Expectativa quanto à votação
do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff movimenta as
revistas que circulam neste fim de semana.
Capa da ÉPOCA destaca que a
presidente Dilma nunca esteve tão só. “Os aliados políticos se foram. Os
funcionários mais próximos buscam emprego. Até em casa, no Palácio da Alvorada,
Dilma Rousseff está sozinha e reclusa”.
Reportagem de capa da ISTOÉ
defende que, se o impeachment for aprovado, “não vai ser golpe”. “Terá cumprido à exaustão todas as etapas
constitucionais e será o justo desfecho de uma gestão que se corrompeu de forma
nunca antes vista na história deste País e que priorizou amigos e aliados
(muitos já presos) em detrimento do povo brasileiro”.
Em outra frente, capa da ISTOÉ
DINHEIRO destaca que “sob o governo Dilma, trabalhadores e aposentados dos
Correios, do Banco do Brasil, da Caixa e da Petrobras viram bilhões de reais
desaparecerem devido a ingerência política, má gestão, investimentos
controversos e fraudes”.
Referências à Confederação
Nacional da Indústria (CNI) aparecem em abordagens ligadas ao contexto
político.
Reportagem de capa da CARTA
CAPITAL adverte que a "Guerra Fria" na corrida pelos votos às
vésperas da decisão do impeachment tomou Brasília, “com muita desinformação e
propaganda a serviço dos objetivos políticos de parte a parte”.
Texto relata que Dilma
Rousseff apontou uma "guerra psicológica", cenário construído por
seus detratores “a fim de provocar um ‘efeito dominó’ a desaguar em sua
deposição”.
“Não faltaram atores
psicologicamente atuantes. A bancada evangélica e as confederações patronais da
indústria, CNI, dos Transportes, CNT, e dos ruralistas, CNA, saíram em defesa
do impeachment. A CNA até anunciou caravanas de fazendeiros a Brasília para
pressionar os deputados”. (
RADAR, na VEJA, registra que
“pesos-pesados dos setores produtivo e financeiro e representantes de entidades
de classe como Fiesp, CNI, CNA e CNT telefonaram pessoalmente para uma lista de
parlamentares para exigir daqueles que sempre ajudaram apoio à deposição da
presidente”.
Cobertura setorial também
sofre influência do noticiário político. Posicionamento do setor industrial
frente ao impeachment está em destaque.
Capa da VEJA aponta que, às
vésperas da decisão sobre o impeachment, a presidente já não exerce a
Presidência de fato e se mostra “incapaz de restabelecer o diálogo com os
setores produtivos e o Congresso e, assim, contribui para agravar a recessão
econômica”.
“Na prática, seu governo
acabou, e os últimos sinais vitais se restringem a eventos com plateias
cativas, a tentativas de obter apoio com a oferta de cargos a deputados e
senadores e a batalhas na Justiça, com os pedidos de liminares de última hora
no Supremo Tribunal Federal”
ISTOÉ aponta que o governo
assusta população menos escolarizada com o “discurso do medo”, ao afirmar que
um novo presidente colocaria em risco os programas sociais.
"Sei que dizem de vez em
quando que, se outrem assumir, vamos acabar com o Bolsa Família, vamos acabar
com o Pronatec, vamos acabar com o Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto
dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular,
quero dizer que nós deveremos manter estes programas e, até, se possível,
revalorizá-los e ampliá-los", disse Michel Temer, em áudio vazado na
semana passada.
NOSSA OPINIÃO, na ÉPOCA,
também faz referência à declaração de Michel Temer.
CARTA CAPITAL aponta que os
defensores do impeachment prometem reavivar um programa econômico com “validade
vencida”.
“Apesar da desarticulação do
sistema industrial, com repercussões extremamente danosas à nossa economia, as
políticas sociais dos últimos anos promoveram a melhora da qualidade de vida em
parte significativa da população”, pondera a abordagem.
De volta à ISTOÉ, reportagem
aponta que o vice-presidente Michel Temer, com seus movimentos, na última
semana, “conseguiu ser bem-sucedido em pelo menos um objetivo: o de entusiasmar
os empresários dos mais diferentes setores, como industrial, de serviços e
agropecuário”.
Texto sugere que Temer
“precisará ir além da retórica, se quiser lograr êxito como presidente”.
“Nos últimos meses, Temer
reuniu-se sistematicamente com os setores produtivos. Ouviu queixas e anotou
sugestões. Se assumir, já terá em mãos o roteiro indicando quais caminhos
tomar. E precisará trilhá-los. Com a celeridade e a urgência impostas pelo
momento crucial por que passa o País”, defende ISTOÉ.
ISTOÉ aponta também que um
estudo da gestora de recursos Mauá Capital concluiu que, com novo presidente, o
dólar cairá de R$ 3,50 para R$ 3,00 até o final do ano e a Bovespa subirá dos
atuais 50 mil para 60 mil pontos.
"A saída de Dilma fará aumentar
a estabilidade, já que a matriz econômica que ela vinha seguindo é repleta de
equívocos. A simples troca de governo vai gerar um entusiasmo inicial",
diz João Luiz Mascolo, economista do Insper.
Reportagem situa que “a crise
afetou tanto pequenos empresários quanto gigantes do setor industrial. Com
quedas na produção, há expectativa de mais falências para o restante do ano”.
"A população precisa
entender que o crescimento não virá facilmente. Aumentar a produtividade de um
país é um trabalho para décadas", afirma Sergio Vale, economista-chefe da
MB Associados, segundo reproduz ISTOÉ.
VEJA adverte que “o número de
recuperações judiciais explode, e os bancos renegociam as dívidas com os
grandes devedores para evitar perdas ainda mais profundas”.
Segundo a reportagem, o
governo tem incentivado os bancos públicos e privados a renegociar as dívidas
para “evitar uma quebradeira generalizada, o que aprofundaria a recessão”.
“Se em um primeiro momento a
indústria se mostrou o setor mais afetado pela crise, 2015 foi o ano em que o
comércio sentiu os efeitos da tempestade perfeita na economia: quase 100.000
lojas encerraram as atividades, segundo a Confederação Nacional do Comércio
(CNC)”, situa o texto.
Em outra frente, CARTA CAPITAL
aponta que a comissão parlamentar que acompanha os desdobramentos do rompimento
de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco no município de Mariana
(MG) segue o “curso moroso dos trabalhos legislativos”.
Segundo a revista, a lentidão
nos trabalhos da comissão contrasta com a celeridade na tramitação de uma
proposta para agilizar a concessão de licenças ambientais.
“O projeto prevê a criação de
um licenciamento ambiental especial para obras estratégicas de infraestrutura,
ao estabelecer prazos exíguos para os estudos de campo dos órgãos de
fiscalização ambiental. A proposta faz parte do pacote da Agenda Brasil,
idealizada por Renan Calheiros, presidente do Senado, para retomar o
crescimento econômico”, explica a reportagem.
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