Destaques

quinta-feira, 9 de março de 2017

Gravidez planejada e humanização do parto

Ministério da Saúde lança pela primeira vez diretrizes de assistência ao parto normal, garantindo as gestantes um atendimento qualificado e humanizado
  • Ampliação do acesso ao DIU de cobre para fortalecer o planejamento reprodutivo, fortalecendo o direito da mulher de planejar a gravidez
Governo Federal lança no Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), publicação inédita das diretrizes de assistência ao parto normal no Brasil. É a primeira vez que o Ministério da Saúde constrói um documento com essa finalidade baseado em evidências científicas e que serve de consulta para os profissionais de saúde e gestantes. A partir de agora, toda mulher terá direito e definir o seu plano de parto que trará informações como local onde será realizado, orientações e benefícios do parto normal. Essas medidas visam o respeito no acolhimento e mais informações para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem o direito. Assim, o parto deixa ser tratado como um conjunto de técnicas, e sim como um momento fundamental entre mãe e filho.

O presidente da República, Michel Temer, destacou a importância de investir na assistência à saúde da mulher. “Essas diretrizes reforçam nosso compromisso em garantir um parto humanizado. Mas também precisamos combater a violência sexual e psicológica que muitas mulheres sofrem caladas. Estamos fazendo um plano de segurança para combater esse tipo de crime”, destacou o presidente.



Entre as novidades do documento estão o reconhecimento dos Centros de Parto Normal como um local seguro para o parto de baixo risco, e a possibilidade de ser feito pela enfermeira obstétrica ou obstetriz. A experiência demonstra que o envolvimento dessas profissionais tem reforçado o cuidado humanizado. As maternidades também deverão incorporar na assistência: liberdade de posição durante o parto, dieta livre (jejum não obrigatório), presença de doulas, acompanhante, respeito à privacidade da família e métodos de alívio da dor como massagens e imersão em água. Outras recomendações são o contato pele-a-pele imediato com a criança logo após o nascimento; e o estímulo à amamentação.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, “as diretrizes são um avanço que garantem a autonomia da mulher e reduzem as cesáreas desnecessárias. Ela terá que ser informada de todo o plano de parto durante o pré-natal. Elas garantem mais informação, mais acesso e mais respeito”, destacou.

Com as diretrizes, o Ministério da Saúde pretende reduzir as altas taxas de intervenções desnecessárias como a episiotomia (corte no períneo), o uso de ocitocina (hormônio que acelera o parto), a cesariana, aspiração naso-faringeana no bebê, entre outras. Tais intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa, apenas em situações de necessidade, são muito comuns o que deixou de considerar os aspectos emocionais, humanos e culturais envolvidos no processo. Estas práticas podem colocar em risco a segurança das parturientes e seus filhos ou filhas já que, em muitos casos, não estão de acordo com as melhores evidências científicas. A manobra de Kristeller, em que o útero da mulher é pressionado para tentar auxiliar a expulsão, passa a ser contraindicada.

O parto normal oferece muitas vantagens para a mãe e a criança, como destacou a embaixadora do Criança Feliz, Marcela Temer. “A mulher tem o direito de ser informada durante todo seu pré-natal. As diretrizes são um avanço e resultado de muito trabalho conjunto entre governo federal e instituições”, ressaltou.

O documento foi elaborado por um grupo multidisciplinar, composto por médicos obstetras, médicos de família, clínicos gerais, médico neonatologista, médico anestesiologista e enfermeiras obstétricas, convidados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) e pela coordenação de Saúde da Mulher do Ministério. Foram recebidas 396 contribuições, sendo a maioria (84%) feita por mulheres. Entre os participantes estão membros do Conselho Federal de Medicina, Febrasgo, Cofen, ANS, Anvisa, Aben, AMB, CNS, Centro Cochrane do Brasil, Febrasgo, Fenasaúde, Fiocruz, Opas, Rehuna, Unimed, SBP, Hospital Albert Einstein, Geap e Abenfo. Ao todo, são mais de 200 recomendações com base em evidências científicas, que tomam como referência normas de diversos países, entre eles Inglaterra, Região Basca e Galícia e Bélgica.

CAPACITAÇÃO - Por meio de cooperação com a Universidade Federal de Minas Gerais, o Ministério da Saúde vai capacitar profissionais de saúde em 86 hospitais de ensino que fazem mais de mil partos ao ano e estão nas 27 unidades federadas. Trata-se de um projeto de qualificação da atenção obstétrica e neonatal hospitalar com atividades de ensino, com produção de impacto em toda a rede de serviços da linha de cuidado da saúde da mulher e criança. A medida totaliza o investimento, em quatro anos, de R$ 13,6 milhões.

CESARIANA ESTABILIZA – O Ministério da Saúde comemora que pela primeira vez, desde 2010, o número de cesarianas não cresceu no país. O número de partos cesáreos que estavam numa curva ascendente caiu 1,5 pontos percentuais em 2015. E em 2016 com dados ainda preliminares, a tendência de estabilização se mantém.

A estabilização das cesáreas refere-se a uma série de medidas como a implementação da rede Cegonha, com investimentos para implementação de Centros de Parto Normal (já são 15 habilitados), qualificação das maternidades de alto risco, ampliação da atenção da enfermagem obstétrica na cena do parto, entre outros. Destaca-se a ação da Agência Nacional de Saúde (ANS) junto às operadoras de planos de saúde. 

PLANEJAMENTO REPRODUTIVO - O Ministério da Saúde anuncia nova medida para garantir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres: a ampliação do acesso ao Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU) nas maternidades brasileiras, após o parto e pós-abortamento. Apesar de ser o método anticoncepcional mais usado no mundo, no Brasil ainda é pouco difundido. As maternidades terão até 180 dias para se adaptar às medidas. O DIU já é ofertado nas unidades básicas de saúde para mulheres, incluindo adolescentes. Ainda este mês, será publicado um guia prático para profissionais de saúde com orientações sobre manuseio.

A iniciativa do Ministério da Saúde pretende reafirmar o direito da mulher engravidar apenas quando ela quiser. Dados da Pesquisa Nascer Brasil mostram que 55% das gravidezes não são planejadas, nas adolescentes esse percentual chega a 66%. Até 2018, serão investidos mais de R$ 12 milhões na oferta do DIU no SUS e a expectativa é aumentar a prevalência do DIU para 10% entre os métodos contraceptivos utilizados até 2020.

O dispositivo irá evitar gravidez indesejada na maioria das mulheres. “Em saúde pública, este poderá ser um momento “único” e importante para realizarmos o planejamento reprodutivo. A inserção do DIU no pós-parto imediato, tanto do parto normal quanto na cesariana, é muito utilizada em outros países. Este é um momento oportuno, no qual a mulher está mais motivada para contracepção, sendo mais conveniente”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

O DIU tem longa duração, em média 10 anos, e é um dos métodos contraceptivos mais seguros. É um método reversível, podendo ser retirado a qualquer momento, se a mulher desejar ou se apresentar algum problema. A fertilidade retorna logo após a sua remoção. Ele pode ser inserido em qualquer dia do ciclo menstrual, desde que excluída gravidez, no pós-parto ou pós-abortamento. Em usuárias de DIU que desejam substituí-lo, a remoção do antigo e inserção do novo pode ser efetuada no mesmo momento e em qualquer dia do ciclo.

Por Carolina Valadares, Agência Saúde/MS


quarta-feira, 8 de março de 2017

ANVISA REALIZA CHAMAMENTO PÚBLICO PARA OPINARA NA ALTERAÇÃO DE REGULAMENTO TÉCNICO IFAs SINTÉTICOS E SEMISSINTÉTICOS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

EDITAL DE CHAMAMENTO No - 2, DE 7 DE MARÇO DE 2017
O Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe confere o art. 54, VII do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016,
Resolve tornar público o presente Edital para receber informações das empresas que desejem opinar previamente sobre a alteração de regulamento técnico relativo a Insumos Farmacêuticos Ativos sintéticos e semissintéticos, constante da agenda regulatória ANVISA 2015-2016 - subtemas n° 20.1 e 20.3.
JARBAS BARBOSA DA SILVA JR.
ANEXO
1. OBJETO
Edital de Chamamento Público - Consulta prévia aos entes regulados sobre alteração de regulamento técnico relativo a Insumos Farmacêuticos Ativos sintéticos e semissintéticos (IFAs), constante da agenda regulatória ANVISA 2015-2016- subtemas n° 20.1 e 20.3.
2. PÚBLICO-ALVO
Empresas fabricantes e importadoras de IFAs, empresas fabricantes e importadoras de medicamentos e demais empresas interessadas na temática Insumos Farmaceuticos Ativos.
3. OBJETIVOS DO EDITAL
Obter informações do setor regulado sobre o tema, as quais servirão de base para elaboração de proposta da revisão normativa.
4. PRAZO E FORMA DE PARTICIPAÇÃO
O prazo previsto para envio das contribuições é de 20 dias, a partir da data de publicação deste Edital.
As informações prestadas pela empresa neste formulário são confidenciais. Cada empresa terá acesso somente aos seus próprios formulários. Os resultados deste edital serão acessados e visualizados apenas pelos gestores do formulário, servidores da Anvisa e não serão divulgados a empresas terceiras.
A participação se dará por meio de preenchimento de formulário eletrônico (Formsus) específico, disponível no endereço eletrônico http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=30262

EDITAL DE CHAMAMENTO No - 3, DE 7 DE MARÇO DE 2017
O Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe confere o art. 54, VII do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016,
Resolve tornar público o presente Edital para receber informações dos interessados da sociedade civil que desejem opinar previamente sobre a alteração de regulamento técnico relativo a Insumos Farmacêuticos Ativos sintéticos e semissintéticos, constante da agenda regulatória ANVISA 2015-2016- subtemas n° 20.1 e 20.3.
JARBAS BARBOSA DA SILVA JR.
ANEXO
1. OBJETO
Edital de Chamamento Público - Consulta prévia à sociedade civil sobre alteração de regulamento técnico relativo a Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), sintéticos e semissintéticos constante da agenda regulatória ANVISA 2015-2016- subtemas n° 20.1 e 20.3.
2. PÚBLICO-ALVO
Profissionais de saúde, pesquisadores e pessoas físicas interessadas em contribuir previamente sobre a alteração do regulamento técnico de Insumos Farmacêuticos Ativos.
3. OBJETIVOS DO EDITAL
Obter informações da sociedade sobre o tema, as quais servirão de base para elaboração de proposta da revisão normativa.
4. PRAZO E FORMA DE PARTICIPAÇÃO
O prazo previsto para envio das contribuições é de 20 dias, a partir da data de publicação deste Edital.
A participação se dará por meio de preenchimento de formulário eletrônico (Formsus) específico, disponível no endereço eletrônico http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=30263


VACINA VETERINÁRIA ANTIRRÁBICA - MS PUBLICA EXTRATO DE CONTRATO COM TECPAR

EXTRATO DE CONTRATO No - 27/2017 - UASG 250005 No - Processo: 25000174238201677. DISPENSA No - 100/2017.
Contratante: MINISTÉRIO DA SAÚDE - .CNPJ Contratado: 77964393000188.
Contratado : INSTITUTO DE TECNOLOGIA DO PARANA
Objeto:  Aquisição de Vacina Veterinária, Antirrábica Inativada. Fundamento Legal: Lei 8.666/1993.
Vigência: 07/03/2017 a 06/03/2018. Valor Total: R$38.400.000,00.
Fonte: 6153000000 - 2017NE800343. Data de Assinatura: 07/03/2017.
(SICON - 07/03/2017) 250110-00001-2017NE800119


FIOCRUZ - nova diretoria continua processo de reorganização da Instituição, mais 12 cargos são FCPE 101.1 são dispensados a partir de 12 de janeiro/2017

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
PORTARIAS DE 7 DE MARÇO DE 2017

A Presidente da Fundação Oswaldo Cruz, no Uso de suas atribuições e da competência que lhe foi delegada pela Portaria do MS/nº 938, de 22.07.99,
resolve:

Nº 306 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, ANA MARIA JANSEN FRANKEN do encargo de Chefe do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos, código FCPE 101.1, n.º
45.0268, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 307 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, BODO WANKE do encargo de Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica, código FCPE 101.1, n.º 45.0725, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 308 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, DELIR CORREA GOMES MAUES DA SERRA FREIRE do encargo de Chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, código FCPE 101.1, n.º 45.0247, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 309 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, FRANCISCO VIACAVA do encargo de Chefe de Serviço de Informação em Saúde, código FCPE 101.1, n.º 45.0736, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 310 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, JOSE JURBERG do encargo de Chefe do Laboratório de Taxonomia de Triatomíneos, código FCPE 101.1, n.º 45.0232, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 314 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, JOSE RODRIGUES COURA do encargo de Chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias, código FCPE 101.1, n.º 45.0266, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 315 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, LEON RABINOVITCH do encargo de Chefe do Laboratório de Fisiologia Bacteriana, código FCPE 101.1, n.º 45.0204, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 319 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, MANOEL PAES DE OLIVEIRA NETO do encargo de Chefe do Laboratório de Informática e Informação, código FCPE 101.1, n.º 45.0724, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 321 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, MARLI MARIA LIMA do encargo de Chefe do Laboratório de Biologia e Controle de Insetos Vetores, código FCPE 101.1, n.º 45.0209, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz

Nº 323 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, PEDRO HERNAN CABELLO ACERO do encargo de Chefe do Laboratório de Genética Humana, código FCPE 101.1, n.º 45.0241, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 324 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, ROSANA CRISTINA PEREIRA PARENTE do encargo de Chefe do Serviço de Biodiversidade em Saúde, código FCPE 101.1, n.º 45.0383, do Instituto Leônidas e Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz.

Nº 325 - Dispensar, com efeitos retroativos a 12 de janeiro de 2017, YARA MARIA TRAUB CSEKO do encargo de Chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Tripanosomatídeos e Flebotomíneos, código FCPE 101.1, n.º 45.0223, do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz.
NÍSIA TRINDADE LIMA


Aneurisma da Aorta Abdominal - CONITEC/ SCTIE/ MS Aprova as Diretrizes Brasileiras para o Tratamento

PORTARIA Nº 488, DE 6 DE MARÇO DE 2017

Aprova as Diretrizes Brasileiras para o Tratamento de Aneurisma da Aorta Abdominal.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições, Considerando a necessidade de se estabelecerem parâmetros sobre o tratamento de aneurisma da aorta abdominal e diretrizes nacionais para a sua indicação e acompanhamento dos indivíduos a ele submetidos;

Considerando que os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas são resultado de consenso técnico-científico e são formulados dentro de rigorosos parâmetros de qualidade e precisão de indicação;

Considerando o Registro de Deliberação nº 222/2016 e o Relatório de Recomendação nº 240 - Agosto/2016, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), que aprova a Diretriz Brasileira para o Tratamento do Aneurisma de Aorta Abdominal"; e

Considerando a avaliação técnica do Instituto Nacional de Cardiologia (INC/SAS/MS), do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias no SUS (DGITS/SCTIE/MS) e do Departamento de Atenção Especializada e Temática (INC/SAS/MS),

resolve:
Art. 1º Ficam aprovadas, na forma do anexo, disponível no sítio: www.saude.gov.br/sas, as "Diretrizes Brasileiras para o Tratamento de Aneurisma da Aorta Abdominal". Parágrafo único. As diretrizes de que trata este artigo, que contêm as recomendações para o tratamento de aneurisma da aorta abdominal, são de caráter nacional e devem utilizadas pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios na regulação do acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos correspondentes.

Art. 2º É obrigatória a cientificação do paciente, ou de seu responsável legal, dos potenciais riscos e eventos adversos relacionados ao tratamento de aneurisma da aorta abdominal. 

Art. 3º Os gestores estaduais, distritais e municipais do SUS, conforme a sua competência e pactuações, deverão estruturar a rede assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento dos doentes em todas as etapas descritas no anexo desta Portaria. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 

FRANCISCO DE ASSIS FIGUEIREDO


terça-feira, 7 de março de 2017

HEMOBRÁS LICITA ALUGUEL DE CÂMARA FRIA EM RECIFE

EMPRESA BRASILEIRA DE HEMODERIVADOS E BIOTECNOLOGIA AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO Nº - 6/2017 - UASG 926171 No - Processo: 25800.008702/2016 .
Objeto: Pregão Eletrônico - Contratação de SERVIÇO CONTÍNUO DE ARMAZENAMENTO DE PLASMA em Câmara Fria com temperatura menor ou igual a -30°C (trinta graus Celsius negativos), localizada na Região Metropolitana do Recife ou Goiana, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. Total de Itens Licitados: 00001. Edital: 07/03/2017 de 08h00 às 12h00 e de 12h01 às 17h59. Endereço: Avenida Engenheiro Antonio de Goes, 60 Pina - RECIFE - PE ou www.comprasgovernamentais.gov.br/edital/926171-05-6- 2017. Entrega das Propostas: a partir de 07/03/2017 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br . Abertura das Propostas: 20/03/2017 às 09h00 no site www.comprasnet.gov.br .
SAULO BANDEIRA DURVAL Pregoeiro



MS X HEMOBRÁS PUBLICA EXTRATO DE CONTRATO FORNECIMENTO FATOR VIII RECOMBINANTE

EXTRATO DE CONTRATO Nº - 31/2017 - UASG 250005 No - Processo: 25000162512201665. DISPENSA No - 137/2017. Contratante: MINISTÉRIO DA SAÚDE - .CNPJ Contratado: 07607851000570. Contratado : EMPRESA BRASILEIRA DE -HEMODERIVADOS E BIOTECNOLOGIA - H. Objeto: Aquisição de Concentrado de Fator de Coagulação, Fator VIII Recombinante, pó Liófilo p/ Injetável. Fundamento Legal: Lei nº 8666/1993. Vigência: 06/03/2017 a 05/03/2018. Valor Total: R$394.437.350,00. Fonte: 6151000000 - 2017NE800418. Data de Assinatura: 06/03/2017. (SICON - 06/03/2017) 250110-00001-2017NE800119

Ministério firma parceria de produção de medicamentos com instituto do Paraná

Além do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Biomanguinhos e Butantan foram eleitos para o desenvolvimento da plataforma de biológicos

Divulgação/ministério da Saúde

Ministério da Saúde também comprou 30 milhões de doses da vacina antirrábica produzida pelo Tecpar

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) ficará responsável pela transferência de tecnologia de quatro medicamentos biológicos utilizados no tratamento de câncer, artrite e doenças autoimunes.

O anúncio das parcerias foi feito, nesta segunda-feira (6), pelo ministro Ricardo Barros durante inauguração de novo espaço do Tecpar em Curitiba. Além do laboratório paranaense, outras duas instituições públicas – Biomanguinhos e Butantan – foram eleitas para o desenvolvimento da plataforma de biológicos.

A nova distribuição das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que preveem transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde com objetivo de tornar mais eficiente o projeto.

Ao todo, são oito áreas priorizadas: síntese química, hemoderivados, fitoterápicos, doenças raras, doenças negligenciadas, produtos para a saúde e medicina nuclear, além de biológicos. A escolha de três laboratórios para concentrar as plataformas de biológicos levou em conta a expertise no tema e a existência de iniciativas promissoras no desenvolvimento de tecnologia monoclonal, a tecnologia mais avançada da indústria farmacêutica.

“Esses laboratórios vão produzir esses medicamentos e vender de imediato para o governo com 30% de desconto. Por isso, é muito importante para o Brasil o processo de parceria para o desenvolvimento produtivo, porque nos dá economia imediata e perspectiva de ter tecnologia produzida no País para esses e para novos medicamentos que estão sendo desenvolvidos” destacou o ministro.

Com a nova distribuição, o Tecpar vai atender à parte da demanda do Ministério da Saúde pelos medicamentos biológicos. A expectativa é que haja um investimento privado de mais de R$ 6 bilhões para o incentivo à produção dos medicamentos biológicos, construção de pelo menos três novas fábricas, geração de empregos qualificados e do envolvimento de cerca de 450 doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde.

O presidente do instituto, Júlio Félix, ressaltou a importância do incentivo do Ministério da Saúde para os laboratórios públicos. “É o início de um processo. Esse incentivo aos laboratórios públicos produtores de medicamentos amplia a participação nacional de forma a economizar para a população brasileira”, finalizou.

Os quatro produtos (Bevacizumabe, Etanercept, Infliximabe e Trastuzumabe) que serão desenvolvidos pela Tecpar por meio de acordos com empresas privadas são estratégicos para o SUS e atualmente importados. Com as parcerias, o País passa a ter tecnologia para fabricação nacional, reduzindo o custo para a saúde pública. Já no primeiro ano, o valor cai 30%.

Investimento
Durante o evento, o ministro Ricardo Barros assinou a compra de 30 milhões de doses da vacina antirrábica produzida pelo Tecpar. Ao todo, serão destinados ao laboratório R$ 38,4 milhões.

O Tecpar é fornecedor da vacina antirrábica ao ministério há mais de 40 anos e frequentemente vem atualizando o seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade, nivelando-se aos produtores mundiais. O método utilizado pelo laboratório é o do cultivo celular e o processo de perfusão, capaz de induzir maior produção de anticorpos e, desta forma, não provocar efeitos colaterais.

Fonte: Ministério da Saúde por Portal Brasil


USP produz compostos artificiais com ação antitumoral

Compostos antitumorais, com potencial para uso na fabricação de medicamentos, vêm sendo planejados, sintetizados e estudados no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP). São íons complexos que penetram nas células cancerosas e atacam o DNA e as mitocôndrias. No DNA, causam danos oxidativos após se ligarem à sua estrutura. Nas mitocôndrias, as organelas responsáveis pela respiração celular, desacoplam o processo respiratório da síntese da ATP, adenosina trifosfato, o nucleotídeo que armazena a energia das células. O duplo ataque induz a apoptose, morte celular programada, podendo levar à eliminação do tumor.

Essa classe de compostos – que já foi objeto de três pedidos de patentes, depositados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Agência USP de Inovação – vem sendo obtida no contexto dos Projetos Temáticos apoiados pela FAPESP: “Espécies complexas com potencial aplicação em bioinorgânica, catálise, farmacologia e química ambiental: concepção, preparação, caracterização e reatividade”, conduzido de 2006 a 2010, e “Desenvolvimento de compostos com interesse farmacológico ou medicinal e de sistemas para seu transporte, detecção e reconhecimento no meio biológico”, iniciado em 2011 e com vigência prevista até agosto de 2017. Os dois projetos são coordenados por Ana Maria da Costa Ferreira, professora titular do IQ-USP.

Os dois integram o portfólio de pesquisas do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.

“Nosso ponto de partida foi a isatina, um metabólito de aminoácidos como o triptofano, encontrado em organismos vegetais, animais e humanos. Esse composto de origem natural foi modificado no laboratório por meio de reações com aminas e, depois, acrescido de íons de metais essenciais, como cobre e zinco, entre outros”, disse Costa Ferreira à Agência FAPESP.

A isatina já apresenta, ela mesma, reconhecidas atividades antifúngicas, antibacterianas, antivirais e antiproliferativas. As modificações feitas potencializam sua ação e, ao mesmo tempo, criam compostos muito estáveis, capazes de se preservar na corrente sanguínea e penetrar integralmente nas células cancerosas, para onde são atraídos.

“Uma vez no ambiente celular, esses complexos metalizados se ligam ao DNA, danificando-o por meio de mecanismos oxidativos, com a consequente clivagem simples ou dupla das fitas que os constituem. Ao mesmo tempo, induzem a perda do potencial de membrana das mitocôndrias, alterando sua estrutura. O resultado é a apoptose, que não causa processo inflamatório no organismo”, descreveu Costa Ferreira.

Buscando entender em profundidade os mecanismos de ação dos compostos, os pesquisadores verificaram que eles são capazes de inibir algumas proteínas muito importantes para a vida das células: a topoisomerase 1B, responsável pela manutenção da topologia do DNA; e as quinases dependentes de ciclinas, uma classe extensa de proteínas que controlam o ciclo celular.

“A topoisomerase 1B corrige o emaranhamento das fitas do DNA. Ela se prende ao DNA; cliva uma das fitas; gira-a para emparelhá-la à outra fita; e a liga de novo. Já as quinases CDK1 e CDK2 regulam diversas fases do ciclo celular. Ao se unirem a essas enzimas, nossos compostos inibem suas atividades, comprometendo o desenvolvimento normal das células”, explicou Costa Ferreira.

O fato de os compostos artificialmente metalizados serem mais ativos do que seus precursores orgânicos se deve à polarização elétrica das moléculas, causada pelos íons metálicos. Em solução, a parte positiva (cátion) se separa da negativa (ânion). E, no cátion, o metal apresenta-se unido a um ligante orgânico. Por ser lipofílico, isto é, por apresentar afinidade química com gorduras, o ligante consegue penetrar na membrana celular, e carrega o metal para dentro da célula, desencadeando as ações já descritas.

Esses ligantes orgânicos – que, devido à sua composição e estrutura químicas, são classificados como oxindoliminas – foram planejados com base em compostos já usados em testes clínicos (fases II e III) e aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, órgão do governo norte-americano responsável pelo controle dos alimentos e medicamentos) como agentes contra o câncer. A metalização aumenta significativamente sua eficiência. Pois a ligação ou interação com a estrutura do DNA e das proteínas ocorre tanto por meio do metal como do ligante coordenado.

Várias tentativas vêm sendo feitas no IQ-USP no sentido de produzir complexos ainda mais eficazes. “Um deles é um composto semelhante que criamos contendo cobre e platina. Esses dois metais têm atuação muito diferente no interior da célula tumoral. A platina se prende ao DNA, como se fosse uma pinça, dificultando e inibindo sua atuação. Já o cobre consegue clivar o DNA por meio da formação de espécies reativas. Nossa ideia foi combinar a ação de ambos para associar seus efeitos”, afirmou Costa Ferreira. O novo composto mostrou-se tão ou mais eficiente do que a cisplatina, metalofármaco já aprovado pela FDA, frente a diversas células tumorais (melanomas e sarcomas).

Outra linha bastante recente de investigação diz respeito à ancoragem dos complexos ativos em nanoestruturas, concebidas como vetores ou agentes transportadores.

“As nanoestruturas facilitam a penetração nas células, possibilitam que quantidades menores da substância ativa sejam utilizadas e promovem sua liberação gradual. Tudo isso contribui para a eventual produção de um fármaco mais eficaz e com menos efeitos colaterais indesejados. Resultados positivos já foram obtidos com nanoestruturas de argila sintética”, relatou Costa Ferreira. Estes estudos estão sendo desenvolvidos em colaboração com a pesquisadora Vera Regina Leopoldo Constantino, professora associada do IQ-USP e também participante do projeto temático em curso.

FAPESP



Ministério da Saúde oficializa medicamentos que serão produzidos pelo Tecpar

O Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) é uma das três instituições brasileiras que irão desenvolver medicamentos monoclonais e insumos biológicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta segunda-feira (6), a governadora em exercício Cida Borghetti participou da solenidade de oficialização, pelo Ministério da Saúde, da lista dos insumos que serão produzidos pelo Tecpar, que ficará responsável por quatro medicamentos utilizados no tratamento de artrite, câncer e doenças autoimunes. Na mesma ocasião, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou o contrato de aquisição de 30 milhões de doses da vacina antirrábica produzida pelo instituto.

A governadora em exercício explicou que a produção dos insumos será concentrada no Parque Biotecnológico do Tecpar em Maringá, na região Noroeste, localizado em uma área transferida pela prefeitura no bairro Borba Gato. “O mais importante é que, além de ajudar a movimentar economia do Estado, esses medicamentos atenderão as pessoas que mais precisam, que sofrem com doenças autoimunes, câncer e artrite e muitas vezes não têm acesso a esse tratamento”, afirmou Cida Borghetti. “São medicamentos muito caros, que passam a ser produzidos pelo Tecpar para serem distribuídos pelo SUS”, ressaltou.

ESTRATÉGICOS
– A lista de medicamentos distribui entre o Tecpar, a Fiocruz/Biomanguinhos (RJ) e o Instituto Butantan (SP) a elaboração de produtos biológicos estratégicos para o SUS, que até então eram importados. As três instituições farão a produção de 26 biofármacos, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A nova distribuição das PDPs, que prevê transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde.

INVESTIMENTOS –
A expectativa do Ministério da Saúde é que, com os projetos, haja um investimento privado de R$ 6,4 bilhões, a construção de pelo menos três novas fábricas, geração de mais de 7,4 mil vagas de empregos qualificados, além do envolvimento de cerca de 450 doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde.

Além disso, de acordo com o ministro Ricardo Barros, a nacionalização da produção dos medicamentos fornecidos pelo SUS garantirá uma economia de até 30% ao ano. “O Ministério importa em torno de R$ 8 bilhões em medicamentos de alto custo. Alguns deles já estão com a transferência tecnológica em andamento. Os que estão anunciados nesta publicação iniciarão agora sua produção no Tecpar, Fiocruz e Butantan, com a parceria de diversos laboratórios”, explicou.

“Eles produzem os medicamentos e vendem ao governo brasileiro mais barato, inicialmente com 30% de desconto. A cada ano eles são obrigados a reduzir em 5% o valor dos produtos”, afirmou. “Esse processo é muito importante para o Brasil, porque nos dá economia imediata e perspectiva de ter tecnologia do País para estes e para novos medicamentos que serão produzidos”, disse Barros.

MEDICAMENTOS
– O Tecpar será responsável pelo desenvolvimento de quatro produtos: Bevacizumabe, Etanercepte, Infliximabe e Trastuzumabe. A previsão é que o instituto arrecade até R$ 500 milhões por ano, a partir de 2018, com o fornecimento dos insumos.

O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explicou que o instituto fornece medicamentos ao Ministério da Saúde desde 1944 e tem ampliado o seu escopo de produtos. “A partir deste projeto do governo federal de criar um complexo econômico e industrial da saúde, fomos convidados a desenvolver tecnologias para o fornecimento de novos medicamentos, em parceria com empresas brasileiras e multinacionais detentoras das patentes”, disse.

“Este é apenas o início do processo, porque a política do governo federal é de continuar incentivando que os laboratórios públicos ampliem sua participação na produção de medicamentos”, completou.

VACINA ANTIRRÁBICA – O ministro da Saúde assinou ainda o contrato que prevê o fornecimento pelo Tecpar de 30 milhões de doses da vacina antirrábica para serem utilizadas nas campanhas de vacinação de cães e gatos deste ano. O Tecpar é fornecedor da vacina antirrábica ao Ministério há mais de 40 anos e atualiza frequentemente o seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade, nivelando-se aos produtores mundiais.

Atualmente, o Tecpar utiliza o método de perfusão, que amplia a capacidade de produção da vacina. A combinação desse método com outras tecnologias deu origem ao processo cujo pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – Processo compacto de produção de vacina antirrábica veterinária utilizando células BHK-21, vírus PV e método de perfusão.

MARINGÁ – A princípio, o Tecpar vai realizar em Maringá a obra para a construção da fábrica de finalização e envase de medicamentos e vacinas, que vai dar suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão ali produzidos.

A unidade de fill and finish tem como objetivo fazer a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local. A produção desses medicamentos biológicos pelo Tecpar deve gerar pelo menos 250 empregos diretos e qualificados, além de envolver mestres e doutores para auxiliar no desenvolvimento dos novos produtos.

ESPAÇO FUTURO – A governadora em exercício e o ministro da Saúde também inauguraram oficialmente o Espaço Futuro, uma área no campus CIC do Tecpar que foi revitalizada para se tornar um espaço de convivência dos colaboradores do instituto.

O antigo lago localizado na sede do Tecpar foi revitalizado para abrigar dois novos, que contribuem com o microclima da região e ajudam na contenção de enchentes do Rio Barigui, que passa próximo ao local. Como parte da cerimônia de inauguração, alunos da Escola Municipal Pró-Morar Barigui, vizinha do instituto, soltaram alevinos no lago, junto com seus monitores. Após o crescimento dos peixes, os animais serão levados ao Rio Barigui.

PRESENÇAS - Participaram da solenidade o vice-presidente de Produção de Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurelio Krieger; o secretário de Estado da Comunicação Social, Márcio Villela; o diretor geral da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Décio Sperandio; o secretário municipal de Saúde de Curitiba, João Carlos Baracho, além de diretores do Tecpar e representantes de laboratório

Álcool e Trânsito

O Carnaval acabou e com ele 140 vidas se foram. Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a campanha Operação Carnaval 2017, apesar de o número de acidentes ter caído 5,3% (de 1.791 acidentes em 2016 para 1.696 acidentes em 2017), a quantidade de vítimas fatais aumentou 23,9% em relação a 2016 (113 óbitos). De acordo com a PRF, os acidentes com múltiplos óbitos contribuíram para esse acréscimo. A nota divulgada pelo órgão também informa que 11 acidentes foram responsáveis por 44 mortes, ou seja, menos de 1% dos acidentes causaram 31,4% de todas as mortes registradas pela PRF em todo o país. A nota explica ainda que desses 11 acidentes, dez foram registrados como colisão frontal, motivados por ultrapassagens indevidas e excesso de velocidade. A Polícia Rodoviária Federal afirma que “as principais causas dos acidentes com mortes durante o período de Carnaval deste ano foram a falta de atenção, o excesso de velocidade e a embriaguez ao volante”. Só esses dados já mostram que álcool e direção de fato não combinam.

Direção perigosa
Todos sabem que trânsito no Brasil é violento, sobretudo devido ao número de óbitos: 23,4 casos para cada 100 mil habitantes, o que coloca o país, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no quarto lugar entre os países americanos, atrás apenas de Belize, República Dominicana e Venezuela – a campeã, com 45,1 mortes por 100 mil habitantes. Dentre as causas de acidentes no trânsito, o consumo abusivo de bebida alcóolica antes de dirigir vem aumentando as ocorrências com feridos, muitos deles com sequelas incapacitantes e mortes.

Para a doutora em Epidemiologia e pesquisadora associada do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) Giseli Nogueira Damacena, os números da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS) sobre o consumo de álcol pela população brasileira são preocupantes:

- 24% da população brasileira consome bebida alcóolica uma vez ou mais por semana;
- 18,7 anos é a idade média do consumo do brasileiro, sendo que para homens é 17,9 anos e para as mulheres 20,6 anos;

- 13,7% da população admite o consumo abusivo de álcool nos 30 dias anteriores à Pesquisa, sendo 21,6% dos homens e 6,6% das mulheres;
- 5,9% dos brasileiros, com 18 anos ou mais admitiram ingerir abusivamente bebidas alcóolicas em 4 dias ou mais nos últimos 30 dias anteriores à PNS;
- 24,3% admitiram dirigir logo após consumir bebida alcóolica.

Com base nos dados, Giseli Damacena produziu, com o apoio de um grupo de pesquisadores do Icict/Fiocruz e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o artigo Consumo abusivo de álcool e envolvimento em acidentes de trânsito na população brasileira, 2013, no qual analisa os números por trás do hábito cada vez mais comum do brasileiro de beber e dirigir. Segundo a pesquisadora, a pesquisa nacional revelou que “de cada quatro brasileiros, um dirige sob efeito de álcool, e isso configura um dado preocupante sobre a população brasileira”.

Conforme sua análise, a proporção de pessoas que se envolveram em acidente de trânsito com lesões corporais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa no Brasil “foi de 3,1% da população geral”, sendo que “7,5% foram os que referiram consumo abusivo e frequente de álcool”.

Álcool x segurança
Pedro Silva (nome fictício) tem 28 anos e é graduando de Direito. Pelo menos três vezes por semana – em especial, nos finais de semana – ele sai para beber. Gosta de cerveja, tequila, whisky e vodka – ele não faz distinção em consumir bebidas fermentadas ou destiladas. Pedro admite que “muitas vezes” já dirigiu tendo ingerido bebidas alcóolicas antes, mas explica os motivos: “Ah! Falta de opção de transporte para voltar para casa. Eu me sinto mais seguro para retornar à noite de alguma festa”.

A insegurança da cidade pesa, mas ele admite também que não viu ainda “necessidade de voltar para casa de táxi, ônibus ou de carona com amigos, pois se sentia bem para dirigir”. E parece ser a mesma opinião de outros jovens, segundo Pedro: “a maioria justifica da mesma forma que eu”, fala. Além disso, "sono” é a única coisa que ele confirma sentir no volante após beber. No entanto, Pedro, que já colidiu com outro carro, diz que já se sentiu mais confiante para pegar o veículo após beber, correndo mais ou arriscando-se em ultrapassagens – porém, “foram pouquíssimas vezes”.

O relato de Pedro exemplifica outro dado que chama a atenção no artigo de Giseli Damacena: os mais jovens são os que apresentam “maior prevalência de envolvimento em acidentes de trânsito, tanto com relação à população em geral, quanto dentre aqueles que conso­mem álcool abusivamente com frequência”. De acordo com Gisele Damacena, “a inconseqüência e a efemeridade dos comportamentos da juventude, aliados à glamorização do consumo abusivo de álcool presentes, atualmente, na cultura brasileira, também podem explicar um pouco esse consumo abusivo de álcool”.

Para ela, “a falta de transporte público e o estímulo à compra de veículos automotores estão diretamente relacionados com essa questão, principalmente, quando a sociabilidade do consumo de álcool ocorre, na maioria das vezes, no período noturno”. Segundo Giseli, “é necessária a compreensão dessa problemática, através de uma ótica interdisciplinar, no sentido de desestimular e despersuadir a população com relação a esses comportamentos tão perniciosos à saúde e à sociedade brasileira, a partir de campanhas que eduquem e conscientizem as pessoas de maneira cidadã.”

Essa reportagem é a primeira da nova série Álcool e Trânsito, produzida pelo Icict/Fiocruz. Na próxima matéria, os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e as punições em outros países.

*Colaboração: Reginaldo Fernandes (Icict/Fiocruz). Edição de vídeo: Graça Portela (Icict/Fiocruz). Vídeo: trecho do documentário Saúde em Trânsito, produzido e distribuído pela
VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz (2016).

Graça Portela (Icict/Fiocruz)



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