Advogados dos fabricantes de
opioides esperam poder firmar um “acordo social” sobre a epidemia, pelo qual
ajudem a enfrentar a crise doando medicamentos antidependência e dinheiro – sem
aceitar responsabilidade legal.
Eles citam uma solução recente
para um processo antitruste contra a Pfizer na Louisiana, no qual o
grupo farmacêutico forneceu ao Estado 60 mil frascos de naloxona, uma
droga que interrompe rapidamente os efeitos da overdose de opioides. O valor do
lote chegou a cerca de US$ 1 milhão.
O processo contra a Pfizer
nada teve a ver com a epidemia de opioides. A ação alegava que a empresa havia
tentado impedir a introdução de versões genéricas de um de seus outros
medicamentos. Mas um advogado que atua na defesa de um fabricante de opioides
disse que esse é um exemplo de como as farmacêuticas dispõem dos “meios e
recursos” para reagir à epidemia, acrescentando que a doação de medicamentos
pode ser complementada pela oferta de recursos para a operação de centros para
tratamento de dependência.
Autoridades da cidade dizem
que pretendem entrar na Justiça, acrescentando que suas iniciativas visam tanto
dissuadir má conduta futura como arrecadar dinheiro. Mas alguns advogados
acreditam que o foco em soluções imediatas poderá prevalecer sobre um vitória
legal ou um acordo e pagamento multibilionário.
O dinheiro abatido de um
acordo para cobrir o pagamento de honorários legais equivaleria a “subtrair
recursos de pessoas precisam dele”, diz Jodi Avergun, da Cadwalader, Wickersham
& Taft.
“O montante gasto na disputa
judicial seria mais bem empregado em benefício das pessoas em nome dos quais as
ações judiciais estão sendo iniciadas. Não há nada que impeça um acordo cujos
termos especifiquem uma contribuição na forma de um centro de tratamento ou
clínica”.
Fonte: Valor Online
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