Com base nos esforços de saúde pública feitos nos últimos 30 anos para responder à epidemia de HIV, ministros da Saúde de países das Américas aprovaram um plano para intensificar as medidas de prevenção e tratamento até 2020, com o objetivo de eliminar a aids e as infecções sexualmente transmissíveis (IST) como problema de saúde pública até 2030.
“Nós temos poderosas ferramentas de prevenção e tratamento para assegurar que a resposta de saúde pública ao HIV vai superar a epidemia”, afirma Marcos Espinal, Diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análises de Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O novo plano busca, até 2020, reduzir novos casos de HIV na região das Américas em 74%, diminuir as mortes anuais relacionadas à aids em 62%, baixar a proporção de crianças que nascem com HIV de 7% a 2% e garantir que não mais de 5 crianças para cada 10 mil nascidos vivos nasça com sífilis congênita. O plano também pretende diminuir em 5% novos casos de câncer cervical causados por HPV, vírus facilmente transmissível por meio de contato sexual.
“Devemos fornecer uma resposta mais rápida, focada, inovadora, efetiva e sustentável baseada em abordagens interculturais, de saúde pública, direitos humanos, equidade de gênero”, afirmou Massimo Ghidinelli, chefe da Unidade de HIV, Hepatites, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS/OMS.
Para alcançar esses objetivos, o plano prevê a necessidade de ampliar e garantir o acesso equitativo à prevenção do HIV e IST, cuidados e tratamentos por meio de serviços de saúde integrados, com a participação ativa da sociedade civil. Pede também o aprimoramento e a expansão do financiamento público para programas.
O plano também objetiva eliminar a discriminação e outras barreiras que impedem o acesso oportuno aos serviços de saúde e visa esforços especiais para as populações mais afetadas pelo HIV na região, como pessoas transexuais, homens gays, homens que fazem sexo com homens, além de homens e mulheres profissionais do sexo.
Aprovado durante o 55º Conselho Diretor da OPAS, o plano é baseado em outros planos e estratégias implementadas pela Organização e pelos países da região. Como resultado desses esforços, as Américas aumentaram em até 55% a cobertura do tratamento com antirretrovirais entre 2006 e 2015 e preveniram cerca de 28 novos casos de HIV em crianças nos últimos cinco anos. Em 2015, Cuba se tornou o primeiro país do mundo a receber certificação da OMS por ter eliminado a transmissão de sífilis e HIV de mãe para filho.
Apesar desse progresso, estima-se que 2 milhões de pessoas vivem com HIV na América Latina e no Caribe, 100 mil pessoas são infectadas por HIV a cada ano (com aumento no número de novos casos nos últimos anos) e 50 mil morrem por causas relacionadas à aids. Em 2012, IST facilmente curáveis afetaram 51 milhões de adolescentes e adultos na região.
O novo plano de ação está alinhado às estratégias globais da OMS, UNAIDS e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, assim como com a estratégia global Fast Track.
Foto: Rodrigo Nunes/MS