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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Análise de Mídia, REVISTAS - sábado 19 de dezembro de 2015

Novos desdobramentos do cenário político dão suporte às capas dos principais periódicos nacionais. Textos trazem análises conjunturais e discutem possíveis repercussões.

Em tom de denúncia, capa da ISTOÉ aponta que o pecuarista José Carlos Bumlai, "amigo íntimo de Lula" e agora réu na Lava Jato, admitiu ter contraído em 2004 um empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto ao Banco Schain e repassou ao PT, por meio de laranjas.

Capa da ISTOÉ DINHEIRO traz os líderes empresariais que driblaram a crise e conseguiram costurar grandes negócios ao longo de 2015. Reportagens detalham os negócios dos "Empreendedores do Ano 2015".

Reportagem de capa da ÉPOCA classifica o STF como “o árbitro soberano das discórdias políticas do Brasil”. “Com um governo emparedado por um Congresso belicoso, o poder político no país recorre cada vez mais, conforme o desembestado avançar dos fatos desta supercrise, à mais alta Corte do país”, afirma.

Reportagem de capa da CARTA CAPITAL aponta que a Lava Jato reúne mais provas contra Eduardo Cunha e o procurador-geral pede seu afastamento. “A Catilinária foi um duro golpe nas manobras de Cunha. E enfraquece sua posição no Congresso”, situa.

Reportagem de capa da VEJA destaca que a saga Star Wars é um objeto de paixão e de devoção e tem importância real na vida de milhões de fãs. “O Despertar da Força, o sétimo episódio de Star Wars, respeita os fundamentos que fizeram desta a mais amada franquia do cinema – mas também aponta para um futuro de grandes filmes e novos fãs”, aponta.



Revistas noticiam que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promoveu uma pesquisa com 1.113 companhias e constatou que 85,4% são favoráveis ao processo de impeachment.

ISTOÉ DINHEIRO aponta que a Fiesp decidiu externar à sociedade o “desejo velado do setor produtivo, que está cansado de ver a economia em frangalhos”.

Conforme a reportagem, “embora não tenha fechado um posicionamento sobre a permanência da presidente da República no cargo, a CNI tem pressa no desfecho político”.

“Se, por acaso, tiver o impeachment e o vice-presidente Michel Temer assumir, tenho certeza de que vai ter um período de graça e benevolência da sociedade, que vai dar um prazo, acreditando que ele vai fazer as reformas necessárias”, diz Robson Andrade, presidente da CNI.

Segundo ISTOÉ DINHEIRO, “a avaliação unânime dos líderes do setor produtivo é de que o País não tem mais tempo a perder” (leia mais em Análise setorial).

Dentro da abordagem de capa, reportagem da CARTA CAPITAL afirma que, com as regras do impeachment definidas pelo Supremo, Dilma Rousseff ganhou um novo gás, “enquanto prepara um lance ousado em defesa do próprio mandato, a troca do ministro da Fazenda”.

Reportagem situa que dois nomes eram cogitados para o posto, o de Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, e Armando Monteiro Neto, titular do Desenvolvimento. “O segundo tem a vantagem de ser empresário, ex-presidente da CNI e senador. Possui trânsito na economia e na política”, assinala.



Como ponto de atenção, ISTOÉ aponta que, segundo pesquisa realizada pela Fiesp, 91% dos executivos paulistas são favoráveis à abertura do processo de impeachment da presidente. “Com 34,3% da indústria nacional ali baseada, São Paulo é o estado mais importante para o setor no País”, situa a reportagem.

"A esperança de que Dilma recupere credibilidade para que a economia volte a girar desapareceu. Por essa razão, o meio empresarial está buscando mudanças na política", diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.

Conforme ISTOÉ, “a pesquisa foi divulgada em um momento de forte tensão na economia. Única ponte do governo Dilma com o empresariado, o ministro da Fazenda Joaquim Levy selou sua saída da pasta”.

A saída de Joaquim Levy e a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda é o principal assunto da agenda interesse. Reportagens apontam o posicionamento do setor produtivo sobre a mudança.

ISTOÉ avalia que a escolha de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda significa uma reviravolta na política econômica. “Saem de cena a austeridade fiscal e o compromisso com a gestão responsável das contas públicas para dar lugar a conceitos mais flexíveis na economia. Barbosa, por exemplo, é contrário à redução de gastos sociais, mesmo se isso representar sérios prejuízos aos cofres públicos”, posiciona.

ISTOÉ DINHEIRO lembra que em reunião com industriais, em agosto, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, defendeu a saída do condutor do ajuste (Levy).

“O novo ministro da Fazenda defende uma flexibilização no ajuste fiscal e não será nenhuma surpresa se resgatar práticas da chamada nova matriz econômica, que predominou no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. Na prática, sua escolha oficializa o retorno de Dilma ao comando da economia”, aponta ISTOÉ DINHEIRO.

VEJA opina que “a substituição de Levy por Nelson Barbosa na Fazenda significa mais demagogia e liberalidade com os gastos públicos no vale-tudo para salvar o mandato de Dilma”.

Segundo a revista, “com o governo e o Congresso paralisados pela Lava-Jato e pelo processo de impeachment, ninguém deu muita bola aos alertas de Levy. Prevaleceu a posição defendida por Nelson Barbosa”. Para VEJA, com a nomeação de Barbosa, “Dilma sinaliza que o ajuste nas contas públicas, que mal começou a ser executado, deverá ser postergado”.

ÉPOCA aponta que a nomeação de Barbosa se deu numa semana recheada de notícias ruins na economia. Em um relato histórico, reportagem lembra que “após o período do milagre econômico e um ano de crescimento espetacular, 1980, o Brasil entrou muna fase dramática de estagnação social e econômica” e aconteceu de novo.

“Após outro período de robusto crescimento, desta vez com progresso social, e outro ano redondo de crescimento espetacular, 2010, caímos na mesma armadilha de que parecíamos ter escapado”, adverte.

Editorial da ÉPOCA afirma que “ao longo do governo Dilma, Barbosa foi uma espécie de contraponto a Levy. Enquanto Levy defendia a política austera que poderia devolver o país ao trilho do crescimento, Barbosa defendia a flexibilização dessa mesma política”. Segundo a revista, as medidas tomadas pelo governo, mesmo antes da nomeação de Barbosa, trazem “sinais preocupantes de uma volta ao passado”.

“Com o objetivo de injetar recursos na economia, o Banco Central anunciou mudanças nas regras de recolhimento do depósito compulsório - parte do dinheiro dos clientes que as instituições financeiras têm de deixar no BC - para destinar R$ 3 bilhões para obras de infraestrutura, saneamento e habitação do PAC. Essa política não deu certo no passado. É provável que volte a dar errado - com custos ainda mais altos para o país”, opina ÉPOCA.

RADAR, na VEJA, especula que “a escolha de Nelson Barbosa para o lugar de Joaquim Levy na Fazenda deu-se não por opção, mas por exclusão: ninguém que Dilma Rousseff sondou para o posto aceitou o abacaxi”.

RADAR acrescenta que “antes de optar pela saída caseira, a presidente chegou a sondar empresários de peso do setor produtivo para a vaga. Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, foi convidado por mais de um interlocutor da presidente, mas não aceitou trocar um negócio sólido por um governo gelatinoso”.

Em outra frente, DINHEIRO EM NÚMEROS, na ISTOÉ DINHEIRO, registra que “em novembro, a indústria paulista demitiu 19 mil trabalhadores. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o corte foi de 180 mil vagas, a maior redução desde 2006, informou a Fiesp na quarta-feira 16. Em dezembro, ainda segundo a Fiesp. tradicionalmente há uma perda mais acentuada de vagas, o que deve levar ao fechamento de 220 mil a 230 mil empregos em 2015, o pior número desde o início da pesquisa, em 2006”.

Algumas revistas registram que Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, foi condenado no caso apelidado de "mensalão tucano".

Segundo VEJA, Azeredo, hoje diretor da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, nega as acusações e diz que vai recorrer da sentença.

Em entrevista à ISTOÉ, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirma que a Operação Lava Jato vai provocar grandes transformações na sociedade brasileira.

“A Lava Jato é um ponto de inflexão para o Brasil. Ela está produzindo uma mudança de comportamento que vai nos acompanhar para o resto da história. As empresas estão revendo suas posições, criando departamentos para controlar seu comportamento. Ainda que a Lava Jato produzisse uma redução de crescimento agora, ela está construindo as condições para o Brasil crescer muito mais no futuro”, avalia Delfim Netto.

Na entrevista, o ex-ministro afirma ainda que “durante a campanha eleitoral, para conservar o poder, Dilma produziu uma deterioração fiscal”.

Em entrevista à ÉPOCA, o economista André Lara Resende, pesquisador na Universidade Columbia, afirma que o impeachment da presidente Dilma Rousseff, "desde que aprovado dentro das regras constitucionais", poderia destravar a paralisia econômica.

“A grande dúvida é que até o encerramento da (Operação) Lava Jato, sem saber quem mais será denunciado, a estabilidade política continuará complicada. Por razões estatísticas, dada a queda do PIB até hoje, mesmo que a partir de agora ele pare de cair e fique estabilizado, a queda no ano que vem sobre este ano será de 2% ou 2,5%”, opina.

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