Apoiado pelo Ministério da
Saúde, o projeto apresentou resultados positivos. O estudo usa a bactéria
Wolbachia para bloquear a proliferação do vírus da dengue, zika e chikungunya
O
projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil (ED BRASIL), implementado
pela FIOCRUZ em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, apresentou
resultados positivos em sua primeira fase. Iniciado em 2014, em pequenas áreas
do Rio de Janeiro, o projeto abrange, atualmente, localidades em Niterói e 10
bairros da Ilha do Governador. Em fase de expansão, a previsão é que bairros
das regiões norte, sul e central da cidade do Rio de Janeiro também sejam
atendidos. Em 2018, a iniciativa também será implantada na cidade de Belo
Horizonte.
O
estudo pretende diminuir casos das principais doenças transmitidas pelo
mosquito Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya) a partir
da inoculação da bactéria Wolbachia nos mosquitos. Em contato com o inseto, a
bactéria reduz a transmissão dos vírus causadores destas arboviroses.
A
bactéria em estudo, Wolbachia, existe naturalmente em mais de 60% dos insetos
encontrados no meio ambiente e não tem apresentando riscos em contato com seres
humanos.
O
método não envolve transformações genéticas, sendo uma iniciativa inovadora e
autossustentável. “Quase dois anos e meio após a inoculação da bactéria em
mosquitos da primeira área piloto, registramos que quase a totalidade dos
insetos possuem a bactéria. Ou seja, mediante o cruzamento entre eles, há a
transmissão da Wolbachia pela fêmea aos seus filhotes, o que indica que
bactéria vai se perpetuar nas gerações futuras dos mosquitos”, explicou Luciano
Moreira pesquisador da Fiocruz, responsável pela iniciativa no Brasil. Com a
bactéria, os mosquitos são incapazes de transmitir a dengue, zika e
chikungunya. O Ministério da Saúde destinou, até o momento, o orçamento 12 milhões
para o estudo.
O
método é complementar a todos os outros já existentes para proteção e combate a
essas doenças. “A tecnologia deve ser implementada à serviço da saúde. Nosso
investimento hoje pode significar a diminuição, ou até eliminação, de doenças
que afetam em muito os brasileiros”, defendeu o Secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Marco Fireman.
Por Agência Saúde com
informações de Bruna Viana
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