Neste domingo (27), jornais
retomam o ritmo normal, o que eleva a presença de menções diretas à Indústria.
Como principal destaque do dia, Robson Braga de Andrade, presidente da CNI,
publica artigo na FOLHA DE S.PAULO sobre o impacto da crise política na economia
brasileira. “O imbróglio em que alguns homens públicos se envolveram está
atrapalhando o país. Eles devem resolver rapidamente seus problemas, o Brasil
não aguenta mais tanta paralisia”, afirma ainda que nesse ambiente de
incertezas, fica muito mais complicado recuperar a economia. “Não é à toa que
os investimentos no Brasil estão andando para trás há nove trimestres
consecutivos. Como alguém pode pensar em elevar a produção em um cenário tão
confuso e sem perspectivas?”.
BRAGA alerta ainda que 2016
seguirá o mesmo caminho de 2015. “Segundo as projeções da CNI, o PIB (Produto
Interno Bruto) deve cair 3,3% neste ano e 2,6% no próximo”, afirma,
acrescentando que a participação da indústria no PIB pode chegar a ser inferior
a 10%. Afirma ainda que no próximo ano o Brasil precisará fazer as reformas
necessária para voltar a crescer.
Em O GLOBO reportagem sobre
investimentos em portos publica estudo da CNI que mostra que, de 2000 a 2014, o
conjunto de oito estatais federais teve gasto total de R$ 13 bilhões. Texto
indica que nesse período as Companhias Docas que são como síndicos que cuidam
de um shopping onde operam os terminais públicos e privados, que equivaleriam
às lojas, fazem seus negócios”, só investiram R$ 3,7 bilhões, ou seja, 28,6%
dos recursos disponíveis.
“Neste ano, até outubro, os
investimentos com origem no Tesouro Nacional fora de R$ 264 milhões, ou 35% da
dotação orçamentária, segundo a CNI”, indica o texto, que detalha que as
estatais federais são responsáveis pela infraestrutura básica dos portos
públicos.
De acordo com o jornal, a CNI
avalia que o nível de investimentos públicos nos últimos anos é insuficiente
para anteder à expansão do comércio exterior. Veículo informa que "os
grandes portos públicos apresentam baixo nível de eficiência em suas
administrações, como passivos trabalhistas altos". A CNI defende a
privatização das estatais, e reproduz ainda nota da entidade:
“É importante caminhar na
direção de um programa-piloto de transferência da administração de alguns
portos organizados para o setor privado e acompanhar a eficiência em sua
gestão”.
FOLHA DE S. PAULO : Dilma só
atinge 32% das metas definidas para 2015
O ESTADO DE S. PAULO : Dilma
tem o menor índice de apoio na Câmara da gestão PT
O GLOBO : Crise obriga
prefeituras a cortar investimentos
ANÁLISE SETORIAL
Volume de reportagens
publicadas pelos jornais se normaliza e com isso também aumentam as abordagens
de temas diretamente ligado ao setor fabril.
FOLHA DE S. PAULO afirma que o
Brasil está na lanterna da indústria global e que a produção do setor registrou
o pior desempenho no terceiro trimestre entre mais de 130 nações, que
representam 95% da indústria no mundo.
“A indústria brasileira recuou
11% em relação ao mesmo período do ano passado. No fechado do ano, a queda deve
ser de cerca de 8%”, afirmou o jornal.
De acordo com a reportagem, o
resultado brasileiro é muito pior que a média da indústria global, que subiu
2,7% na mesma comparação. “Nos países desenvolvidos, a produção industrial se recupera
da crise e cresceu 1,2% no terceiro trimestre, enquanto nos países em
desenvolvimento a alta foi de 5%”, afirmou.
Em reportagem sobre a gestão
da presidente Dilma Rousseff, FOLHA afirma que das 35 metas que Dilma estipulou
para 2015, só 11 foram atingidas.
Texto cita metas de diversas
áreas entre elas a de comércio e detalha que apesar de ter cumprido a promessa
de ampliar o diálogo com a Aliança do Pacífico, a presidente não avançou na
meta de aumentar intercâmbio com a Europa e cumpriu parcialmente a renegociação
dos acordos automotivos, já que não houve renegociação com a Venezuela e
Argentina.
Na área econômica, FOLHA
destaca que a maior parte das metas cumpridas referiam-se a elevação de
tributos, como a correção na Cide e IOF sobre crédito pessoal e reforma do
seguro-desemprego, abono-salarial, pensão por morte e o auxílio doença, mas o
texto destaca que o lançamento do Plano Nacional de Exportações foi cumprido.
O ESTADO DE S. PAULO publica
reportagem sobre os impactos do adiamento da inauguração de uma fábrica da
Honda na cidade de Itirapina, no interior paulista. Segundo o jornal, o
adiamento foi resultado da crise econômica.
“A chegada da montadora
japonesa – fruto do maior investimento privado já feito na cidade, de R$ 1
bilhão – seria um marco para o município”, afirma o jornal.
Em reportagem complementar, o
ESTADÃO cita a cidade de Iracemápolis, também no interior de São Paulo, que
está a três meses da inauguração da fábrica de carros de luxo da Mercedes-Benz.
Segundo o veículo, a cidade
apresenta dados positivos no Caged e a expectativa dos moradores é que a
montadora mude a economia da cidade, hoje dependente da usina de
cana-de-açúcar, Iracema.
Ainda em O ESTADO DE S. PAULO,
texto afirma que apesar dos esforços de empresas locais para reconquistar o
mercado externo, as exportações de produtos manufaturados vão cair pelo segundo
ano seguido.
Conforme a reportagem, de
janeiro a novembro, o valor da média diária exportada acumula retração de 8,9%
em relação ao ano passado.
ESTADÃO cita ainda que, no
caso de veículos, as exportações cresceram 18,9% entre janeiro a novembro no
comparativo com igual período de 2014, mas houve queda em valores.
Em outro texto, jornal
paulista fala sobre uma fábrica de casas pré-fabricadas que iniciou, em
dezembro, o envio de casas para a Alemanha para abrigar refugiados sírios.
Conforme o veículo, o
diretor-geral da empresa, Gilmar Lima, afirmou que o primeiro contrato prevê o
envio mensal de 100 kit de casas pré-fabricadas e que a previsão é entregar 1,2
mil kits no próximo ano, um contrato avaliado em R$ 65 milhões.
Reservando espaço para a Lava
Jato, O ESTADO DE S. PAULO relata que em depoimento à PF, no último dia 16, “o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecia falar de um outro governo, e
não daquele cuja chefia ele exerceu ao longo de oito anos”. Editorial descreve
que e as repostas de Lula indicavam ignorância ou envolvimento apenas
incidental.
Já em editorial econômico, O
ESTADO DE S. PAULO afirma que no último mês a “dívida pública federal não só
cresceu significativamente - R$70 bilhões, incluindo juros -, como ficou mais
curta e continuou muito cara, segundo o Tesouro Nacional”.
MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S.
PAULO, afirma que as tarifas de energia elétrica em todo o país devem subir, em
média, 15% no próximo ano, segundo projeções da Thymos Energia. Segundo a
publicação, a alta é um reflexo da combinação de vários aspectos, como repasse
de custos da crise setorial dos últimos anos, encargos e valorização cambial.
PAINEL, também na FOLHA,
afirma que cerca de R$ 12 bilhões do FGTS que estavam à disposição das empresas
ficaram parados por falta de interessados. “Os pedidos de empréstimos até
chegaram à Caixa, que administra o FI-FGTS, mas as companhas não mandaram os
documentos necessários ou desistiram de agendar reuniões”, afirma a coluna.
De acordo com o texto, o
último empréstimo foi dado em abril para a concessionária de rodovias CCR
recebeu R$ 610 milhões. “É um recorde negativo para o FI-FGTS, criado para
investir dinheiro do fundo de garantia dos trabalhadores em infraestrutura”.
PAINEL destaca que em janeiro
serão avaliados os casos da Rumo, Rialma e Energisa e lembra que o fundo passou
a divulgar na internet as recomendações de investimentos da Caixa e o voto dos
membros “para inibir pedidos de vista desnecessários”.
PANORAMA ECONÔMICO do ESTADÃO
cita frase do secretário-geral do Contas Abertas, Gil Castello Branco: “Qual é
o maluco que vai investir no País em um momento desses?”.
Editorial da FOLHA DE S. PAULO
aborda o Plano Nacional de Educação (PNE) e as metas para melhorar a qualidade
do ensino brasileiro.
Texto afirma que sem um plano
mais concreto do que deve ser feito nas escolas públicas brasileiras, seria
imprudente dobrar o gasto em educação de 5,2% do PIB para 10%, como estipula o
PNE.
“Não basta dinheiro para
recuperar o tempo perdido e alcançar níveis de qualidade já obtidos por países
como Chile e Coreia do Sul”.
Ainda no editorial, FOLHA fala
ainda do impacto da escolaridade na produtividade do trabalhador. “Para piorar,
a escolaridade aumentou, mas não a produtividade média do trabalhador
brasileiro. Por aqui, houve muita ênfase em inclusão na escola e pouca em
qualidade do ensino”, afirma o jornal.
Já o CORREIO BRAZILIENSE (DF)
afirma que a queda no crescimento populacional abre a possibilidade de ter mais
recursos para educar as crianças e que isso é o maior benefício do movimento.
Segundo o veículo, "é
difícil encontrar uma nação onde tal oportunidade seja tão grande quanto no
Brasil". Isso porque os nascimentos no país estão caindo mais rápido que a
média mundial e porque o nível médio do nosso ensino é muito baixo, "o que
significa que qualquer ganho resulta em benefícios enormes", afirma o
jornal.
Jornal do DF expõe que as
crianças das famílias mais pobres devem ser vistas como uma oportunidade já que
elas serão a maior fonte de recursos humanos para o crescimento econômico.
"O Brasil começou tarde a
tarefa de universalizar o ensino fundamental. Mas essa tarefa está praticamente
concluída: hoje 93% das crianças em idade de frequentar o ensino fundamental
estão matriculadas em uma escola", indica o texto.
De acordo com o CORREIO a
interação entre escolas e a comunidade - incluindo pessoas e empresas - é um
dos caminhos para elevar a qualidade do ensino no país.
No mesmo jornal, reportagem do
caderno de TRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL afirma que o Brasil está perdendo a
capacidade de desenvolver, atrair e reter pessoas com habilidades para o mundo
dos negócios.
De acordo com o CORREIO,
Evaldo Bazeggio, professor e gestor da Escola de Administração e Negócios,
afirma que a pouca disponibilidade de mão de obra qualificada é acarretada pela
falta de formação específica em negócios.
“O especialista destaca que a
cultura de grandes empresas no país não favorece o desenvolvimento de pessoas”,
afirma o veículo.
Balanços sobre o atual cenário
político marcam a pauta do dia.
Jornais reservam os principais
espaços para apresentar um saldo do primeiro ano do segundo mandato da
presidente Dilma Rousseff, e ainda traçar projeções.
Manchete em O ESTADO DE S.
PAULO anota que a gestão Dilma tem o menor índice de apoio na Câmara dos
Deputados e pontua que 2015 “consolida processo de queda do apoio ao Executivo
no Legislativo desde a ascensão do PT à Presidência, em 2003”.
Já a FOLHA DE S. PAULO, também
em manchete, destaca que a presidente Dilma Rousseff cumpriu apenas um terço
que previu no início de 2015. Detalha que das 34 principais metas que enviou ao
Congresso Nacional somente 11 saíram do papel.
Com perspectivas sobre as
eleições de 2016, manchete de O GLOBO informa que a crise econômica atingiu as
metas dos governos municipais de transformar seus municípios em grandes
canteiros de obras.
Reportagem posiciona que nas
grandes cidades “já é possível constatar que os investimentos despencaram até
90% este ano”.
Em texto correlato, O GLOBO
registra que uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de dos Municípios
(CNM) aponta que 62% das 4.080 cidades brasileiras estão em débito com
fornecedores e 13% devem salários a funcionários.
Vale registrar, em O GLOBO,
reportagem que trata da trajetória do ex-vice-presidente Marco Maciel. Texto
mostra como o político, que hoje enfrenta o mal de Alzheimer, tratou da
coordenação política durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Na cobertura associada à
operação Lava Jato, O ESTADO DE S. PAULO informa que o Conselho de Ética da
Câmara, que analisa o processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), julgou, desde sua criação em 2011, cinco parlamentares acusados e
mentir, assim como o peemedebista, mas apenas um teve o mandato cassado:
Roberto Jefferson (PTB).
FOLHA DE S. PAULO expõe que o
senador Delcídio do Amaral (PT-MS) “viu esfarelar a sua base eleitoral após ser
preso em um desdobramento cinematográfico” da operação.
Ainda na FOLHA, outra
reportagem indica que o Ministério Público de São Paulo investiga se OAS
favoreceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “ao reservar para a família
dele um apartamento triplex no Guarujá (litoral de SP) e pagar por uma reforma
estrutural no imóvel no valor de R$ 700 mil”.
Já o CORREIO BRAZILIENSE (DF)
descreve que o ano “foi marcado pelo escancaramento de escândalos e apontou uma
série de desafios pela frente no combate aos atos ilícitos”.
Analisando o efeito da Lava
Jato, jornal do DF aponta, contudo, que “casos emblemáticos, como o do
ex-senador Luiz Estevão, mostram que ainda são necessárias mudanças,
principalmente no sistema judicial, para que a luta contra a impunidade se
torne efetiva”.
Avaliações e análises sobre o
panorama econômico também influenciam o perfil do noticiário macro.
FOLHA DE S. PAULO indica que o
governo federal puxou queda nos investimentos em 2015 e relata que o Tesouro
Nacional e estatais “respondem por 30% da redução dos gastos com obras e compra
de equipamentos até setembro”.
Jornal paulista avalia que o
“ajuste fiscal e crise na Petrobras derrubam investimento no pais e agravam
derrocada na economia” neste ano.
Com chamada de capa, O ESTADO
DE S. PAULO noticia que “o governo fecha 2015 com avanço praticamente nulo na
área de logística” e aponta que das concessões previstas “apenas uma, para
operação de terminais no Porto de Santos, saiu do papel”.
Segundo o ESTADÃO, “as
avaliações são de que o governo continuará tendo grande dificuldade de
conseguir emplacar essas concessões nos próximos anos”.
O GLOBO registra que, “depois
de sofrer com a disparada das tarifas de energia em 2015, o brasileiro terá que
conviver com outros vilões do orçamento doméstico em 2016” e indica que será um
“ano de incertezas” sobre alguns dos itens que compõe o custo das famílias.
Aponta que o próximo ano “será
marcado pela inflação de serviços, uma velha conhecida das famílias” e indica
que “mesmo com a recessão, itens como educação, alimentação fora de casa e
empregada doméstica devem resistir, influenciados pelo salário mínimo”.
Em outra reportagem O GLOBO
publica que 2016 será o “o segundo ano de recessão, o que não ocorria desde a
década de 1930” e afirma que “analistas acreditam, porém, que o tombo será
menor do que o de 2015”.