O presidente da Empresa
Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), Romulo Maciel Filho,
foi afastado do cargo. Ele é um dos investigados da Operação Pulso, deflagrada
hoje (9) pela Polícia Federal contra um grupo suspeito de fraudar licitações e
desviar recursos públicos da estatal.
O diretor de Produtos
Estratégicos e Inovação da Hemobrás, Mozart Sales, também foi afastado da
função. O médico chegou a assumir interinamente o Ministério da Saúde, em 2012,
e é descrito no site da Hemobrás como criador do programa Mais Médicos. Dois
sócios de uma empresa com atuação na Hemobrás foram presos na operação, segundo
a Polícia Federal.
A operação investiga
irregularidades em licitações e contratos de logística de plasma e
hemoderivados, além de fraude na construção da fábrica de medicamentos da
empresa em Goiana, a 60 quilômetros do Recife, que começou a ser erguida em
2010. Ligada ao Ministério da Saúde, a Hemobrás é responsável por pesquisas
relacionadas ao sangue.
A Polícia Federal afirma que,
durante a operação, percebeu que diversas amostras de sangue coletado que
deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças
eram armazenados de forma inadequada, o que os tornava inapropriados para a
produção dos remédios.
Foram cumpridos, ainda, 28
mandados de busca e apreensão e 29 depoimentos, mediante intimações. Ao todo,
170 policiais participaram da operação em Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais,
no Piauí e na Paraíba.
Segundo a Polícia Federal, o
dinheiro que “voou” de um prédio no Recife, quando policiais chegavam ao local,
foi arremessado da janela de um apartamento de Romulo Maciel Filho. Um vídeo
feito no local mostra maços de dinheiro jogados no chão do estacionamento do
prédio e das ruas próximas. A assessoria da PF não soube dizer a quantia jogada
pela janela.
A estatal alvo da operação tem
a missão de alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos
derivados do sangue necessários para abastecimento de pacientes da rede pública
de saúde brasileira.
Os investigados podem
responder por peculato,corrupção passiva e ativa, evasão de divisas, lavagem de
dinheiro e organização criminosa.
A Agência Brasil procurou a
Hemobrás e o Ministério da Saúde, que ainda não se manifestaram.
Edição: Maria Claudia
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