.
A queda da cotação do petróleo também está em evidência em algumas abordagens. ISTOÉ DINHEIRO registra que a queda de 40% na cotação do petróleo reconfigura o quadro de forças entre as principais economias do mundo e aponta que, no longo prazo, o Brasil sai perdendo.
- Em outra reportagem, ISTOÉ DINHEIRO aponta que os riscos associados à queda do petróleo no médio e no longo prazo trazem uma nova onda de incertezas à Petrobras. Os principais deles são a capacidade de sustentação dos pesados investimentos programados e a viabilidade comercial de sua área mais nobre: o pré-sal. Texto menciona que a retração do petróleo coincide com novos fatos da Operação Lava Jato da Polícia Federal, conhecida como “petrolão”.
- ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, assinala que a apesar das incertezas sobre os preços futuros do petróleo, “o fato positivo é que, diante de todas essas dificuldades e da destruição da sua imagem pública, a Petrobras ‘técnica’, aquela que inova, que extrai petróleo, que é fator decisivo no progresso da economia nacional, tem aumentado a oferta do petróleo extraído do pré-sal”. Segundo o ex-ministro, o aumento da oferta do petróleo tirado do pré-sal e da capacidade de refino testemunham a favor de uma “empresa sólida”.
- Com foco em meio ambiente e economia, reportagem da VEJA destaca que a era do petróleo vai acabar não porque ele se esgotará, mas sim porque seu preço será mais alto do que o das fontes renováveis, “com nítidos benefícios para o planeta”. Segundo a reportagem, enquanto a exploração do óleo encarece a cada dia, as tecnologias verdes estão gradualmente mais baratas e eficientes. Texto pontua que, hoje, 80% da energia vem do uso de combustíveis fósseis.
- ISTOÉ DINHEIRO assinala a respeito: “Queda de 40% na cotação do óleo reconfigura o quadro de forças entre as principais economias do mundo”. Para a revista, “no longo prazo, o Brasil sai perdendo”, detona.
Assim como nos jornais diários, as notícias sobre petróleo aparecem no contexto da operação Lava Jato.
- VEJA registra que a operação “produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Angulo Lopez (…) executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais”.
- Conforme descreve e ilustra a revista, Rafael Angulo Lopez dinheiro desviado da Petrobras na casa de deputados, senadores, governadores, ministros e até na sede nacional do PT.
Ainda nos temas de interesse, parte da ampla cobertura feita pelas revistas em torno do relatório da Comissão Nacional da Verdade entregue esta semana, reportagem diferenciada de ISTOÉ DINHEIRO aborda a colaboração de empresários de diversos setores (inclusive do industrial) com as operações de repressão do período do regime militar.
- À revista, a advogada Rosa Cardoso, responsável por investigar a participação das empresas no regime militar, diz que as empresas podem ser condenadas a pagar indenizações em ações movidas pelo Ministério Público.
- “Não foram enganadas, pensando que era apenas uma mudança de governo. Prepararam um golpe, financiando entidades como o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad). Depois se beneficiaram com a criação de uma indústria bélica no País e financiaram mecanismos de repressão, como a Oban e os DOI-Codi”, afirma a advogada.
0 comentários:
Postar um comentário