Onze países das Américas
notificaram 385 casos confirmados de sarampo neste ano: Antígua e Barbuda (1
caso), Argentina (1), Brasil (46), Canadá (4), Colômbia (5), Equador (1),
Estados Unidos (41), Guatemala (1), México (4), Peru (2) e Venezuela (279). Os
dados são da mais recente atualização epidemiológica da Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), publicada na
noite do dia 6 de abril.
Os casos em Antígua e Barbuda
e na Guatemala foram importados, respectivamente, do Reino Unido e da Alemanha.
Os casos no Canadá, nos Estados Unidos e no México também são importados ou
associados à importação. No Peru, estão sendo investigados os lugares onde
ocorreram as infecções.
Na Argentina, o caso
confirmado de sarampo foi registrado em uma menina de menos de um ano de idade,
sem histórico de vacinação. Está em andamento uma investigação no país para
identificar a fonte de infecção. No Equador, foi confirmado um caso em um
menino venezuelano de cinco anos que havia viajado de Caracas para Quito
durante o período de incubação da doença. A criança também não tinha histórico
de vacinação.
Na Venezuela, 67% dos casos
confirmados foram registrados no estado de Bolívar. A propagação do vírus para
outras áreas geográficas é explicada, entre outros fatores, pelo alto movimento
migratório da população devido à atividade econômica em torno da mineração e do
comércio.
Para interromper a transmissão
do vírus, foi elaborado um Plano Nacional de Resposta Rápida, que inclui
estratégias e atividades de vacinação, vigilância epidemiológica, busca e
investigação de casos, além de capacitação de profissionais de saúde. A OPAS
está trabalhando para mobilizar recursos com parceiros estratégicos, a fim de
apoiar todas as medidas de controle do surto na Venezuela, incluindo a campanha
de imunização.
No Brasil, há um surto em
andamento nos estados de Roraima (42 casos confirmados, dos quais 34 cidadãos
venezuelanos e oito brasileiros) e do Amazonas (quatros casos confirmados,
todos cidadãos brasileiros). Para enfrentar o surto, o Ministério da Saúde do
país, em coordenação com os governos estaduais e municipais, está realizando
campanhas de vacinação nos dois estados (tanto para residentes quanto
imigrantes venezuelanos de 6 meses a 49 anos de idade).
O plano emergencial de
contenção do surto de sarampo em Roraima conta com a colaboração da OPAS/OMS. O
organismo internacional, a pedido do Ministério da Saúde do Brasil, está
apoiando a montagem de um posto de vacinação em Pacaraima, município brasileiro
localizado na fronteira com a Venezuela.
Além disso, está ajudando o
governo federal brasileiro no fornecimento de seringas, na compra de materiais
para manter a temperatura adequada das vacinas, na contratação de profissionais
(por exemplo, vacinadores) e no envio de especialistas para apoiar as
autoridades nacionais e locais, entre outros.
Recomendações às autoridades
A região das Américas foi
a primeira do mundo a ser declarada livre de sarampo,
uma doença viral que pode causar graves problemas de saúde, inclusive
pneumonia, cegueira, inflamação do cérebro e até mesmo a morte. A principal
medida para prevenir a introdução e disseminação do vírus do sarampo é a
vacinação da população suscetível, juntamente com a implementação de um sistema
de vigilância de alta qualidade e sensível o suficiente para detectar de forma
oportuna quaisquer casos suspeitos.
Tendo em vista as contínuas
importações do vírus de outras regiões do mundo e os surtos em curso nas
Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS) insta os países e territórios a:
- Vacinar a população para manter uma
cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina
contra sarampo, caxumba e rubéola em todos os municípios. A Semana de
Vacinação nas Américas, que começa em 22 de abril, é uma oportunidade para
intensificar a cobertura vacinal e estabelecer níveis de cobertura mais
homogêneos dentro dos países.
- Vacinar populações em risco (sem
comprovação de vacinação ou imunidade contra sarampo e rubéola), como
profissionais de saúde, pessoas que trabalham com turismo e transporte
(hotelaria, aeroportos, motoristas de táxi, etc.) e viajantes
internacionais.
- Manter uma reserva de vacinas contra
sarampo e rubéola e de seringas para controle de casos importados em cada
país da Região.
- Fortalecer a vigilância epidemiológica
para detecção oportuna de todos os casos suspeitos de sarampo e garantir
que as amostras sejam recebidas por laboratórios dentro de cinco dias após
serem tomadas.
- Estabelecer mecanismos padronizados para
fornecer uma resposta rápida frente aos casos importados de sarampo, com o
objetivo de evitar o restabelecimento da transmissão endêmica (ou seja,
que existe de forma contínua e constante dentro de uma determinada
região). Uma vez ativada a equipe de resposta rápida, deve-se assegurar
uma coordenação permanente entre os níveis nacionais e locais, com canais
de comunicação permanentes e fluidos.
- Identificar fluxos migratórios do exterior
(chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos
populacionais) em cada país, a fim de facilitar o acesso aos serviços de
vacinação, de acordo com o calendário nacional de imunização.
Fonte:OPAS/OMS Brasil