A bancada de mulheres no Senado para os próximos quatro
anos pode ser menor do que a atual. Com sete senadoras eleitas e uma vaga de
suplente assumida, a Casa terá doze senadoras, uma a menos do que o grupo
atual. O número pode aumentar e se igualar ao atual, caso a senadora Fátima
Bezerra (PT), que disputa o segundo turno para o governo do Rio Grande do
Norte, não seja eleita e retorne à Casa para o restante do seu mandato.
As candidaturas femininas foram 62 das 353 totais em
disputa para o Senado. O número de mulheres que concorreram por uma vaga em
2018 foi maior do que nas duas últimas eleições. Ainda assim, nenhuma mulher
foi eleita para a Casa em 20 estados – em três deles, Acre, Bahia e Tocantins,
não houve sequer candidatas. As sete senadoras eleitas representam apenas 13%
dos eleitos para o cargo. O número de eleitas é igual ao das eleições de 2010,
a última em que dois terços do Senado foram renovados.
Já na Câmara dos Deputados, a bancada aumentou, passando de
51 para 77 deputadas. Elas somam agora 15% naquela Casa. A porcentagem é
semelhante a atual no Senado, em que as mulheres representam apenas 16% das
vagas ocupadas. A presença feminina também é menor nas indicações de suplência.
Dos 54 senadores eleitos e dentre seus 108 suplentes escolhidos, as mulheres
são cerca de 30% dos nomes listados para os cargos de primeiros e segundo
suplentes.
Representantes
Entre as sete eleitas, duas ficaram em primeiro lugar na
disputa eleitoral do estado ou distrito: a novata na política Juíza Selma
Arruda (PSL), no Mato Grosso, e a ex-jogadora Leila do Vôlei (PSB), pelo
Distrito Federal. Leila será a primeira senadora eleita no DF e se destaca por
ter escolhido apenas mulheres para os cargos de suplentes. Chegam à Casa também
as deputadas federais Mara Gabrilli (PSDB-SP), Daniella Ribeiro (PP-PB),
Zenaide Maia (PHS-RN) e Eliziane Gama (PPS-MA).
A bancada também será composta pela estreante na política
Soraya Thronicke (PSL-MS), eleita com 373.712 no Mato Grosso do Sul, e por
Mailza Gomes (PSDB-AC), que assumirá como suplente a vaga de Gladson Cameli
(PP), eleito para o cargo de governador do Acre. Todas as senadoras eleitas
possuem nível superior e apenas duas nunca atuaram em cargos políticos.
Continuam na bancada as senadoras eleitas em 2014 Simone
Tebet (MDB-MS), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), Rose Freitas (Pode-ES) e Kátia
Abreu (MDB-GO). Rose disputou o governo do seu estado, mas não foi eleita e
ainda tem mais quatro anos de mandato — o mesmo ocorre com Kátia Abreu que
perdeu a disputa para vice-presidência da República.
De saída
A procuradora especial da Mulher do Senado, senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), não conquistou a reeleição na Casa. O mesmo
ocorreu com as senadoras Ângela Portela (PDT-RR) e Lúcia Vânia (PSB-GO). Também
saem do Senado para assumir vaga na
Câmara dos Deputados as senadoras Gleisi
Hoffmann (PT-PR) e Lídice da Mata (PSB-BA).
Se despede ainda a senadora não eleita Ana Amélia (PP-RS),
que se candidatou a vice-presidência da República. Além disso, também não
retornarão em 2019 as senadoras Regina Souza (PT), eleita vice-governadora do
Piauí, e a paulista Marta Suplicy, que se desfilou do MDB e se aposentou da
carreira pública.
As saídas e renovações impactam, por exemplo, na composição
da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, que
perderá quatro das cinco senadoras titulares.
Agência Senado