O relatório da Anvisa sobre os
bancos de sangue do cordão umbilical e placentário traz o panorama dos 32
bancos de sangue de cordão umbilical, 13 públicos e 19 privados, em
funcionamento no país e expõe os dados de produção referentes às atividades dos
serviços, organizados na forma de indicadores de qualidade.
No Brasil existem dois tipos
de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário: os serviços da rede
pública BrasilCord, chamados de BSCUP, e os Bancos de Sangue de Cordão
Umbilical e Placentário privados para uso Autólogo, denominados BSCUPA.
Em 2016, de acordo com o relatório,
anexo, da Anvisa, três transplantes foram viabilizados pela rede
BrasilCord (BSCUP) e um transplante pelos Bancos de Sangue de Cordão Umbilical
e Placentário privados para uso autólogo (BSCUPA). A Rede BrasilCord contribuiu
com 103 amostras disponibilizadas para pesquisa e os BSCUPA com sete unidades.
Coleta
Observou-se a tendência de
diminuição no número de unidades coletadas e armazenadas pelos bancos privados
e públicos nos últimos quatro anos, de 2013 a 2016. A diminuição das
coletas foi de 48% para o setor privado, neste período, e em torno de 30%
para o setor público.
Entre 2012 e 2016, o número de
unidades coletadas na rede privada passou de 15.941, em 2012, para 8.300,
em 2016. Na comparação entre 2015 e 2016, a redução foi de 23,1%.
Descarte
A Rede BrasilCord fez o maior
número de descarte de unidades de sangue de cordão, 1.209 amostras, e o BSCUPA,
686 descartes. E uma das explicações está na política de qualidade dos BSCUP.
Os bancos públicos optam por
aumentar o valor mínimo de células determinado pela norma da Anvisa, a RDC 56/2010, para fins de armazenamento,
conforme possibilita a legislação sanitária. Alguns bancos públicos
desqualificam, por exemplo, as unidades que contêm menos de 750 milhões de células,
enquanto a legislação sanitária define que o mínimo para armazenamento deve ser
500 milhões de células.
Os bancos públicos devem
desqualificar as unidades com sorologia positiva, enquanto é facultado ao banco
privado o armazenamento de unidades para uso autólogo com esta condição – isto
porque as famílias contratam o serviço de armazenagem do cordão umbilical
pensando no uso futuro apenas para a própria criança.
O principal motivo de
desqualificação de unidades de sangue de cordão pelos bancos públicos foi
“baixa celularidade pré-armazenamento” (55,0%) seguido de “baixo volume”
(33,8%) e “perda ou dano por motivo diverso antes ou após o armazenamento”
(8,6%).
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