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domingo, 24 de abril de 2016

Ameaça do Zika coloca mais de 2170 milhões de pessoas em risco


Estudo publicado no jornal “eLife” identifica, a nível global, as regiões prioritárias nas quais as autoridades devem atuar para controlar a propagação do vírus. “As nossas conclusões enfatizam a razão pela qual a Organização Mundial de Saúde classificou o atual surto de emergência de saúde pública de âmbito internacional”

Uma vasta região da América do Sul (que inclui a zona costeira e cidades nos arredores do rio Amazonas), África, Ásia e ainda a Florida e o Texas nos Estados Unidos são as regiões mundiais onde o Zika pode desenvolver-se mais facilmente. A área coberta mostra que cerca de 2,2 mil milhões de pessoas se encontram em risco de contrair o vírus.
As conclusões são encontradas num novo estudo (disponibilizado em anexo) publicado no jornal “eLife”, coordenado pela Universidade de Oxford e o Instituto para a Métrica e Avaliação para a Saúde, em Seattle, que mapeou pela primeira vez a transmissão do vírus peloAedes aegypti, de modo a determinar os locais onde o mosquito pode sobreviver e desenvolver-se. A grande surpresa está no continente africano e asiático, onde segundo este estudo não foram até agora detectados grandes surtos em relação ao que seria expectável, o que pode ser justificado com a existência não-declarada do vírus, erros de diagnóstico ou pelo elevado nível de imunidade da população.
ELIFE 2016

“Estes são os primeiros mapas a ser divulgados que usam verdadeiramente os dados que existem sobre o Zika – os mapas anteriores eram baseados nas conclusões do vírus como sendo semelhante ao dengue e chikungunya”, explica à BBC o investigador Oliver Brady, da Universidade de Oxford. “Somos os primeiros a adicionar dados das condições geográficas e ambientais precisas que existem sobre o vírus.”
Os mosquitos são apenas uma das condições necessárias para o vírus se desenvolver. Variáveis ambientais, como a precipitação, cobertura terrestre e temperatura, são algumas das utilizadas para mapear o vírus, a par de outras, como a existência de áreas urbanas, onde o mosquito favorece o sangue humano em detrimento do animal.
ELIFE 2016

“As nossas conclusões de que a área habitada por mais de 2170 milhões de pessoas é altamente favorável à transmissão do vírus Zika, combinadas com a rápida propagação intercontinental, enfatizam a razão pela qual a Organização Mundial de Saúde classificou o atual surto de emergência de saúde pública de âmbito internacional”, declarou ainda David Pigott do Instituto de Métricas e Avaliação para a Saúde. E determinam assim as zonas prioritárias nas quais as autoridades devem focar-se para controlar a propagação do surto.
O Zika, descoberto no Uganda em 1947, teve o seu surto mais recente no ano passado, tendo sido introduzido através do Brasil. Os grupos mais vulneráveis ao Aedes aegypti são as mulheres grávidas, que correm o risco de dar à luz bebés com microcefalia.



Anexo:


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