Atleta paraolímpico defende
uso de cateter hidrofílico para melhorar qualidade de vida de paraplégicos e
tetraplégicos
O atleta Rafael Hoffmann
defendeu o uso do cateter pelo SUS, para reduzir os casos de infecção urinária
entre paraplégicos e tetraplégicos
A Comissão de Defesa das
Pessoas com Deficiência vai recomendar ao Ministério da Saúde uma medida simples
que pode melhorar a qualidade de vida de quem sofreu lesão medular. Trata-se do
uso de uma sonda descartável necessária para que paraplégicos e tetraplégicos
possam esvaziar a bexiga sem risco de infecções.
A Comissão quer que esse
equipamento, chamado cateter hidrofílico, seja oferecido pelo SUS. O tema foi
discutido em audiência pública nesta quarta-feira (20), que ouviu testemunhos
como o de Rafael Hoffmann, atleta paraolímpico brasileiro, campeão
sul-americano e medalha de bronze no Rugby em cadeira de rodas.
Ele ficou tetraplégico depois
de um mergulho em águas rasas, aos 23 anos. Rafael conta que mesmo após o
acidente, não abriu mão do sonho de se tornar atleta profissional, mas isso só
foi possível quando pôs fim às recorrentes infecções urinárias, causadas pelo
uso do cateter tradicional. Ele conseguiu acesso ao cateter hidrofílico pelo
SUS por meio de ordem judicial. “Para quem tinha infecção urinária de três em
três meses, diminuir para uma em três anos é considerável. Eu passei a ser uma
pessoa produtiva novamente, tudo isso pela retomada da qualidade de vida”,
disse Hoffmann.
Hemodiálise
Outros cadeirantes ouvidos pela comissão querem garantir os mesmos benefícios de Rafael Hoffmann. Edson Rosa, de Belo Horizonte, é paraplégico há 24 anos e há seis anos perdeu um rim por complicações geradas após infecção renal por não esvaziar a bexiga adequadamente e pelas sucessivas infecções causadas pela reutilização do cateter. Em Belo Horizonte, segundo ele, a orientação da secretaria de saúde é usar o mesmo cateter por cinco dias consecutivos. “Muitos amigos e atletas perderam um rim, outros foram para hemodiálise e outros foram a óbito, isso é muito grave", afirmou.
Outros cadeirantes ouvidos pela comissão querem garantir os mesmos benefícios de Rafael Hoffmann. Edson Rosa, de Belo Horizonte, é paraplégico há 24 anos e há seis anos perdeu um rim por complicações geradas após infecção renal por não esvaziar a bexiga adequadamente e pelas sucessivas infecções causadas pela reutilização do cateter. Em Belo Horizonte, segundo ele, a orientação da secretaria de saúde é usar o mesmo cateter por cinco dias consecutivos. “Muitos amigos e atletas perderam um rim, outros foram para hemodiálise e outros foram a óbito, isso é muito grave", afirmou.
José Carlos Truzzi, médico da
Sociedade Brasileira de Urologia, aponta as vantagens do uso do cateter
hidrofílico que apresenta menores chances de complicações. Ele alerta para a
necessidade de o SUS avaliar o custo-benefício de sua adoção e a economia que
fará ao se evitar infecções.
“Não é viável, não é ideal que
se pense apenas no custo unitário que vai se aplicar. Existe a consequência da
não utilização desse tratamento. Um antibiótico de uso oral tem um custo
unitário de uma dezena de reais, um antibiótico injetável tem um custo de
milhares de reais por dia. Então, um indivíduo que sofra infecção três vezes ao
ano e na hipótese de que uma ou duas vezes tenha que ser internado, o custo se
torna exorbitante", avaliou.
Autor do requerimento para a
audiência, o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) informou que a Comissão vai
recomendar a adoção do cateter hidrofílico à Comissão de Incorporação de
Tecnologia em Saúde, do Ministério da Saúde.
Reportagem – Geórgia Moraes,
Edição – Roberto Seabra, Foto - Cleia Viana / Agência Câmara Notícias
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