Para esclarecer as dúvidas dos
brasileiros, a Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil disponibiliza nesta sexta-feira (11) um
perguntas e respostas atualizado, com as informações e evidências científicas
mais recentes sobre o vírus zika e suas consequências. Confira!
Como as pessoas são infectadas
pelo vírus zika?
O vírus zika é transmitido primariamente às pessoas por meio da picada de um
mosquito Aedes infectado, que também pode transmitir chikungunya,
dengue e febre amarela.
Um estudo conduzido pela
Fiocruz Pernambuco detectou a presença do vírus zika em mosquitos Culex
quinquefasciatus. Essas amostras foram coletadas em Recife, no Brasil, em
casas de pessoas que foram infectadas com o zika. Estudos laboratoriais
recentes têm mostrado que as espécies Culex são
experimentalmente incapazes de transmitir o vírus zika e é improvável que eles
desempenhem um papel na atual epidemia.
O vírus zika também pode ser
transmitido por meio de relação sexual e foi detectado em sêmen, sangue, urina,
líquido amniótico e saliva, bem como em fluidos corporais encontrados no
cérebro e medula espinhal.
Em quais locais o vírus zika
circula?
A transmissão local do vírus zika pelos mosquitos Aedes tem
sido notificada nos continentes da África, nas Américas, na Ásia e no Pacífico.
Existem dois tipos de
mosquitos Aedes conhecidos por serem capazes de transmitir o
zika. Na maioria dos casos, ele é propagado pelo Aedes aegypti em
regiões tropicais e subtropicais. O Aedes albopictus também transmite o vírus e
pode hibernar para sobreviver em regiões com temperaturas mais baixas.
O El Niño pode influenciar na
transmissão do zika?
O Aedes aegypti se reproduz em água parada. Grandes períodos
de seca, inundações, fortes chuvas e aumento de temperatura são efeitos
conhecidos do El Niño – que é o resultado do aquecimento do centro ao leste
tropical do Oceano Pacífico. Um aumento na população de mosquitos é esperado
devido à expansão e locais de reprodução favoráveis. Algumas medidas podem ser
tomadas para prevenir e reduzir os efeitos de saúde causados pelo El Niño.
O Aedes pode
voar de um país ao outro ou de uma região a outra?
O Aedes não consegue voar por mais de 400 metros. Entretanto,
existe a possibilidade do mosquito ser transportado de um lugar para outro
acidentalmente e introduzir o vírus zika em novas áreas.
Quais são os sintomas da
infecção pelo vírus zika?
O vírus zika geralmente causa uma doença leve. Os sintomas mais comuns incluem
febre baixa ou erupção cutânea (exantema), que aparecem alguns dias após a
picada do mosquito infectado. Embora muitas pessoas com o vírus não apresentem
sintomas, outras podem sofrer também de conjuntivite, dores musculares e
articulares e cansaço. Os sintomas costumam durar de dois a sete dias. Não
existe diferença nos sintomas registrados por gestantes infectadas e mulheres
não grávidas.
Como a infecção pelo vírus
zika é diagnosticada?
O diagnóstico é baseado nos sintomas e no histórico recente do paciente (como
picadas de mosquitos ou viagens para áreas com circulação do vírus). Testes
laboratoriais podem confirmar a presença do zika no sangue, entretanto, esse
diagnóstico pode não ser tão confiável, já que o vírus poderia reagir de forma
cruzada com outros vírus como o da dengue e febre amarela. Um teste confiável
de diagnóstico é uma prioridade nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.
Como o vírus zika é tratado?
Os sintomas da doença podem ser tratados com medicamentos comuns para dor e
febre, descanso e reposição de líquidos. Se os sintomas piorarem, as pessoas
devem procurar auxílio médico.
PROTEÇÃO CONTRA O MOSQUITO
O que as pessoas podem fazer para se protegerem da picada de mosquitos?
A melhor forma de se proteger contra o zika é prevenir as picadas de mosquitos.
Mulheres grávidas ou que planejam engravidar e seus parceiros sexuais devem
tomar cuidados extras, entre eles:
· Vestir
roupas que cubram o máximo possível do corpo (preferencialmente de cores
claras);
· Usar
repelentes, que podem ser aplicados nas áreas expostas da pele ou nas roupas. O
produto dever conter DEET (diethyltoluamide) ou IR 3535 ou Icaridin, que são os
princípios ativos mais comuns em repelentes. Eles devem ser usados de acordo
com as instruções do rótulo e são seguros para mulheres grávidas;
· Utilizar
barreiras físicas, tais como telas comuns ou tratadas com inseticidas em
janelas e portas;
· Dormir
embaixo de mosquiteiros, mesmo quando o repouso ocorrer de dia;
· Identificar
e eliminar potenciais criadouros de mosquitos, esvaziando, limpando ou cobrindo
recipientes com água (baldes, vasos de flores e pneus);
· Programas
nacionais podem direcionar corpos de água e resíduos de esgoto (saídas de
tanques sépticos devem ser cobertas) com intervenções de água e saneamento.
Como as mulheres grávidas
podem se proteger das picadas de mosquitos?
Gestantes que vivem em áreas onde há circulação do vírus zika devem seguir as
mesmas medidas de prevenção fornecidas para a população em geral. Devem,
também, ir regularmente às consultas de pré-natal em conformidade com as normas
nacionais. Mulheres grávidas que desenvolverem qualquer sintoma ou sinal de
infecção pelo vírus zika devem iniciar as consultas precocemente para diagnóstico,
cuidados adequados e acompanhamento.
VIGILÂNCIA
Qual o papel da vigilância do mosquito em relação ao vírus zika?
O monitoramento dos números e localização (vigilância) dos mosquitos é usado
para fins operacionais e de pesquisa. Ele ajuda a determinar as mudanças na
distribuição geográfica dos mosquitos para monitorar e avaliar os programas de
controle, mensurar as populações de mosquitos ao longo do tempo e facilitar a
tomada de decisões adequadas e oportunas quanto às intervenções.
A vigilância pode servir para
identificar áreas onde tenha ocorrido uma infestação de alta densidade de
mosquitos ou períodos nos quais a população de mosquitos aumenta. Nas áreas nas
quais os mosquitos não estão mais presentes, a vigilância do mosquito é
fundamental para detectar a introdução de novos mosquitos antes que eles se
espalhem e se tornem difíceis de eliminar. O monitoramento da suscetibilidade
das populações de mosquitos aos inseticidas também deve ser parte integrante de
qualquer programa que utilize esses produtos. A vigilância é um componente
importante do programa de prevenção e controle, uma vez que fornece as
informações necessárias para avaliações de risco, resposta às epidemias e
avaliação do programa.
Programas de vigilância em
curso para o Aedes aegypti não envolvem a coleta de milhares
de mosquitos para testá-los para o vírus zika. Isso seria algo extremamente
difícil de fazer, considerando o grande número de mosquitos no ambiente e a
taxa muito baixa de infecção pelo zika, mesmo em uma epidemia. Por exemplo:
relatórios publicados sugerem que menos de um mosquito está infectado a cada
1.000 mosquitos.
Qual é a diferença entre
o Aedes e o Culex?
O Aedes transmite o vírus zika e outras doenças que carrega de
forma mais eficaz que o Culex, uma vez que ele costuma picar as
pessoas durante o dia e é mais adaptado a viver dentro e em torno de
assentamentos humanos. O Culex se prolifera em águas poluídas,
colocando seus ovos no mesmo local de reprodução, e prefere se alimentar de
apenas uma pessoa. Enquanto isso, o Aedes põe seus ovos em
diversos locais e se alimenta de várias pessoas – espalhando as doenças que
carregam consigo de forma mais ampla na localidade.
Por que a OMS está focando
no Aedes como o principal vetor do zika? Ele é bastante
conhecido para justificar o desenho atual do programa de controle de vetores?
Todos os estudos realizados até o momento na África, Ásia, Pacífico e Américas
sustentam a conclusão de que o Aedes aegypti é o principal
vetor e um mosquito da mesma família, Aedes albopictus, é um
potencial transmissor do vírus zika. Ambas as espécies se reproduzem e vivem
perto ou dentro de habitações humanas, preferindo picar humanos a outros
hospedeiros animais, e uma extensa documentação têm mostrado suas competências
na transmissão do zika. Entretanto, pesquisas recentes realizadas no Brasil
mostram que o Culex também pode transmitir o vírus.
As recomendações de controle
vetorial da OMS focadas nos mosquitos Aedes também são muito
eficientes contra outros vetores, incluindo o Culex. A gama de
métodos para reduzir a população de mosquitos inclui a pulverização das paredes
e interiores de casas, pulverização dentro de espaços, controle larval e
eliminação de criadouros. O controle do vetor é recomendado junto às medidas de
proteção pessoal, tais como o uso de repelentes e camas com mosqueteiros
durante o dia e a noite, entre outros.
Existe alguma pesquisa
nacional ou internacional em andamento sobre o vírus zika para investigar suas
possíveis causas?
Ainda há poucas pesquisas internacionais e uma escassez de recursos para
responder as questões que surgiram durante este surto. As evidências
disponíveis indicam que os mosquitos Aedes são os principais
vetores em áreas urbanas e semi-urbanas e amplos esforços estão em andamento
para controlá-los. A OMS está trabalhando junto a parceiros para entender
melhor todos os fatores adicionais que contribuem para a transmissão do vírus
zika e suas complicações.
TRANSMISSÃO SEXUAL
O que as pessoas podem fazer para se protegerem da transmissão sexual do
vírus zika?
Em regiões com transmissão ativa do vírus zika, os programas de saúde devem
assegurar que:
· Todas
as pessoas (homens e mulheres) que foram infectadas pelo vírus zika e seus parceiros
sexuais – particularmente mulheres grávidas – devem receber informações sobre
os riscos da transmissão sexual do zika.
· Homens
e mulheres tenham acesso a preservativos e recebam aconselhamento sobre
práticas sexuais seguras (inclusive, uso correto e consistente de camisinhas
masculinas e femininas, sexo sem penetração, redução do número de parceiros
sexuais e adiamento da primeira relação sexual).
· Os
homens e mulheres sexualmente ativos devem ser aconselhados corretamente e
terem acesso a uma gama completa de métodos anticoncepcionais para poder fazer
uma escolha informada sobre se e quando engravidar, a fim de evitar possíveis
efeitos adversos na gravidez e no feto.
· Gestante
pratiquem sexo seguro ou se abstenham de atividades sexuais durante, pelo
menos, toda a duração da gravidez.
· Mulheres
grávidas devem ser aconselhadas a não viajar para áreas com surto do vírus zika
em curso.
Em regiões onde a transmissão
do vírus zika não é ativa, os programas de saúde devem assegurar que:
· Homens
e mulheres que retornam de áreas onde o zika circula devem praticar sexo seguro
ou considerar abstinência por ao menos 6 meses após o retorno para prevenir
infecção sexual do vírus zika.
· Casais
ou mulheres que planejam uma gravidez e que estão voltando de áreas onde a
transmissão do vírus zika ocorre, são aconselhados a esperar pelo menos 6 meses
antes de tentar conceber para garantir que não há mais possibilidade de
infecção pelo vírus zika.
· Os
parceiros sexuais de mulheres grávidas, regressando de áreas onde a transmissão
do vírus zika ocorre, devem ser aconselhados a praticar sexo seguro ou se
abster de atividade sexual durante pelo menos toda a duração da gravidez
O que as mulheres expostas ao
sexo sem proteção, que não desejam engravidar pela possibilidade de infecção
pelo zika, devem fazer?
Todas as mulheres e meninas devem ter fácil acesso à contracepção de emergência,
incluindo informações e aconselhamento precisos, bem como métodos acessíveis.
VIAGENS
O que as pessoas que viajam para áreas afetadas pelo zika devem fazer?
Os viajantes devem se manter informados sobre o vírus zika e outras doenças
transmitidas por mosquitos, como chikungunya, dengue e febre amarela, e
consultar as autoridades locais de saúde e viagens, caso estejam preocupados.
Mulheres grávidas devem ser
aconselhadas a não viajar para áreas onde há transmissão do zika em curso;
gestantes cujos parceiros sexuais vivem em ou viajam para áreas com transmissão
do vírus devem assegurar práticas sexuais mais seguras ou se abster de relações
sexuais durante o período da gravidez.
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ, MICROCEFALIA E OUTROS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS
O vírus zika é uma causa da microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré?
Com base em um crescente corpo de pesquisas preliminares, há consenso
científico de que o vírus zika é uma causa da microcefalia e da Síndrome de
Guillain-Barré. Embora intensos esforços continuem a reforçar e refinar a
ligação entre o vírus e uma variedade de distúrbios neurológicos dentro de um
rigoroso quadro de investigação, uma corrente de estudos de casos notificados
recentemente, bem como um pequeno número de estudos caso-controle e coorte,
apoiam a conclusão de que existe uma associação entre o vírus zika, a
microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré.
Quais eventos levaram a OMS a
investigar uma relação de causalidade?
Um surto de zika no Brasil, identificado no início de 2015, foi seguido de um
aumento anormal de microcefalia entre os recém-nascidos, bem como um aumento no
número de casos de Síndrome de Guillain-Barré. À luz desses eventos, foi
determinado que um surto anterior do vírus zika na Polinésia Francesa em 2013 e
2014 também foi associado a um aumento no número de casos de Síndrome de
Guillain-Barré, microcefalia e outros distúrbios neurológicos. A comunidade
científica respondeu com urgência à situação que evoluía rapidamente e começou
a construir uma base de conhecimentos sobre o vírus e suas implicações de forma
extremamente ágil.
Há outras explicações para a
microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré e a microcefalia são condições com um número de
causas subjacentes, gatilhos e efeitos neurológicos. A microcefalia pode
resultar de infecções no útero, exposição a produtos químicos tóxicos e
anormalidades genéticas, ao passo que a Síndrome de Guillain-Barré é uma
condição autoimune que pode ser desencadeada por infecções específicas.
Os cientistas não excluem a
possibilidade de que outros fatores podem se combinar à infecção pelo vírus
zika e causar distúrbios neurológicos, entretanto, mais pesquisas são
necessárias para que qualquer conclusão nessa área possa ser alcançada.
Existe uma ligação entre o
zika e outros distúrbios neurológicos?
Além de microcefalia congênita, uma gama de manifestações têm sido reportadas
entre bebês de até quatro semanas em situações onde houve exposição ao vírus
zika no útero. Entre elas, estão malformações da cabeça, movimentos
involuntários, convulsões, irritabilidade, disfunções do tronco cerebral – tais
como problemas para engolir, contraturas de membros, problemas visuais e
auditivos e anomalias cerebrais. Em conjunto, o espectro de anomalias
congênitas associadas à exposição do vírus zika a fetos durante a gravidez são
conhecidos como “síndrome congênita vírus zika”.
O que é Síndrome de
Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré é uma condição rara na qual o sistema imunológico
de uma pessoa ataca seus nervos. Pessoas de todas as idades podem ser afetadas,
mas a doença é mais comum em homens adultos. A maioria das pessoas se recupera
completamente, inclusive nos casos mais graves da Síndrome de Guillain-Barré.
Em 20% a 25% das pessoas com essa condição, os músculos peitorais são afetados,
o que dificulta a respiração. Casos graves são raros, mas podem resultar em
paralisia.
O que é microcefalia?
A microcefalia é uma condição em que a cabeça do bebê é menor do que a cabeça
de crianças com a mesma idade e do mesmo sexo. Ela acontece tanto quando há
problemas no útero, o que faz com que o cérebro do bebê pare de crescer
adequadamente, quanto após o nascimento. Crianças nascidas com microcefalia
muitas vezes apresentam dificuldades de desenvolvimento à medida que
envelhecem. Em alguns casos, crianças com essa condição se desenvolvem
normalmente. A microcefalia pode ser causada por uma variedade de fatores
ambientais e genéticos, como a Síndrome de Down; exposição a drogas, álcool ou
outras toxinas no útero; e infecção por rubéola durante a gravidez.
GRAVIDEZ
Mulheres podem transmitir o vírus zika para seus fetos durante a gravidez ou
no momento do parto?
A transmissão do vírus zika de mulheres grávidas para seus fetos foi
documentada. Mulheres grávidas em geral, incluindo aquelas que desenvolveram
sintomas de infecção pelo vírus zika, devem procurar o serviço de saúde para
acompanhar de perto a gestação.
Mães infectadas pelo vírus
zika podem amamentar seus bebês?
O vírus zika foi detectado no leite materno, entretanto não há evidências de
que o vírus possa ser transmitido de mãe para filho durante a amamentação. A
OMS recomenda a alimentação de bebês exclusivamente com leite materno por pelo
menos os primeiros seis meses de idade.
O que as mulheres que desejam
adiar suas gravidezes por preocupação com a microcefalia devem fazer?
A decisão de engravidar e de quando engravidar deve ser pessoal, com base em
informações completas e acesso a serviços de saúde de qualidade. Mulheres que
desejam adiar a gravidez devem ter acesso a uma ampla gama de opções de
contracepção reversíveis, de longo ou curto efeito. Elas também devem ser
aconselhadas sobre a dupla proteção contra infecções sexualmente
transmissíveis, por meio do uso de preservativos.
Não são conhecidos problemas
de segurança sobre o uso de quaisquer métodos anticoncepcionais hormonais ou de
barreira para mulheres e adolescentes em risco de infecção pelo zika, mulheres
diagnosticadas com o vírus ou mulheres e adolescentes em tratamento contra a
infecção pelo zika.
Como as mulheres podem
gerenciar suas gravidezes no contexto do vírus zika e suas consequências?
A maioria das mulheres em áreas afetadas pelo vírus zika darão à luz bebês
saudáveis. A ultrassonografia em tempo oportuno não prevê com segurança
malformações no feto. A OMS recomenda que o exame seja repetido no segundo ou
terceiro trimestre (preferencialmente entre 28 e 30 semanas) para identificar
se há microcefalia no feto e/ou quaisquer anormalidades no cérebro, quando elas
são mais fáceis de detectar.
Quando possível, a triagem do
líquido amniótico em busca de anormalidades ou infecções congênitas, incluindo
o vírus zika, é recomendada, especialmente nos casos onde os testes feitos com
mulheres foram negativos para zika, mas seus ultrassons indicam anormalidades
no cérebro do feto.
Com base no prognóstico de
anormalidades cerebrais associadas ao bebê, a mulher – e seu parceiro, se ela
desejar – deve receber aconselhamento não-diretivo para que ela, em consulta
com profissionais de saúde, possa ter decisões baseadas em informações sobre os
próximos passos no gerenciamento de sua gravidez.
Mulheres que carregam a
gravidez a termo devem receber os cuidados e apoio adequados para gerenciar a
ansiedade, o estresse e o ambiente de nascimento. Os planos para cuidado e
manejo do bebê logo após seu nascimento devem ser discutidos com os pais em consulta
com um pediatra ou neurologista quando possível.
As mulheres que desejam
interromper a gravidez devem receber informações precisas sobre suas opções
para toda a extensão da lei, incluindo a redução de danos onde o cuidado
desejado não está prontamente disponível.
As mulheres, independentemente
das suas escolhas individuais em relação à gravidez, devem ser tratadas com
respeito e dignidade.
RESPOSTA AO VÍRUS ZIKA
Qual é a resposta da OMS ao vírus zika?
A Organização, trabalhando em conjunto com parceiros, tem definido as
principais questões a serem respondidas para fortalecer o corpo de evidências
sobre a relação causal entre o zika e os distúrbios neurológicos. Além disso, a
OMS convocou diversas reuniões entre especialistas sobre zika em todo o mundo
durante março de 2016 para discutir evidências, responder a questões
científicas e fornecer orientações práticas para apoiar os países que respondem
ao surto e aos casos de distúrbios neurológicos.
A OMS continuará liderando a
harmonização, coleta, revisão e análise dos dados que procuram responder a
essas perguntas. Ao tempo em que cientistas desvendam como o zika está
implicado em condições como a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré,
obteremos uma melhor compreensão sobre o escopo do problema, bem como uma maior
clareza sobre quais populações estão suscetíveis a serem afetadas e em qual
medida.
Quais são as recomendações da
OMS para os países?
Dada a gravidade do risco para a saúde pública, a OMS aconselhou os países onde
o vírus zika está em circulação a tomarem medidas decisivas e imediatas para
proteger suas populações. Reduzir o risco de que as pessoas sejam picadas por
mosquitos infectados é a maneira mais efetiva de prevenir que a população seja
infectada pelo vírus. Países afetados são instados a intensificar os esforços
no controle de vetores e garantir que indivíduos e comunidades estejam cientes
de como se proteger de picadas e sobre como eliminar os criadouros do mosquito.
Atualmente, não existe vacina contra o vírus zika.
Apoio social e cuidados antes,
durante e após a gravidez, devem ser fornecidos, bem como cuidados clínicos
para pessoas que desenvolverem Síndrome de Guillain-Barré.
Como a resposta ao vírus zika
se mantém atualizada com todas as pesquisas que vem sendo publicadas?
Novos estudos sobre zika e suas consequências estão sendo publicados
diariamente e o ritmo das pesquisas continua a aumentar. A OMS e seus parceiros
avaliarão sistematicamente novos estudos para detectar quaisquer mudanças na
direção da base de evidências e identificar lacunas de conhecimento ou
pesquisas.
Para possibilitar a publicação dos últimos dados em intervalos regulares, uma
revisão sistemática está sendo desenvolvida. Esse será um resumo online de
pesquisas em saúde, que será atualizado à medida que novos estudos se tornarem
disponíveis. O sistema pode ser adaptado para futuros surtos de novas doenças e
emergentes doenças transmissíveis, gerando em tempo real informações baseadas
em evidências.