Uma série de fatores pode levar as mulheres a ter
câncer do colo do útero ou os homens, de pênis. Mas na maioria dos casos, essas
doenças são provocadas pelo HPV (vírus do papiloma humano). A infecção
provocada pelo vírus ataca, especialmente, as mucosas oral, genital e anal. O
HPV também está relacionado com cânceres de boca, garganta e ânus.
O que muita gente não sabe é que a vacina contra o
HPV é ofertada no SUS é extremamente eficaz na prevenção desses tumores. Ela
está disponível nas mais de 36 mil salas de vacinação a meninos na faixa etária
de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos. “Nós precisamos que meninos e meninas
recebam essa vacina. Porque assim eles estarão evitando essas doenças, que
estão cada vez mais presentes entre os jovens”, alerta a coordenadora de
Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
O esquema vacinal deve ser de duas doses, com
intervalo de seis meses entre elas. Esse espaço de tempo entre as doses é
fundamental para a produção de anticorpos, que é o que vai gerar a proteção
contra o vírus. Carla Domingues explica que quanto maior o intervalo entre as
doses, menor será a eficácia. Por isso, “deve-se respeitar esse esquema, para
que os jovens tenham maior chance de produzir anticorpos, não devendo
ultrapassar de até 15 meses o intervalo entre as doses. Caso o esquema esteja
atrasado, mesmo assim não deixe de tomar a vacina. Não há necessidade de se
iniciar novamente o esquema vacinal”, destaca a coordenadora.
Câncer
do colo do útero
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 16,3 mil novos casos de câncer do colo do útero em 2016. Em 2015, foram 5,4 mil mortes. “A vacina HPV tem uma eficácia elevadíssima, com uma proteção de 98%. Se essas meninas passarem a se vacinar agora, esta geração estará praticamente livre dessa doença mais pra frente”, avalia Domingues.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 16,3 mil novos casos de câncer do colo do útero em 2016. Em 2015, foram 5,4 mil mortes. “A vacina HPV tem uma eficácia elevadíssima, com uma proteção de 98%. Se essas meninas passarem a se vacinar agora, esta geração estará praticamente livre dessa doença mais pra frente”, avalia Domingues.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos
80% do público-alvo, o que garante proteção inclusive para quem não está no
grupo prioritário para a vacinação. Isso é o que se chama de imunidade de
grupo.
“Esta vacinação mudará o cenário trágico da
ocorrência do câncer no nosso país. Quase todas as meninas de hoje não terão
câncer do colo do útero e de vulva e os meninos não terão câncer de pênis
quando se tornarem adultos. Adolescentes de ambos os sexos também estarão
protegidos dos cânceres garganta e ânus, além das verrugas genitais, o que será
um enorme ganho na qualidade de vida da nossa população”, esclarece a
coordenadora.
Para os meninos, a estratégia tem como objetivo
proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão
diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação
visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do
contato com o vírus. Os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer
no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90%
dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Nas meninas, o principal foco da vacinação é
proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões
pré-cancerosas; verrugas genitais; e infecções causadas pelo vírus. O HPV é
transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de
relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do
parto. Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são
portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao
câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à
doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer
estima 16 mil novos casos.
Prevenção
O governo federal, por meio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, oferta a vacina contra o HPV gratuitamente. O público-alvo deve procurar uma das 36 mil salas de vacina espalhadas por todo Brasil para se vacinar.
O governo federal, por meio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, oferta a vacina contra o HPV gratuitamente. O público-alvo deve procurar uma das 36 mil salas de vacina espalhadas por todo Brasil para se vacinar.
A definição da faixa-etária para a imunização
contra o HPV foi escolhida com base em pesquisas que apontam que nessa idade a
produção de anticorpos é muito elevada, duas vezes mais se comparado com a
população adulta. Isso aumenta a proteção da doença e a efetividade do programa
de vacinação. A vacina previne a infecção pelos subtipos 6, 11, 16 e 18. Ela
não tem efeito de cura. Portanto, o ideal é que a vacina seja administrada
antes de uma possível exposição ao HPV. “Nós precisamos fazer com que mães,
pais e responsáveis tenham consciência da importância da vacinação do mesmo
jeito que eles têm com as vacinas de sarampo, coqueluche, para que no futuro
tenhamos êxito”, alerta Carla Domingues.
Ampliação
temporária
Em alguns municípios a procura da vacina foi
pequena, mesmo com toda a divulgação da importância de proteger o público alvo
definido pelo Ministério da Saúde. Por isso, cidades onde há vacinas em
estoque, com prazo de validade até março de 2018, poderão aplicar as doses em
homens e mulheres entre 15 e 26 anos. A medida tem caráter temporário, visando
evitar o desperdício da vacina e abrange apenas esses municípios que ainda tem
esse estoque a vencer. Foi o caso da Tamires Cunha de 20 anos, estudante de direito,
que tomou essa medida de prevenção. “Procurei o posto de saúde que estava com a
vacina disponível e tomei”, conta a estudante.
No caso da estudante é que está fora da faixa
recomenda pelo Ministério, ela tomará três doses, com intervalos de dois meses
e seis meses da primeira, para que a vacina tenha eficácia. “Hoje em dia,
qualquer forma para que eu posso me prevenir, eu vou me prevenir”, destaca
Cunha.
Luíza Tiné, para o Blog da Saúde
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