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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Ministro da Saúde apresenta dados e ações para segurança no trânsito

Durante evento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Barros apresentou queda nos óbitos e perfil dos acidentados nas vias do país
                                                            
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou, nesta sexta-feira (15), do encerramento do 12º Congresso Brasileiro de Medicina de Tráfego, em Costa do Sauipe (BA). O evento, organizado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), discutiu a segurança viária e a mobilidade saudável no país. Na ocasião, Barros apresentou os principais dados de óbitos, internações e custos dos acidentes de trânsito para o SUS, além das ações realizadas pelo Ministério da Saúde e Governo Federal para promover um ambiente seguro para a população brasileira.

“É muito relevante para nós todos, do ponto de vista de gestão, os esforços que pudermos fazer para reduzir os acidentes de trânsito, que têm impacto considerável no orçamento do SUS. Mas acidente de trânsito é um problema que precisa ser enfrentado com muita clareza e determinação de toda a sociedade, pois causa danos às famílias”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Durante a sua participação no evento, o ministro destacou a queda de 11% no número de óbitos em acidentes de trânsito, entre os anos de 2014 e 2015, registrados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Em 2015, 38.651 vítimas faleceram em decorrência deste tipo de acidente, contra 43.780 registrados no ano anterior. Entre as causas em que as mortes tiveram redução significativa, estão os acidentes com automóvel e os atropelamentos, com um decréscimo de 23,9% e 21,5%, respectivamente. Entre os motociclistas também houve redução da mortalidade em 4,8%. Pelos números, mais de cinco mil vidas foram poupadas em todo o país.

A redução pode estar relacionada à efetividade das ações de fiscalização após a lei seca, que neste ano completa 9 anos de vigência. A desaceleração da economia também pode ter contribuído. De 2014 para 2015, o aumento da frota de veículos automotivos no país foi de 4,6%, bem abaixo do registrado de 2010 a 2014, quando a frota total de veículos triplicou.

Também devem ser apresentados dados do Saúde Brasil e Viva Inquérito, apontando que os que mais sofrem acidentes de trânsito no país são os motociclistas e jovens, com idades entre 20 e 39 anos. Além disso, os levantamentos demonstram que os usuários de motos representaram cerca de um quarto dos óbitos registados em 2014 e mais da metade (54,7%) do número de internações em decorrência desse tipo de acidente. A região que apresentou o maior risco de morte para os usuários de motos e pedestres foi o Nordeste. A região foi a que também registrou a maior taxa de internação entre os motociclistas.

Cerca de 70% a 80% das vítimas de acidentes de trânsito são atendidas pelo SUS. Os acidentes de trânsito são a segunda ocorrência que gera atendimento nos serviços públicos de urgência e emergência em todo o Brasil. Dessas vítimas, 34,5% sofreram contusão/entorse ou luxação; 30,1% fraturas, amputações ou traumas
(cranioencefálico, dentário e politraumatismo) e 27,2% cortes e lacerações. Isso resultou, apenas entre 2010 e 2015, em mais de R$ 1,3 bilhão gastos em atendimentos no Sistema Único de Saúde do país.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o terceiro país com o maior número de óbitos no trânsito, perdendo apenas para China e Índia, e ficando à frente de grandes potências mundiais como Estados Unidos e Rússia. Ainda sobre óbitos, Barros destacou que a estimativa, até 2020, é que se estabilize o número de mortes, com projeção de aumento de 0,2% ao ano.

ÁLCOOL E DIREÇÃO – Apesar da queda de mortes por acidentes de trânsito, um dado ainda preocupa: o aumento no percentual de brasileiros que combinam álcool e direção. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, em 2016, 7,3% da população adulta das capitais brasileiras declararam que bebem e dirigem. No ano anterior, o índice foi de apenas 5,5%. Um aumento de 32%, em apenas um ano.

PROJETO VIDA NO TRÂNSITO – Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, uma ação nos pontos com maiores problemas e maior fiscalização, principalmente no que se refere ao “álcool e direção” e à velocidade excessiva e/ou inadequada. O Vida no Trânsito ressalta a importância da articulação do setor saúde com o trânsito no cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro nos componentes da vigilância (informação qualificada, monitoramento das lesões e mortes e fatores de risco), prevenção e cuidado pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação ofertado às vítimas. O Programa iniciou em cinco capitais do país: Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Palmas e Teresina, a partir de 2013, foi implantado nas demais capitais, e em alguns municípios (Guarulhos-SP, Campinas-SP, São Gonçalo-RJ, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR).

Por Victor Maciel, da Agência Saúde


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