Questões associadas às pautas
política e econômica direcionam a exposição da agenda diretamente ligada a
Indústria neste sábado (30).
Como um dos destaques mais
relevantes do dia, O ESTADO DE S. PAULO publica que a CNI entregou ao
vice-presidente Michel Temer, “que assumirá a Presidência caso o pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff seja aprovado pelo Congresso”,
documento com 36 medidas consideradas como “indispensáveis” para tirar o país
da crise.
Texto resume que as ações
sugeridas vão de ajuste fiscal a melhores condições de crédito passando pela
reforma trabalhista e tributária, entre outras medidas, e revela que o
documento sustenta que o “país só voltará a crescer com ações nas áreas fiscais
e de competitividade”.
ESTADÃO reproduz
posicionamento atribuído ao presidente da CNI, Robson Braga De Andrade: “Não
existe bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um
conjunto de ações que, somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe
eficiente, podem tirar o país da recessão”.
Em box complementar, ESTADÃO
lista algumas das medidas que constam no documento da entidade, como a reforma
da Previdência Social, ampliação dos prazos de recolhimento de IPI e
PIS-Cofins, reforma do ICMS, compensação de créditos entre tributos federais e
o aperfeiçoamento de mecanismos de financiamento de comércio exterior.
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
também explora a questão do documento entregue a Temer, em reportagem que trata
das medidas que “seriam implantadas e negociadas com o Congresso” em caso de
afastamento da presidente Dilma.
Jornal do DF rememora que,
durante a disputa presidencial de 2014, a CNI fez um debate com os
pré-candidatos ao Planalto - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo
Campos (PSB) - e entregou um documento listando as principais preocupações do
setor.
“De lá para cá, se é verdade
que o câmbio melhorou a situação dos exportadores, a recessão se agravou, a
situação financeira das empresas se deteriorou visivelmente e a situação fiscal
piorou”, disse o diretor da CNI, José Augusto Fernandes.
Mídia reserva espaço para
informações sobre a reforma ministerial que pode ocorrer em um eventual governo
Michel Temer e insere previsões sobre o destino do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Como ponto de atenção, FOLHA
DE S. PAULO posiciona que “a CNI é contra a extinção” do Mdic e destaca
declaração do diretor, Carlos Eduardo Abijaodi, que sustenta que a separação
entre a área diplomática e a equipe de comércio exterior, utilizada hoje no
Brasil, é uma estratégia de países como EUA, China, Japão, índia e Rússia.
“Essa é uma forma de garantir, diz ele, que outros países não utilizem questões
políticas para obter vantagens comerciais.”
Reportagem expõe também que o
presidente da Fiesp, Paulo Skaf, aliado de Temer, minimizou a ideia de
desmembrar o órgão. “É natural que haja por parte da equipe do vice-presidente
uma preocupação em rever e reavaliar tudo”, disse.
Explorando a redução de pastas
sob o comando de Temer, reportagem que é manchete da FOLHA DE S. PAULO adverte
que a indicação de que o Mdic seria extinto “foi mal recebida por entidades
como a CNI.
Mais abordagens sobre o
assunto, sem menções à entidade, constam em ANÁLISE SETORIAL.
FOLHA DE S. PAULO : Sob
pressão, Temer reduz meta de cortar ministérios
O ESTADO DE S. PAULO : Temer tenta cancelar recesso para antecipar
impeachment
O GLOBO : Temer monta equipe
com foco no ajuste fiscal
Temáticas em diferentes
agendas mapeiam a exposição da agenda de interesse do segmento fabril nas
edições que circulam hoje.
Mídia mantém atenção sobre a
provável reforma que Michel Temer pode promover na Esplanada, caso o
impedimento da presidente Dilma Rousseff seja confirmado no Senado Federal nos
próximos 10 dias.
O ESTADO DE S. PAULO publica
que Paulo Skaf, presidente da Fiesp, pediu audiência com o vice-presidente
Michel Temer (PMDB) para “repudiar a ideia” de passar as atribuições do Mdic
para o Itamaraty.
Abordagem indica que Skaf saiu
do encontro com a promessa de que o Mdic não será extinto e indica que
“empresários ligados à entidade aceitam que parte das prerrogativas da pasta,
como a Apex, o comércio exterior e o acompanhamento dos investimentos do BNDES,
seja remanejada para outras pastas”.
Em manchete de O GLOBO (leia
mais em POLÍTICA), reportagem registra que o vice Michel Temer se encontrou
ontem com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, “que reagiu à proposta de
extinguir o Ministério da Indústria e Comércio”.
PAINEL, na FOLHA DE S. PAULO,
anota que “um dos principais aliados do vice-presidente indica que a ideia de
levar parte do Mdic (Desenvolvimento, indústria e Comércio Exterior) para a
pasta só seria executada se Serra assumir o Itamaraty”.
Ainda com foco na agenda
política, jornais destacam que a presidente Dilma voltou a falar do processo de
impeachment, durante uma solenidade do Mais Médicos (leia mais em POLÍTICA).
“Tenho clareza de que é
ridícula a acusação. O que fizemos foi garantir programas sociais, o Plano
Safra e investimentos para a indústria”, afirmou a presidente, que voltou a
classificar como ‘golpe’ o processo que enfrenta, indica O ESTADO DE S. PAULO.
Jornais também abrem espaço
para os dados sobre os índices de desemprego no Brasil, conforme os dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Mensal, divulgada ontem pelo
IBGE.
Conforme o levantamento, o
Brasil tem mais de 11 milhões de desempregados, 2,16 milhões a mais do que no
fim do ano passado. Com isso, a taxa de desocupação no primeiro trimestre
acelerou com força e atingiu 10,9% - a maior da série histórica do indicador,
iniciada em 2012.
Com base nos dados da Pnad, O
GLOBO expõe que a “indústria segue demitindo mais: dispensou 645 mil
trabalhadores frente ao fim de 2015 e 1,5 milhão em um ano”.
Reportagem de O ESTADO DE S.
PAULO reforça que “as demissões foram generalizadas e atingiram indústria,
comércio, construção e até a administração pública (que inclui atividades como
saúde e educação)”.
Já a FOLHA DE S. PAULO compõe
que o “o desemprego, antes concentrado na indústria e na construção civil,
agora avança no setor de serviços, o maior empregador do país”.
Ao CORREIO BRAZILIENSE (DF),
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, cita a indústria
para ilustrar cenário: “Esse setor perdeu 645 mil vagas no trimestre. Em
janeiro, fevereiro e março de 2015 detinha 14,4% das vagas formais. Hoje
representa 12,9%”.
Em editorial, CORREIO
BRAZILIENSE aborda o panorama econômico nacional e indica que “a presidente
Dilma investiu alto na manutenção dos postos de trabalho no país. Renúncia
fiscal, desoneração da folha de pagamento e incentivos à indústria - um dos
mais importantes setores da economia. As providências foram frustradas”.
Como ponto de atenção,
editorial em O ESTADO DE S. PAULO, intitulado de Cemitério de fábricas,
posiciona que, “no Estado de São Paulo, somente no ano passado, 4.451 fábricas
fecharam as portas, ou 24% mais do que o total que encerrou as atividades em
2014”.
Segundo o texto, “quanto ao
tempo de operação das indústrias de transformação fechadas, a desgraça
econômica é impiedosamente cega”.
ESTADÃO conclui que “a
incompetência do governo Dilma e sua paralisia diante da crise política,
econômica e moral decorrente de seus erros impedem os investimentos em
infraestrutura. Sua permanência no poder tornaria ainda mais remota a saída da
crise que envolve todo o país”.
Em outra frente, FOLHA DE S.
PAULO informa que foi assinado ontem uma série de acordo com o Peru, entre
eles, a liberação do comércio automotivo entre os dois países e o acesso a
licitações de compras governamentais, com as mesmas vantagens da Aliança do
Pacífico.
Reportagem ressalta que o
ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, disse que o acordo é parte do
esforço de ampliação das relações comerciais com países dessa aliança. Em
relação ao Peru, Monteiro destacou o livre-comércio imediato de veículos leves
e picapes entre os dois países. “O Brasil tem hoje 3% desse mercado.”
O GLOBO também destaca a
informação.
Editorial em O ESTADO DE S.
PAULO sustenta que, na “iminência de ser desalojada do Palácio do Planalto, a
petista Dilma Rousseff parece disposta a reafirmar, até o último minuto de sua
estada no gabinete presidencial, a sesquipedal irresponsabilidade que marcou
toda a sua triste trajetória como chefe de governo”.
Em tom crítico, FOLHA DE S.
PAULO trata da permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara e resume
que o “Supremo retardou demais discussão sobre afastamento do presidente da
Câmara, que não hesita em utilizar o cargo em benefício próprio”
O GLOBO, por sua vez, analisa
que “marcar para logo eleições de presidente e vice — quem sabe, até gerais —
ofuscaria a amarga derrota do partido no impedimento de Dilma, daria chance de
uma volta por cima para o PT, caso o próprio Lula se candidatasse”.
Em TENDÊNCIAS / DEBATES, FOLHA
DE S. PAULO abre espaço para o debate sobre os benefícios que a flexibilização
da legislação trabalhista pode gerar para o país, em dois artigos que exploram
diferentes posicionamentos.
No primeiro, o professor Jorge
Cavalcanti Boucinhas sustenta que há muitos indicadores indicando ser
necessária uma nova legislação trabalhista e defende: “Precisamos de mais
liberdade sindical para termos sindicatos mais legítimos e representativos”.
Em contraponto, Luiz Carlos
Motta, presidente do Fecomerciários (Federação dos Comerciários do Estado de
São Paulo) e da UGT-SP, afirma que, “no lugar de relativizar as conquistas
trabalhistas, precisamos garantir a estabilidade financeira e a segurança da
classe”.
“É daí que vem a potência que
alimenta a indústria nacional e o crescimento econômico necessário para
aprofundar as conquistas sociais”.COLUNAS
PAINEL, na FOLHA DE S. PAULO:
“A Controladoria-Geral da União ganhará nova roupagem — ao menos terá uma capa
mais lustrosa. Michel Temer quer transformar a pasta em Ministério da
Transparência e do Combate à Corrupção”.
Registro segue: “Com tantos
quadros do PMDB envolvidos na Lava Jato, o Palácio do Jaburu aposta em gestos
simbólicos para tentar reduzir a má fama do partido. Criada por Lula, a Controladoria
fiscaliza o próprio governo e toca os acordos de leniência com as empreiteiras
acusadas de desvios”.
No mesmo jornal, Marcos Sawaya
Jank alerta que é “dramática a situação das representações brasileiras no
exterior”, com o atraso nos salários e benefícios dos funcionários e “um
inaceitável atraso nas contribuições para as Nações Unidas e outras
organizações”.
Para o autor, os “ministérios
das Relações Exteriores, indústria e Comércio Exterior, Agricultura e a Apex
(Agência de Promoção de Exportações e Investimentos) precisam juntar esforços
de forma mais eficiente, definindo claramente as suas atribuições e limites,
somando recursos e evitando duplicidades”.
José Simão, também na FOLHA,
anota: “E eu já disse quem o Temer vai nomear pra ministro da Fazenda: o Pato
da Fiesp!”
MÍRIAM LEITÃO, em O GLOBO,
afirma que o “Banco Central do governo Dilma vai entregar o comando a quem for
indicado pelo governo Temer tendo resistido à principal ameaça feita pelo PT
durante todo o tempo: o de usar as reservas cambiais para estimular a
economia”.
Em O ESTADO DE S. PAULO, CELSO
MING pontua que “nesta sexta-feira saíram mais duas informações negativas sobre
o desempenho da economia brasileira”. A primeira, diz o jornalista, foi o
aumento do desemprego.
A segunda, continua MING, “é a
nova deterioração das contas públicas, em março, que incluem governo federal,
Estados, municípios e empresas estatais. O rombo (déficit primário), tal como
divulgado ontem pelo Banco Central, ficou nos R$ 10,6 bilhões”.
As tendências verificadas ao
longo da semana são mantidas e noticiário dá destaque, mais uma vez, às
articulações feitas pelo vice-presidente Michel Temer visando estabelecer uma
plataforma de governo no caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Como um dos destaques dessa
cobertura, manchete da FOLHA DE S. PAULO revela que Temer já admite que “não
conseguirá cortar ministérios como planejava” e aponta que apesar da estimativa
de passar de 32 para 26 pastas a conta “ainda não fecha”.
“A dificuldade crescente
decorre de acordos para garantir o avanço do processo”, posiciona o veículo
paulista, lembrando além do PP, PR, PSDB e PRB, que votaram majoritariamente
pelo afastamento da petista, o vice deve abrir espaço para o PSDB, DEM e PPS.
Já manchete de O GLOBO relata
que Michel Temer começa a definir um perfil ortodoxo para a equipe econômica de
seu eventual governo, “em meio à grave crise econômica e à previsão do próprio
governo de um déficit fiscal de R$ 96,6 bilhões este ano”.
Diário carioca afirma que a
opção do vice pelo ex-presidente do BC Henrique Meirelles “foi por entender que
ele será capaz de convencer o mercado financeiro de que não haverá espaço para
heterodoxia e que a política econômica será marcada por um forte ajuste fiscal”.
Com foco na cobertura de
impeachment, O ESTADO DE S. PAULO, em manchete, pontua que interlocutores do
vice-presidente já articulam com parlamentares a suspensão do recesso
parlamentar do meio do ano visando “acelerar o julgamento final da petistas e
tentar votar medidas econômicas que deverão ser encaminhadas por Temer”.
Edições do dia também destacam
a presença dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura) e
do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na Comissão Especial do
Impeachment do Senado.
Mídia descreve que o grupo
sustentou que a presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade. Nas
explicações, Kátia Abreu defendeu que os atrasos em pagamento do Tesouro não
podem ser encarados como empréstimos e Cardozo polemizou ao falar em “golpe”.
Jornais ainda registram que,
durante a assinatura da medida provisória que prorrogou por mais três anos o
prazo para que profissionais estrangeiros possam trabalhar no programa Mais
Médicos, a presidente Dilma Rousseff voltou a falar sobre seu impedimento.
O ESTADO DE S. PAULO relata
que Dilma classificou como “ridícula” a acusação de ter cometido pedaladas
fiscais, base do processo de impeachment em análise pelo Senado.
Merece atenção entrevistas em
O ESTADO DE S. PAULO com os senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Cássio Lima
(PSDB-PB). O primeiro defende que “escolher entre Dilma e Temer não resolve
crise” e o segundo afirma que “prioridade é formar um governo de salvação”.
Jornais também abrem espaço
para informações sobre a operação Lava Jato.
Nessa agenda, FOLHA DE S.
PAULO noticia que “um grupo de nove deputados e ex-deputados aliados do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), tornou-se formalmente investigado”,
sob suspeita de atuar “para achacar o grupo Schahin”.
Já O ESTADO DE S. PAULO
publica que o ex-vice presidente da Caixa, Fábio Cleto, “acusou seu padrinho
político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de fazer parte de
esquema de pagamento de propina em troca de liberação de verbas do fundo de
investimentos do FGTS”.
Atenta ao mercado financeiro e
às contas públicas, cobertura econômica coloca em evidência assuntos que seguem
relacionados à pauta da crise política.
FOLHA DE S. PAULO destaca que
“a forte valorização do real em março, provocada sobretudo pelo avanço do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, levou as contas públicas
a uma situação inédita”.
“União, Estados e municípios
tiveram um resultado positivo nas suas operações financeiras, ou seja,
receberam mais juros do que pagaram a seus credores. No mês passado, uma das
instituições que fazem parte dessa conta, o Banco Central, obteve uma receita
extra de R$ 42,7 bilhões com suas operações com contratos de câmbio (swap
cambial).”
Já O ESTADO DE S. PAULO
adverte que, “pela primeira vez, contas do governo registram déficit no início
do ano”. Texto indica que o rombo chegou a R$ 5,8 bilhões no primeiro trimestre
e ficou em R$ 10,6 bilhões só em março.
O GLOBO destaca que o “dólar
comercial recuou ontem à menor cotação em nove meses ante o real”.
Texto pontua que, “nem mesmo
quatro incursões no mercado de câmbio pelo Banco Central (BC) - que comprou o
equivalente a US$ 1,63 bilhão, após quatro dias sem atuar - conseguiu evitar
uma desvalorização de 1,68% da divisa, que fechou valendo R$ 3,44”.
De volta à FOLHA DE S. PAULO,
reportagem descreve que “avaliações técnicas feitas pelo Ministério da Fazenda
indicam que as tentativas de reduzir o rombo nas contas públicas do Brasil – o
chamado ajuste fiscal – tem limite e não pode se estender por um período
longo”.
Ao jornal, o secretário de
política econômica da Fazenda, Manoel Pires, explica que o governo deverá
reduzir essas despesas para o equivalente a 3,4% do PIB neste ano, “um nível
abaixo do que gastava em 2008 [3,5% do PIB]”.
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