As prisões do senador Delcídio
do Amaral (PT) e do banqueiro André Esteves ocupam os principais espaços das
revistas que circulam no fim de semana. Assunto é capa da VEJA, ISTOÉ, ÉPOCA e
CARTA CAPITAL.
Sobre o assunto, ÉPOCA aponta
que a prisão do líder do governo no Senado, do banqueiro André Esteves e de um
operador petista acusado de agir em nome de Lula provocou um terremoto em
Brasília. Revista sugere que “suas ondas se farão sentir por muito tempo na
política e na economia do país”.
VEJA situa que o senador
Delcídio do Amaral acompanhou de dentro “o lado sombrio dos governos petistas”.
“Viu o nascimento dos esquemas de corrupção, seus desdobramentos financeiros e
eleitorais, participou dos esforços para debelá-los e agora pode apontar com
precisão quem são os mentores e beneficiários”, afirma a reportagem. Veja reportagem completa, em anexo.
Já a CARTA CAPITAL destaca que
as novas prisões revitalizam a operação Lava Jato e colocam em suspense a
política e a economia. “Espantosa e ao mesmo tempo bizarra, a história da
prisão de Delcídio do Amaral e André Esteves assemelha-se a um roteiro mal
concebido de filme de gângsteres”, pontua a revista.
ISTOÉ classifica como surreais
os acontecimentos políticos da semana. “Como poderíamos imaginar que um senador
da República, líder do governo, em pleno exercício do mandado, iria tramar a
fuga pelo ar ou pelo mar de um criminoso confesso preso na Lava Jato”,
questiona. Revista adiciona: “é triste constatar, vivemos em meio à
esculhambação geral”.
Com foco em negócios, ISTOÉ
DINHEIRO destaca que a J&F, dona da JBS, anunciou a compra da Alpargatas,
dona da marca Havaianas e maior fabricante de calçados da América Latina,
controlada pela Construtora Camargo Corrêa. Reportagem mostra os bastidores do
negócio que levou o empresário Joesley Batista a vencer grandes fundos
internacionais e efetuar a compra.
Com o noticiário concentrado
na agenda política, há uma retração da pauta específica. Alguns itens
explorados no noticiário macroeconômico se aproximam da cobertura de interesse,
mas sem menções diretas.
Temas econômicos contribuem
para dar visibilidade à pauta de interesse setorial.
Como ponto de atenção, CARTA
CAPITAL destaca que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
investiga um suposto esquema de manipulação do real montado e operado por 15
bancos estrangeiros.
"Com queda recorde de
participação no PIB e nas exportações, fragilizada pela inexistência de uma
política consistente para o setor e vítima das falácias de uma presumida era
pós-industrial, a manufatura brasileira talvez tenha se tornado vítima da maior
trapaça da história dos negócios no País”, adverte a reportagem.
O suposto golpe é a
manipulação da taxa de câmbio Ptax por um cartel de 15 bancos estrangeiros, de
2007 até 2011, quando o ex-ministro Guido Mantega determinou a cobrança de IOF
de até 25% sobre derivativos no mercado futuro de dólar para "reduzir as
posições vendidas em excesso".
“O esquema dos bancos golpeou
em cheio cerca de 800 das 1,3 mil grandes indústrias, responsáveis por 90% das
exportações”, afirma à reportagem José Augusto de Castro, presidente da
Associação de Comércio Exterior do Brasil.
Segundo CARTA CAPITAL, a
indústria brasileira estima prejuízos de 50 bilhões de dólares em cinco anos.
Nesse contexto, BRASIL
CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, aponta que “apesar de haver uma disputa de competências
com o Banco Central na apuração sobre suposta formação de cartel entre bancos
que teriam manipulado câmbio, o Cade está satisfeito com o fluxo no nível
técnico de informações vindo da diretoria de Política Monetária do BC. Enquanto
isso, o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, José Augusto
de Castro, vai esperar a conclusão do Cade e, se comprovado o cartel, a
entidade entrará com ação indenizatória”.
Na agenda associada, outras
abordagens mencionam segmentos da indústria brasileira e assuntos de impacto
macroeconômico.
Ricardo Boechat, na ISTOÉ,
registra que “apesar da economia no buraco e o desemprego, a indústria de
brinquedos acredita num Papai Noel gordo. Bonecas e bonecos (40% dos negócios)
num País onde nascem 13 mil novas crianças por dia sustentam a previsão de que
as vendas serão boas em dezembro, assim como têm sido ao longo do ano”.
Boechat escreve que “Synésio
Batista, presidente da associação brasileira das indústrias do setor (Abrinq),
estima faturamento de R$ 5,9 bilhões em 2015 – alta de 15% em relação ao ano
passado”.
De volta a BRASIL
CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, registro é que “analistas do Bradesco, onde trabalhava
o ministro Joaquim Levy, dizem aos clientes que a aprovação da CPMF acontecerá
no ano que vem. Por isso, ‘bombam’ agora investimentos que poderão ser menos
vantajosos com o novo tributo”.
O debate sobre o ajuste fiscal
chama a atenção de colunistas.
Luís Artur Nogueira, em artigo
na ISTOÉ DINHEIRO, opina que “o Brasil precisa de um ajuste fiscal crível, com
redução da máquina pública e reformas impopulares, como idade mínima para
aposentar”. Segundo ele, isso é pré-condição para a retomada do crescimento.
“O pacote fiscal defendido
pelo governo, no entanto, apresenta corte em obras de infraestrutura, redução
da verba do Bolsa Família e a recriação da CPMF. Definitivamente não são as
melhores soluções para a crise. No auge do desespero, só falta alguém dar
ouvido às sandices defendidas pelos radicais de esquerda e de direita”, afirma.
Maílson da Nóbrega, na VEJA, posiciona que "a
dificuldade de aprovar o ajuste fiscal não decorre de suposta incompetência do
ministro Joaquim Levy, mas da impopularidade e da fragilidade política da
presidente Dilma Rousseff". Segundo ele, Henrique Meirelles logo
enfrentaria a mesma conspiração que ora se desenvolve contra Levy.
Antônio Delfim Netto, na CARTA
CAPITAL, sugere que única forma de recuperar o crescimento é "criar a
expectativa de crescimento". É preciso acordar o "espírito
animal" dos empresários que os leva a retomar a produção e os
investimentos porque vêm neles a oportunidade de lucro, afirma.
“Se desapareceu a confiança
entre o governo e o setor privado; se as incertezas afastam os investimentos;
se a queda do emprego e do salário assustam os trabalhadores; se a desconfiança
entre os agentes impede a livre realimentação das rendas, então de nada
adiantarão a expansão do crédito ou aumento da dívida”, opina Delfim Netto.
Anexo: