Cooperação Brasil e EUA entre
Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, CNPq e NIH apresentam
os projetos científicos e tecnológicos em saúde
O Departamento de Vigilância,
Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do
Ministério da Saúde participou, nos dias 30 e 31 de outubro, do seminário final
de avaliação de pesquisas científicas. O evento “Cooperação Brasil e Estados
Unidos - Pesquisa Científica e Tecnológica em Saúde” reuniu cientistas
brasileiros que apresentaram resultados de pesquisas apoiadas na Chamada
NIH/MCTI-CNPq/MS-SCTIE-DECIT-SVS-DST-Aids n° 30/2014 em IST, HIV e Hepatite C,
além de outras áreas da saúde.
Durante a cerimônia de
abertura, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do
Ministério da Saúde, Marcos Fireman, destacou a importância de pesquisas
aplicadas que possam ser utilizadas na prática pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). “Avaliamos sempre a aplicabilidade e viabilidade dos projetos para a
saúde pública. Estamos atrás de pesquisas que melhorem a gestão em saúde e que
sejam efetivamente aplicados ao SUS. Por isso investimos em institutos de
pesquisa e na comunidade científica e acadêmica”, afirma.
A consultora do DIAHV Cristina
Pimenta ressaltou a importância de pesquisas voltadas para o HIV e Hepatite C
realizadas em conjunto com entidades nacionais e internacionais. Além disso,
enfatizou o fortalecimento das redes de pesquisa no Brasil por meio da
colaboração com os pesquisadores dos Institutos de Saúde Americanos (NIH),
gerando evidência científica e aplicação nas áreas de assistência e prevenção
em IST/HIV/Aids do SUS.
A diretora substituta do
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT) do Ministério da
Saúde, Wanessa Tenório, lembrou que “o evento estimula a inovação para a
incorporação de novas tecnologias em saúde. O seminário serve para conhecer
pesquisas que contribuem para uma significativa melhora nos sistemas de saúde e
afetam diretamente nosso maior interessado: o usuário do SUS”.
O Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) representado por seu
diretor Fábio Larotonda destacou a parceria realizada entre a pasta e o CNPq.
“O MCTIC promove diálogo contínuo com o CNPq. Discutimos várias parcerias para
a promoção de novas tecnologias em saúde, por isso atendemos diversas áreas –
de modo transversal – e tentamos implementá-las”, diz.
No total foram apresentados 63
projetos dos quais 19 foram aprovados pelo CNPq e pelo Instituto Nacional de
Saúde dos Estados Unidos da América (NIH). “Estes projetos receberam 12 milhões
de reais e hoje estamos aqui atendendo a este chamado para ver os resultados
destas pesquisas”, relata Marcelo Morales, diretor de Ciências Agrárias,
Biológicas e da Saúde do CNPq.
Morales ainda relatou sobre o
marco regulatório que rege os aprovados. Segundo ele, o foco é voltado para
resultados práticos que “podem e devem virar política pública em saúde. Por
isso, fazemos chamados nas etapas iniciais, intermediárias e finais para
prestar uma consultoria permanente e avaliar suas viabilidades para
implementação no SUS”.
Os resultados apresentados
indicam uma parceria de sucesso entre o Brasil e os Estados Unidos. Prova disso
foi a vinda do secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos Alex
Azar ao Brasil no início de outubro, onde visitou Fortaleza e São Paulo para
discutir a colaboração entre os dois países na área de segurança da saúde
global, parceria científica e reforma do setor de saúde.
“Em Fortaleza, Azar se encontrou com famílias locais para
saber mais sobre o vírus da zika e microcefalia. Ele discutiu como as
duas nações podem trabalhar juntas para melhorar e proteger nossos cidadãos
contra ameaças globais à saúde. Em São Paulo, Azar e o ministro da Saúde
Gilberto Occhi visitaram o Hospital Sírio-Libanês e o hospital municipal
infantil Menino Jesus. Ele também visitou as instalações do Instituto Butantã.
Durante a visita ao instituto, o secretário Azar e o ministro Occhi discutiram
a cooperação duradoura entre os EUA e o Brasil na pesquisa em saúde, incluindo
biotecnologia e produção de vacinas”, afirmou Amy DuBois, Adida de Saúde na
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Por fim, o diretor associado
para Assuntos Internacionais de Pesquisa dos Institutos Nacionais de Saúde
(NIH) dos Estados Unidos Dr. Gray Handley reiterou a importância entre a
colaboração dos países para a construção de pesquisas sólidas e aplicáveis nos
sistemas de gestão em saúde. “É preciso melhorar e ampliar a destinação de
recursos para pesquisas e investigações em saúde. Nossa contribuição é sempre
com intuito de colaboração e intercâmbio entre Brasil e EUA. Basta ver o quão
importante este investimento que, há décadas, o Brasil encontra-se em um
patamar muito avançado em relação aos demais países em relação aos avanços na
prevenção e tratamentos para o HIV. Isto é resultado de muito esforço aplicado
em pesquisas e políticas públicas sérias para o enfrentamento desta epidemia”,
conclui.
Projetos apresentados no
seminário com temáticas em IST, HIV e hepatite C
- Células T CD4+ em infecção aguda versus
infecção crônica pelo vírus da hepatite C, de Lia Laura Lewis Ximenez de
Souza.
- Efeito da infecção pelo HIV em desfechos
de câncer entre mulheres com câncer cervical matriculadas no Instituto
Nacional de Câncer (INCA), de Marcelo Alves Soares.
- Uma estratégia baseada em RNAseq para
quantificar a expressão de genes HLA: desenvolvimento e aplicação a
estudos com doenças infecciosas, de Vitor Aguiar.
- Identificação, caracterização e modelagem
de peptóides mimetizando estruturas de epítopos com alta afinidade para
anticorpos pan-neutralizantes de HIV-1: rumo ao desenvolvimento de uma
nova classe de antígenos vacinais, de Roberto Dias Lins Neto.
- Métodos Mistos para estudo da prevalência
da infecção pelo HIV, do conhecimento, disposição para utilizar,
aceitabilidade de barreiras para adoção e adesão à profilaxia
pré-exposição (PrEP) entre travestis no Rio de Janeiro, Brasil, de Emília
Jalil.
- Reaquisição da resistência a Interferon
tipo 1 durante a infecção pelo HIV-1 e progressão à doença, de Enrique
Roberto Argañaraz.
- Terapia Antirretroviral Precoce e Remissão
da Infecção Perinatal do HIV, de Esaú Custódio João Filho.
- Auto Coleta de teste de HPV em mulheres
não rastreadas: estudo de viabilidade no Brasil, de Marcia Edilaine Lopes
Consolaro.
Departamento de Vigilância,
Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais