Transcrição do pronunciamento
do Dr. JORGE SILVA - PHS-ES, falando sobre a importância da prevenção,
diagnóstico e tratamento das hepatites. Realização em São Paulo da Cúpula
Mundial de Hepatites.
Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Deputados, cerca de 325 milhões de pessoas vivem com infecção crônica causada
pelos vírus da hepatite B ou C, e anualmente 1,3 milhão delas morre em
consequência da doença.
A grandeza desses números diz
bem da importância de esclarecer a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento,
inclusive com campanhas como as que acontecem em torno de 28 de julho, Dia
Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.
Em 2017, a data tem por lema
Eliminar as hepatites, um propósito que ainda está distante, mas ao menos já
parece possível, em função das vacinas e dos novos tratamentos disponíveis.
Assim, até 2030, a Organização Mundial da Saúde espera reduzir a incidência de
hepatites em 90% e a mortalidade, em 65%.
O grande problema é que as
hepatites virais constituem o que se costuma chamar de "epidemia
silenciosa", porque a maioria das pessoas que as contraem não percebe
isso, e as de tipo B e C às vezes levam décadas para se manifestar.
Estima-se que apenas 1 em cada
20 pessoas com hepatite viral sabe estar infectada e que só 1 em cada 100
pessoas que têm a doença se submete ao tratamento.
No Brasil, a hepatite também é
considerada um grave problema de saúde pública, por isso desde 1998 foi
estabelecida sua notificação compulsória. Entre 1999 e 2015, foram notificados
514 mil casos, sendo cerca de 31% do tipo A, 38% do tipo B e 29% do tipo C. Já
no período de 2000 a 2014, ocorreram no País mais de 56 mil óbitos associados
às hepatites virais dos diversos tipos.
Mas o próprio Ministério da
Saúde admite, no Boletim Epidemiológico de 2016, que a subnotificação permanece
elevada, e, portanto, o número real de casos deve ser muito maior.
Tudo isso aponta para a
necessidade de um grande esforço de conscientização da sociedade sobre a alta
incidência e os riscos da hepatite, que pode evoluir para doença hepática
crônica, câncer e morte.
Ausência de saneamento básico,
falta de higiene e sexo sem proteção aumentam as possibilidades de transmissão
das hepatites. Atualmente, existem vacinas contra as hepatites dos tipos A e B,
mas não contra a do tipo C; os demais tipos têm baixa incidência em nosso País.
Entre os dias 1º e 3 de
novembro deste ano, São Paulo sediará a Cúpula Mundial de Hepatites, principal
convenção da comunidade mundial sobre o assunto. Será mais uma oportunidade
para os brasileiros tomarem conhecimento da doença e se engajarem na
mobilização mundial. Eliminar as hepatites, como propõe o lema do Dia de Luta,
é o que precisamos fazer.