Considerando que a malária
“continua a ser uma séria ameaça” nas Américas, ressurgindo enquanto os
esforços contra a doença têm enfraquecido, ministros da Saúde de toda a região
adotaram nesta quinta-feira (29) um novo plano para a eliminação da malária nos
próximos quatro anos, instando os países a intensificar a luta contra essa
doença.
O 55º Conselho Diretor da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aprovou um plano de ação para
eliminar a malária e evitar sua reintrodução em áreas que já estão livres da
doença por meio de intensos esforços direcionados aos grupos vulneráveis e
ocupacionais. Os países solicitaram à Diretora da OPAS que forneça a cooperação
técnica necessária, coordene os esforços regionais e auxilie na mobilização de
recursos para os programas nacionais e transfronteiriços direcionados à doença.
Na região das Américas, 21
países notificaram 389.390 casos confirmados de malária e 87 mortes em 2014,
uma diminuição de 79% em relação à linha de base do ano 2000. Apenas dois
países, Haiti e Venezuela, seguem notificando aumento no número total de casos.
O novo Plano de ação para a
eliminação da malária 2016-2020 observa que “avanços consideráveis foram
alcançados nos esforços para controlar a malária, particularmente no que se
refere ao diagnóstico, tratamento e vigilância, o que tem ajudado a despertar
um maior interesse na eliminação da doença e acelerado os esforços realizados
com esse fim”.
Entretanto, são necessários
mais esforços e por isso o plano estabelece metas para os próximos quatro anos,
com o objetivo de reduzir os casos de malária em 40%, implementar esforços
direcionados para eliminar a malária nos 21 países onde a doença é endêmica e
conseguir que pelo menos quatro países sejam considerados livres de malária.
No plano, também estão
previstos enfoques inovadores para enfrentar os desafios relacionados ao
controle da doença em países onde o progresso tem sido limitado e onde
ocorreram surtos, bem como para prevenir o reestabelecimento da doença nos 27
países e territórios da região considerados livres da malária desde o início da
década de 1970.
A bacia amazônica requer
atenção especial nesses esforços. As populações que vivem em áreas da Amazônia
continuam a ter maior risco de infecção por malária. Em 2014, dos 20 municípios
que registraram a maior carga por essa doença na bacia amazônica dez eram
brasileiros, um colombiano, quatro peruanos e cinco venezuelanos. Esses
municípios foram responsáveis por 44% do total de casos na região.
O plano indica que muitos dos
casos continuam ocorrendo em populações indígenas, pessoas que vivem em
situação de vulnerabilidade e populações móveis – como mineiros, migrantes e
trabalhadores.
Alguns dos principais
investimentos na região são a Iniciativa contra a Malária na Amazônia, que teve
início em 2001 com o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional; a Iniciativa de Eliminação da Malária na
Mesoamérica e na Ilha A Espanhola (EMMIE), respaldada pelo Fundo Mundial; e
projetos próprios de cada país, que atualmente permitem o controle e a
eliminação da doença cobrindo lacunas estratégicas. A Fundação Bill e Melinda
Gates recentemente financiou o consórcio Malária Zero, cujo propósito é
eliminar a enfermidade no Haiti e República Dominicana.
Foram documentadas as melhores
práticas em dez países por meio da iniciativa “Campeões contra a Malária nas
Américas”, um mecanismo exitoso que permite aos países que se mantenham na
vanguarda da criatividade e inovações para derrotar a malária.
Os ministros da Saúde
observaram que o plano de ação é a plataforma regional para a implementação da
Estratégia técnica mundial contra a malária da OMS, na qual se prevê um mundo
sem malária em 2030 e tem como objetivo reduzir a carga da malária em 90% e
eliminar a doença em outros 35 países.
O Conselho Diretor da OPAS
reúne ministros da Saúde e delegados de alto nível dos países membros da
Organização em Washington D.C., Estados Unidos, para debater e analisar
políticas de saúde e definir prioridades dos programas de cooperação técnica e colaboração
em saúde pública a nível regional.
Fonte: Portal paho.org/
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