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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Análise de Mídia, Domingo 15 de maio de 2016

A presença da Indústria no noticiário deste domingo (15) está majoritariamente concentrada nas percepções do setor privado.

Destaque para O GLOBO, que registra que “a lua de mel entre o governo Michel Temer e a iniciativa privada não deve durar muito mais do que a tradicional viagem dos recém-casados”.

Texto adverte que empresários esperam que em até um mês o presidente interino apresente medidas práticas e promova um choque de expectativas no mercado.

As perspectivas de investimento criadas em torno das concessões e privatizações são apontadas como estímulo.

“Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), mais do que ajustar marcos regulatórios, o governo Temer precisa rapidamente melhorar o cenário macroeconômico, como forma de retomar o apetite por investimentos, nacionais ou estrangeiros”, registra o jornal carioca.

Isso implica um arranjo de medidas que aponte o rumo dos principais indicadores da economia, como inflação, juros e câmbio, indica a reportagem.

O GLOBO lembra ainda que, antes mesmo da posse, a Cbic entregou a Temer propostas do setor para o período até 2018.

“Além da previsão formal de energia e transportes, o documento aponta o apetite privado por concessões em áreas onde o governo federal nunca cogitou ou abandonou, como saneamento básico, resíduos sólidos, iluminação pública, hospitais e presídios”, resume o texto.

Venilton Tadini, presidente-executivo da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), também citado por O GLOBO, afirma que, “no melhor cenário, o governo poderá articular uma composição de forças capaz de implementar o que foi diagnosticado e o que tem sido indicado pelo núcleo de Temer”.

O diretor da CNI, Carlos Abijaodi, é classificado por O GLOBO como “mais otimista”. “Para ele, é possível retomar a curto prazo a credibilidade de investidores que já vinham trazendo delegações para encontrar oportunidades de negócios no Brasil”, segue o jornal carioca. “Haverá investimentos com clareza na política econômica, porque nossos ativos estão baratos para os estrangeiros”.

Ainda em O GLOBO, outra reportagem também se diferencia.

Com foco nas investigações envolvendo empreiteiras e na ação efetiva da Justiça e do Ministério Público no sentido de punir os culpados, jornal afirma que está em curso “uma série de movimentos a que as empresas estão sendo forçadas pelas operações Lava-Jato e Zelotes”.

Uma das teses centrais da reportagem é a de que “não haveria petrolão nem fraude fiscal se, do outro lado do balcão de diretores da Petrobras e de conselheiros do Carf, não houvesse empresários dispostos a pagar polpudas propinas e receber vantagens”.

Texto justifica-se reproduzindo uma declaração feita em abril e atribuída ao presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos: “O empresariado brasileiro, em sua elite, quer o controle do Estado. A elite empresarial brasileira não gosta do regime de mercado. Gosta de controlar o mercado”.

O GLOBO vai além e afirma que a Lava Jato “catalisou” um processo que já vinha em curso desde a sanção da Lei de Combate à Corrupção, em agosto de 2013.

“Uma pesquisa inédita da CNI, concluída no começo do ano, com 50 grandes empresas, mostrou que 38% delas tiveram de aperfeiçoar seus códigos de ética por causa da lei”, acrescenta a reportagem.

Também em O GLOBO, destaque para Lauro Jardim, que revela em sua coluna que, “na quarta-feira, assim que soube que se tomara ministro, Marcos Pereira pediu ajuda a Joesley Batista, da JBS, para ter apoio na indústria”.

“Foi Joesley quem fez a ponte para o encontro do novo ministro do Desenvolvimento com Robson Andrade, presidente da CNI”, registra Lauro Jardim – A GAZETA (MT) reproduz a coluna.

Complementando a cobertura ligada diretamente à CNI, TRIBUNA DO NORTE (RN) anuncia que “a CNI realiza terça-feira (17) a Reunião do Intercâmbio do Setor de Bebidas, que terá presença do presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas e Águas Minerais do RN (Sicramirn), Djalma Barbosa Júnior”.

“Será na Federação das Indústrias de Minas, em Belo Horizonte, e busca fortalecer a representação empresarial por meio da troca de experiências e da discussão de temas de interesse do setor”, indica o texto.



FOLHA DE S. PAULO : Otimismo com Temer tem prazo, diz empresariado

O ESTADO DE S. PAULO : Em 6 anos, Brasil perde quase uma Argentina de consumo

O GLOBO : Temer quer capital privado nos Correios e na Casa da Moeda



Empresários de diversos ramos e lideranças ligadas a entidades bastante atuantes opinam sobre os planos e as primeiras medidas do novo governo.

Um dos destaques do dia está na manchete da FOLHA DE S.PAULO, que informa: “banqueiros e empresários esperam que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) mostre serviço nos próximos três meses”.

Reportagem consulta 12 deles no total e realça que o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência e da legislação trabalhista são as prioridades.

“A outra grande aposta para reativar a economia é o programa de concessões que o novo governo quer lançar”, indica o texto.

FOLHA DE S.PAULO cita o presidente da Apeop, associação dos empreiteiros de São Paulo, Luciano Amadio Filho, que diz estar em contato com investidores estrangeiros interessados em tomar parte dos novos projetos de infraestrutura.

“As empresas brasileiras também já consideram buscar financiamentos no exterior”, resume a reportagem.

‪Já em O ESTADO DE S.PAULO, breves reportagens reunidas sob a temática 'Desafios do Brasil' listam alguns gargalos que prejudicam ou arrastam para baixo o desempenho da economia.

Jornal adverte que, antes da crise, muitos setores se comportavam como verdadeiras locomotivas do PIB.

Uma das áreas analisadas pelo jornal é a indústria automobilística, que perdeu fôlego em 2013 e, desde então, só acumula retrações, conforme explica O ESTADO DE S.PAULO.

“Neste ano, pelas projeções do setor, as fábricas devem comercializar no País perto de 2 milhões de veículos, o que significará retroceder ao mercado de dez anos atrás, quando havia nove fábricas a menos do que hoje”, justifica em tom de alerta o texto.



Em editorial, FOLHA DE S. PAULO garante que “a noção de que estaria em curso um golpe de Estado só não é estapafúrdia porque se filia mais à propaganda do que à análise política”.

Ainda assim, afirma que “o impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que paralisava o país havia meses”. “A crise que atravessamos é profunda o bastante para tornar desejável um retorno à fonte de onde deriva o poder da autoridade política, por meio de consulta à totalidade dos cidadãos”, declara FOLHA.

O GLOBO também discute o que considera “a delirante versão de que o processo de impeachment da agora presidente afastada Dilma Rousseff é um ‘golpe’”.

E argumenta: “Estranho golpe este, em que o Congresso funciona livremente, a ponto de admitir o processo de julgamento do chefe do Executivo, por crimes de responsabilidade.”

Já O ESTADO DE S. PAULO faz análise geral da primeira coletiva concedida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Jornal aponta “realismo, austeridade e eficiência no uso do dinheiro público” como as “marcas de um novo estilo” que diferenciam essa gestão da passada.

Após enumerar série de fatores detalhados por Meirelles, como aumento de impostos, possível retorno da CPMF, bolsa empresário e dívida pública, ESTADÃO finaliza: “Mas será preciso muito mais para reduzir a influência partidária nas estatais e na administração. Por esse caminho o Brasil acabará chegando ao século 21.”



COLUNA DO ESTADÃO, em O ESTADO DE S.PAULO: "O Tribunal de Contas da União fará um pente-fino nos últimos atos da presidente Dilma Rousseff. A pedido do Ministério Público de Contas, avaliará os impactos financeiros e orçamentários da liberação de verbas autorizadas próximas à data de votação do impeachment na Câmara e no Senado e que teriam sido feitas em troca de votos contra o processo".

PAINEL, na FOLHA DE S.PAULO: "O centrão, grupo político que definiu o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, já fala em retaliações ao governo Michel Temer caso ele indique para a liderança do governo na Casa um nome do DEM ou do PSDB".

PAINEL: "No Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, os secretários foram avisados de que todos na pasta permanecerão, incluindo o secretário-executivo, Fernando Furlan".

Jânio De Freitas, na FOLHA DE S.PAULO: "A rapidez e a facilidade com que Câmara e Senado levaram ao processo de impeachment não foram naturais, nem espontâneas".

Lauro Jardim, em O GLOBO: "Há um crescente desconforto de Henrique Meirelles com a desenvoltura com que Romero Jucá fala sobre temas econômicos".

Miriam Leitão, em O GLOBO: “O governo Michel Temer começou com alguns acertos e inaceitáveis atrasos. Na economia, o que os ministros e o presidente interino falaram faz todo o sentido. O país está, de fato, diante de uma emergência fiscal e é preciso buscar o equilíbrio perdido”.

“Outros sinais dados pelo novo governo mostram que ele não entendeu a lógica do mundo atual. Não percebeu sequer o simbólico. Não ter mulher no Ministério diz muito”, segue Miriam Leitão.

“Instalar a Secretaria de Direitos Humanos sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, que tem uma coleção de controvérsias exatamente na área de direitos humanos, é demonstrar desprezo por bandeiras que são parte da democracia moderna. Nomear ministros investigados pela Lava-Jato e defender a operação no discurso de posse é, no mínimo, estranho”, completa Miriam Leitão.



DIÁRIO DO NORDESTE (CE) informa que “não é apenas no Brasil que as organizações têm dificuldade em encontrar competências técnicas e comportamentais nos estudantes”.

Reportagem diferenciada cita detalhes de um levantamento do National Association of Colleges and Employers (NACE), que mostrou que “globalmente, em 2016, as empresas exigirão dos graduandos a capacidade de liderar, saber trabalhar em equipe, de ter uma boa comunicação verbal e escrita e resolver problemas”.

Embora as habilidades técnicas sejam relevantes para o mercado de trabalho, as comportamentais são essenciais na hora de contratar um estudante ou recém-formado, segue o DIÁRIO DO NORDESTE (CE).

“Uma pesquisa recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que, para 89% das empresas inovadoras, o profissional que ingressa no mercado de trabalho brasileiro está despreparado, um número composto, em sua maioria, por estudantes e recém-formados”, resume o texto.

“Para suprir esse gap”, relata DIÁRIO DO NORDESTE (CE), “a CNI alerta que é preciso ampliar o diálogo entre empresas e universidades”.



FOLHA DE S. PAULO traz entrevista com o presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na qual ele afirma que a presidente afastada, Dilma Rousseff, “disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar”.

Colocação que ele garante ter ignorado. “Não é questão de aceitar. Eu não acredito que alguém possa ter cinco ministros do Supremo sob controle. Não existe isso. Respeito a Suprema Corte. Entendi como uma bravata. Concretamente ela não disse o que iria fazer”.

Reportagem coordenada traz declaração do antigo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na qual ele nega “que Dilma Rousseff tenha oferecido ajuda no STF a Eduardo Cunha e afirmou que o relato feito pelo deputado não merece ‘nenhuma credibilidade’”.

O ESTADO DE S. PAULO e O GLOBO apostam em entrevistas exclusivas com membros do alto escalão do governo do presidente interino Michel Temer.

Ministro Eliseu Padilha, fala a O GLOBO, que destaca posição firme do novo chefe da Casa Civil ao listar a reforma da Previdência como “crucial”. “Padilha sustenta que, como o sistema é deficitário, só há duas opções: aumentar o tempo de contribuição ou fixar idade mínima.”

ESTADÃO publica entrevista com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Entre as declarações, o jornal ressalta fala na qual Geddel afirma que “o ex-presidente Lula deverá ser procurado para ajudar na busca por alternativas para a atual crise política e econômica”.

“Não tenho nenhuma dificuldade de diálogo com o ex-presidente Lula e tenho certeza de que, passado esse momento emoção, o Lula na condição de ex-presidente, haverá de dar sua contribuição para o distensionamento”, ESTADÃO reproduz fala atribuída ao ministro.

Jornais ainda destacam detalhes do segundo volume do livro “Diários da Presidência”, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que será lançado na semana que vem.

Nele, o ex-presidente conta ter ficado incomodado com a pressão feita pelo PMDB para ocupar cargos em seu governo e descreve pressão exercida por Geddel Vieira Lima, então líder do PMDB na Câmara.

“Eu já tinha decidido que não vou nomear Eliseu Padilha nenhum, porque está cheirando mal. Até tenho simpatia pelo Eliseu, mas do jeito que as coisas estão se colocando, isso está mal”, O GLOBO reproduz trecho.

Vale ainda mencionar última coluna do ministro Henrique Meirelles na FOLHA DE S. PAULO na qual ele diz que “a retomada do crescimento sustentável, que pode e deve unir o país neste momento, virá da adoção de medidas críveis e exequíveis para equilibrar as contas públicas, restaurar a confiança, garantir previsibilidade e destravar investimentos”.

“E com eles voltarão emprego, renda, consumo e inclusão social, criando um ciclo virtuoso na economia”, completa.



Na manchete do dia, O GLOBO aponta que “para fazer caixa e levar adiante o ajuste fiscal, o governo Michel Temer já começa a se preparar para vender fatias da União em estatais e em várias empresas privadas”.

Jornal carioca destaca a abertura de capital dos Correios e da Casa da Moeda e a venda de participação em até 230 empresas do setor elétrico, entre as medidas de maior impacto.

“Já as entidades da área de infraestrutura esperam, em até um mês, ações da equipe econômica, a fim de retomar investimentos”. “E ressaltam haver apetite por concessões e privatizações”, acrescenta.

O ESTADO DE S. PAULO contabiliza em sua manchete também econômica que gastos de famílias com itens como vestuário e educação voltarão ao nível de 2010, segundo consultoria IPC Marketing.

“Se a previsão se confirmar, a queda do consumo em seis anos chegará, em termos reais, a R$ 1,6 trilhão (ou US$ 68,2 bilhões), valor aproximado do PIB da Argentina de 2014 (US$ 537,7 bilhões, segundo o Banco Mundial).” Reportagem é a primeira da série Desafios do Brasil.

FOLHA DE S. PAULO traz manchete com enfoque na avaliação de banqueiros e executivos que “esperam que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) mostre serviço nos próximos três meses”.

“Os seis banqueiros e seis empresários ouvidos pela Folha acham que, se até lá o ministro não tiver encaminhado o ajuste das contas públicas e as reformas da Previdência e da legislação trabalhista, desperdiçará a boa vontade inicial que surgiu com o afastamento de Dilma.”

Também na FOLHA, reportagem ressalta que “os programas de transferência direta de renda às famílias contribuíram para a queda da pobreza e da desigualdade nos últimos anos, mas deixaram de caber no Orçamento federal”.

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