Destaques

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Com apoio de centro da OPAS, governo qualifica técnicos para identificar vetores da febre maculosa

Com apoio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA), a Secretaria de Vigilância em Saúde do governo brasileiro capacitou 21 técnicos de 11 estados para identificar os vetores da febre maculosa. Realizado no Rio de Janeiro, o curso foi o primeiro promovido pelo Ministério da Saúde para qualificar entomólogos e descentralizar as capacidades de diagnóstico da doença no Brasil.

A unidades federativas que participaram da iniciativa — entre elas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Norte e Rondônia — concentram as principais zonas endêmicas da infecção no país. A febre maculosa é provocada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapatos.

A qualificação de profissionais em práticas diagnósticas laboratoriais faz parte da estratégias das autoridades para articular uma rede de vigilância epidemiológica. A capacitação contou o suporte também do Laboratório de Referência Nacional em Vetores das Riquetsioses da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Fonte: Nações Unidas


Pesquisa investiga efeito de 725 fármacos sobre o vírus Zika

Potencial antiviral de medicamentos aprovados para uso humano

Em busca de novas armas para combater a infecção pelo vírus Zika, um grupo que reúne pesquisadores do Brasil e da França testou a eficácia de 725 medicamentos já aprovados para uso humano, com variadas indicações.

Cinco fármacos foram selecionados como os mais promissores – com destaque para o antiemético palonosetron. Os resultados da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na plataforma on-line F1000Research.

“Este é só um primeiro passo para o desenvolvimento de drogas contra o Zika. A partir deste resultado, podemos usar ferramentas da química medicinal para modificar a estrutura desses compostos e tornar a ação antiviral ainda mais potente. Por outro lado, as moléculas recém-descobertas podem ser prontamente testadas em modelos animais ou até mesmo em ensaios clínicos de eficácia contra Zika, porque já são fármacos aprovados para uso em humanos. É uma forma de encurtar o tempo e reduzir o custo da pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos”, afirmou Lucio Freitas Junior, do Instituto Butantan.

Essa estratégia conhecida como reposicionamento de fármacos já vem sendo empregada há alguns anos pelo grupo de Freitas Junior – anteriormente pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) – na busca de terapias para doenças tropicais negligenciadas.

O trabalho mais recente foi desenvolvido durante o pós-doutorado de Bruno dos Santos Pascoalino, bolsista da FAPESP, e contou com a colaboração de Gilles Courtemanche, atualmente diretor do Bioaster Technology Research Institute e ex-colaborador do laboratório francês Sanofi.

“Graças à expertise de Courtemanche, que há mais de 20 anos trabalha na indústria farmacêutica, conseguimos selecionar os fármacos com as características mais adequadas em termos de distribuição e metabolização pelo organismo. Entre os motivos pelos quais o palonosetron foi considerado o composto mais promissor foi a alta biodisponibilidade e a sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica [estrutura que protege o sistema nervoso central de substâncias potencialmente tóxicas presentes no sangue], o que é muito importante no caso do Zika – um vírus com forte atração pelo tecido nervoso”, comentou Freitas Junior.

Metodologia

O grupo usou uma tecnologia conhecida como High Content Screening (HCS - Triagem de Alto Conteúdo) para testar quais dos 725 medicamentos aprovados pelo Food and Drud Administration (FDA, a agência que regula medicamentos nos Estados Unidos) eram mais eficazes em barrar a infecção de células humanas pelo vírus Zika. Nos testes, foi usada uma linhagem viral isolada em Recife (PE), durante a epidemia de 2015.

Como modelo foram usadas culturas de hepatócitos (células do fígado) humanos, semelhantes às empregadas nos estudos voltados a encontrar novas drogas contra hepatite C – doença causada por um vírus pertencente ao mesmo gênero do Zika, o flavivírus

O potencial antiviral dos fármacos foi comparado ao do interferon α 2A (IFNα2A), proteína humana produzida por células do sistema imune que apresenta alta atividade in vitro contra diversos vírus, inclusive o Zika.

“Por meio de análise de imagens é possível determinar o porcentual de células infectadas em cada caso. Desenvolvemos um software que seleciona automaticamente as substâncias que apresentam o desempenho mais semelhante ao do controle [IFNα2A]”, explicou Freitas Junior. 

Ao todo, de acordo com o pesquisador, 29 medicamentos apresentaram alguma atividade anti-Zika. Mas o grupo priorizou aqueles com maior potencial para serem usados no tratamento da infecção segundo os critérios usados na indústria farmacêutica. 

Entre os selecionados estão a lovastatina, usada no tratamento de hipercolesterolemia; o quimioterápico 5-Fluorouracil, adotado contra diversos tipos de câncer; o 6-Azauridine, antimetabólito capaz de inibir a replicação do RNA viral; a kitasamicina, um antibiótico da classe dos macrolídeos e que possui amplo espectro de atividade antibacteriana; e o palonosetron, um antagonista de receptor de serotonina usado no tratamento de náusea induzida por quimioterapia.

Segundo Freitas Junior, o palonosetron também já foi usado para tratar o enjoo associado à gravidez, porém ainda não há estudos conclusivos para atestar sua segurança durante a gestação.

“Como se trata de fármacos que estão ou já estiveram no mercado, diversos aspectos da farmacocinética e farmacodinâmica já são conhecidos. Com essas informações, é mais fácil e rápido desenhar protocolos de dosagem e administração para testes em modelos animais, ou até mesmo em humanos”, avaliou Freitas Junior.

Segundo o pesquisador, o grupo já está trabalhando com colaboradores do Brasil e do exterior para criar variações das moléculas selecionadas. “Podemos, dessa forma, aumentar em 10 ou mais vezes a atividade antiviral. Alguns pesquisadores brasileiros já possuem análogos do palonosetron e nos contataram para iniciar os testes contra o Zika. Também pretendemos colaborar com as farmacêuticas que já trabalharam com essa classe de moléculas”, adiantou.

Karina Toledo  |  Agência FAPESP


Medicina de precisão é tema de evento na FAPESP

A Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed), que reúne integrantes de cinco Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, lançou, em novembro de 2015, o primeiro banco de dados genômico público na América Latina (bipmed.iqm.unicamp.br), que tem sido um grande sucesso, com usuários de várias partes do mundo.

Para debater os resultados e perspectivas da iniciativa, a BIPMed e a FAPESP realizarão, no dia 10 de novembro de 2016, na sede da Fundação, o evento “BIPMed: One Year and Forward”. O evento ocorrerá das 8h45 às 12h30.

“BIPMed: Summary of results in the first year”, por Cristiane S. Rocha (Unicamp), “BIPMed: Bioinformatics challenges and solutions”, por Benilton Carvalho (Unicamp), “Exomic variants of a census-based cohort of elderly Brazilians: the ABraOM database”, por Michel Naslavsky e Guilherme Yamamoto (USP), e “Welcome to the Human Variome Project”, por Sir John Burns e Timothy D. Smith (Human Variome Project), são algumas das apresentações programadas.

O BIPMed é uma iniciativa de cinco CEPIDs: Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN), Centro de Pesquisa em Engenharia e Ciências Computacionais (CCES), Centro de Terapia Celular (CTC), Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) e Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID).



Instituto Sul-Americano para Física Fundamental oferece Bolsa em Jornalismo Científico

O Instituto Sul-Americano para Física Fundamental (ICTP-SAIFR) oferece uma oportunidade de Bolsa em Jornalismo Científico. O projeto é coordenado pelo professor Nathan Berkovits e será conduzido no ICTP-SAIFR, localizado no campus do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp, em São Paulo.

O selecionado produzirá conteúdo em inglês e português para o blog do instituto e entrevistará pesquisadores e visitantes. Também escreverá matérias sobre pesquisas realizadas e eventos do ICTP-SAIFR para o Jornal da Unesp, escreverá textos de divulgação para a imprensa, publicará em mídias sociais (Twitter e Facebook) e traduzirá material pedagógico preparado pelo Instituto Perimeter (Canadá) do inglês para o português.

O candidato selecionado receberá Bolsa de Jornalismo Científico da FAPESP (JC-2), com duração até 12 meses. O valor da Bolsa de JC-2 é de R$ 1.889,40 por mês.

Os candidatos, estudantes de graduação ou profissionais em qualquer área, deverão ter sido aceitos ou ter completado um curso de introdução ao jornalismo científico.

Inscrições (até 30 de novembro) em: http://www.ictp-saifr.org/journalism.

Mais informações sobre a oportunidade: www.fapesp.br/oportunidades/1318.

Treinamento Técnico em Informática
O ICTP-SAIFR também oferece uma Bolsa de Treinamento Técnico em Informática. O candidato selecionado realizará diversas atividades relacionadas ao setor de informática, entre elas o desenvolvimento de um portal de vídeo, utilizado pelo instituto para divulgar suas atividades.

A bolsa é para 12 meses e pode ser estendida por até 24 meses. O início das atividades será em janeiro de 2017 e aplicações devem ser submetidas até 30 de novembro pela internet.



domingo, 6 de novembro de 2016

Seminário de Infraestrutura- Presença confirmada de Presidente Michel Temer


CP que simplifica registro de cosméticos fecha na sexta

Termina na próxima sexta-feira (11/11) o prazo de contribuições à Consulta Pública 246/2016, para a atualização dos requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, normatizado na RDC 7/2015. A proposta visa, especificamente, excluir o Certificado de Venda Livre consularizado (CVL) dos requisitos obrigatórios para importação de cosméticos.

A apresentação do Certificado de Venda Livre, no momento da regularização dos produtos, é obrigatória no Brasil e demais Países Membros do Mercosul para produtos importados. Este documento visa comprovar que o produto importado é comercializado livremente no país de origem, de acordo com a legislação sanitária do mesmo.

Entretanto, verificou-se que vários países não exigem este documento para produtos cosméticos importados e, em outros, o mesmo não é emitido pela autoridade sanitária, mas por câmaras de comércio.

Nesse sentido, a Anvisa entendeu que o certificado não agrega segurança sanitária ao produto importado. Esse documento emitido por câmaras de comércio tem cunho comercial e pouca relação com o cumprimento da legislação sanitária do país de fabricação ou de importação. Ainda, entende que a sua exclusão simplifica e agiliza o registro e/ou a notificação dos cosméticos mais simples.

A CP está aberta para contribuições desde o dia 13 de setembro. Após o fechamento, o processo seguirá novamente para análise técnica e apresentação de proposta final a ser apreciada pela Diretoria Colegiada.

"O poder da palhaçaria na humanização hospitalar"

Estão abertas as inscrições para o curso “O poder da palhaçaria na humanização hospitalar”, que o grupo de circo e teatro Sagrado Riso realiza entre novembro e dezembro deste ano. Ao longo de quatro semanas, os alunos vão passar por três etapas do curso, todas seletivas e com certificação.

 A primeira será a capacitação, com aulas teóricas e práticas de iniciação e aprofundamento na palhaçaria, tendo como pilar a investigação histórica, arquetípica e estética sobre essa arte. Em seguida será o estágio probatório, com experiência de trinta e duas horas de atuação em quatro hospitais públicos do DF: Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Asa Norte. 

A última etapa do curso será a profissionalização, na qual sete artistas serão contratados e remunerados para dar continuidade ao projeto nesses hospitais. As inscrições para o curso “O poder da palhaçaria na humanização hospitalar” são gratuitas e estão abertas até 13 de novembro. Estão sendo disponibilizadas 40 vagas. 

Mais informações pelo site: www.gruposagradoriso.com.


Ministro aconselha prefeitos eleitos a focar em desburocratização

Marcos Pereira se reuniu com oito prefeitos eleitos e representantes de municípios da Grande São Paulo

Brasília (05 de novembro) - O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, sugeriu hoje a oito prefeitos eleitos e representantes de municípios da Grande São Paulo a trabalhar pela desburocratização da gestão pública a exemplo da determinação do presidente Michel Temer aos ministérios. O objetivo é atuar no âmbito do Poder Executivo para reduzir as amarras da administração e melhorar o ambiente de negócios.

Ele esteve reunido com os representantes do Conisud (Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo) a convite do prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos.  Ao falar do momento difícil do Brasil e da necessidade de se fazer ajustes na economia, Marcos Pereira ressaltou a importância de facilitar a vida do setor produtivo, responsável pela geração de empregos.

"O governo não gera emprego. Quem gera emprego são os empresários e eles precisam de um ambiente melhor, menos burocrático, para poderem desenvolver suas atividades", disse. Os secretários e presidentes das entidades vinculadas ao MDIC devem apresentar ao ministro medidas de desburocratização em 45 dias.

Marcos Pereira sugeriu ainda que os prefeitos reduzam a máquina pública neste momento de ajustes, com corte de secretarias e cargos desnecessários, e falou também dos programas e das ações do ministério, colocando-se à disposição para contribuir na atração de investimentos para a região. Ele comprometeu-se ainda a auxiliar o Conisud junto a outras pastas da Esplanada, entre elas Saúde, Educação e Cidades.

Em nome dos prefeitos eleitos, Ney Santos agradeceu a visita do ministro pela primeira vez a Embu das Artes e disse que deve liderar a comitiva em Brasília. Participaram do encontro prefeitos e representantes de São Lourenço da Serra; Itapecerica da Serra; Embu-Guaçu; Juquitiba; Vargem Grande Paulista; Cotia e Taboão da Serra.


Senado te espera dia 8/11 - VIII FÓRUM NACIONAL SOBRE MEDICAMENTOS

sábado, 5 de novembro de 2016

Falhas médicas são a maior causa de morte no Brasil

Falhas médicas são a maior causa de morte no Brasil. É o que aponta um estudo feito pela Faculdade de     Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). 

Segundo o levantamento, estima-se que, só em 2015, 434,11 mil óbitos foram provocados por falhas no sistema de Saúde nacional – tanto público quanto privado. Dentro desse cenário, ainda há falta de profissionais da área, número que, de acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é deficitário em 7,2 milhões no mundo.

A transformação digital na Saúde oferece muitas oportunidades para reverter esse quadro. Isso porque abrange uma rede online que une aspectos genéticos com as ferramentas digitais, com o objetivo de reduzir as ineficiências na prestação de cuidados ao paciente, melhorar o acesso, reduzir custos, aumentar a qualidade, e tornar a medicina mais personalizada e precisa. O foco central é o paciente, e não a organização.

Para isso, a rede precisa contar com soluções e uma plataforma aberta para comunicação e integração, que permita compartilhar dados, conectados e fluidos entre todos os participantes da rede. “A inovação digital já está ajudando a indústria de assistência médica a antecipar a demanda pela prestação de serviços, simplificar a prevenção ou o tratamento e oferecer aos pacientes mais controle e segurança de sua saúde”, dizem especialistas, sem contudo deixar de ressaltar os imensos desafios para alcançar a transformação digital na Saúde, aplicada hoje a 25% dos provedores. 

A seguir, saiba o que estará por trás de todos serviços com a transformação digital na Saúde:
– Assistência baseada em valores, estruturadas para obter resultados focados ao paciente, ao menor custo possível;
– Inteligência artificial: correlação das informações desconectadas do big data para obtenção de dados inteligentes, que auxiliem na tomada de decisões clínicas baseadas em fatos concretos;
– Equipamentos médicos avançados, wearable devices, ou sensores vestíveis, para monitoramento estendido e prevenções;
– Engajamento do paciente, encorajando-o a assumir um papel mais responsável no gerenciamento e prevenção de doenças;
– Medicina personalizada: insights inovadores para o corpo humano;
– Pesquisa participativa e testes clínicos, incluindo mais usuários e interessados;
– Demanda balanceada e suprimentos com ideias em tempo real e análise preditiva para otimizar a oferta de serviços, eliminando perdas.
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Perseveram as iniciativas mal intencionadas de confundir Canabidiol (DBD) com Maconha (THC) medicinal e esquecem dos danos causados...

Os médicos paulistas defendem a descriminalização da maconha. 

O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) emitiu uma nota pública em que pede a descriminalização da erva para uso próprio.

Não posso concordar, minha ressalva em relação ao Cremesp é que a nota é tímida, incompleta e pouco esclarecedora como interessa a alguns segmentos. Ela se limita a pedir a descriminalização da Cannabis, como um todo; deixando de lado outras substâncias. 
O raciocínio que os médicos aplicaram à maconha, induz a uma proposital mistura entre o Canabidiol (CBD) a parte do bem da planta da cannabis ... com a parte que contém o THC (alucinógeno que torna o usuário dependente). O abuso constitui um problema de saúde pública... daí vir a ser ou não um caso de polícia, entra na vala comum com todas as substâncias psicoativas. 

Na mesma linha de superficialidade e intencional postura dúbia do Cremesp, a nota fala genericamente em drogas, mas o título especifica claramente maconha. Olhado a distância parece que ainda existem membros coerentes e responsáveis na câmara técnica de psiquiatria que induziu o lado mais prudente/conservador preservado na nota.

Pretender “Proteger” a elite consumidora de maconha das ações policiais não deixa de ser um evidente movimento político, mas como resolver os problemas da grande massa de usuários crônicos ou mais pobres, que tendem a sustentar sua dependência repassando partes da droga para terceiros, continuariam sendo enquadrados como traficantes, para os quais a lei reserva duras penas.

Quais serão os próximos passos? Para preservar o mercado, usuários com elevado poder aquisitivo “alimentam e ampliam a escravização dos crónicos” que, para não lançar mão de outras atividades ilícitas para obter recursos, e manter seus vícios, se submetem a realizar o tráfico... sob risco de ir para a cadeia e o usuário seu “cliente e comprador” não??? Como os usuários vão obter a droga? Plantarão nas sacadas dos apartamentos das grandes cidades? E as sementes quem vender o Estado ou um crónico será considerado traficante?
Mesmo que o País consega definir um critério para distinguir com precisão o dependente que vende dos grandes traficantes, não bastaria descriminalizar a atividade. Se quisermos mudar o "statu quo", é preciso construir marcos regulatórios eficazes, exequíveis, que responsabilize os optantes pelas consequências, eventualmente causadas pelos seus atos, em especial, quando sob efeito das drogas, causam danos, muitas vezes irreparáveis, à terceiros. Outro lado da mesma moeda é a irresponsabilidade do usuário, crônico ou não, com a própria saúde.

Assim como quaisquer motivações que cause danos a terceiros, até mesmo quando não intencionalmente, são severamente cobradas, inclusive em juízo. O usuário que assume o risco de provocar danos e a expor a Sociedade às suas inconsequências, igualmente precisa ser penalizado, cobrado e obrigatoriamente responder civil, financeira e moralmente perante a Sociedade. O SUS deve ter seus custos reembolsados – por que não é justo que toda sociedade arque com o prejuízo causado por grupo reduzido de pessoas que, intencionalmente, assumem o risco de, sob o efeito de drogas licitas ou ilícitas, causar danos à terceiros e a si mesmo.

Prontos socorros, SAMUs, Ambulâncias, viaturas policiais, médicos, especialistas, hospitais, UTIs, anos de fisioterapia, INSS por afastamento e exclusão do mercado de trabalho e outros instrumentos e ferramentas de governo que custam bilhões aos cofres púbicos, mantidas pelo cidadão que paga impostos, sejam os principais penalizados pela inconsequência de usuários de drogas. É alarmante o elevadíssimo volume de acidentes com grandes traumas nas grandes cidades, onde boa parte dos causadores estavam sob efeito de drogas.     

Isso não resolveria o problema do abuso. Na verdade, poderia até agravá-lo, mas serviria para reembolsar o custeio do sistema, esvaziar um pouco as cadeias e, principalmente, para reduzir o poder do tráfico.

Retomando o tema; é no mínimo um equívoco, que até parece intencional por parte do CREMESP, misturar os reais efeitos terapêuticos de tratamentos médicos, com Canabidiol (CBD), obtidos de parte da planta da cannabis, por processo farmacêutico – hoje, beneficia mais de 1000 pacientes na sua grande maioria composta por crianças, com efetivo tratamento – e chamar isso de maconha medicinal, que qualquer poderá usar e plantar para consumo próprio realmente ultrapassa o racional de qualquer cidadão responsável.

Texto baseado no artigo do colunista Hélio Schwartsman


Além da biônica: DNA agora pode ter íons metálicos

As moléculas híbridas são altamente estáveis e mantêm os íons metálicos em posições específicas e controláveis nas moléculas de DNA. [Imagem: Wiley/Noelia Santamaría-Díaz et al. - 10.1002/anie.201600924]

Híbridos de DNA e metais
Pesquisadores conseguiram pela primeira vez introduzir íons metálicos - átomos de metais eletricamente carregados - dentro de moléculas de DNA, o que terá usos em biotecnologia, biomedicina e na construção de nanocomponentes para uso na eletrônica e na fotônica.

A equipe da Universidade de Granada, na Espanha, descobriu que pequenas modificações químicas introduzidas nas moléculas de DNA permitem a inserção dos íons metálicos sem perder a estrutura de cadeia dupla e as propriedades de reconhecimento molecular típicas do DNA - como o reconhecimento por outras moléculas de DNA, por enzimas, proteínas etc.

Isto permite a criação de moléculas híbridas de metal e DNA para várias aplicações, aproveitando tudo o que as moléculas de DNA são capazes de fazer e passando a contar com as novas propriedades trazidas pelos íons metálicos, como fluorescência, condutividade, magnetismo ou propriedades catalíticas.

Biotecnologia e nanotecnologia
A preparação da molécula de DNA original consiste em transformar as chamadas ligações de Watson-Crick em ligações químicas semelhantes, mas realizadas pelos íons metálicos. As moléculas híbridas são altamente estáveis e mantêm os íons metálicos em posições específicas e controláveis nas moléculas de DNA.

Para isso, a equipe substituiu unidades de adenina por unidades de 7-deaza-adenina, o que permite manter as propriedades de autorreconhecimento do DNA inalteradas (por meios das ligações de hidrogênio de Watson-Crick) e incorporar os átomos metálicos.
Esta técnica permite sintetizar moléculas de DNA grandes, com as tradicionais propriedades de complementaridade e cujos íons metálicos, distribuídos ao longo de toda a molécula de DNA, podem gerar novas funcionalidades.

A equipe afirma que está agora usando a técnica para construir sistemas nanométricos com estruturas bem definidas usando os métodos de replicação do DNA. O objetivo é desenvolver híbridos de DNA-metal com potenciais aplicações biotecnológicas e nanotecnológicas.

Bibliografia: Frontispiece: Highly Stable Double-Stranded DNA Containing Sequential Silver(I)-Mediated 7-Deazaadenine/Thymine Watson-Crick Base Pairs
Noelia Santamaría-Díaz, José M. Méndez-Arriaga, Juan M. Salas, Miguel A. Galindo
Angewandte Chemie International Edition
Vol.: 55, 6170-6174  -  DOI: 10.1002/anie.201600924

Redação do Site Inovação Tecnológica



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