Na
Bahia, o Ministério da Saúde registrou mais de 250 casos de mães que tiveram
zika durante a gestação e cujos filhos tiveram o diagnóstico de microcefalia
confirmado. Foto: UNFPA / Tatiana Almeida
Em
encontro na semana passada que reuniu governo, agências da ONU e sociedade
civil para discutir o andamento do plano nacional de resposta ao zika, o Fundo
de População das Nações Unidas (UNFPA) alertou que é necessário ampliar ações
voltadas para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e da juventude. O
objetivo deve ser prevenir infecções pelo vírus e gestações não planejadas.
“Precisamos
seguir fortalecendo as comunidades, as mulheres, adolescentes e jovens, que
podem ser agentes em uma estratégia de vigilância popular comunitária”,
explicou a representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Fernanda Lopes.
Para
a agência da ONU, o engajamento comunitário e as ações de informação e
comunicação de risco podem estimular a demanda por serviços de melhor qualidade
e por contracepção. O vírus zika é transmitido por via sexual.
Condições
de vida das populações também devem ser foco do combate à doença. “O plano
integrado, ainda que tenha foco na atenção, não pode deixar de fora ações de
vigilância e saúde ambiental”, acrescentou Lopes.
O
UNFPA já mantém programas de conscientização e promoção dos direitos humanos,
principalmente para as populações mais vulneráveis, em áreas de Pernambuco e da
Bahia. Essas e outras atividades estão sendo mapeadas e avaliadas pelos
parceiros envolvidos na elaboração do plano nacional, que deve adotar as
melhores práticas.
Também
presente na reunião, a coordenadora da Unidade Técnica de Família, Gênero e
Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Haydee Padilla, ressaltou
a importância do monitoramento das atividades de enfrentamento à epidemia.
“É
relevante ter um relatório sobre zika, que diga o que estamos fazendo, onde
existe zika, como as agências atuam. Nós temos que ter identificado os estados
e as ações que devemos realizar ou dar continuidade. Ao lado do Ministério da
Saúde e das secretarias, essa é a maneira de oferecer algo concreto e
sustentável”, disse.
Desde
que a pasta federal colocou o Brasil em alerta sanitário em 2015 até o quadro
epidêmico atual, diferentes projetos já foram desenvolvidos por agências da
ONU, governo e parceiros. “Quando olhamos para a rede de atenção à saúde, vemos
a importância da organização no território”, afirmou Fernanda Monteiro, da
Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da
Saúde.
Os
próximos passos do plano nacional incluem a definição de ações por todo o
Brasil e também de iniciativas específicas nas regiões mais afetadas. Também
participaram da reunião representantes do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), da ONU Mulheres, do Ministério do Desenvolvimento Social, do
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e do Instituto Fernandes
Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz.
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