Destaques

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Jarbas Barbosa participa de nova reunião do IACG


O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, participou, nesta semana, do quinto do encontro do Interagency Coordination Group on Antimicrobial Resistance (IACG), rol de especialistas que elaboram orientações práticas para uma ação global, eficaz e sustentável de enfrentamento à resistência aos antimicrobianos, levando em consideração o Plano de Ação Global sobre Resistência Antimicrobiana. Realizado em Bangkok, Tailândia, este encontro teve como foco o tema “Making the World Safe from the Threats of Emerging Infectious Diseases (Tornando o mundo seguro contra as ameaças de doenças infecciosas emergentes)”.

“Este grupo de especialistas trabalha para completar, em 2018, um relatório que aponte que iniciativas as diversas agências devem adotar para coordenar melhor seus esforços, apoiar os países e fazer frente, efetivamente, a esta ameaça global que é a resistência aos antibióticos”, destaca Jarbas Barbosa.

Nesta reunião em Bangkok, as discussões giraram em torno de questionamentos variados: “Como o IACG funcionará durante 2018 para produzir recomendações substanciais até 2019?”, “Olhando para o relatório final - que tipo de recomendações o IACG produzirá?”, e “Trabalhando em conjunto para uma resposta pandêmica equitativa: qual o papel das parcerias inovadoras na proteção das populações mais vulneráveis contra os surtos de doenças?”.

“O crescimento da resistência, pelo uso inadequado de antibióticos, seja na saúde humana, seja na saúde animal, tem feito com que se ponha em risco, caso essa tendência não seja revertida, as principais conquistas que nós tivemos na luta contra as doenças infecciosas”, acrescenta Jarbas Barbosa.

Para formar o IACG, uma das deliberações da reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a resistência antimicrobiana, realizada em 21 de setembro de 2016, a Organização das Nações Unidas (ONU) delegou para a Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) a criação desse grupo de peritos. A equipe é presidida conjuntamente pelo Gabinete Executivo do Secretário-Geral da ONU e pela OMS.
Convidado pela ONU, Jarbas Barbosa é o único especialista da América do Sul a integrar o IACG.

Ascom/ANVISA


STF julga improcedente Ação contra RDC da Anvisa, que proíbe o uso de aditivos nos cigarros


Também foi cassada a liminar concedida em setembro de 2013 pela relatora da ADI, ministra Rosa Weber, que suspendia dispositivos da RDC 14/2012.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4874, ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra a RDC 14/2012 da Anvisa, foi julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento realizado nesta quinta-feira (1º/2). A ADI questionava a legitimidade da Anvisa para a proibição do uso de aditivos nos produtos fumígenos derivados do tabaco.

Durante o julgamento, houve uma cisão do objeto decidido: em relação ao pedido de inconstitucionalidade do inciso XV do art. 7º da Lei n. 9.782/99, com declaração de inconstitucionalidade, por arrastamento, de dispositivos da RDC 14/2012 (pedido principal), vencido em parte o ministro Marco Aurélio, o pedido foi julgado improcedente. Já no que diz respeito ao pedido sucessivo de declaração de inconstitucionalidade de dispositivos específicos da RDC 14/2012 (os que se relacionam à vedação de aditivos aos fumígenos), houve empate de votação entre os ministros. Dessa forma, a RDC foi tida por constitucional, mas seus efeitos não são vinculantes e não há eficácia erga omnes. Ou seja: continua sendo possível o manejo de ações individualizadas em sede de controle difuso de constitucionalidade. Importante frisar que, por iniciativa da própria relatora, ministra Rosa Weber, foi cassada a liminar que, em 2013, suspendeu parcialmente a eficácia de diversos dispositivos da RDC 14/2012.

O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, fala sobre a decisão do STF: “Foi uma importante vitória para assegurar que a Anvisa possa regulamentar os cigarros”, destacou. “Há várias iniciativas da indústria do tabaco, como a inclusão de aditivos que disfarçam o sabor, que podem induzir crianças e adolescentes a experimentarem cigarros e se tornarem fumantes. Isso pode reverter a tendência de redução do tabagismo verificada nos últimos 25 anos em nosso país, com gravíssimo impacto na saúde pública. Continuaremos a apresentar os argumentos técnicos e legais sempre que houver novas ações”.

Ao proferir seu voto, a relatora afirmou, a respeito dos limites da competência normatizadora da Anvisa, que a liberdade de ação ou discricionariedade normativa das agências reguladoras encontra limites nos objetivos fixados na lei e nas políticas públicas estabelecidas pela administração central. “Mostra-se legítima a atuação normativa do agente regulador sempre que capaz de ser justificada como a integração de uma evidente escolha legislativa”, disse.

A função regulatória das agências, segundo a ministra, não é inferior ou exterior à legislação, mas diferente, pelo seu caráter técnico. “O poder normativo atribuído às agências reguladoras consiste em instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na Constituição e na legislação setorial”, explicou. “Poder normativo não é Poder legislativo”.

Quanto ao pedido de inconstitucionalidade da resolução, a relatora destacou que, a despeito do direito fundamental à liberdade de iniciativa, o Estado pode impor condições e limites para a exploração de atividades privadas, tendo em vista a necessidade de sua compatibilização com os demais princípios, garantias e direitos fundamentais.

No caso do controle do tabaco, a saúde e o direito à informação devem ser protegidos. “Os preceitos constitucionais que elevam a saúde à estatura de direito social de todos e atribui ao Estado o dever de garanti-la mediante políticas sociais que visem à redução do risco de doenças impõe a adoção de uma agenda positiva voltada à concretização deste direito”, explicou. Nesse contexto, a ministra entende ser possível à Anvisa tomar medidas repressivas concretas para suspender ou evitar risco iminente à saúde.

Acompanharam a relatora os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Carmen Lúcia. O ministro Roberto Barroso declarou seu impedimento para o julgamento.

Aditivos
O foco do debate é se a Anvisa, no estrito cumprimento de sua função legal, está autorizada a proibir que a indústria tabagista utilize aditivos em seus produtos.

Tais aditivos têm a função de mascarar sabores, odores e sensações ruins em cigarros e outros produtos fumígenos, com o objetivo de fazer com que os usuários utilizem cada vez mais estes produtos.

Ao longo dos anos, o Brasil tem avançado no controle dos produtos fumígenos derivados do tabaco e também no combate ao tabagismo. Este avanço foi possível por meio da adoção de diversas medidas normativas, sendo uma das primeiras a edição da Lei n. 9.294, de 15 de julho de 1996, que restringiu a propaganda e uso desses produtos.

Em 2003, o Brasil tornou-se signatário da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja internalização no país ocorreu por meio do Decreto n. 5.658/2006. Esta Convenção, que conta atualmente com 181 Estados-Partes, objetiva a adoção de medidas conjuntas para o controle dos produtos derivados do tabaco e combate mundial ao tabagismo.

O Decreto estabelece a necessidade de se tomarem medidas para combater a iniciação e apoiar a cessação de consumo do tabaco, e reforça que essas ações sejam embasadas em provas científicas, tendo por objetivo a redução do tabagismo.

O Brasil e os demais países que aderiram ao CQCT firmaram o compromisso de que “não se justifica permitir o uso de ingredientes, tais como agentes flavorizantes, o que ajuda a tornar os produtos de tabaco atraentes” e há recomendações para que os países proíbam ou restrinjam o uso, nos produtos de tabaco, de ingredientes que aumentem a palatabilidade, que atribuam coloração, que causem falsa impressão de benefícios à saúde e que sejam estimulantes.

Em cumprimento às determinações da CQCT, a Anvisa publicou a RDC n. 14, de 15 de março de 2012, que dispôs sobre os limites máximos de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono nos cigarros, proibiu o uso de palavras como “light”, “suave”, “soft”, dentre outras, e restringiu o uso de substâncias aditivas nos produtos fumígenos derivados do tabaco, permitindo somente a utilização dos aditivos indispensáveis ao processo produtivo.

RDC 14/2012
Para justificar a RDC n. 14/2012, a Anvisa publicou a Nota Técnica n. 10/2013, que apresenta argumentos detalhados para todas as alegações feitas pela Agência no bojo da ADI em comento. Dentre elas, é possível destacar:
·         O uso de substâncias broncodilatadoras com o objetivo de aumentar a absorção de nicotina pelos brônquios e, consequentemente, o seu potencial de causar dependência;
·         O emprego de substâncias que inibem o metabolismo da nicotina, deixando-a mais tempo presente na circulação sanguínea e fazendo com que o seu efeito seja intensificado;
·         A utilização de substâncias anestésicas para a diminuição da irritação das vias aéreas; e
·         O uso de substâncias que mascaram o sabor e odor ruins do produto, bem como a irritação causada pela fumaça do cigarro, tornando-o mais palatável.

Corroborando as informações já apresentadas pela Anvisa, a Organização Mundial da Saúde publicou, em 2014, um documento no qual reafirma e apresenta evidências científicas de que o uso de algumas substâncias aditivas tem como finalidade o aumento do poder de causar dependência dos produtos derivados do tabaco.

São elas: a amônia (aumenta a nicotina livre e mascara o gosto ruim do produto), o eugenol e o mentol (provocam analgesia e menor irritabilidade para que haja maior aspiração da fumaça e disponibilidade de nicotina nos pulmões).

Menciona também os aditivos como substâncias intencionalmente adicionadas aos produtos com o objetivo de aumentar a palatabilidade, melhorar a aparência, criar falsa sensação de benefícios à saúde, bem como de aumentar a energia e vitalidade.

Para a Anvisa, as medidas contra o uso de aditivos nos produtos fumígenos objetivam a proteção à saúde, dentro das prerrogativas legais da Agência, e podem, nesse caso concreto, impedir que crianças e adolescentes sejam atraídas para o cigarro.

Ascom/ANVISA



Ministério da Saúde lança campanha para incentivar diagnóstico precoce e busca ativa de casos de Hanseníase


Em dez anos, taxa de detecção da doença caiu 42%, que é mais frequente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. Hanseníase tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente no SUS

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, lançou nesta quarta-feira (31) em Belém/PA, a Campanha Nacional de Luta Contra a Hanseníase 2018. As peças da campanha, que serão veiculadas nacionalmente, trazem o slogan Hanseníase: Identificou. Tratou. Curou. O objetivo é alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa de casos, favorecendo assim o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.


”Gestores, população e profissionais da saúde precisam se unir para apoiar quem precisa do tratamento. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento, por isso os portadores da doença devem buscar os serviços de saúde assim que notarem sinais ou sintomas da doença”, reforçou o ministro Ricardo Barros durante o lançamento da campanha.

O governador do Pará, Simão Jatene, enfatizou que é preciso juntar esforços para enfrentar a doença. “As três esferas do governo em conjunto com a sociedade devem se unir para enfrentar a doença. A população deve se conscientizar que o tratamento adequado é o melhor caminho para a cura. Com um esforço coletivo vamos avançar na diminuição de casos de hanseníase”, afirmou.  

O público prioritário são homens na faixa etária entre 20 e 49 anos, parcela da população com maior número de casos diagnosticados. Também deve ser dada atenção especial ao público idoso, por se tratar de um grupo com alta taxa de detecção de casos novos com grau 2 de incapacidade físicas (incapacidades visíveis) causadas pela hanseníase. Para alcançar essa população, a sensibilização entre profissionais de saúde será fundamental, bem como a busca ativa de casos novos em espaços de convivência (ambiente domiciliar e social). 

A campanha publicitária também enfatiza a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma continua e prolongada com os casos diagnosticados. Também alerta à população para buscarem os serviços de saúde ao menor sinal da doença, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas. Em 2017, foram examinados 77,4% dos contatos registrados. 

O enfrentamento da hanseníase baseia-se na busca ativa de casos novos para o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção das incapacidades e investigação dos contatos, como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença. O diagnóstico e o tratamento são ofertados pelo SUS, disponível em unidades públicas de saúde.

BOLETIM - Em dez anos, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. Tal redução corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção geral do país (de 21,19/100 mil hab. em 2007 para 12,23/100 mil hab. em 2016). Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.

Em 2016, 2.885 municípios diagnosticaram casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 591 municípios diagnosticaram casos em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente. O país registrou 25.218 casos novos da doença, com taxa de detecção de 12,23 por 100.00 habitantes, considerado de alta endemicidade. Do total de casos novos registrados, 1.696 (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos e 7.257 (28,8%) iniciaram tratamento com alguma incapacidade física.

Quanto à distribuição por sexo e faixa etária, em 2016, do total de casos novos registrados no Brasil, 13.686 (54,2%) foram na população masculina. Desses, 6.233 (45,5%) casos foram diagnosticados na faixa etária de 20 a 49 anos de idade e, 3.422 (25%), na faixa etária de 60 anos ou mais. Em 2017, dados preliminares apontam 24.209 casos novos diagnosticados no país.

Conforme dados preliminares de 2017, o estado do Pará, escolhido para receber o lançamento nacional da campanha, é o terceiro em número de casos novos da doença País, com 2.359 casos diagnosticadas, perdendo apenas para Mato Grosso (3.167) e Maranhão (2.715). Além disso, o estado do Pará é o primeiro em número de casos novos na Região Norte, e segundo em casos menores de 15 anos no país (213), quinto em taxa de detecção geral (28,2/100 mil hab) e em taxa de detecção em menores de 15 anos (8,96/100 mil hab).

PROJETO ABORDAGENS INOVADORAS - A redução da carga da hanseníase é uma das prioridades do governo federal, portanto, esforços conjuntos entre União, estados, municípios e parceiros se fazem necessários para ampliação de ações estratégicas.

Uma das ações implantadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS/OMS, Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Movimento de Reintegração das pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) e apoio da Fundação NIPPON do Japão, é o Projeto Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase, com duração de três anos (2017-2019). Esta ação ocorre em 20 municípios dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins, os quais apresentam elevado número de casos novos em crianças, um dos critérios de seleção.

O projeto prevê capacitação dos profissionais de saúde na Atenção Primária; ampliação do trabalho para detecção de casos novos; fortalecimento dos centros de referência; redução da proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade física, por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades; e enfrentamento do estigma e discriminação contra as pessoas acometidas pela doença.

O Ministério da Saúde também realiza, em parceria com estados e municípios, busca ativa de casos novos de hanseníase em alunos matriculados no ensino fundamental de escolas públicas, na faixa etária de 5 a 14 anos, para o diagnóstico precoce e tratamento nas unidades básicas de saúde. O tratamento é fornecido gratuitamente nas unidades básicas de saúde do SUS.

SOBRE A DOENÇA - A Hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação compulsória. Possui como agente etiológico o Mycobacterium leprae, capaz de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), apesar da baixa patogenicidade (poucos adoecem). Tem predileção pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas.


CARRETA DA SAÚDE - Ainda em Belém, o Ministro da Saúde realizou uma visita a Carreta da Saúde, unidade itinerante que possui cinco consultórios e um laboratório que oferece atendimento à pacientes com hanseníase desde 2009. A unidade estará disponível entre os dias 31/01 a 04/02 no município.

O atendimento na Carreta será realizado por profissionais de saúde da rede municipal, com realização de triagem de casos suspeitos, exames para diagnóstico e avaliação neurológica. Os casos novos diagnosticados iniciam o tratamento e são direcionados para acompanhamento nas unidades de saúde do município.

Anexo:




Liberação em larga escala de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para redução da transmissão dos vírus da dengue, Chikungunya e Zika - FIOCRUZ executa sem ônus no Rio de Janeiro


EXTRATO DE CONVÊNIO ESPÉCIE: Convenio de Cooperação Técnica sem transferência de recursos financeiros n° 155/2017 entre FIOCRUZ, CNPJ 33.781.055/0001-35, Av. Brasil n° 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro/RJ, CEP 21045-900, o Município do Rio de Janeiro, CNPJ nº 42.498.733/0001-48, rua afonso Cavalcante, 455, bloco 01, 7º andar, 701, cidade nova rio de janeiro CEP 20211-110. Objeto: "liberação em larga escala de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia para redução da transmissão dos vírus da dengue, Chikungunya e Zika. Assinatura: de 26 de janeiro de 2018 Vigência: 26/01/2018 a 26/01/2023. Signatários: Nisia Trindade Lima, CPF 425.005.407-15, Presidente da Fiocruz, e Sergio Foster Perdigão, CPF 103.332.547-32, subsecretario de gestão da SMSRJ. Processo FIOCRUZ nº 25381.000138/2017-59

Oxitec não soltou Aedes transgênicos suficientes para proteger Piracicaba


Empresa de biotecnologia produz inseto geneticamente modificado para combater mosquito

Número liberado difere do preconizado pela empresa, o que pode afetar efetividade de contrato de R$3,7 mi

A empresa de biotecnologia Oxitec, que comercializa mosquitos transgênicos para combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, liberou menos da metade do número de insetos considerado adequado para que Piracicaba (SP) fique protegida após o fim do contrato, que termina em maio deste ano.

Dengue, zika e chikungunya são transmitidas pelo Aedes. O convênio de R$ 3,7 milhões entre a companhia e o município foi assinado em maio de 2016 para tratar 11 bairros do centro da cidade, de 400 mil habitantes.

A empresa de origem britânica utiliza mosquitos geneticamente modificados, batizados de "Aedes do bem".

Esses insetos transgênicos, todos machos, têm um gene que faz seus descendentes morrerem antes de atingirem a fase adulta. Assim, ao copularem com as fêmeas selvagens, eles tornam a prole inviável. Para que o efeito da intervenção seja duradouro, no entanto, a técnica precisa ser aplicada corretamente. A Oxitec recomenda aos municípios não realizar projetos de menos de dois anos.

A justificativa é técnica. Dentro do ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti, formado por ovo, larva, pupa e adulto, o maior número de indivíduos está sempre no estágio de ovos.
Trata-se da fase de combate mais complicada, denominada etapa de supressão, já que os ovos podem se manter viáveis por cerca de um ano após serem depositados.

Nesse período de um ano, ê fundamental que as liberações de mosquitos transgênicos no ambiente ocorram de forma constante e em quantidade adequada.

Documentos fornecidos pela Prefeitura de Piracicaba mostram que, de maio de 2017 (quando a fase de supressão deveria ter começado) a outubro do mesmo ano, a Oxitec liberou semanalmente em Piracicaba menos da metade (em algumas semanas menos de um quinto) do número de mosquitos considerado adequado para que a área seja entregue, após o fim do contrato, com um impacto significativo sobre o banco de ovos.

Dessa forma, após a interrupção das liberações, a reinfestação da área tratada pode se dar em tempo muito curto. O efeito, assim, não seria muito diferente do combate realizado com técnicas mais rudimentares, como o uso de inseticidas, que elimina apenas uma fase do mosquito, deixando outras, como o banco de ovos, ainda presentes na área.

Em outro documento também fornecido pela Prefeitura de Piracicaba, datado de 11 de janeiro de 2018, a Oxitec afirma que seis bairros da região central (Cidade Alta, Cidade Jardim, Clube de Campo, Nova Piracicaba, São Dimas e Vila Rezende) - onde vive mais da metade da população da área tratada ainda "estão em fase inicial de supressão", justamente a etapa que deveria ter começado em maio de 2017.

Portanto, ao fim do contrato, em maio de 2018, essas áreas não estarão devidamente protegidas.

NÚMEROS
Nos 11 bairros da região central de Piracicaba, onde vivem cerca de 60 mil pessoas, a empresa liberou semanalmente, de maio a outubro, quantidade de mosquitos modificados entre 1,5 milhão e pouco menos de 6 milhões.

Proporcionalmente, o número de insetos soltos variou de 25 por habitante a pouco menos de 100 por habitante.

Segundo a Folha apurou, no entanto, as diretrizes da área técnica preconizam uma liberação semanal de 200 mosquitos por morador, ou seja, deveriam de ter sido soltos 12 milhões de insetos modificados por semana, índice só obtido em novembro.

A área do bairro Cecap/Eldorado, tratada antes da região central e que seguiu as recomendações técnicas da empresa, fornece um bom exemplo de comparação.

Na fase de supressão da área (onde vivem 5.000 pessoas), que durou aproximadamente de maio de 2015 a maio de 2016, a liberação semanal se manteve quase todo o tempo no patamar de 800 mil mosquitos (ou cerca de 160 por habitante), chegando a picos, no verão, de 1,5 milhão de insetos (300 por pessoa).

Projetos anteriores da empresa apresentam números semelhantes. As liberações semanais ocorridas na Ilhas Cayman, em 2010, por exemplo, variaram de cerca de 200 a 800 insetos por habitante. Em Pedra Branca (BA), em 2011, essa taxa variou de pouco mais mais de 200 a 400 mosquitos/pessoa.

PERDA
A pesquisadora da USP Margareth Capurro, especialista em mosquitos transgênicos, analisou a taxa de liberação de insetos em Piracicaba a pedido da Folha. De acordo com ela, os níveis mostrados pela empresa provavelmente farão com que, após o fim do contrato, o trabalho feito na cidade seja perdido em pouco tempo.

Recentemente, a empresa assinou convênios com as prefeituras de Juiz de Fora (MG) e de Indaiatuba (SP).

Margareth Capurro, que há alguns anos coordenou juntamente com a Oxitec as liberações de mosquitos transgênicos em Jacobina e Juazeiro, na Bahia, porém, defende a tecnologia empregada pela empresa. "Ela funciona e pode ser aplicada ao protocolo integrado de tratamento, que também inclui medidas de saneamento básico, retirada manual de criadouros e uso de larvicidas, por exemplo."

FERNANDO TADEU MORAES, para Folha


OXITEC diz que cumpre contrato rigorosamente


Em nota, a Oxitec afirmou que "cumpre seus contratos de forma regular e rigorosa, o que inclui manter a prefeitura informada".

Questionado se tinha conhecimento de que as liberações de mosquitos modificados estavam abaixo do recomendado pela área técnica da empresa, o secretário de Saúde de Piracicaba, Pedro Mello, disse à Folha que a prefeitura da cidade nunca foi avisada do fato.
De acordo com a empresa de biotecnologia, "o projeto de supressão de vetor desenvolvido pela Oxitec não prevê liberação de quantidade fixa de mosquitos transgênicos".

A menor liberação de insetos, segundo a companhia, se deu em decorrência do período do ano - inverno na maior parte- , no qual "observou-se baixa pluviosidade e baixas temperaturas (típicas da época), e, por consequência, baixa infestação do mosquito selvagem".

"Durante o período sazonal em que a população de mosquitos selvagens ê menor, o número de mosquitos geneticamente modificados liberados pela Oxitec também foi menor. A população selvagem de mosquitos foi monitorada o tempo todo com o uso de ovitrampas [armadilhas] espalhadas pelos bairros", afirmou a Oxitec.

Segundo a Folha apurou, no entanto, as baixas liberações são uma consequência de problemas industriais na produção dos insetos modificados ocorridos na fábrica construída pela companhia em Piracicaba.

De acordo com a empresa, "o projeto da Oxitec em Piracicaba foi o primeiro em escala operacional que adotou essa estratégia de adequação sazonal no número de mosquitos".

No caso do bairro Cecap/ Eldorado, o primeiro a ser tratado pela companhia em Piracicaba (a partir de maio de 2015), a questão da sazonalidade não teve o mesmo peso.

Lá, as liberações semanais na fase de supressão realizada durante o inverno estiveram no patamar de 160 mosquitos transgênicos por habitante

Folha


Ministro da saúde se reúne com prefeitos baianos na UPB nesta terça-feira


Financiamento da saúde. Este é um dos assuntos do evento que acontece no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), nesta terça-feira (6), às 10h.

O evento é uma convocação extraordinária do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que estará presente e vai falar também sobre as ações da saúde para 2018 e prestação de contas, incluindo recursos de 2017 e previsões para este ano.

Em convite extensivo aos secretários municipais de saúde, o ministro afirma que será a oportunidade de realizar uma reunião com prefeitos e gestores do estado. É necessário confirmar presença pelo e-mail cerimonialgabinete@saude.gov.br ou pelo telefone 61. 3315-2390


Ministério da Saúde redefine a distribuição de 140 aceleradores do Plano de Expansão da Radioterapia


Ação ampliará assistência em todo o país, beneficiando 70 milhões pacientes por ano em áreas com déficit assistencial. Estimativa do Inca aponta 600 mil novos casos de câncer no país por ano

Itens relacionados
Para ampliar o acesso ao tratamento de câncer no país, o Ministério da Saúde redefiniu os serviços para distribuição de 140 aceleradores lineares pertencentes ao Plano de Expansão da Radioterapia. A medida garantirá a cobertura no Sistema Único de Saúde (SUS) de mais de 70 milhões de brasileiros. A meta é que até 2019 todos os aparelhos estejam em funcionamento, atendendo 100% do público-alvo. Do total de aparelhos, 36 estão sendo incluídos ao plano, beneficiando diretamente, mais de 18 milhões de pacientes. Para garantir a inclusão desses novos hospitais, a pasta irá destinar R$ 163,7 milhões na ampliação e construção de serviço em 14 estados e no Distrito Federal, que apresentam um déficit assistencial.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, essa medida vai ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos no SUS, além de trazer para o país o desenvolvimento industrial. “Esses novos equipamentos somados ao que já temos são suficientes para garantir cobertura a todos os pacientes que dependem exclusivamente do SUS. Hoje, atendemos 74% da população dentro do prazo da lei dos 60 dias, para que possamos atingir a totalidade precisamos estruturar os serviços. Já temos um planejamento e recursos disponíveis para garantir a instalação e construção da casamata, espaço destinado para o aparelho”, destacou o ministro Ricardo Barros.



A inclusão dessas novas unidades só foi possível após revisão do Plano de Expansão da Radioterapia que permitiu a exclusão de instituições com inviabilidade técnica, que não atendiam aos critérios ou que pediram para sair do projeto. A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos no SUS, além de trazer para o país o desenvolvimento industrial e o fortalecimento do parque tecnológico, com a construção de uma fábrica no país.

Dos 36 novos hospitais, 16 irão receber acelerador linear e a casamata concluída - espaço destinado para a instalação do equipamento para tratamento de radioterapia. Outras 8 unidades receberão o aparelho, já que possuem o local específico construído. Mais 12 hospitais terão o seu acelerador linear trocado, por estarem obsoleto.

Desde que assumiu a gestão do Ministério da Saúde, o ministro Ricardo Barros, já entregou 13 aceleradores lineares. Do total, cinco deles pelo Plano de Expansão da Radioterapia, nas cidades de Campina Grande (PB), Maceió (AL), Feira de Santana (BA), Brasília (DF) e Curitiba (PR). Outros 8 foram entregues por meio de convênios em Salvador (BA), Ipatinga (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Ijuí (RS), Passos (MG), Cascavel (PR) e Jaú (SP).

Ainda neste ano, estão programadas a entrega de 25 equipamentos de radioterapia. Ao todo serão entregues pelo Ministério da Saúde 140 aceleradores lineares em todo país. Cerca de R$ 500 milhões foram investidos para a aquisição de 100 aceleradores lineares, além da realização de projetos e obras. Os outros 40 aceleradores serão adquiridos com recursos de convênios.

Os projetos que já estão em execução estão dentro das atividades previstas do Plano de Expansão da Radioterapia, visto que os aceleradores lineares são equipamentos de altíssima complexidade tecnológica e não podem ser instalados sem os devidos cuidados com a proteção radiológica. As instalações exigem espaço físico com características peculiares e distintas das construções tradicionais de estabelecimentos e unidades de saúde, uma vez que envolve, por exemplo, sistemas de climatização específicos, refrigeração da água, sistema elétrico diferenciado e maior espessura das paredes.

Atualmente, o Brasil possui 243 aparelhos para tratamento de radioterapia na rede pública em funcionamento. Até 2019, considerando a inclusão de novos aparelhos, substituições e habilitações, o país passará a ter 331 aceleradores lineares disponíveis para atendimento à população


INCIDÊNCIA DE CÂNCER – Ainda nesta sexta-feira, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou novos dados de incidência da doença para o biênio 2018-2019. O levantamento apontou que serão cerca de 600 mil novos casos, em cada ano, aproximadamente 282.450 em mulheres e 300.140 em homens. As estimativas do biênio 2018-2019 não podem ser comparadas às dos biênios anteriores, porque as bases de cálculo são permanentemente aperfeiçoadas. 


O tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma, que é um tipo de tumor menos letal, com 165.580 casos novos. Depois de pele não melanoma, os dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão próstata (68.220 casos novos por ano), mama feminina (59.700), cólon e reto (mais comumente denominado câncer de intestino) (36.360), pulmão (31.270), estômago (21.290), colo do útero (16.370), cavidade oral (14.700), sistema nervoso central (11.320), leucemias (10.800) e esôfago (10.790).

Entre as mulheres, as maiores incidências serão de cânceres de mama (59.700), intestino (18.980), colo do útero (16.370), pulmão (12.530), glândula tireoide (8.040), estômago (7.740), corpo do útero (6.600), ovário (6.150), sistema nervoso central (5.510) e leucemias (4.860). Já entre os homens, os cânceres mais incidentes serão os de próstata (68.220), pulmão (18.740), intestino (17.380), estômago (13.540), cavidade oral (11.200), esôfago (8.240), bexiga (6.690), laringe (6.390), leucemias (5.940) e sistema nervoso central (5.810).

CAMPANHA – O sambista Neguinho da Beija-Flor será o personagem principal da Campanha do Dia Mundial do Câncer 2018, realizada pelo Ministério da Saúde. Neste ano, a divulgação abordará o estigma social de quem é ou foi portador da doença, acrescentando o problema da desinformação generalizada. A proposta é mostrar que a informação é uma importante aliada no diagnóstico e tratamento da doença. No depoimento, o mais famoso intérprete do Carnaval carioca conta sua história de superação e cura contra o câncer, além de falar do apoio que amigos e familiares deram em todo o processo. O vídeo está disponível nas redes sociais do Ministério da Saúde.


ASSISTÊNCIA – Nos últimos anos, observou-se uma crescente oferta da radioterapia no país. Em 2010, foram realizados 8,3 milhões procedimentos de radioterapia. Em 2016, foram 10,45 milhões, um aumento de 25,9%. Vale ressaltar que essa ampliação também é resultado do investimento realizado pelo Ministério da Saúde na compra de aceleradores lineares, por meio de convênios. Consequentemente, a pasta ampliou, em seis anos, 46% os recursos para tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e quimioterapias), passando de R$ 2,27 bilhões, em 2010, para R$ 3,33 bilhões, em 2016.

Por Victor Maciel, da Agência Saúde 


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

SOLANEZUMAB é reprovada em teste clínico


Mais uma droga contra Alzheimer, que tem como alvo os depósitos amiloides no cérebro, falhou, decepcionando quem apostava na substância solanezumab, um anticorpo monoclonal, como primeiro medicamento a enfrentar a doença diretamente. Hoje, as abordagens disponíveis no mercado conseguem lidar com os efeitos do mal neurodegenerativo, mas não trabalham com as causas de uma enfermidade que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 47 milhões de pessoas.

O resultado do estudo de fase três — a última etapa de uma investigação antes de o remédio entrar no mercado — com 2.129 pacientes de Alzheimer com demência moderada foi publicado no New England Journal of Medicine e demonstrou que a substância, desenvolvida pelo laboratório Eli Lilly, não retardou significativamente o declínio cognitivo. A pesquisa era o maior ensaio clínico (realizado com humanos) focado no Alzheimer que tinha como alvo os depósitos da proteína amiloide no cérebro.

“Embora estejamos desapontados pelo fato de que essa droga, em particular, não tenha se provado bem-sucedida, o campo está se beneficiando a cada estudo”, relativizou, em nota, Lawrence Honig, professor de neurologia no Centro Médico da Universidade de Columbia, em Irving, que liderou o trabalho.

O neuropsiquiatra Otávio Castello, diretor científico da regional DF da Associação Brasileira de Alzheimer, conta que, entre 2002 e 2012, 473 ensaios clínicos com novas drogas para combater a doença foram encerrados e, desses, 280 estavam na fase 3, como o solanezumab. “Nesses 10 anos, esses ensaios foram parar na lata de lixo. Esse custo é de US$ 1 trilhão em pesquisas. Por enquanto, a indústria não tem nada no radar”, diz.

De acordo com o médico, resultados preliminares indicam que outra droga em avaliação, o aducanumab, é promissora, mas os estudos estão na fase 2. “Só devemos ter mais resultados no fim de 2019, início de 2020. Para este ano não há nada”, afirma. Para Castello, porém, o insucesso das drogas que têm o depósito de proteínas amiloide no cérebro não significa que a hipótese que associa o Alzheimer ao acúmulo da substância deva ser descartada. “O fracasso das drogas como o aducanumab é tão retumbante que há cientistas que andam perguntando: ‘Será que a teoria amiloiode realmente explica a doença de Alzheimer?’. Mas ela ainda é válida, ainda é a mais aceita. Ainda há frentes novas de entendimento da própria teoria, que precisam ser investigadas.” (PO)

Fonte: Estado de Minas Online 


Genéricos em 2017 as vendas cresceram acima do setor farmacêutico


Segundo dados da PróGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), com base nos indicadores do IQVIA, a indústria de genéricos fechou 2017 com crescimento de 11,78% no volume de unidades vendidas, na comparação com 2016.

No ano, foram comercializadas 1,2 bilhão de unidades contra 1,1 bilhão no ano anterior. Os genéricos encerraram o ano com 32,46% de participação de mercado em unidades contra 30,70% verificados em 2016.

“São diversos pontos a serem considerados para esse aumento, além do preço mais baixo, a confiança do consumidor foi fator determinante, para afirmar isso temos como base pesquisas realizadas pelo IFEPEC, que apresentam que as pessoas já observam os genéricos como uma ótima alternativa”, explica Edison Tamascia, presidente da Febrafar.
Com o resultado, se observa que genéricos tiveram uma elevação de seis pontos percentuais acima do mercado farmacêutico total, que registrou expansão de 5,73% no ano passado.

Resultado esperado
Os dados da pesquisa “Análise do perfil de compra dos consumidores de medicamentos”, realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), já projetava esses resultados por mostrar que a possibilidade de economia sem riscos, proporcionado pelos medicamentos genéricos, está fazendo com que grande parcela da população já considere essa opção na hora da compra.

Segundo a pesquisa o número de brasileiros que consideram essa opção é bastante expressivo, sendo que 37% dos consumidores apontara que adquiriram medicamentos dessa modalidade, outros 32% compraram os de marcas e 31% compraram uma mescla dos dois tipos.

“Os genéricos já venceram uma desconfiança inicial e natural que enfrentaram no mercado e hoje já fazem parte das opções de escolhas dos consumidores, eles possuem um grande potencial competitivo por causa da economia que ele proporciona, sendo que os preços são fundamentais na escolha”, analisa Edison Tamascia.

Ele se refere ao fato de que a pesquisa também aponta a prioridade que o consumidor está dando ao preço em relação à marca na hora de adquirir medicamentos. Segundo a pesquisa, 45% dos consumidores, acabaram comprando produtos diferentes do objetivo inicial e a quase totalidade desses clientes buscavam economia.

“É importante reforçar, porém, que o cliente não está indo contra a indicação médica, mas sim buscando uma alternativa real, sendo que o genérico possui a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem que o medicamento original”, complementa Tamascia.
A pesquisa teve como objetivo apurar as características de compras de medicamento dos brasileiros, bem como o tipo de medicamento adquirido, o índice de troca de medicamento e os motivos que levaram a essa troca.

Segundo a pesquisa, dos entrevistados que foram às farmácias 72% adquiriram os medicamentos, contudo, apenas 24% compraram exatamente o que foram comprar, 31% modificou parte da compra e 45% trocaram os medicamentos por vontade própria ou por indicação dos farmacêuticos.

“Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum nos brasileiros que é não ser fiel ao produto que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que o brasileiro se encontra mais preocupado com o bolso”, explica o presidente da Febrafar. Tal afirmação se baseia no fato de que a pesquisa constatou que 97% dos entrevistados que trocaram de medicamentos compraram uma opção de menor preço.

A pesquisa foi realizada com quatro mil consumidores de todos o Brasil que quando esses saíam das farmácias em que estiveram para efetuar a compra.

Panorama Farmacêutico 


Novo medicamento é testado contra a febre amarela em dois Estados


O aumento de casos de febre amarela no Estado de São Paulo desencadeou uma série de ações para buscar meios de tratar a doença e produzir avanços na identificação de áreas que podem ser atingidas pelo vírus. Depois dos transplantes de fígado em pessoas que desenvolveram a forma grave da doença, realizados no Hospital das Clínicas e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pacientes de São Paulo e de Minas Gerais começaram neste mês a receber tratamento com um remédio para hepatite C, técnica que será estudada por pesquisadores dos dois Estados para ver se é possível começar a tratar a doença utilizando medicamentos. A febre amarela não tem tratamento específico.

Imunização. Capital teve corrida aos postos por vacina

“Percebeu-se que o vírus da febre amarela é do mesmo grupo do vírus da hepatite C, que se beneficiou muito com o tratamento. A primeira possibilidade foi avaliar se era possível fazer a mesma coisa com o vírus da febre amarela”, explica o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

Nesta fase inicial, a oferta está sendo feita por meio do uso compassivo. “É quando um laboratório consente em usar o remédio para outra definição, o pesquisador acha que vai dar certo e o paciente e seus familiares permitem que isso seja feito. Está ocorrendo neste mês de janeiro em alguns hospitais do Estado de São Paulo e também de Minas Gerais. Percebeu-se que isso pode ser uma alternativa e isso está sendo transformado em protocolo de pesquisa”, diz Uip.

Segundo ele, todas as fases do protocolo clínico voltado para o uso desses medicamentos para casos de febre amarela serão realizadas, como os testes e a análise pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), mas o objetivo é que haja agilidade na pesquisa. “Todas as etapas serão respeitadas.” O estudo será realizado pela Universidade de São Paulo (USP), pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas e por um hospital de Minas.

Até o momento, já foram realizados seis transplantes de fígado em pacientes com a doença e um deles, de Campinas, morreu. “Isso é inusitado, é a primeira vez que se faz no mundo. O Hospital das Clínicas já fez cinco transplantes e a Unicamp fez um. Temos São José do Rio Preto apto a fazer transplantes e outros centros que também farão. Talvez estejamos diante de uma possibilidade de curar a hepatite fulminante (causada) pelo vírus da febre amarela.” 

Corredores
O mapeamento dos corredores ecológicos, levando em consideração as áreas de matas existente e em reflorestamento, foi considerada uma medida inédita. “Isso se mostrou correto, porque, quando chegou em Mairiporã, nós já estávamos prevendo chegar a essa região pela pesquisa com os corredores ecológicos. Foi uma descoberta inédita, é um trabalho muito importante que vai ser publicado na Science, uma das revistas mais prestigiadas do mundo, porque é uma descoberta nova em relação a como caminha a febre amarela fora da região endêmica normal dela”, diz Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da pasta.

Fonte: Estadão 


Calendário Agenda