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domingo, 27 de dezembro de 2015

Análise de Mídia, domingo 27 de dezembro de 2015

Neste domingo (27), jornais retomam o ritmo normal, o que eleva a presença de menções diretas à Indústria. Como principal destaque do dia, Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, publica artigo na FOLHA DE S.PAULO sobre o impacto da crise política na economia brasileira. “O imbróglio em que alguns homens públicos se envolveram está atrapalhando o país. Eles devem resolver rapidamente seus problemas, o Brasil não aguenta mais tanta paralisia”, afirma ainda que nesse ambiente de incertezas, fica muito mais complicado recuperar a economia. “Não é à toa que os investimentos no Brasil estão andando para trás há nove trimestres consecutivos. Como alguém pode pensar em elevar a produção em um cenário tão confuso e sem perspectivas?”. 

BRAGA alerta ainda que 2016 seguirá o mesmo caminho de 2015. “Segundo as projeções da CNI, o PIB (Produto Interno Bruto) deve cair 3,3% neste ano e 2,6% no próximo”, afirma, acrescentando que a participação da indústria no PIB pode chegar a ser inferior a 10%. Afirma ainda que no próximo ano o Brasil precisará fazer as reformas necessária para voltar a crescer.

Em O GLOBO reportagem sobre investimentos em portos publica estudo da CNI que mostra que, de 2000 a 2014, o conjunto de oito estatais federais teve gasto total de R$ 13 bilhões. Texto indica que nesse período as Companhias Docas que são como síndicos que cuidam de um shopping onde operam os terminais públicos e privados, que equivaleriam às lojas, fazem seus negócios”, só investiram R$ 3,7 bilhões, ou seja, 28,6% dos recursos disponíveis.

“Neste ano, até outubro, os investimentos com origem no Tesouro Nacional fora de R$ 264 milhões, ou 35% da dotação orçamentária, segundo a CNI”, indica o texto, que detalha que as estatais federais são responsáveis pela infraestrutura básica dos portos públicos.

De acordo com o jornal, a CNI avalia que o nível de investimentos públicos nos últimos anos é insuficiente para anteder à expansão do comércio exterior. Veículo informa que "os grandes portos públicos apresentam baixo nível de eficiência em suas administrações, como passivos trabalhistas altos". A CNI defende a privatização das estatais, e reproduz ainda nota da entidade:

“É importante caminhar na direção de um programa-piloto de transferência da administração de alguns portos organizados para o setor privado e acompanhar a eficiência em sua gestão”.



FOLHA DE S. PAULO : Dilma só atinge 32% das metas definidas para 2015

O ESTADO DE S. PAULO : Dilma tem o menor índice de apoio na Câmara da gestão PT

O GLOBO : Crise obriga prefeituras a cortar investimentos

ANÁLISE SETORIAL
Volume de reportagens publicadas pelos jornais se normaliza e com isso também aumentam as abordagens de temas diretamente ligado ao setor fabril.

FOLHA DE S. PAULO afirma que o Brasil está na lanterna da indústria global e que a produção do setor registrou o pior desempenho no terceiro trimestre entre mais de 130 nações, que representam 95% da indústria no mundo.

“A indústria brasileira recuou 11% em relação ao mesmo período do ano passado. No fechado do ano, a queda deve ser de cerca de 8%”, afirmou o jornal.

De acordo com a reportagem, o resultado brasileiro é muito pior que a média da indústria global, que subiu 2,7% na mesma comparação. “Nos países desenvolvidos, a produção industrial se recupera da crise e cresceu 1,2% no terceiro trimestre, enquanto nos países em desenvolvimento a alta foi de 5%”, afirmou.

Em reportagem sobre a gestão da presidente Dilma Rousseff, FOLHA afirma que das 35 metas que Dilma estipulou para 2015, só 11 foram atingidas.

Texto cita metas de diversas áreas entre elas a de comércio e detalha que apesar de ter cumprido a promessa de ampliar o diálogo com a Aliança do Pacífico, a presidente não avançou na meta de aumentar intercâmbio com a Europa e cumpriu parcialmente a renegociação dos acordos automotivos, já que não houve renegociação com a Venezuela e Argentina.

Na área econômica, FOLHA destaca que a maior parte das metas cumpridas referiam-se a elevação de tributos, como a correção na Cide e IOF sobre crédito pessoal e reforma do seguro-desemprego, abono-salarial, pensão por morte e o auxílio doença, mas o texto destaca que o lançamento do Plano Nacional de Exportações foi cumprido.

O ESTADO DE S. PAULO publica reportagem sobre os impactos do adiamento da inauguração de uma fábrica da Honda na cidade de Itirapina, no interior paulista. Segundo o jornal, o adiamento foi resultado da crise econômica.

“A chegada da montadora japonesa – fruto do maior investimento privado já feito na cidade, de R$ 1 bilhão – seria um marco para o município”, afirma o jornal.

Em reportagem complementar, o ESTADÃO cita a cidade de Iracemápolis, também no interior de São Paulo, que está a três meses da inauguração da fábrica de carros de luxo da Mercedes-Benz.

Segundo o veículo, a cidade apresenta dados positivos no Caged e a expectativa dos moradores é que a montadora mude a economia da cidade, hoje dependente da usina de cana-de-açúcar, Iracema.

Ainda em O ESTADO DE S. PAULO, texto afirma que apesar dos esforços de empresas locais para reconquistar o mercado externo, as exportações de produtos manufaturados vão cair pelo segundo ano seguido.

Conforme a reportagem, de janeiro a novembro, o valor da média diária exportada acumula retração de 8,9% em relação ao ano passado.

ESTADÃO cita ainda que, no caso de veículos, as exportações cresceram 18,9% entre janeiro a novembro no comparativo com igual período de 2014, mas houve queda em valores.

Em outro texto, jornal paulista fala sobre uma fábrica de casas pré-fabricadas que iniciou, em dezembro, o envio de casas para a Alemanha para abrigar refugiados sírios.

Conforme o veículo, o diretor-geral da empresa, Gilmar Lima, afirmou que o primeiro contrato prevê o envio mensal de 100 kit de casas pré-fabricadas e que a previsão é entregar 1,2 mil kits no próximo ano, um contrato avaliado em R$ 65 milhões.



Reservando espaço para a Lava Jato, O ESTADO DE S. PAULO relata que em depoimento à PF, no último dia 16, “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parecia falar de um outro governo, e não daquele cuja chefia ele exerceu ao longo de oito anos”. Editorial descreve que e as repostas de Lula indicavam ignorância ou envolvimento apenas incidental.

Já em editorial econômico, O ESTADO DE S. PAULO afirma que no último mês a “dívida pública federal não só cresceu significativamente - R$70 bilhões, incluindo juros -, como ficou mais curta e continuou muito cara, segundo o Tesouro Nacional”.



MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S. PAULO, afirma que as tarifas de energia elétrica em todo o país devem subir, em média, 15% no próximo ano, segundo projeções da Thymos Energia. Segundo a publicação, a alta é um reflexo da combinação de vários aspectos, como repasse de custos da crise setorial dos últimos anos, encargos e valorização cambial.

PAINEL, também na FOLHA, afirma que cerca de R$ 12 bilhões do FGTS que estavam à disposição das empresas ficaram parados por falta de interessados. “Os pedidos de empréstimos até chegaram à Caixa, que administra o FI-FGTS, mas as companhas não mandaram os documentos necessários ou desistiram de agendar reuniões”, afirma a coluna.

De acordo com o texto, o último empréstimo foi dado em abril para a concessionária de rodovias CCR recebeu R$ 610 milhões. “É um recorde negativo para o FI-FGTS, criado para investir dinheiro do fundo de garantia dos trabalhadores em infraestrutura”.

PAINEL destaca que em janeiro serão avaliados os casos da Rumo, Rialma e Energisa e lembra que o fundo passou a divulgar na internet as recomendações de investimentos da Caixa e o voto dos membros “para inibir pedidos de vista desnecessários”.

PANORAMA ECONÔMICO do ESTADÃO cita frase do secretário-geral do Contas Abertas, Gil Castello Branco: “Qual é o maluco que vai investir no País em um momento desses?”.



Editorial da FOLHA DE S. PAULO aborda o Plano Nacional de Educação (PNE) e as metas para melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

Texto afirma que sem um plano mais concreto do que deve ser feito nas escolas públicas brasileiras, seria imprudente dobrar o gasto em educação de 5,2% do PIB para 10%, como estipula o PNE.

“Não basta dinheiro para recuperar o tempo perdido e alcançar níveis de qualidade já obtidos por países como Chile e Coreia do Sul”.

Ainda no editorial, FOLHA fala ainda do impacto da escolaridade na produtividade do trabalhador. “Para piorar, a escolaridade aumentou, mas não a produtividade média do trabalhador brasileiro. Por aqui, houve muita ênfase em inclusão na escola e pouca em qualidade do ensino”, afirma o jornal.

Já o CORREIO BRAZILIENSE (DF) afirma que a queda no crescimento populacional abre a possibilidade de ter mais recursos para educar as crianças e que isso é o maior benefício do movimento.

Segundo o veículo, "é difícil encontrar uma nação onde tal oportunidade seja tão grande quanto no Brasil". Isso porque os nascimentos no país estão caindo mais rápido que a média mundial e porque o nível médio do nosso ensino é muito baixo, "o que significa que qualquer ganho resulta em benefícios enormes", afirma o jornal.

Jornal do DF expõe que as crianças das famílias mais pobres devem ser vistas como uma oportunidade já que elas serão a maior fonte de recursos humanos para o crescimento econômico.

"O Brasil começou tarde a tarefa de universalizar o ensino fundamental. Mas essa tarefa está praticamente concluída: hoje 93% das crianças em idade de frequentar o ensino fundamental estão matriculadas em uma escola", indica o texto.

De acordo com o CORREIO a interação entre escolas e a comunidade - incluindo pessoas e empresas - é um dos caminhos para elevar a qualidade do ensino no país.

No mesmo jornal, reportagem do caderno de TRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL afirma que o Brasil está perdendo a capacidade de desenvolver, atrair e reter pessoas com habilidades para o mundo dos negócios.

De acordo com o CORREIO, Evaldo Bazeggio, professor e gestor da Escola de Administração e Negócios, afirma que a pouca disponibilidade de mão de obra qualificada é acarretada pela falta de formação específica em negócios.

“O especialista destaca que a cultura de grandes empresas no país não favorece o desenvolvimento de pessoas”, afirma o veículo.


Balanços sobre o atual cenário político marcam a pauta do dia.

Jornais reservam os principais espaços para apresentar um saldo do primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, e ainda traçar projeções.

Manchete em O ESTADO DE S. PAULO anota que a gestão Dilma tem o menor índice de apoio na Câmara dos Deputados e pontua que 2015 “consolida processo de queda do apoio ao Executivo no Legislativo desde a ascensão do PT à Presidência, em 2003”.

Já a FOLHA DE S. PAULO, também em manchete, destaca que a presidente Dilma Rousseff cumpriu apenas um terço que previu no início de 2015. Detalha que das 34 principais metas que enviou ao Congresso Nacional somente 11 saíram do papel.

Com perspectivas sobre as eleições de 2016, manchete de O GLOBO informa que a crise econômica atingiu as metas dos governos municipais de transformar seus municípios em grandes canteiros de obras.

Reportagem posiciona que nas grandes cidades “já é possível constatar que os investimentos despencaram até 90% este ano”.

Em texto correlato, O GLOBO registra que uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de dos Municípios (CNM) aponta que 62% das 4.080 cidades brasileiras estão em débito com fornecedores e 13% devem salários a funcionários.

Vale registrar, em O GLOBO, reportagem que trata da trajetória do ex-vice-presidente Marco Maciel. Texto mostra como o político, que hoje enfrenta o mal de Alzheimer, tratou da coordenação política durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Na cobertura associada à operação Lava Jato, O ESTADO DE S. PAULO informa que o Conselho de Ética da Câmara, que analisa o processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), julgou, desde sua criação em 2011, cinco parlamentares acusados e mentir, assim como o peemedebista, mas apenas um teve o mandato cassado: Roberto Jefferson (PTB).

FOLHA DE S. PAULO expõe que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) “viu esfarelar a sua base eleitoral após ser preso em um desdobramento cinematográfico” da operação.

Ainda na FOLHA, outra reportagem indica que o Ministério Público de São Paulo investiga se OAS favoreceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “ao reservar para a família dele um apartamento triplex no Guarujá (litoral de SP) e pagar por uma reforma estrutural no imóvel no valor de R$ 700 mil”.

Já o CORREIO BRAZILIENSE (DF) descreve que o ano “foi marcado pelo escancaramento de escândalos e apontou uma série de desafios pela frente no combate aos atos ilícitos”.

Analisando o efeito da Lava Jato, jornal do DF aponta, contudo, que “casos emblemáticos, como o do ex-senador Luiz Estevão, mostram que ainda são necessárias mudanças, principalmente no sistema judicial, para que a luta contra a impunidade se torne efetiva”.



Avaliações e análises sobre o panorama econômico também influenciam o perfil do noticiário macro.

FOLHA DE S. PAULO indica que o governo federal puxou queda nos investimentos em 2015 e relata que o Tesouro Nacional e estatais “respondem por 30% da redução dos gastos com obras e compra de equipamentos até setembro”.

Jornal paulista avalia que o “ajuste fiscal e crise na Petrobras derrubam investimento no pais e agravam derrocada na economia” neste ano.

Com chamada de capa, O ESTADO DE S. PAULO noticia que “o governo fecha 2015 com avanço praticamente nulo na área de logística” e aponta que das concessões previstas “apenas uma, para operação de terminais no Porto de Santos, saiu do papel”.

Segundo o ESTADÃO, “as avaliações são de que o governo continuará tendo grande dificuldade de conseguir emplacar essas concessões nos próximos anos”.

O GLOBO registra que, “depois de sofrer com a disparada das tarifas de energia em 2015, o brasileiro terá que conviver com outros vilões do orçamento doméstico em 2016” e indica que será um “ano de incertezas” sobre alguns dos itens que compõe o custo das famílias.

Aponta que o próximo ano “será marcado pela inflação de serviços, uma velha conhecida das famílias” e indica que “mesmo com a recessão, itens como educação, alimentação fora de casa e empregada doméstica devem resistir, influenciados pelo salário mínimo”.

Em outra reportagem O GLOBO publica que 2016 será o “o segundo ano de recessão, o que não ocorria desde a década de 1930” e afirma que “analistas acreditam, porém, que o tombo será menor do que o de 2015”.


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