Eventos adversos
Pesquisadores afirmam que nem
médicos, nem psiquiatras e nem os pacientes podem estar sabendo de todos os
efeitos colaterais dos medicamentos antidepressivos.
Em um estudo liderado pelo Dr.
André Carvalho, da Universidade Federal do Ceará, uma equipe internacional
vasculhou toda a literatura médica em busca de casos documentados de eventos
adversos, tolerabilidade e segurança dos antidepressivos: inibidores seletivos
da recaptação da serotonina, inibidores da recaptação da serotonina
noradrenalina, bupropiona, mirtazapina, trazodona, agomelatina, vilazodona,
levomilnacipran e vortioxetina.
Os resultados mostraram que
vários efeitos colaterais são transitórios e podem desaparecer após algumas
semanas após o início do tratamento, mas eventos adversos potencialmente graves
podem persistir ou surgirem mais tarde, após o tratamento.
Algumas vezes, esses eventos
adversos persistiram após a descontinuação do antidepressivo, produzindo o que
os médicos chamam de comorbidade iatrogênica - condições causadas por
reações adversas a medicamentos, erros médicos ou infecções hospitalares.
Efeitos colaterais dos
antidepressivos
Os efeitos colaterais
identificados pela equipe e documentados por estudos científicos abrangem:
- Sintomas gastrointestinais (náuseas,
diarreia, hemorragia gástrica, dispepsia)
- Hepatotoxicidade
- Ganho de peso e alterações metabólicas
- Distúrbios cardiovasculares (frequência
cardíaca, prolongamento do intervalo QT, hipertensão, hipotensão
ortostática)
- Sintomas geniturinários (retenção
urinária, incontinência)
- Disfunção sexual
- Hiponatremia (baixa concentração de sódio
no sangue)
- Osteoporose e risco de fraturas
- Sangramento ou hemorragia
- Distúrbios do sistema nervoso central
(redução do limiar de convulsões, efeitos secundários extrapiramidais,
distúrbios cognitivos)
- Sudorese
- Distúrbios do sono
- Distúrbios afetivos
- Manifestações oftálmicas (glaucoma,
catarata)
- Hiperprolactinemia (excesso do hormônio
prolactina
Censura sobre antidepressivos
Outras áreas de preocupação
quanto ao uso dos antidepressivos envolvem suicídio, segurança em casos de sobredosagem, síndromes de
descontinuação, riscos durante a gravidez e a amamentação, bem como
risco de doenças malignas.
"É muito pouco provável
que a maioria dos prescritores de medicamentos antidepressivos esteja ciente
desses efeitos colaterais devido a uma forte censura que tem estado em ação
durante todos esses anos," disse o Dr. Giovanni Fava, da Universidade de
Buffalo (EUA), coautor do estudo.
Os resultados foram publicados
na revista médica Psychotherapy and Psychosomatics.
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