Destaques

quinta-feira, 27 de março de 2014

Medicamentos terão reajuste de 5,68%

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos a Resolução n°2, de 12 de Março de 2014 que dispõe sobre a forma de definição do Preço Fabricante e do Preço Máximo ao Consumidor dos medicamentos em 31 de março de 2014, estabelece a forma de apresentação do Relatório de Comercialização à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, disciplina a publicidade dos preços dos produtos farmacêuticos e define as margens de comercialização para esses produtos.

As empresas produtoras poderão ajustar os preços de seus medicamentos na conformidade da Resolução CMED nº 1, de 27 de fevereiro de 2014. O ajuste de preços de medicamentos terá como referência o Preço Fabricante - PF praticado em 31 de março de 2013. E para os medicamentos que tiveram sua comercialização iniciada entre 31 de março de 2013 e 30 de março de 2014, o ajuste de preços terá como referência o PF máximo permitido pela CMED.

Assim A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento (CMED) fixa em 3,35% o ajuste médio permitido este ano aos fabricantes na definição do preço máximo dos produtos.

"Este é um dos menores índices de ajuste autorizado para o mercado regulado de medicamentos dos últimos cinco anos e, assim como vem ocorrendo desde 2010, o percentual se mantém abaixo da inflação", disse em nota o ministério.

A regulação atinge cerca de 9.000 medicamentos e varia de acordo com três níveis de concorrência dos remédios.

Para os remédios com baixa concorrência, que somam mais de 40% do mercado, o reajuste máximo autorizado é 1,02%. Para os medicamentos de alta concorrência, poderão ser reajustados até 5,68%, mesmo percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses.

As unidades produtoras e as de comércio atacadista ou intermediário repassarão, obrigatoriamente, às unidades varejistas, a diferença de alíquota de ICMS entre o estado de origem e o de destino, bem como colocarão os produtos CIF no destinatário. As empresas produtoras deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações especializadas de grande circulação.

Para fazerem jus ao ajuste de preços, as empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar à CMED, até 31 de março de 2014, o Relatório de Comercialização, a ser preenchido de acordo com as instruções que constarão de Comunicado da Secretaria-Executiva.

A apresentação do Relatório de Comercialização é obrigatória a todas as empresas produtoras de medicamentos, independente da aplicação do ajuste de preços e a sua recusa sujeitará as empresas às sanções previstas na Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003.   

CCJ Rejeita Projeto sobre Exoneração de Dirigentes de Agências

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou, nesta quarta-feira (26), projeto do senador Jayme Campos (DEM-MT) que prevê a possibilidade de exoneração de dirigentes de agências reguladoras com base em voto de censura do Senado.

É que o artigo 61 da Constituição reserva ao presidente da República a competência para propor leis que tratem da criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica. As agências são autarquias.O PLS 507/2007 recebeu relatório favorável do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), mas prevaleceu o voto do líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), pela inconstitucionalidade da matéria. Segundo Braga, o projeto tem vício de iniciativa e viola o princípio de separação dos Poderes.

Além disso, conforme Braga, os dirigentes de agências reguladoras têm mandatos por prazo determinado, exatamente para exercer suas funções com autonomia e independência. Com placar apertado, de 8 votos contra 7, a argumentação do líder do governo foi acolhida pela comissão..

Agência Senado

segunda-feira, 24 de março de 2014

"O Panorama da Economia Brasileira" é o tema do seminário na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Industria e Comércio da Câmara, Anexo II, Plenário 5, 9h no dia 26 de março de 2014

http://www.camara.gov.br/internet/imagens/comissoes/Brasao.jpg
    

                                      CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO 54ª Legislatura - 4ª Sessão Legislativa Ordinária
PAUTA DE SEMINÁRIO
DIA 26/03/2014
LOCAL: Anexo II, Plenário 05
HORÁRIO: 09h
A -
Seminário:  
"O Panorama da Economia Brasileira"

Iniciativa: Deputado Angelo Agnolin
Requerimentos: 131/13 (Deputado Angelo Agnolin); 90/12 (Deputado Fernando Torres); 103/13 (Deputado Sebastião Bala Rocha e Paulo Rubem Santiago)

PROGRAMAÇÃO PRÉVIA

Das 9h às 9h30  - CREDENCIAMENTO

Das 9h30 às 10h - MESA DE ABERTURA:

-Deputado AUGUSTO COUTINHO, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio - CDEIC; *
-Deputado ANGELO AGNOLIN, autor do Requerimento nº 131/13; *
-Deputado FERNANDO TORRES, autor do Requerimento nº 90/12;
-Deputado SEBASTIÃO BALA ROCHA, autor do Requerimento nº 103/13; *
-Deputado PAULO RUBEM SANTIAGO, autor do Requerimento nº 103/13. *

Das 10h às 12h - PAINEL 1 - PROBLEMAS CONJUNTURAIS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Tema: Os Entraves ao Empreendedorismo (Enfoques: Burocracia e Encargos na Atividade Comercial; Capital Humano)

Convidados:
-MAURO BORGES, Ministro do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior - MDIC; *
-GUILHERME AFIF DOMINGOS, Ministro de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República;*
-RENATO DA FONSECA, Gerente Executivo de Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria - CNI; *
-ROBERTO NOGUEIRA FERREIRA, Consultor da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo - CNC; *
-MARCELO D'ÁVILA - Assessor Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA.*
Coordenador: Deputado AUGUSTO COUTINHO*

Das 12h às 13h - Debates

Das 13h às 14:30h - Almoço

Das 15h às 16:30h - PAINEL 2 - PERSPECTIVAS ECONÔMICAS BRASILEIRAS

Convidados:
-MÁRCIO HOLLAND, Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda; *
-LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS, Economista; *
-RODRIGO ÁVILA, Economista. *
Coordenador: Deputado ANGELO AGNOLIN *
Mediador: CARLOS ALBERTO SARDENBERG *

Das 16h30 às 17h30 - Debates

18 horas - Encerramento
-Deputado AUGUSTO COUTINHO, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio - CDEIC; *

*presença confirmada

sábado, 22 de março de 2014

Novartis quer dobrar o seu tamanho no Brasil em cinco anos

Com o Brasil posicionado entre os sete países mais relevantes nos seus negócios globais, a Novartis tem a meta de dobrar de tamanho no país em cinco anos. Para isso, a matriz na Suíça planeia investir 1,5 mil milhões de reais (cerca de 500 milhões de euros) para a unidade brasileira neste ano.

Os recursos serão direcionados principalmente para implementar a estratégia de expansão em inovação: ampliar a presença no segmento dos medicamentos biológicos e vacinas, levar para o país com mais agilidade os produtos desenvolvidos no exterior, além de aprofundar as parcerias com o governo brasileiro, avança o Valor Econômico.

"Mais de 30% das nossas vendas no Brasil já são representadas por produtos novos, lançados nos últimos anos. A forma que vemos de alavancar os negócios da empresa aqui é trazer medicamentos inovadores, para doenças ainda não assistidas", disse ao Valor, o presidente da Novartis Brasil, Adib Jacob. A previsão é de cinco a oito lançamentos por ano. Muitos destes tratamentos deverão atender a demanda do governo brasileiro.

Ainda segundo Jacob, a divisão de genéricos e similares da empresa (a Sandoz) cresce mais de 30% ao ano no Brasil e representa cerca de 20% da faturamento da subsidiária.

Globalmente, a empresa desenvolve um processo de reestruturação, no qual o CEO da companhia, Joe Jimenez, já sinalizou reavaliará a ampla oferta de produtos, caso de vacinas e produtos para saúde, conforme notícias em publicações europeias. Para o Brasil, entretanto, os negócios deverão continuar diversificados. "Não há prioridade de curto prazo para reavaliar as operações no Brasil", disse Jacob.

Fonte: Valor Econômico

Ministro da Saúde diz que pretende acabar com tabela do SUS

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou nesta quinta-feira, em palestra para uma plateia composta basicamente por prefeitos e vereadores do Estado, no 58º Congresso Nacional de Municípios, que pretende acabar com a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e criar um novo mecanismo de financiamento para a saúde pública.

"Ouvimos falar muito que a tabela do SUS está desatualizada. Pretendo, como ministro, acabar com essa tabela, mudar o processo de financiamento e da transferência de recursos feita atualmente", disse. E exemplificou: "Não (substituir) pelo que paga mais, mas com pacotes de cuidados, para saber qual o custo para cuidar de um hipertenso e financiar adequadamente para garantir o procedimento ao paciente. A mudança dessa lógica é fundamental", afirmou.

O ministro explicou que já está se avançando, desde 2003, neste sentido, não mais pagando por tabela, mas por meio da contratação dos serviços. A produção, disse, passa a ser uma base para a informação e, em vez de pagar o procedimento, é importante avançar para modalidades que remunerem o cuidado integral.

"Gostaria muito de anunciar que essa tabela deixou de ser a lógica do SUS, deixou de ser a lógica de pagamento, passa a ser sistema de informação para financiar o cuidado em saúde com outras lógicas." Nessa defesa do fim da tabela do SUS, Chioro disse que talvez ocorra a necessidade de adaptar como se pagar, por exemplo, serviços privados que só fazem procedimentos. "Talvez seja necessário manter uma pequena tabela com alguns procedimentos para remunerar nessa realidade."

Apoio

Chioro anunciou aos prefeitos e vereadores que o ministério estará disposto a dar todas as informações, apoio e assistência que os municípios precisam, já que saiu diretamente de um município (na prefeitura de São Bernardo do Campo) para a Esplanada dos Ministérios e, portanto, conhece bem as dificuldades que esses administradores enfrentam. O ministro disse também que sua pasta irá destinar mais de R$ 3 bilhões na qualificação do serviço e melhoria das parcerias com os municípios. "O prefeito que fez a lição de casa vai receber pelo esforço. Contudo, quem não fez, vai ter todo nosso apoio também, pois temos de ver o que aconteceu e os problemas que podemos sanar."

A Tribuna - Santos

Ministro anuncia Ampliação do Aeroporto Internacional de Cabo Frio

Medida promete aumentar turismo e capacidade de transporte de carga. Também deve ser construído um novo terminal de passageiros.

A RM Consult se orgulha de em ter contribuído com a regularização do terminal cargueiro destinado a área de saúde; hoje o Aeroporto pode operar com medicamentos, soros, vacinas, alimentos, cosméticos, produtos para saúde e domissaneantes. Com a ampliação terá maior frequência de voos e maior agilidade no manuseio de cargas.

O ministro da aviação civil, Moreira Franco, esteve nesta sexta-feira (21) em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, paraanunciar a ampliação do aeroporto internacional da cidade. A medida promete aumentar o turismo e a capacidade de transporte de cargas. A licitação para as obras deve começar já no mês de Abril.

Com a ampliação, o pátio que hoje tem capacidade para o estacionamento de 37 aeronaves vai praticamente dobrar de tamanho e poderá receber mais 25 aeronaves, entre helicópteros, aviões cargueiros e comerciais. Também deve ser construído um novo terminal de passageiros e implantada uma torre de controle mais moderna.

Atualmente, três voos comerciais saem toda semana de Cabo Frio. Para as plataformas, são 25 voos diários, o que representa um maior fluxo de passageiros. Com a ampliação do aeroporto, esse panorama deve mudar.

O terminal de Cabo Frio recebe atualmente 230 mil passageiros por ano. A partir do ano que vem, o número de embarques e desembarques deve aumentar para 450 mil. O anúncio da ampliação foi feito durante a visita do ministro-chefe da aviação civil, Moreira Franco e do secretário estadual de transportes Jasílio Lopes. Ainda não foi divulgada uma previsão para o início das obras, mas o processo de licitação deve começar no início de abril.

Com informações do portal G1

quinta-feira, 20 de março de 2014

Acordo Setorial busca Solução para Descarte de Medicamentos pela População

Encerra no dia 6 de abril o prazo para que os setores relacionados à fabricação e comercialização de medicamentos apresentem sugestões para a implantação do sistema de logística reversa de resíduos deste tipo de produto no País.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou em outubro de 2013 o edital de chamamento para a elaboração do acordo setorial que vai definir o funcionamento do sistema de descarte de medicamentos no Brasil. O edital chama os setores interessados a apresentarem sugestões que contemplem todas as etapas do ciclo de vida de medicamentos.

A iniciativa faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e é resultado da coordenação da Anvisa que avaliou o impacto e a viabilidade econômica e operacional da proposta junto aos representantes do setor farmacêutico, órgãos de vigilância sanitária, órgãos do meio ambiente, entidades profissionais e representantes da sociedade civil organizada. O documento final foi discutido ainda com os ministérios do Meio Ambiente, Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Agricultura e Abastecimento e Fazenda.

A perspectiva é que a população tenha alternativa apropriada para o descarte seguro e ambientalmente correto das sobras dos medicamentos no ambiente domiciliar, por falta de uso ou com prazo de validade vencido.

Desde 2009 regulamento da Anvisa possibilita que farmácias e drogarias participem de programas voluntários de coleta de resíduos de medicamentos para descarte pela população, na perspectiva de apoiar as iniciativas de empresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental e atentas a essa necessidade da população.

Países como Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Suécia, Austrália, Canadá e Estados Unidos já adotam práticas para o descarte desse tipo de resíduo há alguns anos. No Brasil há iniciativas voluntárias e também casos de recebimento pelo poder público de medicamentos em desuso ou impróprios para o consumo. Em algumas regiões há legislação estadual ou municipal própria estabelecendo regras e responsabilidades para esse descarte.

A proposta de abrangência nacional deve permitir que os medicamentos que hoje são descartados por falta de uso ou com prazo de validade vencido tenham uma destinação final correta, pois irá viabilizar a coleta e a devolução dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação final ambientalmente adequada dos produtos e suas embalagens, em consonância com o princípio da responsabilidade compartilhada preconizado pela PNRS.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Anvisa

Câmara aprova prazo Indeterminado para Interdição Sanitária em Laboratórios

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (19), em caráter conclusivo, projeto de lei que permite a suspensão de atividades laboratoriais pelo tempo que for necessário para a realização de testes, provas e análises (PL 3673/12, do Senado). Assim, a interdição de estabelecimentos que falsificarem ou adulterarem medicamentos e cosméticos poderá superar os 90 dias, como prevê a lei.
Atualmente, o prazo máximo de interdição como medida cautelar, previsto na lei que trata de infrações sanitárias (Lei 6.437/77), não pode, em qualquer caso, exceder 90 dias. Depois desse prazo, o estabelecimento é liberado automaticamente.
O parecer da relatora, deputada Iriny Lopes (PT-ES), foi favorável à proposta e à emendaaprovada na Comissão de Seguridade Social e Família. A comissão incluiu os laboratório de produtos de higiene pessoal e de perfumaria entre os passíveis de interdição por tempo indeterminado. “A emenda amplia a incidência da lei, contribuindo para tornar o projeto mais abrangente no seu aspecto protetor da saúde pública”, afirma Iriny.
A proposta ainda determina que, enquanto perdurar a interdição do estabelecimento punido, é vedado o uso das instalações em que ele funcionava por outro estabelecimento que desenvolva atividade similar, ainda que apenas parcialmente.
O texto volta para o Senado, já que foi modificado na Câmara.

Íntegra da proposta:

quarta-feira, 19 de março de 2014

Ciro é convidado para coordenação da campanha de Dilma

O ex-ministro Ciro Gomes, que é filiado ao PROS, foi convidado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para integrar a coordenação da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.
O convite foi feito, no Palácio do Planalto, durante um almoço de Mercadante com a cúpula do PROS. "O ministro pediu que o partido emprestasse o Ciro para ajudar na campanha", contou o deputado Givaldo Carimbão, líder do PROS na Câmara. Ficou acertado que Ciro Gomes vai conversar com o presidente do PT, Rui Falcão, para acertarem a sua participação no processo e para tratarem de alianças nacional e estaduais.
Trabalhando na coordenação da campanha de Dilma já estão acertados, além de Rui Falcão, o ex-ministro Franklin Martins, o deputado Edinho Silva, o marqueteiro João Santana, o ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem estado sempre presente nas reuniões. O temperamento de Ciro Gomes, no entanto, causa preocupação entre alguns assessores presidenciais.
Na conversa com Mercadante, segundo o deputado Carimbão, foi informado que o atual ministro interino da Integração, Francisco Teixeira, será confirmado no cargo. O deputado disse que a direção do PROS assegurou ao ministro que o partido avalizava a indicação de Teixeira para o cargo, que aguardava apenas que a presidente Dilma referendasse seu nome.
Agência Estado

Burocracia impõe perdas para a pesquisa clínica de medicamento no Brasil

Fábio Franke: Brasil tem 576 novos diagnósticos de câncer por ano
O Brasil está perdendo oportunidades no campo da pesquisa clínica de novos medicamentos por conta de um sistema burocrático que engessa os pedidos de autorização para estudos, advertiram pesquisadores e organizações sociais em audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) nesta terça-feira (18). Entre os expositores, o presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Brito Filho, afirmou que apenas no ano passado foram inviabilizados 112 estudos em parceria com centros de pesquisa no exterior.
— A indústria não perde nada. Quando o estudo não vem para o Brasil, a indústria desenvolve em outro lugar, e um dia o medicamento vai chegar aqui. Quem perde é o paciente, que dele dependeria, e o pesquisador, para seu aperfeiçoamento — observou
Brito afirmou que os embaraços decorrem de um sistema de licenciamento sem similar no mundo, composto de três a quatro instâncias de análise, envolvendo “retrabalhos” que prolongam em demasia o tempo de avaliação para concessão das licenças. Segundo ele, o tempo de aprovação no país pode chegar a um ano e, na melhor hipótese, representa o dobro da média mundial.
Voluntários
As pesquisas clínicas de medicamentos envolvem estudos com seres humanos, em caráter voluntário, com o objetivo de validar e viabilizar medicamentos, produtos e insumos na área da saúde. Seguem protocolos rigorosos, que são normatizados por resoluções nacionais e internacionais. No Brasil, os pedidos passam pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculados ao Conselho Nacional de Saúde, e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com Brito, nos Estados Unidos os centros de pesquisa conseguem licenças em até 60 dias. Na Europa, o tempo pode variar entre 60 e 68 dias, enquanto a Coréia do Sul, país que vem se notabilizando nesse campo dos estudos, as autorizações saem dentro de 30 dias. Segundo ele, não adianta constatar que o sistema nacional vem ganhando agilidade, mas reconhecer que ainda perde para a grande maioria dos países e necessita “se colocar no jogo”.
— A disputa é mundial e, portanto, é insuficiente avançar um pouco se alguém lá fora continua andando mais — opinou o representante da indústria.
Ética versus burocracia
Brito refutou a ideia de que as exigências éticas no caso de pesquisas com novas drogas envolvendo testes em humanos exigem cuidados extremos que justificam a burocracia. Segundo ele, é perfeitamente possível conciliar ética, rapidez e eficácia. A seu ver, a verdadeira questão seria a “visão conservadora” sobre pesquisa que prevalece no Conselho Nacional de Saúde.
— Tem que se estabelecer claramente na cabeça do respeitável Conselho que não é pecado falar em pesquisa — enfatizou.

                                                                      Conquistas
Jaderson Sócrates Lima, que representou a Associação Médica Brasileira (AMB), destacou que os pacientes são os grandes beneficiários das pesquisas clínicas de medicamentos. Ele observou que doenças que no passado eram fatais hoje podem ser curadas ou controladas com medicamentos que dependeram de estudos em humanos. Citou o Acidente Vascular Cerebral (AVC), com redução de 70% da mortalidade, e o HIV-AIDS, com redução de 65% das mortes nas duas últimas décadas, além do sarampo, hoje praticamente extinto no mundo.

De acordo com o expositor, o tema não é de interesse exclusivo da indústria farmacêutica, já que a área estatal também financia e realiza pesquisas em seus próprios centos. Ele defendeu mudanças no atual sistema de regulação e a participação de todos os segmentos no debate para a definição do novo modelo.
Desvantagem no SUS
O avanço do câncer em todo mundo e a necessidade de avançar nas pesquisas foram destacados pelo especialista em oncologia Fábio Franke, coordenador do Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí (RS). Segundo, os diagnósticos da doença aumentaram, saindo de 14 milhões para 22 milhões de casos novos por ano. No Brasil, seriam 576 novos diagnósticos anuais. Ele também criticou a demora para inclusão de novas drogas nos protocolos de tratamento do Sistema Único de Saúde.
- Quando a droga é aprovada, só fica acessível para pacientes do sistema privado. O SUS é o último destino, o que leva muitos pacientes a requisitar por via judicial – observou.
O pesquisador afirma que desde 2010 a comunidade envolvida em pesquisa clínica de medicamentos vem debatendo a necessidade de um novo modelo de análise das licenças para estudos. Segundo ele, a pesquisa clínica no país pode acabar se não houver mudanças. Observou que novas drogas, mesmo quando não representam cura definitiva, podem assegurar o controle de doenças e mais qualidade de vida para os pacientes.
— Muitos podem casar, ter filhos, escrever artigos e dar exemplo de que é possível, sim, uma melhor – observou.
Experimentos
Luciana Holtz, que preside o Instituto Oncoguia, uma associação sem fins lucrativos, criada e idealizada com o objetivo de ajudar o paciente com câncer a viver melhor, apresentou os resultados de pesquisa a respeito da disposição dessas pessoas em participar de pesquisas clínicas. Os dados mostram que 90% se dispõem a participar e 100% reconhece a importâncias desses estudos para o avanço dos meios de tratamento e cura.
- O câncer não espera, então vamos reduzir o tempo e aumentar o número de pacientes que podem se beneficiar da pesquisa clínica.
Flávio Cárcano, gerente da área de pesquisa clínica do Hospital de Câncer de Barretos, manifestou as mesmas preocupações, lamentando a impossibilidade de participar de ensaios clínicos internacionais que podem beneficiar os pacientes da instituição, em decorrência dos entraves que impedem a adesão. Também destacou a “angústia de famílias devastadas” em busca de medicamentos que o SUS se recusa a oferecer. Esses pacientes desejariam participar dos testes, se não estivessem impedidos.
— A gente não pede menos ética, mas sim eficiência – cobrou.
Agência Senado Gorette Brandão


Jayme Campos propõe que estabelecimento de saúde exiba tabela de preços

Em discurso no Plenário, o senador Jayme Campos (DEM-MT) anunciou a apresentação, nesta terça-feira (18), de projeto de lei (PLS 92/2014) com o objetivo de obrigar os estabelecimentos de saúde a exibirem tabela de preços dos serviços prestados aos usuários.
- O cliente de laboratórios, clínicas, profissionais liberais, hospitais e congêneres que buscam a descrição e o valor de consultas e procedimentos médicos normalmente não obtêm respostas satisfatórias e não raro se surpreendem com a complexidade dos cálculos, com a obscura visibilidade dos custos agregados e com as altas cifras que os envolvem – disse Jayme Campos.

O projeto foi enviado para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde pode receber emendas nos próximos cinco dias úteis. Depois, seguirá para apreciação em decisão terminativa na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

De acordo com o texto da proposta os estabelecimentos de saúde ficarão obrigados a exibir “de forma clara, e em local de fácil acesso, a tabela de preços dos serviços prestados aos usuários”. O texto diz ainda que essa tabela deverá conter “todos os preços de consultar médicas e de outros profissionais, exames de toda ordem, custos administrativos e todo tipo de serviço oferecido ao usuário do estabelecimento”.

O projeto estabelece ainda que o desrespeito à norma constituirá “infração sanitária, sem prejuízo de outras sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor e em outras leis em vigor”.

- Trata-se de medida simples, mas necessária, por meio da qual milhões de brasileiros serão beneficiados, seja para ter elementos para decidir pela utilização ou não de tais serviços, seja para efetivamente controlar os custos e preços praticados. Desta forma, daremos uma saudável visibilidade a este importante mercado e certamente estaremos estimulando maior competitividade e transparência, para um segmento que afeta diretamente o dia a dia do brasileiro – acrescentou.
Agência Senado

Tombini admite que inflação 'resiste', mas promete vigilância

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (18), o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reconheceu que a alta variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses indica que a inflação "ainda mostra resistência".

Na avaliação do presidente do BC, pressões localizadas, como a dos alimentos in natura, constituem "choque temporário" que tende a se reverter nos próximos meses.

Para Tombini, em momentos como esse, a política monetária deve manter-se "especialmente vigilante", a fim de  minimizar "riscos de níveis elevados de inflação".

Em resposta à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o presidente do BC disse que "não há nada que nos condene a ter inflação acima da meta de 4,5%", fixada por resolução da instituição em 2005 e mantida inalterada desde então.

Para segurar a alta dos preços, o Banco Central iniciou um aperto monetário em abril do ano passado, resultando na elevação de 3,5 pontos percentuais na meta da taxa Selic, que passou de 7,25% para 10,75%. A variação acumulada em 12 meses do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 6,7% para 5,68%.

Os efeitos de ações de política monetária sobre a inflação, segundo Tombini, são cumulativos e se manifestam com defasagens. Parte significativa da resposta dos preços ao atual ciclo de apertos ainda está por se materializar, acrescentou.

Vulnerabilidade
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) questionaram o presidente do Banco Central sobre uma suposta vulnerabilidade da economia brasileira, apontada em avaliação recente do Federal Reserve (FED), o Banco Central americano.

Tombini disse que esse tipo de avaliação contém fragilidades e nem sempre é levado em conta pelos investidores internacionais. Ele considerou uma "perda de tempo" elaborar uma resposta ao FED, que classificou a economia brasileira como a segunda mais vulnerável de uma lista de 15 países emergentes, à frente apenas da Turquia. A sugestão para o BC brasileiro responder ao FED foi feita por Cristovam.

Para o presidente do BC, o Brasil "tem transitado bem" nesse período de normalização das condições monetárias. Com a redução do ritmo de afrouxamento monetário em maio de 2013, nos Estados Unidos, após vários anos de política expansionista, houve consequências para os países em desenvolvimento.

– O aumento da volatilidade nos mercados financeiros internacionais que observamos desde maio de 2013 é reflexo desse processo. É uma consequência típica de períodos de transição, que geralmente são repletos de incertezas, quanto à magnitude e à velocidade dos ajustes – acrescentou.

De acordo com Tombini, esse processo e suas consequências não devem ser confundidos com vulnerabilidade. O Brasil, acrescentou, possui reservas internacionais de US$ 377 bilhões, é credor externo líquido e tem endividamento externo baixo e compromissos de curto prazo "relativamente pequenos". A parcela de dívida pública interna em mãos de não residentes no país é de apenas 17,2%, conforme acrescentou.

Operação da Caixa
Questionado pelo senador José Agripino (DEM-RN), o presidente do Banco Central evitou detalhar as providências adotadas diante da denúncia da revista IstoÉ, com base em auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), sobre o encerramento de milhares de contas de poupança sem movimento em 2012, na Caixa Econômica Federal.

O procedimento teria resultado num acréscimo de R$ 420 milhões ao lucro do banco naquele ano.

Tombini disse que houve uma "realocação contábil" (dos saldos das contas encerradas) e que o BC determinou a imediata cessação dessa prática, sendo atendido pela Caixa.
A audiência, que se realizou das 11h às 13h50 no Plenário 19 da Ala Alexandre Costa, foi presidida pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Luiz Henrique (PMDB-SC).
Agência Senado

Calendário Agenda