Ministério defende o
fortalecimento das estratégias de controle e combate ao mosquito, o apoio e
participação de parceiros da comunidade no enfrentamento ao vetor e a
instalação de salas municipais
O Ministério da Saúde quer
ampliar o engajamento de gestores municipais e estaduais para a realização de
ações permanentes de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti no país. O alerta
foi feito nesta quarta-feira (20), pela coordenadora da Sala Nacional de
Coordenação e Controle (SNCC) – órgão que estabelece as estratégias de combate
ao vetor -, Marta Damasco, durante o 4º Congresso Norte e Nordeste das
Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Palmas (TO).
A coordenadora da Sala, do
Ministério da Saúde, explicou que a continuidade das ações de combate ao vetor
transmissor da dengue, do vírus Zika e da chikungunya é fundamental para a
manutenção da queda da infestação do mosquito nas cidades brasileiras. Entre o
primeiro ciclo e o balanço atual da SNCC, concluído às 15 horas desta
quarta-feira (20), o número de imóveis com focos reduziu em torno de 25% no
período, passando do índice inicial de 3,36% para 2,56% sobre o total de
imóveis efetivamente vistoriados.
Além da realização das
visitas, Marta Damasco incentivou a criação de salas ou comitês municipais para
a coordenação da mobilização e definição das estratégias sustentáveis de
enfrentamento ao mosquito. Ela também reforçou a necessidade de envolvimento de
parceiros da sociedade civil para ampliar a influência das iniciativas de
combate. Em âmbito nacional, por exemplo, essas ações contam com a participação
de empresas estatais, como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Correios
e Eletrobrás.
“Nesta fase, é importante
investir em ações estruturantes que trarão sustentabilidade ao enfrentamento ao
vetor”, conclui a coordenadora, que também apresentou o funcionamento da sala e
sua composição intersetorial, que conta com a coordenação do Ministério da
Saúde e representantes dos ministérios da Integração, da Defesa, da Educação,
do Desenvolvimento Social, a Casa Civil e o Gabinete da Presidência.
Participaram ainda da mesa de
discussão sobre o tema ‘Aedes aegypti, dengue, chikungunya e vírus zika,
controle e enfrentamento’, a coordenadora-geral de Saúde da Criança e
Aleitamento Materno, Thereza De Lamare Franco Neto, o consultor da Secretaria
de Vigilância em Saúde, Eduardo Hage Carmo, além de Júnia Valéria C. Quiroga,
do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas em Saúde, de Oscar Lapouble,
representante da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), e de Cláudia F. de
Melo, da Sala Estadual do Rio Grande do Norte.
A Sala Nacional esteve
presente nos três dias do Congresso, de segunda (18) a quinta-feira (21),
informando aos congressistas e distribuindo seus informes e as filipetas da
campanha Zika Zero. Representantes da Sala também visitaram a Sala Estadual do
Tocantins de Enfrentamento ao Aedes.
MICROCEFALIA - Ademais do
enfrentamento ao mosquito, foram detalhadas as estratégias e ferramentas do
Ministério da Saúde para assistir às crianças com microcefalia e suas famílias.
A coordenadora de Saúde da
Criança e Aleitamento Materno, Thereza De Lamare, reforçou a importância da
Estratégia de Ação Rápida para o Fortalecimento da Atenção à Saúde e da
Proteção Social de Crianças com Microcefalia, que visa à busca ativa,
identificação, conclusão de diagnóstico e encaminhamento para os serviços de
estimulação precoce dos bebês notificados com microcefalia, pelos estados. A
iniciativa foi lançada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, integrando os Sistemas Únicos de Saúde (SUS) e Assistência
Social (SUAS). Assim, além da assistência sanitária, busca-se maior proteção
social, com os profissionais da Assistência Social instruindo as famílias das
crianças, com microcefalia confirmada, para a obtenção do Beneficio de
Prestação Continuada (BPC), destinado àquelas em situação de vulnerabilidade
social.
VISITAS – No terceiro ciclo da
etapa de ataque ao vetor, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti já
alcançaram mais de 15 milhões de imóveis brasileiros. Foram 12,4 milhões de
domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente
vistoriados, além de 2,7 milhões de estabelecimentos que ou estavam fechados ou
houve recusa para acesso.
Nesse terceiro ciclo, do total
de 5.570 municípios brasileiros, 4.270 registraram as visitas ao Sistema
Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR).
O primeiro ciclo da
mobilizaçã, realizado entre janeiro e fevereiro, alcançou 88% dos domicílios e
prédios públicos, comerciais e industriais, com a soma de 59 milhões visitados,
sendo 47,8 milhões trabalhados e 11,2 milhões que estavam fechados ou houve
recusa para o acesso. No segundo, em março, as equipes de combate ao mosquito
Aedes aegypti já alcançaram 24,5 milhões de imóveis brasileiros, sendo 20,4
milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente
vistoriados.
Em todo o país, as visitas aos
imóveis contam com a participação permanente de 266,2 mil agentes comunitários
de saúde e 49,2 mil agentes de controle de endemias, com apoio de
aproximadamente 5 mil militares das Forças Armadas. Juntam-se, ainda,
profissionais de equipes destacados pelos estados e municípios, como membros da
Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
Por Juliana Hack e Diogo Caixote, da Agência Saúde
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