Novos desdobramentos do
cenário político dão suporte às capas dos principais periódicos nacionais.
Textos trazem análises conjunturais e discutem possíveis repercussões.
Em tom de denúncia, capa da
ISTOÉ aponta que o pecuarista José Carlos Bumlai, "amigo íntimo de
Lula" e agora réu na Lava Jato, admitiu ter contraído em 2004 um
empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto ao Banco Schain e repassou ao PT,
por meio de laranjas.
Capa da ISTOÉ DINHEIRO traz os
líderes empresariais que driblaram a crise e conseguiram costurar grandes
negócios ao longo de 2015. Reportagens detalham os negócios dos
"Empreendedores do Ano 2015".
Reportagem de capa da ÉPOCA
classifica o STF como “o árbitro soberano das discórdias políticas do Brasil”.
“Com um governo emparedado por um Congresso belicoso, o poder político no país
recorre cada vez mais, conforme o desembestado avançar dos fatos desta
supercrise, à mais alta Corte do país”, afirma.
Reportagem de capa da CARTA
CAPITAL aponta que a Lava Jato reúne mais provas contra Eduardo Cunha e o
procurador-geral pede seu afastamento. “A Catilinária foi um duro golpe nas
manobras de Cunha. E enfraquece sua posição no Congresso”, situa.
Reportagem de capa da VEJA
destaca que a saga Star Wars é um objeto de paixão e de devoção e tem
importância real na vida de milhões de fãs. “O Despertar da Força, o sétimo
episódio de Star Wars, respeita os fundamentos que fizeram desta a mais amada
franquia do cinema – mas também aponta para um futuro de grandes filmes e novos
fãs”, aponta.
Revistas noticiam que a
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promoveu uma pesquisa
com 1.113 companhias e constatou que 85,4% são favoráveis ao processo de
impeachment.
ISTOÉ DINHEIRO aponta que a
Fiesp decidiu externar à sociedade o “desejo velado do setor produtivo, que
está cansado de ver a economia em frangalhos”.
Conforme a reportagem, “embora
não tenha fechado um posicionamento sobre a permanência da presidente da
República no cargo, a CNI tem pressa no desfecho político”.
“Se, por acaso, tiver o
impeachment e o vice-presidente Michel Temer assumir, tenho certeza de que vai
ter um período de graça e benevolência da sociedade, que vai dar um prazo,
acreditando que ele vai fazer as reformas necessárias”, diz Robson Andrade,
presidente da CNI.
Segundo ISTOÉ DINHEIRO, “a
avaliação unânime dos líderes do setor produtivo é de que o País não tem mais
tempo a perder” (leia mais em Análise setorial).
Dentro da abordagem de capa,
reportagem da CARTA CAPITAL afirma que, com as regras do impeachment definidas
pelo Supremo, Dilma Rousseff ganhou um novo gás, “enquanto prepara um lance
ousado em defesa do próprio mandato, a troca do ministro da Fazenda”.
Reportagem situa que dois
nomes eram cogitados para o posto, o de Nelson Barbosa, ministro do
Planejamento, e Armando Monteiro Neto, titular do Desenvolvimento. “O segundo
tem a vantagem de ser empresário, ex-presidente da CNI e senador. Possui
trânsito na economia e na política”, assinala.
Como ponto de atenção, ISTOÉ
aponta que, segundo pesquisa realizada pela Fiesp, 91% dos executivos paulistas
são favoráveis à abertura do processo de impeachment da presidente. “Com 34,3%
da indústria nacional ali baseada, São Paulo é o estado mais importante para o
setor no País”, situa a reportagem.
"A esperança de que Dilma
recupere credibilidade para que a economia volte a girar desapareceu. Por essa
razão, o meio empresarial está buscando mudanças na política", diz Paulo
Skaf, presidente da Fiesp.
Conforme ISTOÉ, “a pesquisa
foi divulgada em um momento de forte tensão na economia. Única ponte do governo
Dilma com o empresariado, o ministro da Fazenda Joaquim Levy selou sua saída da
pasta”.
A saída de Joaquim Levy e a
nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda é o principal assunto
da agenda interesse. Reportagens apontam o posicionamento do setor produtivo
sobre a mudança.
ISTOÉ avalia que a escolha de
Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda significa uma reviravolta na
política econômica. “Saem de cena a austeridade fiscal e o compromisso com a
gestão responsável das contas públicas para dar lugar a conceitos mais
flexíveis na economia. Barbosa, por exemplo, é contrário à redução de gastos
sociais, mesmo se isso representar sérios prejuízos aos cofres públicos”,
posiciona.
ISTOÉ DINHEIRO lembra que em
reunião com industriais, em agosto, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, defendeu
a saída do condutor do ajuste (Levy).
“O novo ministro da Fazenda
defende uma flexibilização no ajuste fiscal e não será nenhuma surpresa se
resgatar práticas da chamada nova matriz econômica, que predominou no primeiro
mandato da presidente Dilma Rousseff. Na prática, sua escolha oficializa o
retorno de Dilma ao comando da economia”, aponta ISTOÉ DINHEIRO.
VEJA opina que “a substituição
de Levy por Nelson Barbosa na Fazenda significa mais demagogia e liberalidade
com os gastos públicos no vale-tudo para salvar o mandato de Dilma”.
Segundo a revista, “com o
governo e o Congresso paralisados pela Lava-Jato e pelo processo de
impeachment, ninguém deu muita bola aos alertas de Levy. Prevaleceu a posição
defendida por Nelson Barbosa”. Para VEJA, com a nomeação de Barbosa, “Dilma
sinaliza que o ajuste nas contas públicas, que mal começou a ser executado,
deverá ser postergado”.
ÉPOCA aponta que a nomeação de
Barbosa se deu numa semana recheada de notícias ruins na economia. Em um relato
histórico, reportagem lembra que “após o período do milagre econômico e um ano
de crescimento espetacular, 1980, o Brasil entrou muna fase dramática de
estagnação social e econômica” e aconteceu de novo.
“Após outro período de robusto
crescimento, desta vez com progresso social, e outro ano redondo de crescimento
espetacular, 2010, caímos na mesma armadilha de que parecíamos ter escapado”,
adverte.
Editorial da ÉPOCA afirma que
“ao longo do governo Dilma, Barbosa foi uma espécie de contraponto a Levy.
Enquanto Levy defendia a política austera que poderia devolver o país ao trilho
do crescimento, Barbosa defendia a flexibilização dessa mesma política”.
Segundo a revista, as medidas tomadas pelo governo, mesmo antes da nomeação de
Barbosa, trazem “sinais preocupantes de uma volta ao passado”.
“Com o objetivo de injetar
recursos na economia, o Banco Central anunciou mudanças nas regras de
recolhimento do depósito compulsório - parte do dinheiro dos clientes que as
instituições financeiras têm de deixar no BC - para destinar R$ 3 bilhões para
obras de infraestrutura, saneamento e habitação do PAC. Essa política não deu
certo no passado. É provável que volte a dar errado - com custos ainda mais
altos para o país”, opina ÉPOCA.
RADAR, na VEJA, especula que
“a escolha de Nelson Barbosa para o lugar de Joaquim Levy na Fazenda deu-se não
por opção, mas por exclusão: ninguém que Dilma Rousseff sondou para o posto
aceitou o abacaxi”.
RADAR acrescenta que “antes de
optar pela saída caseira, a presidente chegou a sondar empresários de peso do
setor produtivo para a vaga. Josué Gomes da Silva, da Coteminas. Filho do
ex-vice-presidente José Alencar, foi convidado por mais de um interlocutor da
presidente, mas não aceitou trocar um negócio sólido por um governo
gelatinoso”.
Em outra frente, DINHEIRO EM
NÚMEROS, na ISTOÉ DINHEIRO, registra que “em novembro, a indústria paulista
demitiu 19 mil trabalhadores. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o
corte foi de 180 mil vagas, a maior redução desde 2006, informou a Fiesp na
quarta-feira 16. Em dezembro, ainda segundo a Fiesp. tradicionalmente há uma
perda mais acentuada de vagas, o que deve levar ao fechamento de 220 mil a 230
mil empregos em 2015, o pior número desde o início da pesquisa, em 2006”.
Algumas revistas registram que
Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, foi condenado no caso apelidado de
"mensalão tucano".
Segundo VEJA, Azeredo, hoje
diretor da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, nega as
acusações e diz que vai recorrer da sentença.
Em entrevista à ISTOÉ, o
ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirma que a Operação Lava Jato vai
provocar grandes transformações na sociedade brasileira.
“A Lava Jato é um ponto de
inflexão para o Brasil. Ela está produzindo uma mudança de comportamento que
vai nos acompanhar para o resto da história. As empresas estão revendo suas
posições, criando departamentos para controlar seu comportamento. Ainda que a
Lava Jato produzisse uma redução de crescimento agora, ela está construindo as
condições para o Brasil crescer muito mais no futuro”, avalia Delfim Netto.
Na entrevista, o ex-ministro
afirma ainda que “durante a campanha eleitoral, para conservar o poder, Dilma
produziu uma deterioração fiscal”.
Em entrevista à ÉPOCA, o
economista André Lara Resende, pesquisador na Universidade Columbia, afirma que
o impeachment da presidente Dilma Rousseff, "desde que aprovado dentro das
regras constitucionais", poderia destravar a paralisia econômica.
“A grande dúvida é que até o
encerramento da (Operação) Lava Jato, sem saber quem mais será denunciado, a
estabilidade política continuará complicada. Por razões estatísticas, dada a
queda do PIB até hoje, mesmo que a partir de agora ele pare de cair e fique
estabilizado, a queda no ano que vem sobre este ano será de 2% ou 2,5%”, opina.