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domingo, 27 de dezembro de 2015

Análise de Mídia, sábado 26 de dezembro de 2015

Com edições mais enxutas, menções diretas à Indústria registram retração nos jornais que circulam neste sábado (26).

FOLHA DE S.PAULO publica entrevista com o economista chinês Li Daokui, que já integrou o comitê de política monetária do BC da China, que afirma que a transição chinesa abre oportunidades econômicas para o Brasil, diz que “por isso acha contraproducente a demanda da indústria brasileira de não reconhecer, em 2016, a china como economia de mercado, sob alegação de que o isso facilitaria práticas desleais nas importações chinesas”.

Em uma das perguntas, jornal lança a questão ao economista: “A CNI está em campanha contra o reconhecimento da China pelo Brasil como economia de mercado. Isso pode afetar relações?” Em sua resposta, ele afirma que há mais oportunidades para os dois países que perdas potenciais. Li Daokui destaca que entende que algumas empresas brasileiras estejam preocupadas em ser prejudicadas com o reconhecimento.

“Mas é preciso ver o quadro de forma mais ampla, pode haver mais exportações e muitas empresas brasileiras podem ganhar. Temos de deixar de lado as questões menores e focar o que importa”, afirma o economista na entrevista.

Em outra abordagem, FOLHA DE S. PAULO também destaca que enquanto o governo não consegue aprovar a volta da CPMF que pode render R$ 10 bilhões para os cofres públicos, a equipe econômica pode aprovar no Congresso, em 2016, “aumentos pontuais de tributos para garantir uma situação de caixa melhor do que a vivida neste ano”.

Reportagem detalha o trâmite de algumas medidas provisórias com esse intuito e afirma ainda que o Orçamento de 2016 foi aprovado prevendo receitas que podem não se realizar, como a CPMF.

FOLHA destaca, contudo, que quando anunciou as medidas para cobrir o rombo no Orçamento e fechar o ano com superávit de 0,5% do PIB, o governo contava com a CPMF para o ano todo, e também anunciou “mudança no Sistema S que poderia gerar R$ 8 bilhões, mas a medida não saiu do papel”.

Na mídia regional, VERTICAL, coluna publicada em O POVO (CE), reproduz declaração do ex-presidente da Fiec e membro do Conselho da Confederação Nacional da Indústria, Fernando Cirino, ao comentar, no "cearencês", o quadro político-econômico do país: “Vivemos um desmantelo!”



FOLHA DE S. PAULO : Samarco não vai reativar barragem que ruiu em MG

O ESTADO DE S. PAULO : Tesouro pressiona e BNDES vai pagar R$ 4,8 bi à União

O GLOBO : Picciani nega a Pezão uso de fundo de R$ 190 milhões


Menor volume de reportagens publicadas pelos jornais também compromete noticiário de interesse direto do setor fabril. Abordagens se concentram em “balanços” de fim de ano.

Reportagem em O ESTADO DE S. PAULO afirma que a jornada de trabalho dos brasileiros chegou, em 2015, ao menor valor já registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Levantamento feito pelo jornal verificou que de janeiro a novembro desse ano a média de horas efetivamente trabalhadas no Brasil chegou a 39,9 horas semanais.

Ao jornal, o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, afirmou que a jornada caiu muito por conta das demissões e dos cortes de horas trabalhadas nas montadoras e na indústria de autopeças.

ESTADÃO destaca ainda avaliação do professor da USP Hélio Zylberstajn, que afirma que a marcha da recessão ainda vai se prolongar por um ou dois anos, “e isso deve reduzir a jornada de trabalho ainda mais, com os acordos de lay-offs (suspensão temporária do contrato de trabalho) e com aumento das demissões de trabalhadores menos especializados, que cumprem jornadas maiores”.

Já a FOLHA DE S. PAULO afirma que a conclusão ou a paralisação de grandes obras de infraestrutura vêm provocando estragos na cadeia de supridores de máquinas e insumos para a construção civil.

“O segmento mais prejudicado até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%”, publica o veículo.

De acordo com o texto, especialistas ouvidos pela reportagem apontam que o cenário não tem perspectiva de melhora no médio prazo e que o ciclo de grandes obras no Brasil acabou.

“Nos quatro setores analisados pela FOLHA, as perspectivas de vendas em 2015 equivalem a níveis de 2009, ano impactado pela crise financeira internacional.”

O GLOBO, por sua vez, informa que o “crédito mais restrito, a crise na economia e o medo do desemprego estão fazendo o mercado de motocicletas no Brasil retroceder, em 2015, ao patamar de dez anos atrás”.

Com dados da Abraciclo, associação que representa os fabricantes, jornal carioca indica que “o ano fechará com produção de 1,27 milhão de unidades, mesmo nível produzido em 2005”.



O ESTADO DE S. PAULO, em editorial, aborda a influência do panorama político sobre a inflação e indica que “a incerteza quanto à velocidade e à forma do ajuste é uma das causas principais do crescente desarranjo no sistema de preços”.


PANORAMA POLÍTICO, em O GLOBO, destaca que a aprovação da CPMF é prioridade da Fazenda e que “aprova-la, no primeiro semestre de 2016, é a tarefa recebida pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães”.

Texto completa: “O governo mantém a aprova de que, com a partilha com estados e municípios, vencerá as resistências”.

PANORAMA ECONÔMICO, em O ESTADO DE S. PAULO, atribui ao coordenador do projeto “salariômetro”, da Fipe a frase: “A recessão ainda vai se prolongar por um ou dois anos, e isso deve reduzir a jornada de trabalho ainda mais”.

Na mesma coluna, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, Miguel Torres, afirma que: “com mais gente empregada e com os salários acima da inflação, o mínimo de confiança vai voltar”.

PAINEL, na FOLHA DE S. PAULO, informa que o “Planalto e o PT pretendem continuar rivalizando sobre o impeachment com Eduardo Cunha, ainda que o peemedebista seja apeado da presidência da Câmara no ano que vem”.

Nota descreve que, “para auxiliares de Dilma Rousseff, ter transformado o deputado em vilão da narrativa vem dando resultado. A ideia é enfatizar que o pedido nasceu como fruto de um "pecado original" e que, contaminado desde o princípio, não tem legitimidade mesmo que Cunha já não esteja à frente do processo formalmente”.

BRASÍLIA-DF, no CORREIO BRAZILIENSE (DF), anota: “Até este ponto da crise, diz-se que as instituições estão funcionando a contento, exercendo suas atribuições. Mas, com alguns dos principais líderes do Congresso Nacional enroscados na Lava Jato, a situação entre Legislativo e Judiciário corre o risco de se agravar”.

“Não foi nada bom o encontro entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Quem se reuniu com Eduardo depois ficou com a sensação de que o risco de o presidente da Câmara tentar confrontar o STF não está afastado”, adiciona BRASÍLIA-DF.


CORREIO BRAZILIENSE (DF) expõe, em reportagem especial sobre os compromissos assumidos pela presidente Dilma Rousseff, que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) deverá oferecer 12 milhões de vagas até 2018.

“Segundo levantamento da organização Contas Abertas, de janeiro a novembro deste ano, o governo aplicou R$ 2,7 bilhões no Pronatec, contra R$ 4,5 bilhões no mesmo período do ano passado”, expõe o jornal do DF.

Conforme o CORREIO, o investimento no Fies também apresentou recuo. “Foram R$ 14,6 bilhões em 2014, que caíram para R$ 12 bilhões neste ano”.



Em editorial, FOLHA DE S. PAULO afirma que a crise econômica já está afetando os investimentos em inovação. Cita que a MP 694, que integra o ajuste fiscal, acaba com a Lei do Bem, que permitia às empresas deduzir do Impostos de Renda gastos com pesquisa e desenvolvimento no país.

Texto cita levantamento do Departamento de Competitividade da Fiesp que consultou 75 empresas e verificou que 60% delas pretendem demitir pesquisadores, com redução de cerca de 12.600 postos de trabalho.

“Além disso, 74% das companhias afirmam que haverá redução ou cancelamento de projetos e 17% estudam transferir atividades para o exterior”, indica o editorial.

FOLHA destaca também que em 2016 R$ 2,8 bilhões devem deixar de ser investidos em inovação.

O GLOBO púbica que o CMN (Conselho Monetário Nacional) fez uma reunião extraordinária na quinta-feira e anunciou o segundo corte nos limites de empréstimos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) em apenas dois meses.

Conforme a reportagem, o corte anunciado na quinta-feira ocorreu nas linhas de financiamento sob reponsabilidade da Finep, que são destinadas a projetos de inovação e pesquisa.

No texto, veículo carioca menciona que o limite baixou de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões. “Já o limite do PSI para empréstimos concedidos pelo BNDES foi mantido em R$ 18,5 bilhões, mas algumas linhas foram remanejadas”.



Perfil diversificado marca a cobertura política, que avança entre itens que vão das investigações da operação Lava Jato às cenas econômica e partidária.

Algumas abordagens adotam tom de balanço para explorar temas que marcaram o governo em 2015.

Em sua principal reportagem, O ESTADO DE S. PAULO publica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra “ações concretas” para retomada do crescimento, após troca na Fazenda.

Conforme o jornal, Lula quer convencer a presidente Dilma Rousseff a anunciar medidas que “indiquem mudanças na economia” e pontua que para o ex-presidente o discurso inicial do novo ministro Nelson Barbosa “desagradou tanto direta a quanto esquerda”.

ESTADÃO aponta ainda que na visão de Lula a “criação de expectativas positivas é essencial para garantir apoio popular contra o impeachment”.

Com foco nas eleições de 2016, O GLOBO destaca como o PT tem se movimentado diante da crise que o atinge para garantir a continuidade de suas gestões municipais.

Indicando que a legenda tem 15 das 83 prefeituras do país, jornal expõe que, “para a cúpula petista, o desgaste eleitoral devido aos casos de corrupção” será maior nos grandes centros.

Em outra reportagem, O GLOBO analisa o debate em torno do impeachment e suas diferentes interpretações, especialmente ao tratar se as chamadas “pedaladas fiscais” e a autorização de créditos suplementares sem o aval do Congresso “configuram crime de responsabilidade”.

CORREIO BRAZILIENSE (DF) elege alguns pontos da crise do governo e pontua que “problemas a economia e dificuldade de diálogo com o Congresso tornaram impossível o cumprimento dos compromissos firmados pela presidente Dilma Rousseff no discurso de posse, em janeiro”.

Na agenda legislativa associada à Lava Jato, O ESTADO DE S. PAULO registra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “acuado pelas denúncias”, não conseguiu avançar na pauta conservadora com o desgaste imposto pelas investigações.

Já a FOLHA DE S. PAULO anota que Eduardo Cunha, diante da possibilidade de afastamento da presidência da Casa, quer emplacar o vice Waldir Maranhão (PP-MA). Para o peemedebista, “não haveria uma nova eleição, pois não haveria vacância do cargo”.

Mídia ainda reserva espaço para informar que as defesas dos condenados no mensalão, como do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares devem requerer ao STF (Supremo Tribunal Federal) o perdão de suas apenas – como previsto no indulto de Natal.



Noticiário econômico ocupa menor espaço nas edições deste sábado, mas privilegia a pauta macro.

Entre os destaques, FOLHA DE S. PAULO aponta que, enquanto tenta “ressuscitar” a CPMF, a equipe econômica pode aprovar no Congresso “aumentos pontuais de tributos para garantir uma situação de caixa melhor do que a vivida neste ano”, no primeiro trimestre de 2016.

Reportagem lista a aprovação de três medidas provisórias, que poderiam garantir ao governo mais de R$ 20 bilhões: a MP 690, que aumenta a tributação sobre bebidas alcoólicas e produtos de informática (já aprovada), a 692 (aumento do IR sobre ganho de capital na venda de bens e direitos de qualquer natureza, ainda em tramitação) e a MP 694.

Cobertura também destaca que o governo garantiu recursos para pagar os atrasos nos repasses do Tesouro Nacional para bancos públicos e o FGTS ocorridos nos últimos anos – que ficaram conhecidos como “pedaladas fiscais”.

O ESTADO DE S. PAULO noticia que o Tesouro buscou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “uma robusta contribuição para ajudar no fechamento das contas do governo”, com a aprovação do pagamento de R$ 4,8 bilhões em dividendos à União.


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