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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

OMS recomenda 29 maneiras de acabar com infecções cirúrgicas e evitar microrganismos multirresistentes

Pessoas que se preparam para cirurgias devem sempre tomar banho, mas não serem depiladas, e antibióticos só devem ser usados para prevenir infecções antes e durante o procedimento, não depois. Essas recomendações fazem parte das novas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de salvar vidas, reduzir custos e impedir que microrganismos multirresistentes se propaguem.

O documento “Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site Infection”, disponível em inglês, apresenta uma lista com 29 maneiras concretas para prevenir as infecções cirúrgicas – elaborada por 20 dos principais especialistas mundiais a partir de 26 revisões das evidências mais recentes. As recomendações também foram publicadas nesta quinta-feira (3) na “The Lancet Infectious Diseases” e foram desenhadas para abordar a carga crescente dos cuidados de saúde associados a infecções nos pacientes e nos sistemas de saúde pelo mundo.

“Ninguém deveria ficar doente enquanto procura ou recebe cuidados”, afirmou Marie-Paule Kieny, Diretora-Geral Assistente para Sistemas de Saúde e Inovação da OMS. “Prevenir infecções cirúrgicas nunca foi tão importante, entretanto é algo complexo e requer uma série de medidas de prevenção. Essas diretrizes são uma ferramenta valiosa para proteger os pacientes.”

As infecções cirúrgicas são causadas por bactérias que penetram no corpo através de incisões feitas durante a cirurgia. Elas colocam a vida de milhões de pacientes em risco a cada ano e contribuem para a propagação da resistência aos antibióticos. Em países de baixa e média renda, 11% dos pacientes que passam por cirurgias sofrem infecções no procedimento. Na África, até 20% das mulheres submetidas a cesáreas contraem infecção na ferida, comprometendo sua própria saúde e sua habilidade de cuidar dos bebês.

Entretanto, infecções cirúrgicas não são um problema apenas para países pobres. Nos Estados Unidos, as infecções contribuem para que os pacientes passem 400 mil dias a mais no hospital, com um custo adicional de US$ 900 milhões a cada ano.

Prevenindo infecções antes, durante e depois da cirurgia
As diretrizes contêm 13 recomendações para o período pré-cirúrgico e outras 16 para prevenir infecções durante e depois do procedimento. Elas vão desde simples precauções, como assegurar que os pacientes tomem banho antes da cirurgia e a melhor maneira de higienizar as mãos para as equipes cirúrgicas, até orientações sobre quando usar antibióticos para prevenir infecções, quais desinfetantes usar antes da incisão e quais suturas utilizar.

“Mais cedo ou mais tarde, muitos de nós precisarão de cirurgia, mas nenhum de nós quer pegar uma infecção na mesa de operação”, disse Ed Kelley, Diretor do Departamento de Prestação de Serviços e Segurança da OMS. “Aplicando essas novas diretrizes, as equipes cirúrgicas podem reduzir danos, melhorar a qualidade de vida e fazer a sua parte para acabar com a resistência a antibióticos. Nós também recomendamos que os pacientes que se preparam para cirurgias perguntem a seus médicos se eles estão seguindo as orientações da OMS.”

Até o momento, não havia diretrizes internacionais baseadas em evidências e a interpretação das evidências e recomendações das diretrizes nacionais não era uniforme. As novas diretrizes da OMS são válidas para qualquer país, adaptáveis a circunstâncias locais, e levam em conta a consistência das evidências científicas, os custos e recursos necessários e os valores e as preferências dos pacientes. A oferta de orientações mais detalhadas sobre a prevenção das infecções complementa a popular Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS.

Interrompendo a propagação da resistência aos antibióticos
Outro ponto importante é que as diretrizes recomendam o uso de antibióticos apenas antes e durante a cirurgia, com o objetivo de prevenir as infecções. Trata-se de uma medida crucial para interromper a propagação da resistência a esses medicamentos. Ao contrário do habitual, antibióticos não devem ser usados após a cirurgia.

Antibióticos são medicamentos usados para prevenir e tratar infecções bacterianas. A resistência ocorre quando a bactéria se modifica em resposta ao uso desses medicamentos e se desenvolve naturalmente com o tempo. Entretanto, o uso inapropriado em humanos e animais pode acelerar rapidamente o processo.

A resistência aos antibióticos está colocando em risco as conquistas da medicina moderna. Sem antibióticos eficazes para prevenir e tratar infecções, transplantes de órgãos, quimioterapia e cirurgias como cesárea e próteses do quadril se tornam muito mais perigosas e podem aumentar o tempo de internação no hospital, os custos médicos e a mortalidade.

Muitos estudos revelam que a implementação de uma série de medidas preventivas reduz significantemente os danos das infecções cirúrgicas. Um estudo piloto em quatro países africanos mostrou que a aplicação de algumas das novas recomendações poderia reduzir as infecções cirúrgicas em 39%. Com base nesses exemplos, a OMS está desenvolvendo um guia e uma série de ferramentas que ajudarão as autoridades nacionais e locais a colocar as recomendações em prática.



Médicos do Paraná são premiados por pesquisa sobre doença raríssima

Em congresso promovido pela Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica (ESPE - European Society for Paediatric Endocrinology), médicos do Complexo Hospital Clínicas (CHC) e professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) receberam o Prêmio Jovem Cientista para a publicação Pediátrica Endocrinologia 2016 (The Young Scientist 2016 Prize for the Paediatric Endocrinology Publication), em Paris.

A premiação se refere a um estudo inédito que foi publicado, em agosto de 2015, na Hormone Research in Pediatrics, revista oficial da ESPE e das sociedades Americana e Latino-Americana de Endocrinologia Pediátrica. O periódico tem um grande impacto na área no mundo inteiro.

Com pesquisadores do Unidade de Endocrinologia Pediátria (UEP) do CHC e de Buenos Aires, o estudo descreveu uma paciente atendida neste serviço aos quatro anos de idade e tem uma doença pouco conhecida. “Ela apresenta uma nova mutação no gene da aromatase. Essa forma incomum de distúrbio da síntese de esteroides sexuais gera ambiguidade genital ao nascimento. Os primeiros casos foram descritos por Melvin Grumbach e colaboradores em 1993”, explicaram os pesquisadores do CHC e professores do departamento de pediatria da UFPR.

Tanto o tratamento inicial, quanto o acompanhamento até os 17 anos que proporcionaram o diagnóstico clínico e o tratamento, com a realização de vários testes na paciente e membros da família, forma feitos na UEP.

Estiveram envolvidos na pesquisa os médicos endocrinologistas pediatras do CHC e professores do departamento de pediatria da UFPR Luiz de Lacerda Filho, Suzana Nesi França, Romolo Sandrini e Rosana Marques-Pereira, além da médica residente Julia La Pastina.

Já o estudo genético ficou a encargo dos pesquisadores Nora Saraco, Romina Sainz, Roxana Marino, Natalia Perez Garrido, Marco Aurelio Rivarola e Alicia Belgorosky, de Buenos Aires.

Os Interessados no assunto podem acessar a publicação original no link: http://www.karger.com/Article/Abstract/437142

Com informações do CHC


Ministro recebe agradecimento por oferta de medicamentos revolucionários para hepatite C

Audiência com o presidente do grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite 

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, recebeu nesta quinta-feira (3/11) placa de agradecimento das mãos do presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite Virais, Carlos Norberto Varaldo. O reconhecimento da associação de pacientes com hepatite C é em agradecimento ao esforço e dedicação do ministro no aumento do atendimento aos pacientes com os novos medicamentos. O novo tratamento para Hepatite C, que inclui o Simeprevir, Sofosbuvir e Daclastavir, foi incorporado no SUS em 2015. As medicações beneficiam pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante.

Considerado revolucionário, o tratamento tem taxa de cura superior a 95%. “Oferecer o melhor tratamento pelo menor custo possível é uma caraterística dessa gestão. Com essa estratégia o Brasil assumiu a vanguarda da oferta no SUS desta terapia”, afirmou o ministro da saúde, Ricardo Barros.

Para Carlos Norberto Varaldo, o alcance da meta de 30 mil pacientes atendidos alcançado pelo Ministério este ano é uma vitória. 

“Só foi possível com o empenho do ministro, do secretário executivo, Antônio Nardi, e da Diretora do Departamento Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken”, enfatizou o diretor. Antônio Nardi e Adele Benzaken também receberam placa de agradecimento da Associação.

O Ministério da Saúde tem investido na publicação de protocolos, incorporação de medicamentos e acompanhamento da evolução clínica dos pacientes beneficiados. Desde 2015, foram enviados para todo o país 35.225 tratamentos dos novos medicamentos para hepatite C, o que supera a meta estabelecida ano passado. A expectativa é de uma nova compra de mais 35 mil novos tratamentos até final de 2016.



Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Distúrbio Mineral Ósseo

SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS 
CONSULTA PÚBLICA Nº 35, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2016 

O SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE torna pública, nos termos do art. 19 do Decreto 7.646, de 21 de dezembro de 2011, consulta para manifestação da sociedade civil a respeito da recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde relativa à proposta de elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Distúrbio Mineral Ósseo apresentado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos - SCTIE/MS. 

Fica estabelecido o prazo de 20 (vinte) dias, a contar da data de publicação desta Consulta Pública, para que sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas. A documentação objeto desta Consulta Pública e o endereço para envio de contribuições estão à disposição dos interessados no endereço eletrônico: http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas. A Secretaria-Executiva da CONITEC avaliará as contribuições apresentadas a respeito da matéria. 

MARCO ANTONIO DE ARAUJO FIREMAN

ANVISA MANTEM VALIDADE DE RESOLUÇÕES ANTERIORES PARA PETIÇÕES DE PÓS-REGISTRO

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
DIRETORIA COLEGIADA
RESOLUÇÃO-RDC N° 120, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2016
.Altera Resolução da Diretoria Colegiada-RDC n° 73, de 07 de abril de 2016. .........................................................................................
O Diretor - Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe confere o art. 47, IV aliado ao art. 54, V do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016, resolve, ad referendum, adotar a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e determinar a sua publicação:

Art.1° O artigo 35 da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 73, de 07 de abril de 2016, publicada no Diário Oficial da União de 8 de abril de 2016, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 35. As petições de pós-registro contempladas no escopo deste regulamento protocoladas antes da data vigência desta Resolução, incluindo as que se encontram em análise na Gerência Geral de Medicamentos, serão analisadas conforme as Resoluções vigentes à época do protocolo.

§ 1º Ficará facultado às empresas a aplicação desta norma às petições protocolizadas antes da data vigência desta Resolução.

§ 2º As petições já protocoladas, das quais a análise não tenha sido iniciada, cujo objeto seja enquadrado por este regulamento como de implementação imediata a serem submetidas no HMP poderão ser implementadas seguindo o disposto no art. 6º, desde que seja solicitada a desistência da petição protocolada.

§ 3º As petições já protocoladas, das quais a análise não tenha sido iniciada, cujo objeto seja enquadrado por este regulamento como de implementação imediata e que não sejam peticionadas via HMP poderão ser implementadas seguindo o disposto no art. 6°, desde que haja a formalização da mudança realizada por meio de aditamento específico ao expediente referente à mudança pós-registro, contemplando os seguintes documentos:
I - Identificação do objeto da petição e reclassificação nos termos do anexo I deste regulamento.
II - Documentação complementar requerida neste regulamento.
" (NR)

Art.2° Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.

JARBAS BARBOSA DA SILVA JR.

Comitê Cientifico Setorial 6 da Agência de pesquisa em AIDS e Hepatites Virais (ANRS), e, participar de reunião do projeto ZIKALLIANCE com a Prof. Brigitte Autran, em Paris, França

MARIA FERNANDA RIOS GRASSI, Pesquisadora em Saúde Pública do Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz da FIOCRUZ, Participará de reunião do Comitê Cientifico Setorial 6 da Agência de pesquisa em AIDS e Hepatites Virais (ANRS), assim como, participar de reunião do projeto ZIKALLIANCE com a Prof. Brigitte Autran, em Paris, França, no período de 21/11/2016 a 27/11/2016, inclusive trânsito.

Para novo presidente do CNPq, parcerias são o caminho para ciência superar crise

Ex-presidente do Confap, Mário Neto Borges também aposta nos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia para contornar as dificuldades orçamentárias. "É o programa mais importante de fomento à ciência", afirmou.

Novo presidente do CNPq, Mário Neto Borges foi nomeado em 20 de outubro de 2016.

O novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mário Neto Borges, enxerga nas parcerias com estados e empresas e na internacionalização da pesquisa um caminho para a ciência brasileira superar a falta de recursos. Outra aposta é no programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), que vai financiar 101 redes de pesquisa no próximo ciclo. Para ele, trata-se do principal programa de fomento à ciência desenvolvido hoje no Brasil.

"Aceitei esse desafio sabendo das dificuldades por que o país passa e, portanto, das recessões orçamentárias que impactam na vida de uma agência de fomento. Mas as perspectivas são positivas no sentido de que as crises nos levam a ser criativos e a buscar opções para que possamos obter novas fontes de financiamento", disse, em entrevista ao Portal MCTIC.

Nomeado presidente do CNPq em 20 de outubro, o engenheiro eletricista Mário Neto Borges coordenou a área internacional do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que presidiu por dois mandatos, de 2009 a 2013. Também ocupou os cargos de diretor científico e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), onde permaneceu de 2004 a 2014, e de reitor da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), de 1998 a 2004.

Mário Neto Borges é natural de Sacramento (MG), se graduou em engenharia elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e possui mestrado em acionamentos elétricos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorado em inteligência artificial aplicada à educação pela Universidade de Huddersfield, da Inglaterra. É professor aposentado da UFSJ, que se tornou universidade federal sob sua reitoria.

MCTIC: O senhor assume o CNPq com quais desafios e perspectivas?
Mário Neto Borges: Aceitei esse desafio, a convite do ministro [da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto] Kassab, sabendo das dificuldades por que o país passa e, portanto, das recessões orçamentárias que impactam na vida de uma agência de fomento. Mas as perspectivas são positivas no sentido de que as crises nos levam a ser criativos e a buscar opções para que possamos obter novas fontes de financiamento, por meio de parcerias com outros ministérios, com os estados, pelas FAPs, com empresas e no exterior. Os 101 INCTs que nós estamos financiando agora, nesse início, são o exemplo mais importante desse tipo de solução que está sendo encontrada para superarmos as dificuldades do momento. Então, o desafio é realmente contornar as restrições e voltar a colocar o CNPq no lugar que ele merece, como principal agência de fomento à ciência no Brasil.

MCTIC: O que esperar do segundo ciclo dos INCTs? A nova rede terá condições de ampliar o êxito dos oito primeiros anos do programa?
Mário Neto Borges: Sem sombra de dúvida, esse é o programa mais importante de fomento à ciência, não só porque ele envolve os pesquisadores mais qualificados do Brasil, mas pelo fato de que ele, também, por definição, é um programa em rede. No mínimo, três estados têm que participar de cada projeto apoiado. Essa oportunidade agora é para dar continuidade a um programa dessa importância e colocar o barco para andar na medida em que esses recursos vão chegando, para que nós possamos incentivar a ciência brasileira de forma a avançar nas fronteiras do conhecimento, sempre se lembrando da importância de que eles sirvam, ainda, como referência para qualificar pessoas de diversos níveis de educação e contribuir na tarefa de fazer a difusão da ciência para o público leigo.

MCTIC: Quais áreas de pesquisa merecem atenção nos próximos anos?
Mário Neto Borges: Em uma agência de fomento, todas as áreas de pesquisa são importantes. Mas, sem sombra de dúvida, quando temos que definir alguma prioridade, a saúde passa a ser uma delas, porque, quando nós estabelecemos, como o CNPq tem, uma parceria com as FAPs e o Ministério da Saúde no programa PPSUS, o Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde, nós estamos colocando a ciência como sendo um elemento para melhorar a saúde pública. Então, esse é um aspecto muito relevante. Citei esse como um exemplo, mas existem outros. Certamente, nós temos o cuidado de levar em conta que todas as áreas do conhecimento são importantes para uma agência de fomento à ciência, porque a ciência é ampla.

MCTIC: Como ajudar o país a internacionalizar suas universidades?
Mário Neto Borges: O CNPq pode ajudar a internacionalizar as universidades, os centros de pesquisa e as empresas. A internacionalização é uma bandeira pela qual eu tenho um carinho especial, desde o período em que passei na presidência da Fapemig até minha experiência como coordenador da área internacional do Confap. Além de ter a possibilidade de se relacionar com outros países, você acelera a produção científica no país, por um lado, ao aumentar a qualificação da ciência produzida, porque vai trabalhar com parceiros de países altamente qualificados. Mas, muito importante também em um momento de crise é o fato de você trazer recursos internacionais para alimentar pesquisa no Brasil. Então, exemplos como as parcerias com o Reino Unido, por meio do Fundo Newton, ou a União Europeia, por meio do programa Horizonte 2020, são exemplos patentes e reais de que a internacionalização é fundamental. Agora, ela não fica só no âmbito da ciência. Ela pode ser expandida para a educação, na troca de pesquisadores e alunos de mestrado, doutorado e da própria graduação, e para as empresas, que podem, a partir de parcerias que estejam sendo construídas em outros países, especialmente na área da inovação, que envolve necessariamente o setor privado.

MCTIC: O senhor disse que momentos de crise nos levam a ser criativos. Como a ciência pode enfrentar a conjuntura econômica e o país evitar uma evasão de cérebros?
Mário Neto Borges: Essa pergunta é muito importante porque ela dá oportunidade para dizer o seguinte: investimento em ciência, tecnologia e inovação é fundamental. Por um lado, um país, estando com a sua ciência, tecnologia e inovação alimentada de recursos, realmente retém os seus cérebros e os incentiva a fazer pesquisa e desenvolver projetos. O que a gente observa no mundo é que toda vez que há uma crise econômica, os países mais desenvolvidos passam a investir mais em ciência, tecnologia e inovação. A crise de 2008 é patente. Nós temos números que demonstram isso, porque Estados Unidos, União Europeia, Coreia do Sul e China passaram a aumentar investimento em ciência e tecnologia naquele momento em que a crise era mundial. Por quê? Porque é um dos pilares de desenvolvimento sustentável de longo prazo. Se você investe nisso, cria riqueza, oportunidade de trabalho e produtos mais competitivos para o país, internamente e internacionalmente. Portanto, esse investimento tem que ser feito sempre, mas especialmente nos momentos de crise. E nós estamos tentando trabalhar agora, nessa nova gestão, para mostrar que isso é importante no CNPq, na Finep [Financiadora de Estudos e Projetos] e na Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], que são as três agências federais, para que o Brasil possa, então, superar essa dificuldade e criar essas condições de um desenvolvimento sustentável de longo prazo, que gere riqueza, porque é muito importante você distribuir a riqueza. O Brasil tem muitas desigualdades, mas, para distribuir riqueza, você tem que gerar riqueza. E para gerar riqueza hoje, de forma sustentável, necessariamente se precisa de ciência, tecnologia e inovação.

Fonte: MCTIC Crédito: Ascom


Novos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia reúnem 8,7 mil pesquisadores

No segundo ciclo, programa do CNPq indica o financiamento de 101 projetos de pesquisa com impacto em áreas estratégicas e na fronteira do conhecimento, como energia, nanotecnologia, TICs, saúde e questões ambientais.

Mais de 400 laboratórios do país estão envolvidos nas pesquisas selecionadas para o segundo ciclo do programa INCT.

Crédito: Laboratório Nacional de Biociências

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) selecionou 101 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) para o segundo ciclo do programa. Os projetos selecionados na ChamadaPública nº 16 de 2014 envolvem 8.738 pesquisadores de 410 laboratórios, localizados nas 27 unidades da federação. O programa INCTs consolida e forma redes de pesquisa com impacto em áreas estratégicas e na fronteira do conhecimento.

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm o maior número de sedes dos INCTs selecionados, com 33, 19 e 10 projetos, respectivamente. O financiamento também está previsto para redes lideradas por laboratórios do Amazonas (2), Bahia (6), Distrito Federal (4), Goiás (1), Maranhão (1), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1), Pernambuco (4), Piauí (1), Paraná (2), Rondônia (1), Rio Grande do Sul (9), Santa Catarina (4) e Sergipe (1).

A região Sudeste concentra 62 sedes de projetos, 192 laboratórios associados e 4.599 pesquisadores. São 15 INCTs liderados por instituições de estados do Sul, 14 do Nordeste, sete do Centro-Oeste e três do Norte.

A lista abrange áreas como agropecuária, biodiversidade, energia, nanotecnologia, problemas urbanos, questões ambientais e tecnologias da informação e comunicação. Somente em saúde há grupos dedicados a doenças cerebrais, genéticas, hormonais, negligenciadas e tropicais, câncer, dengue, diabetes, obesidade e tuberculose, além do desenvolvimento de vacinas, fármacos e medicamentos e de genômica comparativa, medicina regenerativa, pesquisa com células-tronco, psiquiatria e resistência a antimicrobianos.

Financiamento
O edital envolve recursos do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), de fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Outras entidades, públicas ou privadas, ainda podem compor o grupo financiador, ao apoiar propostas recomendadas por mérito científico, mas não contempladas entre os 101 projetos iniciais. Esses candidatos têm opção de solicitar um "selo INCT", que os credencia a receber aportes.

Criado em 2008, o programa reúne especialistas de diversas áreas do conhecimento para o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas em busca de soluções para grandes problemas nacionais. O primeiro ciclo da iniciativa apoiou 126 INCTs. A última chamada recebeu 345 propostas.

Fonte: MCTIC


Governo promove mobilização nacional para combate ao Aedes aegypti

Ação integrada envolverá participação de ministérios, Forças Armadas, estados e municípios

Ricardo Barros anunciou uma ação integrada para diminuir a infestação do mosquito

O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (3), uma força tarefa que envolverá ministérios, Forças Armadas, estados e municípios para o combate ao mosquito Aedes aegypti durante o verão. O inseto é o vetor de transmissão da dengue, zika vírus e febre chikungunya.

Hoje, o País conta com quase 500 mil agentes preparados para atuar no combate aos focos de reprodução do Aedes aegypti. Já para o atendimento aos casos de microcefalia por contaminação por zika vírus, há 160 mil profissionais qualificados para atendimento aos pacientes.

“Vamos fazer uma ação integrada, cada ministério fazendo a sua parte para que nós tenhamos a possibilidade de diminuir a infestação do mosquito e, em consequência, dengue, chikungunya e zika vírus serem reduzidos nesse período do verão”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista ao Portal Planalto.

Conscientização
A partir de 20 de novembro, o governo lança uma campanha de conscientização nos meios de comunicação para sensibilização da sociedade quanto às ações de combate ao mosquito e prevenção. O Dia Nacional de Mobilização está marcado para 25 de novembro, com a intenção de ampliar a visibilidade ao esforço integrado e convocar os brasileiros a participar do processo. Depois dessa data, haverá ações de mobilização a cada sexta-feira para eliminação dos criadouros do mosquito.

A mobilização nacional contará também com o apoio das escolas sob a coordenação do Ministério da Educação. As instituições de ensino serão orientadas a reservar dez minutos todas as sextas-feiras para uma ação de conscientização com os alunos, para que estes multipliquem as ações de prevenção para as famílias e comunidades em todo o território nacional.

“É uma grande força tarefa que nós estamos fazendo para combater o mosquito, e precisamos da ajuda de cada cidadão, cada um é responsável por combater o mosquito. Se todos participarem, vamos ter sucesso”, afirmou Ricardo Barros.

Vacinas
O governo já investiu R$ 200 milhões no financiamento à pesquisa e ao desenvolvimento de vacinas contra a dengue e contaminação por zika vírus. Testes clínicos da vacina da dengue já estão sendo realizados pelo Instituto Butantã. O desenvolvimento dessa vacina contou com R$ 100 milhões de investimento do Ministério da Saúde.

Duas vacinas para o combate ao zika vírus estão em fase de desenvolvimento, uma pela Fundação Oswaldo Cruz e outra pelo Instituto Evandro Chagas, em parceria com a Universidade do Texas (EUA). De acordo com o ministro da Saúde, é possível que já haja vacinas em linha de produção para o verão do próximo ano.

Fonte: Portal Planalto, Foto: José Cruz/Agência Brasil

Toda sexta-feira será o dia de combate ao Aedes aegypti

Governo Federal envolve oito ministérios e a Casa Civil nas estratégias de prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito. Uma das propostas é mobilizar a população semanalmente

O combate ao mosquito Aedes aegypti neste verão contará com o esforço de oito ministérios e da Casa Civil. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, se reuniu nesta quinta-feira (03) com o presidente Michel Temer e representantes das pastas para debater as ações integradas de todo o Governo Federal no enfrentamento à transmissão do Zika, dengue e chikungunya. O lançamento oficial da campanha deste ano será no dia 20 de novembro e, além do conhecido Dia “D”, quando há mobilização nacional em todo o país, serão realizadas ações para lembrar que toda sexta-feira é dia de eliminar focos no mosquito. 

“Vamos sensibilizar a sociedade, as empresas, as famílias e as escolas, para que tenhamos a possibilidade de diminuir ainda mais a incidência dessas doenças. Será uma força tarefa articulada de todos os ministérios”, afirmou o ministro Ricardo Barros. Além do Ministério da Saúde, vão participar os ministérios da Defesa, Meio Ambiente, Cidades, Integração, Desenvolvimento Social e Agrário, Educação, Justiça e a Casa Civil.  

O próximo encontro para aprimorar as ações de cada setor está marcado para a semana seguinte, também com a presença dos representantes do Governo Federal. Entre as ações que já estão previstas destacam-se uma mobilização das escolas, leilão de carros apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e pelo DETRAN e que servem de focos do mosquito, a participação das Forças Armadas na conscientização da população e eliminação dos criadouros do Aedes aegypti.

AÇÕES PERMANENTES - Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua associação com os casos de malformações neurológicas no segundo semestre de 2015, o Ministério da Saúde tem tratado o tema como prioridade. Os recursos federais destinados à Vigilância em Saúde, Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS), para a transferência aos estados, municípios e Distrito Federal que incluem as ações de combate ao Aedes aegypti, cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão em 2015. E, no ano de 2016, teve um incremento de R$ 580 milhões, chegando o valor a R$ 1,87 bilhão. Além disso, o Ministério da Saúde contou com apoio extra do Congresso Nacional, por meio de emenda parlamentar, no valor de R$ 500 milhões. 

DADOS ZIKA – O Brasil registrou, até 17 de setembro, 200.465 casos prováveis de Zika, o que representa uma taxa de incidência de 98,1 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados laboratorialmente, em 2016, três óbitos pela doença no país. Em relação às gestantes, foram registrados 16.473 casos prováveis em todo o país. A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos em fevereiro deste ano. Desde então, estados e municípios vinham preparando seus sistemas de registros para encaminhar estas notificações ao Ministério da Saúde. Antes disso, o monitoramento do vírus Zika era realizado por meio de vigilância sentinela. 

A região Sudeste teve 83.151 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (74.190); Centro-Oeste (29.875); Norte (11.928) e Sul (1.321). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 193,5 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (131,2); Sudeste (97,0); Norte (68,3); Sul (4,5).

Camila Bogaz, da Agência Saúde

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Seminário: Boas Práticas Regulatórias nesta segunda

Seminário internacional aborda boas práticas regulatórias adotadas no Brasil e as prioridades para a indústria nacional.


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Anvisa promovem na próxima segunda-feira, dia 7 de novembro, um seminário internacional sobre as Boas Práticas Regulatórias. O objetivo do evento é avaliar o cenário atual da regulação no Brasil e as prioridades do ponto de vista do setor produtivo brasileiro.

Um dos temas que serão debatidos é a Análise de Impacto Regulário, um instrumento que vem sendo utilizado pela Anvisa para melhorar o resultado da regulação sanitária. Durante o evento também será apresentado o resultado da Cooperação Técnica entre a Anvisa e a CNI que revisou e compilou cerca de 1.200 atos normativos da Agência.

O evento contará com a presença da consultora internacional, Delia Rodrigo; e da professora (FGV), Alketa Peci, que vão tratar dos desafios da regulação no Brasil.



Maneira correta de administrar medicamentos é tema de novo fascículo da OPAS/OMS

Se não forem utilizados de maneira adequada, medicamentos podem apresentar riscos à saúde. Esse é o assunto tratado no novo fascículo da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”, fruto de parceria da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) com a pesquisadora Lenita Wannmacher. A décima oitava edição é de autoria da enfermeira Fernanda Raphael Escobar Gimenes.

No artigo “Administração: não basta usar, é preciso conhecer a maneira correta”, Fernanda faz considerações sobre a administração segura de medicamentos, com base em evidências científicas, e contextualiza a problemática dos erros de administração no Brasil e no mundo – além de apontar estratégias para redução de riscos.

“Os incidentes com medicamento podem ocorrer em qualquer etapa do processo de medicação, ou seja, na prescrição, transcrição e documentação, dispensação, preparo, administração ou durante a monitorização de reações adversas. Todavia, aproximadamente três quartos dos incidentes estão relacionados à prescrição (49%) e à administração (26%)”, afirma. A autora cita também um estudo que aponta que a administração de medicamentos é uma das atividades mais realizadas na assistência à saúde e que uma em cada cinco doses é administrada de forma incorreta. As faixas etárias mais vulneráveis aos equívocos são crianças e idosos.

Os erros de administração de medicamentos não acontecem apenas em hospitais, mas também após a alta, em domicílio. Por isso, os profissionais de saúde devem empoderar o paciente para que ele tenha um maior controle sobre as decisões e ações que afetam sua saúde. “Erros de administração são um problema global e reduzir sua incidência é responsabilidade de todos. Nesse contexto, pacientes, familiares e cuidadores devem ser vistos como parceiros na prevenção dos incidentes e a chave para o sucesso é tornar comum a prática de empoderamento das pessoas”, finaliza Fernanda.

Sobre a série “Uso Racional de Medicamentos”
O projeto fornece aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Nos próximos meses, serão lançados mais dois fascículos em português e com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causas de morte apontadas pela Organização Mundial da Saúde em maio de 2014.

O artigo está disponível para download gratuito na página da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, assim como as outras 17 publicações lançadas nos últimos meses.

Fonte: OPAS/OMS


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