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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Ministros da Saúde adotam novo plano para eliminação da malária nas Américas

Considerando que a malária “continua a ser uma séria ameaça” nas Américas, ressurgindo enquanto os esforços contra a doença têm enfraquecido, ministros da Saúde de toda a região adotaram nesta quinta-feira (29) um novo plano para a eliminação da malária nos próximos quatro anos, instando os países a intensificar a luta contra essa doença.

O 55º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aprovou um plano de ação para eliminar a malária e evitar sua reintrodução em áreas que já estão livres da doença por meio de intensos esforços direcionados aos grupos vulneráveis e ocupacionais. Os países solicitaram à Diretora da OPAS que forneça a cooperação técnica necessária, coordene os esforços regionais e auxilie na mobilização de recursos para os programas nacionais e transfronteiriços direcionados à doença.

Na região das Américas, 21 países notificaram 389.390 casos confirmados de malária e 87 mortes em 2014, uma diminuição de 79% em relação à linha de base do ano 2000. Apenas dois países, Haiti e Venezuela, seguem notificando aumento no número total de casos.

O novo Plano de ação para a eliminação da malária 2016-2020 observa que “avanços consideráveis foram alcançados nos esforços para controlar a malária, particularmente no que se refere ao diagnóstico, tratamento e vigilância, o que tem ajudado a despertar um maior interesse na eliminação da doença e acelerado os esforços realizados com esse fim”.
Entretanto, são necessários mais esforços e por isso o plano estabelece metas para os próximos quatro anos, com o objetivo de reduzir os casos de malária em 40%, implementar esforços direcionados para eliminar a malária nos 21 países onde a doença é endêmica e conseguir que pelo menos quatro países sejam considerados livres de malária.

No plano, também estão previstos enfoques inovadores para enfrentar os desafios relacionados ao controle da doença em países onde o progresso tem sido limitado e onde ocorreram surtos, bem como para prevenir o reestabelecimento da doença nos 27 países e territórios da região considerados livres da malária desde o início da década de 1970.

A bacia amazônica requer atenção especial nesses esforços. As populações que vivem em áreas da Amazônia continuam a ter maior risco de infecção por malária. Em 2014, dos 20 municípios que registraram a maior carga por essa doença na bacia amazônica dez eram brasileiros, um colombiano, quatro peruanos e cinco venezuelanos. Esses municípios foram responsáveis por 44% do total de casos na região.

O plano indica que muitos dos casos continuam ocorrendo em populações indígenas, pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade e populações móveis – como mineiros, migrantes e trabalhadores.

Alguns dos principais investimentos na região são a Iniciativa contra a Malária na Amazônia, que teve início em 2001 com o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional; a Iniciativa de Eliminação da Malária na Mesoamérica e na Ilha A Espanhola (EMMIE), respaldada pelo Fundo Mundial; e projetos próprios de cada país, que atualmente permitem o controle e a eliminação da doença cobrindo lacunas estratégicas. A Fundação Bill e Melinda Gates recentemente financiou o consórcio Malária Zero, cujo propósito é eliminar a enfermidade no Haiti e República Dominicana.

Foram documentadas as melhores práticas em dez países por meio da iniciativa “Campeões contra a Malária nas Américas”, um mecanismo exitoso que permite aos países que se mantenham na vanguarda da criatividade e inovações para derrotar a malária.
Os ministros da Saúde observaram que o plano de ação é a plataforma regional para a implementação da Estratégia técnica mundial contra a malária da OMS, na qual se prevê um mundo sem malária em 2030 e tem como objetivo reduzir a carga da malária em 90% e eliminar a doença em outros 35 países.

O Conselho Diretor da OPAS reúne ministros da Saúde e delegados de alto nível dos países membros da Organização em Washington D.C., Estados Unidos, para debater e analisar políticas de saúde e definir prioridades dos programas de cooperação técnica e colaboração em saúde pública a nível regional.



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