Revistas de circulação
nacional destacam em suas capas reportagens que remetem à crise política.
Com pequenas variações, mote
da cobertura geral está centrado no processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff e em denúncias que expõem o governo. Nesse sentido, as demais revistas
se equiparam.
CARTA CAPITAL registra em tom
crítico que a “participação do poder econômico” foi um dos fatores “decisivos”
para a derrota do Palácio do Planalto.
Na Câmara, segundo a revista,
também prevaleceram o “ressentimento acumulado” por deputados ao longo de cinco
anos de “maus-tratos” do Palácio.
ISTOÉ DINHEIRO traz como
reportagem principal uma série de depoimentos de empresários e executivos que,
segundo a revista, “abandonaram o tradicional discurso cauteloso em relação ao
governo”.
Conforme a revista, um grupo
representativo “se movimentou em favor do afastamento da presidente Dilma”.
VEJA dedica sua capa a Eduardo
Cunha, a quem classifica como “#Fera, Odiado e do Mal”.
“E que ninguém pense que Cunha
está morto. Na histórica sessão de domingo passado, que decretou o enterro
político do governo Dilma, deputados chegaram a defender uma anistia a Cunha
por seu papel decisivo no processo”, resume o texto.
ÉPOCA, que revela que o
engenheiro José Antunes Sobrinho, um dos donos da empreiteira Engevix, resolveu
contar o que sabe aos investigadores da Lava Jato.
Preso em Curitiba, o
empresário pode, segundo a revista, comprometer o governo. ÉPOCA afirma ter
tido acesso, na íntegra e com exclusividade, à última proposta de delação
entregue pelos advogados de Antunes aos procuradores.
Diante do avanço da cobertura
política, noticiário de interesse ocupa espaços pontuais neste sábado (23).
EXPRESSO, da revista ÉPOCA,
aponta declaração de Henrique Meirelles, um dos cotados para assumir o
Ministério da Fazenda no governo Temer, de que a elevação de impostos no país,
mesmo que temporária, pode ser necessária.
“Paulo Skaf, presidente da
Fiesp e amissimo do vice, não quer nem ouvir falar no assunto. ‘Não há espaço
para o aumento de imposto. A melhor forma de aumentar a arrecadação é retomar o
crescimento.’ A Fiesp promove uma campanha, que tem como mascote um pato
amarelo, contra a alta de tributos.”
Na ISTOÉ DINHEIRO, reportagem
de capa detalha que empresários e executivos abandonaram o tradicional discurso
cauteloso em relação ao governo e se movimentaram em favor do afastamento da
presidente Dilma.
“O maior símbolo do
protagonismo do setor produtivo na campanha do ‘sim’ está no coração de um dos
mais movimentados cartões-postais do País. O imponente prédio da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, no centro da
capital paulista, passou a estampar um painel de lâmpadas de LED com uma
bandeira do Brasil e uma conclamação pelo impeachment.”
Texto conta que além de
acolher manifestantes na área do prédio, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
criou campanhas com o nome, telefones e e-mails dos deputados da bancada
paulista, convocando a sociedade afazer pressão.
Reportagem cita também o
presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Luiz Campagnolo,
que “acredita que a campanha ostensiva em cima da bancada tenha contribuído
para reverter até seis votos de deputados indecisos ou contrários ao
impeachment”.
CARTA CAPITAL relaciona maior
movimento de jatos particulares no aeroporto internacional com suposta fala de
Eliseu Padilha (PMDB) na Câmara sobre “ser inútil uma tentativa de última hora
do Palácio do Planalto para salvar Dilma”.
“Se certos deputados fugissem
da capital para não votar, ideia do núcleo duro governista, ‘nós temos aviões para
buscá-los’, graças a empresários”, descreve o periódico.
A partir disso, CARTA enumera
os possíveis mecenas da aviação civil e cita Benjamin Steinbruch, da CSN. “O
elo de Steinbruch com o vice-presidente é indireto. Ele é o segundo na linha
sucessória da Fiesp, entidade dirigida por Paulo Skaf, também do PMDB. Nas
semanas pré-votação do impeachment, a Fiesp despejou rios de dinheiro em
propagandas a favor do impedimento.”
Um segundo texto na CARTA
CAPITAL analisa votação na Câmara dos Deputados no último domingo e traz em
legenda de foto com placas ilustradas com palavras de ordem contra a
presidente: “À sombra da Fiesp rudes e ignaros paulistanos esposam as
esperanças de quem pretende punir o trabalho”
Em outra frente, MOEDA FORTE,
na ISTOÉ DINHEIRO detalha: “O discurso é padrão em toda a indústria
automobilística: ‘a carga tributária no Brasil é muito alta.’ É o que diz Steve
St. Ângelo, CEO da Toyota na América Latina, para justificar o preço do modelo
híbrido Prius, que sai por R$ 115 mil, e também para defender que o Brasil está
atrasado nesse segmento.”
Coluna reproduz fala de St.
Ângelo: "Isso me deixa acordado à noite. Não há, no País, um entendimento
da importância dos híbridos."
“Apesar das noites mal
dormidas e da preferência de St. Ângelo pelos híbridos, a Toyota vai inaugurar,
no segundo trimestre, uma fábrica de motores a combustão em Porto Feliz,
interior de São Paulo. A unidade produzirá os propulsores do novo Etios, modelo
de entrada da montadora”, finaliza.
Já DINHEIRO EM NÚMEROS, na
ISTOÉ DINHEIRO, especula que “se aprovada, a Contribuição Sobre Movimentação
Financeira (CPMF) poderá arrecadar R$ 33,2 bilhões em 2017, segundo informou a
Secretaria do Orçamento Federal na segunda-feira 18. Essa é a maior
contribuição prevista para o ano que vem”.
“Nas estimativas do governo, o
aumento das receitas no ano que vem será de R$ 56 bilhões. Além da CPMF, a
Receita deverá arrecadar mais devido ao crescimento da economia., avalia.