A Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil
e de Cuba oficializaram na segunda-feira (27) a renovação por mais três anos do
programa Mais Médicos. A assinatura de um termo de ajuste com o Brasil e de um
convênio de cooperação com Cuba foi feita no marco do 55º Conselho Diretor da OPAS, em Washington, nos Estados
Unidos.
De acordo com a diretora
regional da OPAS/OMS, Carissa Etienne, o Mais Médicos é um grande exemplo de
parceria internacional bem-sucedida. “Não surpreende que o programa tenha
despertado o interesse de outros países da região”, disse.
Ela também agradeceu Brasil e
Cuba pela oportunidade que significou para a OPAS de “servi-los no processo”
que tornou possível a existência do programa. Para Carissa, a iniciativa
contribuiu para “assegurar que a população brasileira tivesse acesso a uma atenção
básica de saúde de qualidade”.
O representante da OPAS/OMS no
Brasil, Joaquín Molina, disse estar satisfeito com os resultados da iniciativa,
que tem levado assistência a milhões de brasileiros. “A renovação do programa
Mais Médicos depois de seus primeiros três anos significa o reconhecimento do
importante valor e o saldo que o projeto deixou tanto para a cooperação cubana
quanto para o sistema de saúde no Brasil. É um projeto de grandes proporções,
com 11,4 mil médicos mobilizados pela OPAS/OMS”.
Já o vice-ministro de Saúde
Pública de Cuba, José Angel Portal Miranda, ressaltou que o programa “mostra o
valor da cooperação na melhoria da saúde da população”, enquanto o
secretário-executivo do Ministério da Saúde do Brasil, Antonio Carlos
Figueiredo Nardi, disse que a iniciativa “é uma parceria extraordinária que
muda vidas”.
Nardi também destacou o
“enorme impacto” do programa, que, segundo ele, aumentou o número de consultas
e reduziu consideravelmente a necessidade de pessoas se deslocarem até um hospital
para receberem cuidados em sua comunidade.
Criado em 2013 pelo governo
federal brasileiro com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos
municípios do interior e nas periferias das grandes cidades, o Mais Médicos
recebeu a colaboração da representação da OPAS/OMS no Brasil, que mobilizou
médicos de Cuba para atuar em unidades de saúde do país. Com o programa, foi
possível preencher 18.240 vagas em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos
Sanitários Especiais Indígenas. Dessas, 11.429 foram ocupadas pelos
profissionais cubanos.
Os médicos de Cuba atuam na
área de atenção básica, atendendo pessoas com diabetes, hipertensão e
hanseníase, entre outras doenças, além de promoverem ações educativas e
realizarem consultas de pré-natal. Eles também estão entre os profissionais que
trabalham na prevenção e diagnóstico do vírus zika e no acompanhamento de
crianças com microcefalia.
Uma pesquisa feita pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de
Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) — com aproximadamente 14 mil
entrevistas — apresentou avaliações positivas da população sobre o desempenho
dos profissionais brasileiros e estrangeiros que integram a iniciativa.
Do total de entrevistados, 81%
possuem baixa renda e 95% afirmaram estar satisfeitos com o programa. De 0 a
10, deram nota 8,4. Entre os indígenas, a média foi de 8,7.
Fonte: Nações Unidas
0 comentários:
Postar um comentário