Noticiário desta
segunda-feira (22) associado diretamente à Indústria posiciona o segmento tanto
na perspectiva analítica como em relação a questões de ordem prática.
Um dos destaques está no
CORREIO BRAZILIENSE, que qualifica os impactos da visita da presidente Dilma
Rousseff aos Estados Unidos, no próximo dia 30, e avalia os ganhos potenciais
da aproximação entre os dois países.
Especialistas ligados a
entidades que lidam com comércio exterior criticam a suposta falta de
prioridade dada pelo Brasil à superpotência. Alguns reforçam que a estratégica
prejudicou o país e que levará tempo até que as relações sejam, novamente
fortalecidas, e deem resultados.
Texto menciona, no
entanto, a queda na participação de produtos manufaturados na pauta de
exportações para os americanos, com recuo de 75,8% registrado em 2002 para os
atuais 56,7%.
CORREIO registra as
expectativas de DIEGO BONOMO, gerente executivo de comércio exterior da CNI.
"Estamos esperando dois resultados. Consolidar a reaproximação,
sinalizando a retomada das conversas para algo mais amplo no futuro, e resolver
algumas pendências na área econômica, avançando em alguns acordos para a
facilitação do comércio", aponta.
Na mesma reportagem,
CORREIO especula, porém, que “fontes do governo admitem que pouco terão a
mostrar na visita”.
Outro item relevante está
na FOLHA DE S.PAULO, que destaca um estudo do SEBRAE que aponta que o Plano de
Investimento em Logística pode representar R$ 11,4 bilhões em negócios para as
pequenas e médias empresas.
O trabalho considera a
participação dessas empresas na cadeia produtiva das construtoras que tocarão
os projetos de concessão.
FOLHA alerta para a
dificuldade de se inserir nessa cadeia de fornecedores das empresas maiores e
registra que “a CNI e o SEBRAE desenvolvem programas de qualificação de
fornecedores”.
Em reportagem coordenada
– que aborda o “ceticismo do mercado” em relação ao sucesso prático do pacote
de concessões –, FOLHA DE S.PAULO menciona avaliação do presidente do SEBRAE,
Luiz Barretto, afirmando que o programa é positivo simplesmente por trazer
perspectivas de negócios para as micro e pequenas empresas.
“É uma grande
oportunidade para melhorar essas empresas, porque ser fornecedor exige um grau
de qualificação e de inovação”, diz Barretto ao jornal.
FOLHA DE S. PAULO
Dilma faz 'pedalada'
fiscal mesmo sob a contestação do TCU
O ESTADO DE S. PAULO
Americanos vão ajudar a
investigar Odebrecht
O GLOBO
PF indiciará presidentes
de empreiteiras presos
VALOR ECONÔMICO
Governo define projeto
que eleva a taxação de heranças
CORREIO BRAZILIENSE
Deputados esticam viagens
oficiais
BRASIL ECONÔMICO
“O jeitinho brasileiro
não pode ser consagrado”
O setor fabril volta a
ganhar relevância. A conjuntura ainda é referência quase unânime, assim como
abordagens com foco em expectativas.
Editorial de O ESTADO DE
S. PAULO afirma em tom crítico que o “Brasil chega ao meio do ano com a
economia ainda no atoleiro e fortes sinais de mais um trimestre negativo”.
Texto aborda os recentes dados sobre desemprego e inflação, e cita que a
“crise, depois de ampla devastação na indústria, finalmente derrubou o emprego
em serviços”.
No texto, ESTADÃO aponta
que “a perda de produtividade agravou-se nos últimos anos, limitando
severamente o potencial de crescimento” e que “essa perda está associada, obviamente,
ao baixo nível de investimento em capital físico e ao preparo deficiente da mão
de obra”.
FOLHA DE S.PAULO
entrevista com exclusividade o presidente da Mercedes-Benz, o alemão Phillipp
Schiemer. O executivo expõe um panorama de desilusão com os rumos do Brasil e
aponta para consequências práticas do ajuste fiscal sobre a indústria, em
especial o setor automotivo.
Segundo Schiemer, a
Mercedes-Benz vive, no Brasil, “a pior crise dos últimos 20 anos”. Listando
demissões efetuadas até aqui, além de desligamentos voluntários Schiemer aponta
que “ainda tem um excesso de 2.000 pessoas dentro da fábrica”.
“Com a queda no volume de
produção, não tem trabalho para essas pessoas. Já demos férias coletivas e
estamos em negociação com o sindicato. Ou chegamos num acordo ou demitiremos
mais gente nas próximas semanas”, afirma o executivo.
Em relação às ações do
governo para tentar estancar a crise econômico, Schiemer avalia que “a redução
dos subsídios para a indústria faz parte do ajuste fiscal, mas tem um efeito no
mercado”.
“Temos um diálogo
contínuo com o governo e a mensagem que recebemos - e que aceitamos - é que
cada setor vai ter que olhar o seu próprio destino”, diz.
Na pauta legislativa, O
GLOBO registra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está disposto a
colocar o projeto da revisão das desonerações em votação nesta semana, mesmo
com um grande número de parlamentares ausente por conta dos festejos de São
João.
Texto anota, contudo, que
o governo está disposto a adiar novamente a votação, já que não tem garantia de
que haverá quórum ou mesmo maioria de deputados favoráveis ao projeto.
“Segundo um assessor do
Planalto, além de quórum nesta semana é preciso contar com apoio dos
parlamentares presentes na sessão, caso contrário não vale a pena correr o
risco de ser derrotado”, informa O GLOBO.
Já o VALOR ECONÔMICO
publica reportagem diferenciada sobre o setor de semicondutores, indicando que
essa indústria “teme uma paralisia súbita na atração de investimentos ao país”,
pois se encerrou, na virada de maio para junho, o prazo para a apresentação de
projetos para recebimento de benefícios fiscais.
A indústria se apoia na
possibilidade de aprovação de um projeto de lei que prorroga o programa e
amplia o alcance dos incentivos, em tramitação em caráter terminativo na
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
"A simples percepção
de que essa política está sendo reavaliada já cria tensões no setor' reforça ao
VALOR o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores
(Abisemi), Frederico Blumenschein.
No BRASIL ECONÔMICO,
destaque ainda para a informação de que “o mercado de trabalho na indústria
mostra, a cada mês, mais deterioração”. Texto resgata dados do IBGE, divulgados
na sexta-feira, que revela cenários bastante ruins em abril: o desemprego no
setor cresceu 5,4%, na comparação como mesmo mês em 2014.
"Esse segundo
trimestre do ano está mostrando um aprofundamento da redução da produção
industrial", afirma o gerente de economia da Federação das Indústrias de
Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Leão.
Complementando a pauta,
VALOR reproduz detalhes da agenda da presidente Dilma em sua visita de trabalho
aos Estados Unidos, a partir do dia 28.
Na lista, estão a
participação no “encerramento de um seminário para empresários na Câmara
Americana de Comércio, organizado em cooperação com os centros de estudos
Wilson Center e Center of Strategic and International Studies (CSIS), a
Coalizão Brasileira da Indústria (BIC, na sigla em inglês) e a Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex)”, além de viagem a
San Francisco, onde “terá um agenda focada em educação, ciência, tecnologia e
inovação”.
CORREIO BRAZILIENSE
analisa os recentes dados sobre o desemprego no Brasil. Texto ataca as
políticas econômicas adotadas pelo governo Dilma e sustenta que a “falta de
políticas horizontais de apoio à produção (oferta) nacional, preteridas por
desonerações localizadas e fortes estímulos ao consumo, não tinha como se
sustentar”.
Sobre a nota elaborada
pelo exsecretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin – na qual assume a
responsabilidade sobre as “pedaladas fiscais” do governo, VALOR ECONÔMICO
argumenta que a informação “acrescentou um elemento burlesco ao árido e
intricado caso” e sugere ser inútil a tentativa de assumir sozinho a
responsabilidade pelas ações que agora são contestadas pelo TCU.
MERCADO ABERTO, na FOLHA
DE S.PAULO, informa que o volume de empresas com dívidas atrasadas cresceu 8,3%
em maio, na comparação com o mesmo mês de 2014, conforme estudo do SPC Brasil.
É a “maior alta desde julho de 2013”, reforça a coluna. Texto aponta que a
indústria é o segundo segmento que mais variou, com alta de 15,3% nas dívidas
atrasadas.
ANCELMO GOIS, em O GLOBO,
relata que, no polo metal-mecânico de Caxias do Sul (RS), as grandes empresas
praticamente não têm expediente às sextas-feiras em razão da crise no setor.
“As indústrias, incluindo as principais fabricantes de carrocerias de ônibus e
caminhões, adotaram todas as medidas para reduzir a jornada do pessoal da
produção e, assim, evitar mais cortes”.
Os desdobramentos da
operação Lava Jato movimentam boa parte da mídia nacional e ocupam alguns dos
espaços mais relevantes dos jornais nacionais.
Manchete de O ESTADO DE
S.PAULO destaca que a força-tarefa do Ministério Público Federal terá ajuda de
autoridades dos Estados Unidos “para tentar desmontar a engrenagem usada” pela
Odebrecht para supostos pagamentos de propinas no esquema da Petrobras.
Segundo o jornal, a ajuda
internacional será para “identificar movimentações financeiras do suposto
operador de propinas, Bernard Freiburghaus”.
Também em manchete, O
GLOBO informa que a Polícia Federal informou que os presidentes da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, além de outros dez
executivos presos, serão indiciados esta semana.
Como ponto de atenção,
FOLHA DE S.PAULO ressalta que a Odebrecht divulga hoje um comunicado oficial,
“na forma de anúncio pago em jornais”, questionando a Lava Jato.
Outro ponto de atenção
está na FOLHA DE S.PAULO, que revela: “e-mail interceptado pela Polícia Federal
indica a participação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) para incluir
a Odebrecht em consórcio que levou um contrato bilionário no Comperj”.
Também na FOLHA DE
S.PAULO, outra reportagem diferenciada destaca que documentos da Lava Jato
revelam a suposta relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com
executivos das maiores empreiteiras do país.
“Chamado de ‘Brahma’
pelos diretores da OAS, Lula defendia, em viagens patrocinadas por empresários,
seus interesses no exterior”.
Temas ligados à agenda
política aparecem em segundo plano no noticiário.
FOLHA DE S.PAULO
registra, por exemplo, que uma conversa no WHATSAPP mostra que deputados de
primeiro mandato ameaçaram derrotar o pacote fiscal do governo “caso não fossem
liberadas verbas para seus redutos eleitorais”.
“Criada pelo deputado
Elmar Nascimento (DEM-BA), a lista ‘Deputados Federais Novatos’ é de composição
ecumênica. Há representantes de partidos nanicos, dos aliados PMDB e PC do B,
dos oposicionistas DEM e PSDB, e até mesmo do PT”.
Em texto relacionado,
FOLHA relata que os deputados alegaram sofrer pressão de suas bases eleitorais,
mas negam barganhar votos em troca de emendas.
Jornais de grande
circulação registram ainda a reação do Palácio do Planalto à nova pesquisa
Datafolha, divulgada no fim de semana.
Textos afirmam – com base
em declarações atribuídas ao ministro da Secretaria de Comunicação Social
(Secom), Edinho Silva – que o resultado fez a cúpula do governo adotar a
receita da “humildade” e da “paciência”.
Temas relacionados a
investimentos e finanças pessoais sustentam o noticiário econômico, em mais um
dia fortemente centrado em consumo, renda e emprego.
FOLHA DE S.PAULO relata
que especialistas avaliam que a nova regra de aposentadoria terá impacto
negativo nas contas do INSS e pode levar a crise.
Já O ESTADO DE S.PAULO
destaca que, por conta de impasses com o TCU e com o próprio governo,
distribuidoras de energia estão com dificuldades para renovar empréstimos com
instituições financeiras.
O GLOBO registra que
economistas ouvidos pelo jornal traçam um panorama de um novo ciclo de
inadimplência na economia nacional. Segundo os especialistas, o cenário é
puxado pela “inflação corroendo a renda da população, juros nas alturas
aumentando as despesas financeiras de quem tem dívidas e desemprego”.
“Pelo menos quatro
instituições que acompanham com lupa os índices de inadimplência (Serasa
Experian, SPC Brasil, SCPC Boa Vista e Instituto Brasileiro de Executivos de
Varejo e Mercado de Consumo - Ibevar) projetam crescimento das dívidas em
atraso”, relata o jornal.
FOLHA DE S.PAULO completa
a cobertura e, como ponto de atenção, informa que a prática da "pedalada
fiscal", reprovada pelo TCU nas contas do ano passado, continua sendo
usada pelo governo em 2015.
“Uma das manobras
consiste em atrasar o repasse do Tesouro, para os bancos públicos, do dinheiro
necessário para pagar benefícios sociais ou financiar investimentos com juros
mais baixos”, revela o texto.
Em outra reportagem,
FOLHA relata que o Tesouro não contesta as informações dos bancos nem o aumento
das dívidas.
Mario Sergio Ramalho