Foi autorizado o afastamento
de três integrantes da Hemobras, sendo dois membros da diretoria, além de
prisões temporárias contra empresários. Foto: Guga Matos/ JC Imagem
A Polícia Federal em
Pernambuco deflagrou na manhã desta quarta-feira (9), após 1 (um) ano de
investigações, a Operação Pulso com objetivo de reprimir a atuação de uma
organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos
públicos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – Hemobras.
A Hemobras tem a missão de
alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos derivados do sangue
necessários para abastecimento de pacientes da rede pública de saúde
brasileira.
Durante a operação percebeu-se
que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em
medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em
virtude de ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado
para a produção dos medicamentos.
Estão sendo cumpridos nos Estados
de Pernambuco, Piauí, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo 28 (vinte e oito)
mandados de busca e apreensão, além de 29 (vinte e nove) oitivas mediante
intimações e 2 (dois) mandados de prisão temporária, expedidos contra
empresários com atuação na empresa pública, inclusive, um lobista com atuação
em Pernambuco, Piauí e exterior.
Foi autorizado ainda o
afastamento de 3 (três) integrantes da Hemobras, sendo 2 (dois) membros da sua
Diretoria.
Na chegada dos agentes da PF a
um dos endereços investigados, os prédios conhecidos como “Torres Gêmeas, no
Cais de Santa Rita, no Centro do Recife, uma situação, no mínimo, inusitada,
ocorreu: maços de dinheiro foram arremessados pelas janelas. A PF ainda não
confirmou a quantia e se o dinheiro tem relação com a operação.
Confira:
No total, foram mobilizados
170 (cento e setenta) policiais para cumprir as medidas previstas nesta fase,
que recai sobre ilícitos em diversos licitações e contratos de logística de
plasma e hemoderivados, bem como na própria obra de construção da fábrica em
Goiana/PE.
Os delitos, por ora,
investigados são os previstos no art. 312 do CP (peculato), arts. 317 e 333
(corrupção passiva e ativa), no art. 90 da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações),
no art. 22 da Lei nº 7.492/86 (evasão de divisas), no art. 1º da Lei nº
9.613/98 (Lavagem de Dinheiro) e no art. 2º da Lei nº 12.850/13 (organização
criminosa), com penas de detenção e reclusão que variam de 1 (um) a 12 (doze)
anos.
Coletiva de imprensa será
concedida às 14h no auditório da Sede da Polícia Federal que fica localizado na
Rua Cais do Apolo, 321, bairro do Recife Antigo.
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