Entre 2014 e 2015, o
investimento do setor privado do país em pesquisa e desenvolvimento aumentou de
R$ 37,4 bilhões para R$ 38,1 bilhões, apesar da crise econômica. Os dados estão
na publicação “Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2017” do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A
publicação, que reúne dados da Pesquisa de Inovação do IBGE (Pintec) e outras
fontes, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), fornece um retrato sobre a inovação no Brasil.
Segundo o documento, o total
do dispêndio nacional em P&D em 2015 foi de R$ 76,5 bilhões, somando
investimentos públicos e privados. Isso significa uma queda de 3,5% na
comparação com o montante registrado no ano anterior (R$ 79,2 bilhões).
“Os investimentos em pesquisa
e desenvolvimento em relação ao PIB apresentaram uma estabilidade, apesar da
crise, com destaque para o aumento da participação das empresas, que estão
investindo mais para fazer frente à crise. É uma reação. As empresas buscam ser
mais inovadoras”, afirma o coordenador-geral de Gestão, Inovação e Indicadores
do MCTIC, Fernando Coelho.
Os dispêndios nacionais em
pesquisa e desenvolvimento financiados pelas empresas privadas passaram de
0,57% em 2014 para 0,61% no ano seguinte. Já os investimentos públicos sofreram
leve redução no mesmo período, passando de 0,67% para 0,64%. Ainda assim, são
mais elevados que o do setor privado.
Os investimentos do setor
público brasileiro em pesquisa e desenvolvimento também são maiores que os da
China (0,44%), Japão (0,54%) e Reino Unido (0,48%). No entanto, nesses três
países, o percentual investido pelas empresas, respectivamente, é de 1,54%,
2,72% e 0,82%.
“Temos o desafio no Brasil de
fazer com que a pesquisa seja mais protagonizada pelo setor privado”, avalia
Coelho.
Recursos humanos
O levantamento do MCTIC mostra
que 316.495 mil pessoas (pesquisadores e pessoal de apoio) trabalham com
pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Desse total, 237.585 estão no ensino
superior, 69.746 no setor empresarial, 9.935 no governo e 1.816 no setor
privado sem fins lucrativos.
O número de pesquisadores
cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq em 2016 supera os 230
mil profissionais nas mais diversas áreas: ciências da saúde, ciências humanas,
engenharias e computação, ciências biológicas, agrárias e outras. Já o total de
pedidos de patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(Inpi) caiu de 33.043 para 31.020.
“O indicador é uma questão
vital, pois reflete o estágio em que se encontra determinada política pública.
Cada vez mais, temos que aprimorar o nosso trabalho de avaliação e
monitoramento”, explica o diretor de Gestão Estratégica da Secretaria Executiva
do MCTIC, Johnny Santos. “Esse documento permite traçar um panorama bastante
amplo e refletir sobre os resultados das nossas políticas públicas. Representa
a materialização de um grande esforço”, define.
Empresas brasileiras
investiram mais em inovação, segundo a publicação, em anexo, “Indicadores
Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação 2017”.
Anexo:
Foto: Ascom/MCTIC