A presença da Indústria no
noticiário deste domingo (15) está majoritariamente concentrada nas percepções
do setor privado.
Destaque para O GLOBO, que
registra que “a lua de mel entre o governo Michel Temer e a iniciativa privada
não deve durar muito mais do que a tradicional viagem dos recém-casados”.
Texto adverte que empresários
esperam que em até um mês o presidente interino apresente medidas práticas e
promova um choque de expectativas no mercado.
As perspectivas de
investimento criadas em torno das concessões e privatizações são apontadas como
estímulo.
“Para José Carlos Martins,
presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), mais do que
ajustar marcos regulatórios, o governo Temer precisa rapidamente melhorar o
cenário macroeconômico, como forma de retomar o apetite por investimentos,
nacionais ou estrangeiros”, registra o jornal carioca.
Isso implica um arranjo de
medidas que aponte o rumo dos principais indicadores da economia, como
inflação, juros e câmbio, indica a reportagem.
O GLOBO lembra ainda que,
antes mesmo da posse, a Cbic entregou a Temer propostas do setor para o período
até 2018.
“Além da previsão formal de
energia e transportes, o documento aponta o apetite privado por concessões em
áreas onde o governo federal nunca cogitou ou abandonou, como saneamento
básico, resíduos sólidos, iluminação pública, hospitais e presídios”, resume o
texto.
Venilton Tadini,
presidente-executivo da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de
Base (Abdib), também citado por O GLOBO, afirma que, “no melhor cenário, o
governo poderá articular uma composição de forças capaz de implementar o que
foi diagnosticado e o que tem sido indicado pelo núcleo de Temer”.
O diretor da CNI, Carlos
Abijaodi, é classificado por O GLOBO como “mais otimista”. “Para ele, é
possível retomar a curto prazo a credibilidade de investidores que já vinham
trazendo delegações para encontrar oportunidades de negócios no Brasil”, segue
o jornal carioca. “Haverá investimentos com clareza na política econômica,
porque nossos ativos estão baratos para os estrangeiros”.
Ainda em O GLOBO, outra
reportagem também se diferencia.
Com foco nas investigações
envolvendo empreiteiras e na ação efetiva da Justiça e do Ministério Público no
sentido de punir os culpados, jornal afirma que está em curso “uma série de
movimentos a que as empresas estão sendo forçadas pelas operações Lava-Jato e
Zelotes”.
Uma das teses centrais da
reportagem é a de que “não haveria petrolão nem fraude fiscal se, do outro lado
do balcão de diretores da Petrobras e de conselheiros do Carf, não houvesse
empresários dispostos a pagar polpudas propinas e receber vantagens”.
Texto justifica-se
reproduzindo uma declaração feita em abril e atribuída ao presidente do Sebrae,
Guilherme Afif Domingos: “O empresariado brasileiro, em sua elite, quer o
controle do Estado. A elite empresarial brasileira não gosta do regime de
mercado. Gosta de controlar o mercado”.
O GLOBO vai além e afirma que
a Lava Jato “catalisou” um processo que já vinha em curso desde a sanção da Lei
de Combate à Corrupção, em agosto de 2013.
“Uma pesquisa inédita da CNI,
concluída no começo do ano, com 50 grandes empresas, mostrou que 38% delas
tiveram de aperfeiçoar seus códigos de ética por causa da lei”, acrescenta a
reportagem.
Também em O GLOBO, destaque
para Lauro Jardim, que revela em sua coluna que, “na quarta-feira, assim que
soube que se tomara ministro, Marcos Pereira pediu ajuda a Joesley Batista, da
JBS, para ter apoio na indústria”.
“Foi Joesley quem fez a ponte
para o encontro do novo ministro do Desenvolvimento com Robson Andrade,
presidente da CNI”, registra Lauro Jardim – A GAZETA (MT) reproduz a coluna.
Complementando a cobertura
ligada diretamente à CNI, TRIBUNA DO NORTE (RN) anuncia que “a CNI realiza
terça-feira (17) a Reunião do Intercâmbio do Setor de Bebidas, que terá
presença do presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas e Águas Minerais
do RN (Sicramirn), Djalma Barbosa Júnior”.
“Será na Federação das
Indústrias de Minas, em Belo Horizonte, e busca fortalecer a representação
empresarial por meio da troca de experiências e da discussão de temas de
interesse do setor”, indica o texto.
FOLHA DE S. PAULO : Otimismo
com Temer tem prazo, diz empresariado
O ESTADO DE S. PAULO : Em 6
anos, Brasil perde quase uma Argentina de consumo
O GLOBO : Temer quer capital
privado nos Correios e na Casa da Moeda
Empresários de diversos ramos
e lideranças ligadas a entidades bastante atuantes opinam sobre os planos e as
primeiras medidas do novo governo.
Um dos destaques do dia está
na manchete da FOLHA DE S.PAULO, que informa: “banqueiros e empresários esperam
que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) mostre serviço nos próximos três
meses”.
Reportagem consulta 12 deles
no total e realça que o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência
e da legislação trabalhista são as prioridades.
“A outra grande aposta para
reativar a economia é o programa de concessões que o novo governo quer lançar”,
indica o texto.
FOLHA DE S.PAULO cita o
presidente da Apeop, associação dos empreiteiros de São Paulo, Luciano Amadio
Filho, que diz estar em contato com investidores estrangeiros interessados em
tomar parte dos novos projetos de infraestrutura.
“As empresas brasileiras
também já consideram buscar financiamentos no exterior”, resume a reportagem.
Já em O ESTADO DE S.PAULO,
breves reportagens reunidas sob a temática 'Desafios do Brasil' listam alguns
gargalos que prejudicam ou arrastam para baixo o desempenho da economia.
Jornal adverte que, antes da
crise, muitos setores se comportavam como verdadeiras locomotivas do PIB.
Uma das áreas analisadas pelo
jornal é a indústria automobilística, que perdeu fôlego em 2013 e, desde então,
só acumula retrações, conforme explica O ESTADO DE S.PAULO.
“Neste ano, pelas projeções do
setor, as fábricas devem comercializar no País perto de 2 milhões de veículos,
o que significará retroceder ao mercado de dez anos atrás, quando havia nove
fábricas a menos do que hoje”, justifica em tom de alerta o texto.
Em editorial, FOLHA DE S.
PAULO garante que “a noção de que estaria em curso um golpe de Estado só não é
estapafúrdia porque se filia mais à propaganda do que à análise política”.
Ainda assim, afirma que “o
impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que
paralisava o país havia meses”. “A crise que atravessamos é profunda o bastante
para tornar desejável um retorno à fonte de onde deriva o poder da autoridade
política, por meio de consulta à totalidade dos cidadãos”, declara FOLHA.
O GLOBO também discute o que
considera “a delirante versão de que o processo de impeachment da agora
presidente afastada Dilma Rousseff é um ‘golpe’”.
E argumenta: “Estranho golpe
este, em que o Congresso funciona livremente, a ponto de admitir o processo de
julgamento do chefe do Executivo, por crimes de responsabilidade.”
Já O ESTADO DE S. PAULO faz
análise geral da primeira coletiva concedida pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles. Jornal aponta “realismo, austeridade e eficiência no uso do dinheiro
público” como as “marcas de um novo estilo” que diferenciam essa gestão da
passada.
Após enumerar série de fatores
detalhados por Meirelles, como aumento de impostos, possível retorno da CPMF,
bolsa empresário e dívida pública, ESTADÃO finaliza: “Mas será preciso muito
mais para reduzir a influência partidária nas estatais e na administração. Por
esse caminho o Brasil acabará chegando ao século 21.”
COLUNA DO ESTADÃO, em O ESTADO
DE S.PAULO: "O Tribunal de Contas da União fará um pente-fino nos últimos
atos da presidente Dilma Rousseff. A pedido do Ministério Público de Contas,
avaliará os impactos financeiros e orçamentários da liberação de verbas
autorizadas próximas à data de votação do impeachment na Câmara e no Senado e
que teriam sido feitas em troca de votos contra o processo".
PAINEL, na FOLHA DE S.PAULO:
"O centrão, grupo político que definiu o impeachment de Dilma Rousseff na
Câmara, já fala em retaliações ao governo Michel Temer caso ele indique para a
liderança do governo na Casa um nome do DEM ou do PSDB".
PAINEL: "No Ministério da
Indústria, Comércio e Serviços, os secretários foram avisados de que todos na
pasta permanecerão, incluindo o secretário-executivo, Fernando Furlan".
Jânio De Freitas, na FOLHA DE
S.PAULO: "A rapidez e a facilidade com que Câmara e Senado levaram ao
processo de impeachment não foram naturais, nem espontâneas".
Lauro Jardim, em O GLOBO:
"Há um crescente desconforto de Henrique Meirelles com a desenvoltura com
que Romero Jucá fala sobre temas econômicos".
Miriam Leitão, em O GLOBO: “O
governo Michel Temer começou com alguns acertos e inaceitáveis atrasos. Na
economia, o que os ministros e o presidente interino falaram faz todo o
sentido. O país está, de fato, diante de uma emergência fiscal e é preciso buscar
o equilíbrio perdido”.
“Outros sinais dados pelo novo
governo mostram que ele não entendeu a lógica do mundo atual. Não percebeu
sequer o simbólico. Não ter mulher no Ministério diz muito”, segue Miriam
Leitão.
“Instalar a Secretaria de
Direitos Humanos sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, que tem uma
coleção de controvérsias exatamente na área de direitos humanos, é demonstrar
desprezo por bandeiras que são parte da democracia moderna. Nomear ministros
investigados pela Lava-Jato e defender a operação no discurso de posse é, no
mínimo, estranho”, completa Miriam Leitão.
DIÁRIO DO NORDESTE (CE)
informa que “não é apenas no Brasil que as organizações têm dificuldade em
encontrar competências técnicas e comportamentais nos estudantes”.
Reportagem diferenciada cita
detalhes de um levantamento do National Association of Colleges and Employers
(NACE), que mostrou que “globalmente, em 2016, as empresas exigirão dos
graduandos a capacidade de liderar, saber trabalhar em equipe, de ter uma boa
comunicação verbal e escrita e resolver problemas”.
Embora as habilidades técnicas
sejam relevantes para o mercado de trabalho, as comportamentais são essenciais
na hora de contratar um estudante ou recém-formado, segue o DIÁRIO DO NORDESTE
(CE).
“Uma pesquisa recente da CNI
(Confederação Nacional da Indústria) mostrou que, para 89% das empresas
inovadoras, o profissional que ingressa no mercado de trabalho brasileiro está
despreparado, um número composto, em sua maioria, por estudantes e
recém-formados”, resume o texto.
“Para suprir esse gap”, relata
DIÁRIO DO NORDESTE (CE), “a CNI alerta que é preciso ampliar o diálogo entre
empresas e universidades”.
FOLHA DE S. PAULO traz
entrevista com o presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), na qual ele afirma que a presidente afastada, Dilma Rousseff, “disse
que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”.
Colocação que ele garante ter
ignorado. “Não é questão de aceitar. Eu não acredito que alguém possa ter cinco
ministros do Supremo sob controle. Não existe isso. Respeito a Suprema Corte.
Entendi como uma bravata. Concretamente ela não disse o que iria fazer”.
Reportagem coordenada traz
declaração do antigo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na qual ele
nega “que Dilma Rousseff tenha oferecido ajuda no STF a Eduardo Cunha e afirmou
que o relato feito pelo deputado não merece ‘nenhuma credibilidade’”.
O ESTADO DE S. PAULO e O GLOBO
apostam em entrevistas exclusivas com membros do alto escalão do governo do
presidente interino Michel Temer.
Ministro Eliseu Padilha, fala
a O GLOBO, que destaca posição firme do novo chefe da Casa Civil ao listar a
reforma da Previdência como “crucial”. “Padilha sustenta que, como o sistema é
deficitário, só há duas opções: aumentar o tempo de contribuição ou fixar idade
mínima.”
ESTADÃO publica entrevista com
o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA). Entre as declarações, o jornal ressalta fala na qual Geddel afirma
que “o ex-presidente Lula deverá ser procurado para ajudar na busca por
alternativas para a atual crise política e econômica”.
“Não tenho nenhuma dificuldade
de diálogo com o ex-presidente Lula e tenho certeza de que, passado esse
momento emoção, o Lula na condição de ex-presidente, haverá de dar sua
contribuição para o distensionamento”, ESTADÃO reproduz fala atribuída ao ministro.
Jornais ainda destacam
detalhes do segundo volume do livro “Diários da Presidência”, do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que será lançado na semana que vem.
Nele, o ex-presidente conta
ter ficado incomodado com a pressão feita pelo PMDB para ocupar cargos em seu
governo e descreve pressão exercida por Geddel Vieira Lima, então líder do PMDB
na Câmara.
“Eu já tinha decidido que não
vou nomear Eliseu Padilha nenhum, porque está cheirando mal. Até tenho simpatia
pelo Eliseu, mas do jeito que as coisas estão se colocando, isso está mal”, O
GLOBO reproduz trecho.
Vale ainda mencionar última
coluna do ministro Henrique Meirelles na FOLHA DE S. PAULO na qual ele diz que
“a retomada do crescimento sustentável, que pode e deve unir o país neste momento,
virá da adoção de medidas críveis e exequíveis para equilibrar as contas
públicas, restaurar a confiança, garantir previsibilidade e destravar
investimentos”.
“E com eles voltarão emprego,
renda, consumo e inclusão social, criando um ciclo virtuoso na economia”,
completa.
Na manchete do dia, O GLOBO
aponta que “para fazer caixa e levar adiante o ajuste fiscal, o governo Michel
Temer já começa a se preparar para vender fatias da União em estatais e em
várias empresas privadas”.
Jornal carioca destaca a
abertura de capital dos Correios e da Casa da Moeda e a venda de participação
em até 230 empresas do setor elétrico, entre as medidas de maior impacto.
“Já as entidades da área de
infraestrutura esperam, em até um mês, ações da equipe econômica, a fim de
retomar investimentos”. “E ressaltam haver apetite por concessões e
privatizações”, acrescenta.
O ESTADO DE S. PAULO
contabiliza em sua manchete também econômica que gastos de famílias com itens
como vestuário e educação voltarão ao nível de 2010, segundo consultoria IPC
Marketing.
“Se a previsão se confirmar, a
queda do consumo em seis anos chegará, em termos reais, a R$ 1,6 trilhão (ou
US$ 68,2 bilhões), valor aproximado do PIB da Argentina de 2014 (US$ 537,7
bilhões, segundo o Banco Mundial).” Reportagem é a primeira da série Desafios
do Brasil.
FOLHA DE S. PAULO traz
manchete com enfoque na avaliação de banqueiros e executivos que “esperam que o
ministro Henrique Meirelles (Fazenda) mostre serviço nos próximos três meses”.
“Os seis banqueiros e seis
empresários ouvidos pela Folha acham que, se até lá o ministro não tiver
encaminhado o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência e da
legislação trabalhista, desperdiçará a boa vontade inicial que surgiu com o
afastamento de Dilma.”
Também na FOLHA, reportagem
ressalta que “os programas de transferência direta de renda às famílias
contribuíram para a queda da pobreza e da desigualdade nos últimos anos, mas
deixaram de caber no Orçamento federal”.