Destaques

segunda-feira, 8 de abril de 2019

MINISTÉRIO DA SAÚDE E OPAS LANÇAM EDITAL PARA PREMIAR EXPERIÊNCIAS EXITOSAS EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


O Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançaram nesta sexta-feira (5) o edital do “Prêmio APS Forte para o SUS: Acesso Universal”. O objetivo é identificar, dar visibilidade, reconhecer e promover iniciativas municipais, estaduais ou regionais que tenham como foco a melhoria da atenção primária à saúde (APS), principalmente o acesso.

As inscrições poderão ser feitas de forma gratuita, entre os dias 15 de abril e 15 de junho, por Equipes de Saúde da Família, Coordenações de Atenção Básica regionais ou municipais, Secretarias Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde.

Nesta edição do prêmio serão reconhecidas experiências organizadas a partir das seguintes linhas temáticas:
1. Adequação das estruturas e processos dos serviços de saúde para ampliar o acesso, como: ampliação e flexibilização de horários de atendimento, flexibilização de agendas, acesso avançado;
2. Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, para ampliar o acesso, a exemplo de: formas inovadoras de comunicação entre a equipe e a comunidade, marcação não presencial de consultas, estratégias de telessaúde / telemedicina;
3. Estratégias inovadoras para ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família;
4. Estratégias inovadoras de acesso que culminaram em aumento da cobertura vacinal;
5. Novas formas de contratualização público-público ou público-privada da Estratégia de Saúde da Família que aumentaram o acesso da população;
6. Estratégias de provisão e fixação de profissionais e estruturas em áreas remotas e/ou de vulnerabilidade, com ampliação do acesso;
7. Iniciativas de ampliação do acesso da população às ações e/ou às atividades de promoção da saúde.

Os melhores trabalhos serão selecionados para compor uma publicação da OPAS sobre o tema, de forma a servirem de exemplo tanto para outras localidades brasileiras quanto para outros países. Os vencedores também serão premiados com uma viagem de estudo para conhecer uma experiência internacional, a ser indicada pela OPAS, de organização de rede de atenção à saúde centrada na atenção primária.


Dia Mundial da Saúde
O lançamento do edital ocorre no marco do Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, que tem como tema neste ano o acesso e a cobertura universal de saúde. O slogan da campanha é “Saúde universal: para todos e todas, em todos os lugares” e em 2019 se concentra na atenção primária à saúde, equidade e solidariedade.

Os países das Américas têm feito significativos progressos, que refletem no aumento de 16 anos na expectativa de vida nos últimos 45 anos e redução da mortalidade infantil. No entanto, ainda há desafios, porque esses ganhos não foram equitativos.

Por isso, a OPAS apresentará em 9 e 10 de abril, no México, o relatório da Comissão de Alto Nível “Saúde Universal no século XXI: 40 anos de Alma-Ata”. O documento fará recomendações para expandir o acesso e a cobertura de saúde na região até 2030, sem deixar ninguém para trás.

OPAS


domingo, 7 de abril de 2019

12,5 MILHÕES DE BRASILEIROS TEM DIABETES TIPO 1 - SUS VAI FORNECER INSULINAS DE ÚLTIMA GERAÇÃO, ULTRARRÁPIDA UTILIZADAS COM CANETAS APLICADORAS PRODUZIDAS NO BRASIL


Pela primeira vez na história do país, uma insulina análoga humana de altíssima tecnologia e fabricada totalmente no Brasil será fornecida a pessoas com diabetes por meio do Sistema Único de Saúde.

O medicamento, da farmacêutica Novo Nordisk, é o hormônio de ação ultrarrápida e, na rede pública, será destinado a pacientes com o tipo 1 da doença que preencham alguns critérios médicos. Ele já vem embutido em uma caneta para aplicação, dispensando frascos e seringas.

Estima-se que 400 mil brasileiros de todas as regiões serão beneficiados com a distribuição pelo SUS.

A insulina é feita na fábrica da Novo Nordisk, companhia de origem dinamarquesa, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais. A unidade produz nada menos do que 15% de toda a insulina usada no planeta. Os lotes que saem de lá ainda correspondem a um quarto dos fármacos exportados pelo Brasil.

De acordo com Allan Finkel, vice-presidente e gerente-geral do laboratório no país, a medicação que chega ao SUS é de uso mais simples, seguro e efetivo que as insulinas rápidas regulares, o que favorece a adesão do paciente. “É um avanço que reflete o compromisso da companhia em ajudar a reverter o cenário de que sete em cada dez diabéticos não alcançam o resultado esperado do tratamento”, declara.

Em geral, pessoas com diabetes tipo 1 — versão da doença marcada pela agressão do sistema imune ao pâncreas, o que acaba com a produção de insulina pelo organismo — precisam usar dois tipos de insulina: a basal, de lenta duração, e a rápida ou ultrarrápida. A basal é aplicada logo pela manhã e seu efeito se estende ao longo de todo o dia (há versões cuja duração é ainda maior). Já as rápidas e ultrarrápidas são indicadas para os momentos que antecedem as refeições.

Enquanto a rápida demora cerca de meia hora para fazer efeito e atua por entre cinco e oito horas, a ultrarrápida age entre dez e vinte minutos e tem duração de três a cinco horas. “Ela simula melhor a ação da insulina produzida pelo nosso corpo”, observa o endocrinologista Rodrigo Mendes, gerente médico da Novo Nordisk.

É a partir dessa característica que vêm à tona as vantagens da medicação ultrarrápida, conhecida como asparte. “Estamos falando de uma insulina que gera menos hipoglicemias, as quedas bruscas de açúcar no sangue, propicia menos ganho de peso e favorece a adesão ao tratamento diário”, analisa o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Fazendo as aplicações como manda o figurino, o diabético ganha qualidade de vida e menor risco de enfrentar as complicações da doença, como problemas cardiovasculares, perda de visão, falência renal, amputação de membros…

A caneta pré-preenchida com o hormônio, pronta para uso, é outro destaque. “Ela dá mais flexibilidade para o paciente, evita inexatidões com a dose, resiste mais ao calor, o que facilita transporte e manuseio, oferece menos dor no local da aplicação e menor risco de ferimentos”, lista Mendes. “Também faz um clique quando utilizada para guiar pacientes que já tenham algum déficit visual”, completa.

Um estudo conduzido na Irlanda mostra que 95% dos diabéticos do tipo 1 preferem a caneta no dia a dia, em detrimento do modelo mais antigo e sujeito a falhas, dependente de frascos e seringas.

Canetas de insulina na linha de montagem da Novo Nordisk em Montes Claros (MG)

Existem alguns critérios para o paciente receber a insulina asparte pelo sistema público em unidades especializadas de atendimento. Em primeiro lugar, deve ter o tipo 1 da doença e ser acompanhado periodicamente por um médico. Em segundo, já deve ter tentado, sem sucesso, o tratamento com a insulina rápida (ou regular) por pelo menos três meses, monitorando a glicemia com um aparelhinho, o glicosímetro, pelo menos três vezes ao dia.

Outro critério é a ocorrência, em um período de três meses, de episódios frequentes ou graves de hipoglicemia, inclusive noturnas.

A mesma medicação também está disponível na rede privada, ficando a cargo do médico elegê-la ou não para diabéticos do tipo 1 ou mesmo pessoas com o tipo 2 que dependem da insulinização. “No mundo ideal, todo paciente com diabetes tipo 1 deveria ter acesso à versão ultrarrápida, já que ela mimetiza melhor o processo que acontece naturalmente no organismo”, opina Couri.

Calcula-se que entre 5 e 10% das pessoas com diabetes — um universo de 12,5 milhões de cidadãos no Brasil — tenham o tipo 1 da doença

No portal do MS: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes poderá encontrar tudo sobre a doença, tratamentos e cuidados

Por Diogo Sponchiato, Foto: Gui Soares/SAÚDE é Vital


INSULINA ANÁLOGA, TOFFOLI SUSPENDE DECISÃO QUE DETERMINAVA DISTRIBUIÇÃO NO SUS


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, suspendeu os efeitos da decisão que havia determinado a utilização e a distribuição de análogos de insulina aos pacientes do SUS que não se adaptam ao medicamento tradicional.
Suspensa decisão que determinava distribuição de análogos de insulina de longa duração pelo SUS.

A decisão suspensa era do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que tinha acolhido ação civil pública do Ministério Público Federal e determinado que a União implantasse o protocolo para utilização da insulina de longa duração e viabilizasse o custeio dos análogos às Secretarias Estaduais de Saúde.

No pedido de suspensão formulado ao STF, a União sustentou que a decisão questionada representa grave comprometimento à economia, à saúde e à ordem pública e teria significativo impacto na política pública para o tratamento do diabetes mellitus tipo 1, pois contraria o protocolo do Ministério da Saúde para a doença.

A AGU argumentou que, a partir da decisão judicial, foi instaurado procedimento para a implantação de novo protocolo clínico para o tratamento da doença, mas a conclusão foi a de que "não há evidência qualificada de segurança ou efetividade que justifique sua recomendação mesmo em subgrupos específicos de pacientes com diabetes mellitus".

Ainda segundo a União, a sentença permitiria a utilização de fármacos não recomendados pela comunidade médico-científica, o que significaria risco à ordem pública. "A decisão, a pretexto de dar concretude a comandos constitucionais, terminou por restringir o poder-dever de a Administração Pública prestar, em condições de comprovada eficácia e segurança, o mais adequado serviço público de saúde em favor da sociedade", sustenta.

Para Toffoli, o impasse evidencia o potencial de grave lesão à ordem sanitária, porque, em recente protocolo clínico para o tratamento do diabetes mellitus tipo 1 no SUS, consta a recomendação expressa da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) pela não utilização das insulinas análogas de longa duração.

O presidente do STF destacou que, segundo a Lei 12.401/2011, a incorporação de tecnologia no sistema público exige que, "em qualquer caso" haja avaliações sobre sua "eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo".

Ele explicou que, de acordo com a legislação, o processo decisório no sistema de saúde deve adotar critérios essencialmente pautados em evidências, "e não apenas em impressões ou observações pontuais". Toffoli observou ainda que o paciente do SUS não ficará desamparado, pois o tratamento para a doença está disponível no sistema desde pelo menos 1993.

O ministro suspendeu os efeitos das decisões questionadas até o seu trânsito em julgado, "sem prejuízo da adoção pelo juízo de origem de medidas cautelares que se façam necessárias à solução do impasse técnico-sanitário observado para cumprimento das decisões", disse. A decisão do presidente do STF confirma liminar deferida por ele anteriormente. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

Encontre em anexo a integra da decisão.

Revista Consultor Jurídico

Anexo:


sábado, 6 de abril de 2019

ALEXANDRE PADILHA, EX-MINISTRO DA SAÚDE PROPÕE QUE O CONGRESSO ANULE APROVAÇÕES DE AGROTÓXICOS PUBLICADAS PELO MAPA


Em menos de três meses, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou no Diário Oficial da União o deferimento do registro de 121 produtos agrotóxicos que chegam às mesas brasileiras neste ano.

O MAPA, liberou registros de mais de um agrotóxico, por dia neste ano. As últimas permissões de venda foram publicadas no Diário Oficial do início de março, 19 produtos são extremamente tóxicos.
O número é o segundo maior já registrado e, a seguir este ritmo, devemos superar a marca de 450 produtos liberados no ano passado — o recorde histórico.

“Em fevereiro, ao contabilizar os dias úteis dos dois primeiros meses, foram autorizados um registro a cada quatro horas. Queremos fazer um profundo questionamento ao papel da Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura. Estão de fato analisando a toxicidade desses produtos?” questiona o ex-ministro e agora Deputado Alexandre Padilha, que propôs um projeto de decreto legislativo, o PDL 43/2019, com o objetivo de “sustar” os atos do Ministério da Agricultura de 2019.

Além da Anvisa e da Agricultura, o Ibama também faz parte do processo de avaliação de agrotóxicos, que é regido pela Lei Federal 7.802/89. Todo procedimento pode levar mais de cinco anos, neste ano já foram solicitadas 271 aberturas de processos para registro de novos produtos.

O Governo carece reconhecer,  ouvir e respeitar o papel das Instituições de regulação e controle, como: MAPA, MS, MEIO AMBIENTE, Anvisa, Ibama Conama, dentre outros organismos que se preocupam com o controle, impacto ambiental e sobre a saúde pública da população, seja no ambiente onde vivem ou nos alimentos que ingerem.

No site https://forms.camara.leg.br/ex/enquetes/2193076/posicionamentos da Câmara dos Deputados foi criado um espaço para a enquete sobre o tema, onde todos podem opinar e deixar registrada seu posicionamento sobre o PDL 43-2019. O resultado poderá contribuir para a definição da Casa sobre o projeto.

Leia parte da entrevista que o Dep. Alexandre Padilha concedeu para a Agência Publica – Repórter Brasil:

O que justifica a tentativa de anular os registros de agrotóxicos aprovados desde o começo do atual governo?

A defesa do meu projeto de decreto legislativo está focada em dois motivos. O primeiro é da toxicidade desses produtos. Nenhum deles é classificado como não tóxico. A grande maioria é altamente tóxico ou extremamente tóxico. Alguns deles foram banidos nos Estados Unidos e na Europa, e aqui vemos a expansão da utilização de um produto que há pouco tempo foi condenado em outro país pela relação com doenças como o câncer [entre outras, o glifosato, usado em plantações de soja, milho e algodão]. O segundo motivo é estancarmos a ampliação de registro de agrotóxicos no país. Em 2005, tivemos cerca de 90 registros por ano, quando fui ministro da Saúde estava na casa dos 100, em 2015 chegou a quase 150. Em 2018, ultrapassou 450, o recorde no Brasil. Se manter esse ritmo do atual governo Bolsonaro chegaremos ao final do ano com mais de 450 registros. Quando apresentei esse projeto de decreto legislativo, em fevereiro, ao contabilizar os dias úteis dos dois primeiros meses, era uma média de um registro a cada quatro horas. Queremos fazer um profundo questionamento ao papel da Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura. Estão de fato analisando a toxicidade desses produtos? E por que desse recorde de registros de produtos agrotóxicos no país?

O Ministério da Agricultura alega que, com exceção do Sulfoxaflor, os demais ingredientes já eram comercializados no Brasil.

Muitos foram registrados como produtos novos ou que se ampliaram a possibilidade de utilização em outras culturas, e com isso em outros territórios. O agrotóxico que antes era utilizado só em laranjais agora será utilizado em amendoins, couves, repolho. Significa não só utilizar em outras culturas, mas também em outros locais. Tivemos agora autorização para alguns serem utilizados no vale do rio São Francisco, além de outras regiões.

Em 2008, a Anvisa deu início ao processo de reavaliação do Glifosato, o agrotóxico mais utilizado no país. Foram 11 anos para que saísse o resultado. No mês passado a agência deu parecer positivo e renovou a licença. Está semana, a Bayer, que produz o herbicida Roundupum, à base de Glifosato, foi condenada por um júri nos Estados Unidos a pagar mais de 80 milhões de dólares em danos a um pessoa que desenvolveu câncer nos EUA. Qual a sua visão a respeito do glifosato?

Ao longo desse período só se acumularam estudos que justificam o banimento desse produto, o glifosato, no nosso país. Tivemos decisões recentes de outros países de proibir a utilização do produto, e um caso recente onde a Justiça americana reforçou esse posicionamento, relacionando o produto ao câncer.

Deve ser votado em plenário nos próximos meses o PL 6299/2002, conhecido pelos opositores como Pacote do Veneno. Como vocês estão se preparando para a votação deste projeto?

Iremos trazer dados que mostrem os impactos econômicos negativos do uso de agrotóxicos. Um deles por meio do fator ambiental. Por exemplo, a morte de abelhas por contato com agrotóxicos. As abelhas têm papel importante contribuindo para a polinização de culturas, aumentando a produção. Estudos mostram queda de 10% da produtividade a partir do impacto ambiental causado (pela morte das abelhas). Outro risco real é a exportação, o impacto econômico na agricultura brasileira. Estamos na escalada do uso de agrotóxicos cada vez mais tóxicos, e muitos deles já são banidos nos Estados Unidos e Europa.

Além dele, a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara), que busca reduzir o uso de agrotóxicos, também espera para ser incluído na pauta do dia da Câmara.

Nós estamos lutando para a inclusão na pauta deste projeto. Estou confiante, cada vez mais o tema ganha espaço e preocupação junto à sociedade. A alimentação saudável ganha cada vez mais espaço na sociedade urbana, e é muito importante sabermos que a política que existe hoje em relação a agrotóxicos tem uma ligação direta no conjunto da política do agronegócio. Existe um monopólio de quem produz o agrotóxico, quem produz a semente, quem produz o maquinário, quem produz o sistema de informação, os instrumentos de pulverização e etc. Uma cadeia monopolizada que tenta ampliar no país o modelo do agronegócio que trabalha com a ideia de que tem que haver uma homogeneização do padrão alimentar. O grande sonho da indústria de alimentos e do agronegócio é que a mesma comida seja consumida em Brasília, no interior da região amazônica, na grande São Paulo, em Pequim, Nova Iorque e no mundo como um todo.

Com informações de: Gabriel Paiva, Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil


EM COMEMORAÇÃO PELO DIA MUNDIAL DA SAÚDE, CONASS DEFENDE MAIS INVESTIMENTOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE


O presidente do Conass, Leonardo Vilela, defendeu nesta sexta-feira (05), durante a celebração pelo Dia Mundial da Saúde que sejam feitos mais investimentos na Atenção Primária à Saúde. “O melhor investimento que podemos fazer é na APS, porque é por meio dela que os pacientes têm acesso ao SUS”, ressaltou.

A comemoração foi promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), e contou com a participação de gestores federais, estaduais e municipais, profissionais de saúde, conselheiros, pesquisadores e estudantes. Neste ano, o Dia Mundial da Saúde tem como tema “Saúde universal: para todas e todos, em todos os lugares” e, segundo explicou o coordenador da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS, Renato Tasca, o Dia Mundial da Saúde no Brasil celebra o SUS e a estratégia adotada pelo Brasil para alcançar a Saúde Universal: a Atenção Primária à Saúde.

Segundo Vilela fortalecer a APS é o caminho para fortalecer o Sistema Único de Saúde e assim, alcançar o objetivo de proporcionar saúde universal para todos e todas e em todos os lugares. Para ele, a criação da Secretaria Nacional de Atenção Primária à Saúde demonstra o compromisso do Ministério da Saúde em avançar nessa questão. “Nossa expectativa é que possamos evoluir de forma conjunta para termos uma APS que seja realmente a porta de entrada do SUS, pois de forma geral o sistema funciona muito bem, tendo como grande gargalo a dificuldade do acesso. Resolvido o acesso as coisas se processam com muito mais facilidade e com muito mais retorno para os pacientes”, afirmou.

Para a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, construir sistemas que garantam o direito à saúde para todas as pessoas, que promovam equidade e um desenvolvimento humano integrado em um mesmo ambiente é um enorme desafio para os países das Américas e de todo o mundo.

Gross destacou que o Brasil é o único país do mundo com população superior a 100 milhões de habitantes que enfrentou o desafio de construir um sistema de saúde universal. “Seus mais de 30 anos de história e os resultados alcançados em diferentes áreas nos fazem considerar o SUS um paradigma para as Américas e para o mundo”. Segundo ela, não existe saúde universal sem não houver uma Atenção Primária à Saúde (APS) forte. “A APS é uma estratégia essencial para a sustentabilidade dos sistemas universais de saúde e no Brasil o SUS tem demostrado muitos avanços que caracterizaram o sucesso da Estratégia Saúde da Família. No entanto ainda se faz necessário caminhar rumo a uma APS forte e resolutiva e que alcance todos e todas em cada canto do Brasil. O momento atual exige de todos, políticos, gestores, profissionais de saúde, usuários e a sociedade em geral, um compromisso para superar a visão minimalista e difusa que ainda existe sobre a atenção primária para torna-la forte e que contemple as potencialidades de seus atributos”.

O secretário executivo adjunto do Ministério da Saúde, Erno Harzheim, sinalizou o fortalecimento da APS como a prioridade número um do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Não poderia deixar de ser esse o foco da comemoração pelo Dia Mundial da Saúde, uma vez que a atenção primária é a melhor estratégia do ponto de vista das evidências científicas e também de resultados práticos e concretos nos países que conseguiram desenvolver os seus sistemas com foco no fortalecimento dos quatros atributos essenciais da APS”, concluiu.

Já para o presidente do Conasems, Mauro Junqueira, não há dúvidas de que o SUS consegue atender às demandas de saúde da população, no entanto é preciso haver mais investimentos, além da expansão da cobertura da ESF.

O representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Antonio Souto, convocou os presentes a participarem da 16ª Conferência Nacional de Saúde que será realizada este ano e que se configura como um momento para a dessa conquista da sociedade que é o SUS.

Prêmio APS Forte para o SUS: Aceso Universal
Como parte das atividades da celebração foi lançado o Prêmio APS Forte para o SUS: Aceso Universal, uma iniciativa da Organização com o Ministério da Saúde do Brasil com o objetivo de identificar, dar visibilidade, reconhecer e promover iniciativas municipais, estaduais ou regionais que tenham como foco a melhoria da atenção primária à saúde (APS), principalmente o acesso. As inscrições poderão ser feitas de forma gratuita, entre os dias 15 de abril e 15 de junho, por Equipes de Saúde da Família, Coordenações de Atenção Básica regionais ou municipais, Secretarias Municipais de Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde.


Assessoria de Comunicação do Conass


MUTAÇÕES E CHECKPOINT


Grupo internacional de pesquisadores, com participação brasileira, identificou duas mutações genéticas aparentemente responsáveis por 60% dos casos de um raro tipo de linfoma, conhecido como SPTCL – sigla em inglês para linfoma das células T subcutâneo, similar à paniculite, doença caracterizada por inflamação do tecido adiposo subcutâneo.

Tais alterações ocorrem em um checkpoint – gene codificador de proteínas que modulam o sistema imune – e estão presentes justamente nos casos mais agressivos da doença. A descoberta, publicada na Nature Genetics, liga pela primeira vez a causa de uma doença a alterações em um checkpoint.

Atualmente, a intervenção farmacológica em checkpoints é considerada o maior avanço no tratamento do câncer das últimas décadas. No entanto, a constatação de que uma alteração genética nesse tipo de gene pode causar doença, em vez de tratá-la, acende um alerta sobre possíveis riscos da modulação desses checkpoints com uso de medicamentos.

O linfoma

O SPTCL é um linfoma do tipo não Hodgkin que, na maioria dos casos, tem uma evolução lenta.

Os principais sintomas são manchas na pele similares às causadas pela paniculite e pelo lúpus, além de febre prolongada e aumento do fígado e do baço. Essa semelhança, inclusive, faz com que a doença, por vezes, seja erroneamente diagnosticada, adiando o tratamento adequado.

Conforme Elvis Valera, único pesquisador brasileiro a assinar o estudo, trata-se da “primeira doença descrita em humanos relacionada à falta de expressão normal de um checkpoint não causada por uma droga, mas por fatores genéticos”. Valera é médico assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP).

O trabalho conta ainda com mais de 40 autores de instituições do Canadá, França, Austrália e Polinésia Francesa.

Veja mais na página da Fapesp.

Fonte: Agência Fapesp


ZIKA - "TALVEZ A PROTEÇÃO ESTIVESSE NA NOSSA FRENTE O TEMPO TODO".


Foi uma das conclusões esboçadas pelo médico Jerson Lima Silva, professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que, ao lado de colegas, identificou que a solução contra o zika vírus pode se situar em uma vacina amplamente disponível, testada e adotada no mundo todo: a destinada a prevenir a febre amarela.

Conduzida por dezesseis pesquisadores da UFRJ e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pesquisa concluiu que a vacina contra a febre amarela protegeu camundongos da infecção do vírus em laboratório, reduzindo a carga viral no cérebro e prevenindo deficiências neurológicas.

Conforme Silva, “uma vacina eficiente e certificada, disponível para uso há diversas décadas, efetivamente protege camundongos contra infecção do vírus zika”.

Semelhantes
O zika e a febre amarela são transmitidos por vírus da família dos flavivírus. As estruturas biológicas dos vírus são semelhantes, o que inspirou a equipe no Rio a testar os efeitos da vacina de febre amarela sobre o vírus zika.

Além disso, diz o médico Jerson Lima Silva, a região que teve maior incidência de zika (o Nordeste do país) é também aquela com a menor cobertura vacinal para febre amarela. “Então resolvemos testar essa hipótese”. A equipe realizou testes com dois grupos de camundongos, um composto por animais saudáveis e outro, por aqueles com sistema imunológico comprometido, mais suscetíveis à propagação do vírus.

De acordo com o professor, “sem a vacina, os mais suscetíveis morreram e os normais desenvolveram sintomas da doença. Já entre os vacinados, os suscetíveis não morreram e todos apresentaram carga viral extremamente reduzida no cérebro”, explica Silva.

A pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos. O próximo passo é realizar testes em primatas.

Fonte: BBC Brasil


CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA 4.0 - parece desconsiderar o segmento saúde


Os Ministérios da Economia (ME) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançaram ontem (3/4), em Brasília, a Câmara Brasileira da Indústria 4.0, que contará com quatro Grupos de Trabalho:

·       Capital Humano
·       Cadeias Produtivas e Desenvolvimento de Fornecedores
·       Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
·       Regulação, Normalização Técnica e Infraestrutura

Indústria 4.0, conhecida como manufatura avançada ou quarta revolução industrial, é um título atribuído ao sistema que engloba tecnologias inovadoras no campo da automação integrada que utiliza plataformas tecnológicas para troca de dados, de sistemas ciber-físicos, Internet das Coisas e a computação em nuvem (cloud) inteligência artificial, com elevados níveis de segurança.

A Política Nacional no âmbito das indústria inteligentes, pretende desenvolver suas atividades com apoio técnico dos Grupos de Trabalho que deverão avaliar, discutir e sugerir soluções para temas específicos que possam fomentar a integração entre o Governo, a Academia e as Empresas, induzindo a construção e consolidando a chamada indústria 4.0 em sinergia com a internet das coisas.

As Câmaras proporcionarão o ambiente propicio para que ideias sejam transformadas em políticas comprometidas com os interesses da sociedade fomentando a pesquisa, desenvolvimento e a inovação, de forma harmônica e integrada, viabilizando projetos exequíveis e financiáveis através de fontes públicas e privadas.

“O governo tem uma grande responsabilidade neste momento e está atento a isso. É preciso permitir que os pequenos, médios e grandes operadores de todo o país participem desse processo de inovação e das oportunidades que virão”, os avanços dependem de mais infraestrutura, principalmente de banda larga, que ainda não é realidade em mais de duas mil cidades do Brasil, ressaltou o secretário-executivo do MCTIC, Júlio Semeghini

A Câmara Brasileira da Indústria 4.0 contará com um Conselho Superior, de caráter deliberativo, composto pelo Ministério da Economia e pelo MCTIC, e por representantes da ABDI, CNI, Embrapii, e Finep, e do CNPq, BNDES, Sebrae, além dos Grupos de Trabalho.

“Plano de CT&I para Manufatura Avançada no Brasil – ProFuturo” e a “Agenda Brasileira para a Indústria 4.0”, foram construídos por diversas mãos, desde 2015, com os diagnósticos e recomendações colhidas durante vários workshops em todo País.

A Câmara e os Grupos de Trabalho contarão com apoio de Instituições públicas e privadas, dentre elas:
o   Confederação Nacional da Indústria (CNI),
o   Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
o   Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação (P&D BRASIL),
o   Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee),
o   Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim),
o   Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit),
o   Associação Nacional dos. Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
o   Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei),
o   Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec),
o   Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom),
o   Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil),
o   Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII).

Iniciativas no âmbito alargado da Política de Desenvolvimento dos Complexos Industriais que deixam de considerar a importância do segmento da saúde parece desconhecer que na área das ciências da vida são desenvolvidas e implementadas tecnologias integradas de alta complexidade seja no sistema de governança de programas e doenças, no lançamento e acompanhamento de produtos tóxicos como no agronegócio ou os inseticidas para controle de vetores, ainda nos mecanismos de ação e de rastreabilidade de medicamentos ou até, e, com prioridade, na produção de equipamentos eletromédicos, telemedicina, telediagnósticos, dentre tantas outras atividades já automatizadas antes dos anúncios oficiais da Politica 4.0.

Tratar de Regulação, Normalização Técnica e Infraestrutura, sem a participação da ANVISA, INMETRO, INPI e outros organismos de regulação e controle parece desconsiderar os segmentos regulados na área de medicamentos, alimentos, patentes, marcas, etc....

Instituições como a Associação que representa a indústria pública de medicamentos e insumos estratégicos, as frentes parlamentares do segmento, da ciência & tecnologia, da informática e tantas outras certamente poderia contribuir significativamente com a Câmara Brasileira das Indústria 4.0


Calendário Agenda