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sábado, 9 de setembro de 2017

Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais

Transcrição do pronunciamento do Dr. JORGE SILVA - PHS-ES, falando sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites. Realização em São Paulo da Cúpula Mundial de Hepatites.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cerca de 325 milhões de pessoas vivem com infecção crônica causada pelos vírus da hepatite B ou C, e anualmente 1,3 milhão delas morre em consequência da doença.

A grandeza desses números diz bem da importância de esclarecer a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, inclusive com campanhas como as que acontecem em torno de 28 de julho, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.

Em 2017, a data tem por lema Eliminar as hepatites, um propósito que ainda está distante, mas ao menos já parece possível, em função das vacinas e dos novos tratamentos disponíveis. Assim, até 2030, a Organização Mundial da Saúde espera reduzir a incidência de hepatites em 90% e a mortalidade, em 65%.

O grande problema é que as hepatites virais constituem o que se costuma chamar de "epidemia silenciosa", porque a maioria das pessoas que as contraem não percebe isso, e as de tipo B e C às vezes levam décadas para se manifestar.

Estima-se que apenas 1 em cada 20 pessoas com hepatite viral sabe estar infectada e que só 1 em cada 100 pessoas que têm a doença se submete ao tratamento.

No Brasil, a hepatite também é considerada um grave problema de saúde pública, por isso desde 1998 foi estabelecida sua notificação compulsória. Entre 1999 e 2015, foram notificados 514 mil casos, sendo cerca de 31% do tipo A, 38% do tipo B e 29% do tipo C. Já no período de 2000 a 2014, ocorreram no País mais de 56 mil óbitos associados às hepatites virais dos diversos tipos.

Mas o próprio Ministério da Saúde admite, no Boletim Epidemiológico de 2016, que a subnotificação permanece elevada, e, portanto, o número real de casos deve ser muito maior.

Tudo isso aponta para a necessidade de um grande esforço de conscientização da sociedade sobre a alta incidência e os riscos da hepatite, que pode evoluir para doença hepática crônica, câncer e morte.

Ausência de saneamento básico, falta de higiene e sexo sem proteção aumentam as possibilidades de transmissão das hepatites. Atualmente, existem vacinas contra as hepatites dos tipos A e B, mas não contra a do tipo C; os demais tipos têm baixa incidência em nosso País.

Entre os dias 1º e 3 de novembro deste ano, São Paulo sediará a Cúpula Mundial de Hepatites, principal convenção da comunidade mundial sobre o assunto. Será mais uma oportunidade para os brasileiros tomarem conhecimento da doença e se engajarem na mobilização mundial. Eliminar as hepatites, como propõe o lema do Dia de Luta, é o que precisamos fazer.


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