Com edições mais enxutas,
menções diretas à Indústria registram retração nos jornais que circulam neste
sábado (26).
FOLHA DE S.PAULO publica
entrevista com o economista chinês Li Daokui, que já integrou o comitê de
política monetária do BC da China, que afirma que a transição chinesa abre
oportunidades econômicas para o Brasil, diz que “por isso acha contraproducente
a demanda da indústria brasileira de não reconhecer, em 2016, a china como
economia de mercado, sob alegação de que o isso facilitaria práticas desleais
nas importações chinesas”.
Em uma das perguntas, jornal
lança a questão ao economista: “A CNI está em campanha contra o reconhecimento
da China pelo Brasil como economia de mercado. Isso pode afetar relações?” Em
sua resposta, ele afirma que há mais oportunidades para os dois países que
perdas potenciais. Li Daokui destaca que entende que algumas empresas brasileiras
estejam preocupadas em ser prejudicadas com o reconhecimento.
“Mas é preciso ver o quadro de
forma mais ampla, pode haver mais exportações e muitas empresas brasileiras
podem ganhar. Temos de deixar de lado as questões menores e focar o que importa”,
afirma o economista na entrevista.
Em outra abordagem, FOLHA DE
S. PAULO também destaca que enquanto o governo não consegue aprovar a volta da
CPMF que pode render R$ 10 bilhões para os cofres públicos, a equipe econômica
pode aprovar no Congresso, em 2016, “aumentos pontuais de tributos para
garantir uma situação de caixa melhor do que a vivida neste ano”.
Reportagem detalha o trâmite
de algumas medidas provisórias com esse intuito e afirma ainda que o Orçamento
de 2016 foi aprovado prevendo receitas que podem não se realizar, como a CPMF.
FOLHA destaca, contudo, que
quando anunciou as medidas para cobrir o rombo no Orçamento e fechar o ano com
superávit de 0,5% do PIB, o governo contava com a CPMF para o ano todo, e
também anunciou “mudança no Sistema S que poderia gerar R$ 8 bilhões, mas a
medida não saiu do papel”.
Na mídia regional, VERTICAL,
coluna publicada em O POVO (CE), reproduz declaração do ex-presidente da Fiec e
membro do Conselho da Confederação Nacional da Indústria, Fernando Cirino, ao
comentar, no "cearencês", o quadro político-econômico do país:
“Vivemos um desmantelo!”
FOLHA DE S. PAULO : Samarco
não vai reativar barragem que ruiu em MG
O ESTADO DE S. PAULO : Tesouro
pressiona e BNDES vai pagar R$ 4,8 bi à União
O GLOBO : Picciani nega a
Pezão uso de fundo de R$ 190 milhões
Menor volume de reportagens
publicadas pelos jornais também compromete noticiário de interesse direto do
setor fabril. Abordagens se concentram em “balanços” de fim de ano.
Reportagem em O ESTADO DE S.
PAULO afirma que a jornada de trabalho dos brasileiros chegou, em 2015, ao
menor valor já registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE).
Levantamento feito pelo jornal
verificou que de janeiro a novembro desse ano a média de horas efetivamente
trabalhadas no Brasil chegou a 39,9 horas semanais.
Ao jornal, o secretário-geral
da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, afirmou que a jornada
caiu muito por conta das demissões e dos cortes de horas trabalhadas nas
montadoras e na indústria de autopeças.
ESTADÃO destaca ainda
avaliação do professor da USP Hélio Zylberstajn, que afirma que a marcha da
recessão ainda vai se prolongar por um ou dois anos, “e isso deve reduzir a
jornada de trabalho ainda mais, com os acordos de lay-offs (suspensão
temporária do contrato de trabalho) e com aumento das demissões de
trabalhadores menos especializados, que cumprem jornadas maiores”.
Já a FOLHA DE S. PAULO afirma
que a conclusão ou a paralisação de grandes obras de infraestrutura vêm
provocando estragos na cadeia de supridores de máquinas e insumos para a
construção civil.
“O segmento mais prejudicado
até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas
neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%”, publica
o veículo.
De acordo com o texto,
especialistas ouvidos pela reportagem apontam que o cenário não tem perspectiva
de melhora no médio prazo e que o ciclo de grandes obras no Brasil acabou.
“Nos quatro setores analisados
pela FOLHA, as perspectivas de vendas em 2015 equivalem a níveis de 2009, ano
impactado pela crise financeira internacional.”
O GLOBO, por sua vez, informa
que o “crédito mais restrito, a crise na economia e o medo do desemprego estão
fazendo o mercado de motocicletas no Brasil retroceder, em 2015, ao patamar de
dez anos atrás”.
Com dados da Abraciclo,
associação que representa os fabricantes, jornal carioca indica que “o ano
fechará com produção de 1,27 milhão de unidades, mesmo nível produzido em
2005”.
O ESTADO DE S. PAULO, em
editorial, aborda a influência do panorama político sobre a inflação e indica
que “a incerteza quanto à velocidade e à forma do ajuste é uma das causas
principais do crescente desarranjo no sistema de preços”.
PANORAMA POLÍTICO, em O GLOBO,
destaca que a aprovação da CPMF é prioridade da Fazenda e que “aprova-la, no
primeiro semestre de 2016, é a tarefa recebida pelo líder do governo na Câmara,
José Guimarães”.
Texto completa: “O governo
mantém a aprova de que, com a partilha com estados e municípios, vencerá as
resistências”.
PANORAMA ECONÔMICO, em O
ESTADO DE S. PAULO, atribui ao coordenador do projeto “salariômetro”, da Fipe a
frase: “A recessão ainda vai se prolongar por um ou dois anos, e isso deve
reduzir a jornada de trabalho ainda mais”.
Na mesma coluna, o presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Miguel Torres, afirma que: “com mais gente
empregada e com os salários acima da inflação, o mínimo de confiança vai
voltar”.
PAINEL, na FOLHA DE S. PAULO,
informa que o “Planalto e o PT pretendem continuar rivalizando sobre o
impeachment com Eduardo Cunha, ainda que o peemedebista seja apeado da
presidência da Câmara no ano que vem”.
Nota descreve que, “para
auxiliares de Dilma Rousseff, ter transformado o deputado em vilão da narrativa
vem dando resultado. A ideia é enfatizar que o pedido nasceu como fruto de um
"pecado original" e que, contaminado desde o princípio, não tem
legitimidade mesmo que Cunha já não esteja à frente do processo formalmente”.
BRASÍLIA-DF, no CORREIO
BRAZILIENSE (DF), anota: “Até este ponto da crise, diz-se que as instituições
estão funcionando a contento, exercendo suas atribuições. Mas, com alguns dos
principais líderes do Congresso Nacional enroscados na Lava Jato, a situação
entre Legislativo e Judiciário corre o risco de se agravar”.
“Não foi nada bom o encontro
entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Supremo Tribunal Federal,
Ricardo Lewandowski. Quem se reuniu com Eduardo depois ficou com a sensação de
que o risco de o presidente da Câmara tentar confrontar o STF não está
afastado”, adiciona BRASÍLIA-DF.
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
expõe, em reportagem especial sobre os compromissos assumidos pela presidente
Dilma Rousseff, que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) deverá oferecer 12 milhões de vagas até 2018.
“Segundo levantamento da
organização Contas Abertas, de janeiro a novembro deste ano, o governo aplicou
R$ 2,7 bilhões no Pronatec, contra R$ 4,5 bilhões no mesmo período do ano
passado”, expõe o jornal do DF.
Conforme o CORREIO, o
investimento no Fies também apresentou recuo. “Foram R$ 14,6 bilhões em 2014,
que caíram para R$ 12 bilhões neste ano”.
Em editorial, FOLHA DE S.
PAULO afirma que a crise econômica já está afetando os investimentos em
inovação. Cita que a MP 694, que integra o ajuste fiscal, acaba com a Lei do
Bem, que permitia às empresas deduzir do Impostos de Renda gastos com pesquisa
e desenvolvimento no país.
Texto cita levantamento do
Departamento de Competitividade da Fiesp que consultou 75 empresas e verificou
que 60% delas pretendem demitir pesquisadores, com redução de cerca de 12.600
postos de trabalho.
“Além disso, 74% das
companhias afirmam que haverá redução ou cancelamento de projetos e 17% estudam
transferir atividades para o exterior”, indica o editorial.
FOLHA destaca também que em
2016 R$ 2,8 bilhões devem deixar de ser investidos em inovação.
O GLOBO púbica que o CMN
(Conselho Monetário Nacional) fez uma reunião extraordinária na quinta-feira e
anunciou o segundo corte nos limites de empréstimos do Programa de Sustentação
do Investimento (PSI) em apenas dois meses.
Conforme a reportagem, o corte
anunciado na quinta-feira ocorreu nas linhas de financiamento sob
reponsabilidade da Finep, que são destinadas a projetos de inovação e pesquisa.
No texto, veículo carioca
menciona que o limite baixou de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões. “Já o limite
do PSI para empréstimos concedidos pelo BNDES foi mantido em R$ 18,5 bilhões,
mas algumas linhas foram remanejadas”.
Perfil diversificado marca a
cobertura política, que avança entre itens que vão das investigações da
operação Lava Jato às cenas econômica e partidária.
Algumas abordagens adotam tom
de balanço para explorar temas que marcaram o governo em 2015.
Em sua principal reportagem, O
ESTADO DE S. PAULO publica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra
“ações concretas” para retomada do crescimento, após troca na Fazenda.
Conforme o jornal, Lula quer
convencer a presidente Dilma Rousseff a anunciar medidas que “indiquem mudanças
na economia” e pontua que para o ex-presidente o discurso inicial do novo
ministro Nelson Barbosa “desagradou tanto direta a quanto esquerda”.
ESTADÃO aponta ainda que na
visão de Lula a “criação de expectativas positivas é essencial para garantir
apoio popular contra o impeachment”.
Com foco nas eleições de 2016,
O GLOBO destaca como o PT tem se movimentado diante da crise que o atinge para
garantir a continuidade de suas gestões municipais.
Indicando que a legenda tem 15
das 83 prefeituras do país, jornal expõe que, “para a cúpula petista, o
desgaste eleitoral devido aos casos de corrupção” será maior nos grandes
centros.
Em outra reportagem, O GLOBO
analisa o debate em torno do impeachment e suas diferentes interpretações,
especialmente ao tratar se as chamadas “pedaladas fiscais” e a autorização de
créditos suplementares sem o aval do Congresso “configuram crime de
responsabilidade”.
CORREIO BRAZILIENSE (DF) elege
alguns pontos da crise do governo e pontua que “problemas a economia e
dificuldade de diálogo com o Congresso tornaram impossível o cumprimento dos
compromissos firmados pela presidente Dilma Rousseff no discurso de posse, em
janeiro”.
Na agenda legislativa
associada à Lava Jato, O ESTADO DE S. PAULO registra que o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “acuado pelas denúncias”, não conseguiu
avançar na pauta conservadora com o desgaste imposto pelas investigações.
Já a FOLHA DE S. PAULO anota
que Eduardo Cunha, diante da possibilidade de afastamento da presidência da
Casa, quer emplacar o vice Waldir Maranhão (PP-MA). Para o peemedebista, “não
haveria uma nova eleição, pois não haveria vacância do cargo”.
Mídia ainda reserva espaço
para informar que as defesas dos condenados no mensalão, como do ex-ministro
José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares devem requerer ao STF
(Supremo Tribunal Federal) o perdão de suas apenas – como previsto no indulto
de Natal.
Noticiário econômico ocupa
menor espaço nas edições deste sábado, mas privilegia a pauta macro.
Entre os destaques, FOLHA DE
S. PAULO aponta que, enquanto tenta “ressuscitar” a CPMF, a equipe econômica
pode aprovar no Congresso “aumentos pontuais de tributos para garantir uma
situação de caixa melhor do que a vivida neste ano”, no primeiro trimestre de
2016.
Reportagem lista a aprovação
de três medidas provisórias, que poderiam garantir ao governo mais de R$ 20
bilhões: a MP 690, que aumenta a tributação sobre bebidas alcoólicas e produtos
de informática (já aprovada), a 692 (aumento do IR sobre ganho de capital na
venda de bens e direitos de qualquer natureza, ainda em tramitação) e a MP 694.
Cobertura também destaca que o
governo garantiu recursos para pagar os atrasos nos repasses do Tesouro
Nacional para bancos públicos e o FGTS ocorridos nos últimos anos – que ficaram
conhecidos como “pedaladas fiscais”.
O ESTADO DE S. PAULO noticia
que o Tesouro buscou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) “uma robusta contribuição para ajudar no fechamento das contas do
governo”, com a aprovação do pagamento de R$ 4,8 bilhões em dividendos à União.
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