Novo tratamento também reduz o
tempo de recuperação de pacientes e inova o tratamento de fraturas responsáveis
por 15% de todas as cirurgias realizadas pelo Instituto.
Estudos realizados por um
grupo de especialistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia –
INTO conseguiu reduzir pela metade o tempo de recuperação de fraturas com a
utilização de células-tronco. Os avanços obtidos pelos especialistas podem contribuir
para reduzir o número de fraturas que não curam. Elas somam 20% de todos os
casos e afetam jovens e também idosos.
Atualmente cerca de 15% das
cirurgias realizadas pelo INTO são casos
de emergência por fratura. "A motivação para investigar esses casos teve
base na quantidade de fraturas que tratávamos e simplesmente não cicatrizavam.
Por que, afinal? Como a gente poderia resolver?", conta o chefe da área de
Trauma Adulto e Idoso do Into, o cirurgião ortopédico Leonardo Rocha.
As pesquisas resultaram em uma
técnica capaz de deslocar o dobro de células-tronco normalmente produzidas pelo
corpo para o foco das fraturas. "Ficamos surpresos quando descobrimos que
a gente conseguia dobrar o número de células-tronco para a cicatrização dos
ossos" explica o médico. A experiência rendeu ao grupo de seis
especialistas o convite para apresentar o trabalho inédito no Congresso
Americano de Ortopedia, na Flórida, nos Estados Unidos.
RESULTADO IMEDIATO - A equipe
de pesquisadores, coordenada pelo diretor do Into, João Matheus Guimarães, e
pela coordenadora das pesquisas de pós-graduação, Maria Eugênia Duarte,
utilizou estímulo mecânico na medula óssea para dobrar o número de
células-tronco nos locais de fratura em 13 pacientes. Para isso, os
especialistas utilizaram um instrumento chamado fresa óssea, normalmente
utilizado para alargar o osso quando é necessário implantar próteses.
"É preciso extrapolar as
técnicas usuais de tratamento porque, muitas vezes, elas não se mostram
eficazes e rápidas o suficiente para atenuar o sofrimento dos pacientes"
observa o diretor, João Matheus Guimarães. Os resultados da pesquisa já
beneficiam pacientes como a cabeleireira Joyce Cipriano da Silva, 18 anos, que
ficou impressionada com a rapidez da recuperação: "Um mês depois de quebrar
o fêmur, eu já estava sã e caminhando".
Todos os pacientes em testes
no Into regeneraram os ossos. Além disso, o tempo médio de recuperação caiu de
4 a 6 meses para até 2 meses. Agora o objetivo dos pesquisadores é de que a
técnica inovadora possa ser utilizada em larga escala no Into, referência
nacional no atendimento de alta complexidade ortopédica no Sistema Único de
Saúde (SUS).
Só no ano passado, foram
feitas 9.156 cirurgias - 21% a mais do que no ano anterior. Só as fraturas
geraram 1.295 cirurgias no ano passado. O Into é hoje o único hospital
brasileiro e um dos 19 do mundo que integram a International Society of
Orthopaedic Centers (ISOC), entidade que congrega os melhores hospitais de
ortopedia existentes.
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