O mundo dos insulinos
dependentes vive um momento importante de transição para melhor qualidade de
vida e segurança no tratamento do diabetes, com modernas tecnologias já
disponibilizadas, o sistema de atenção primária dos programas públicos muito em
breve serão necessariamente repensados e darão lugar a outros modelos que
permitam a “continua monitorização e ajustes pontuais na glicemia de pacientes
diabéticos”.
O envelhecimento populacional,
as mudanças nos padrões de alimentação e a redução da atividade física são
algumas das condições induzidas pela vida moderna que contribuem para o
crescimento das doenças crônicas, não transmissíveis, e com a mudança do perfil
de morbimortalidade, em particular a hipertensão arterial e o diabetes, agravos
crônicos altamente prevalentes na população, merecendo especial atenção das
políticas de saúde.
Um dos maiores desafios de
saúde pública mundial é o controle de Diabetes Mellitus (DM). Em 2000,
estimava-se que DM estava presente em mais de 150 milhões de pessoas no mundo,
em 2015, o número de pacientes diabéticos superou a marca de 415 milhões de
pessoas, o que corresponde a 8,8% de prevalência. Além das taxas crescentes de
mortalidade, o DM preocupa governos e no Brasil ao SUS devido ao crescimento
exponencial dos custos associados à doença.
Cuidados com tratamentos e
complicações de DM representam aproximadamente 12% das despesas com saúde.
Estudos comprovam que o diabetes impõe um grande fardo econômico aos
indivíduos, às famílias e aos sistemas nacionais de saúde dos Países.
Ocupando a 4ª (quarta) posição
no ranking internacional de prevalência DM o Brasil, conta com aproximadamente
15 milhões de pessoas, só fica atrás de China, Índia e USA. DM é uma das
Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) responsável por uma das primeiras
causas de mortalidade no País, com 61,85% do total de óbitos. No SUS o DM é
considerado uma Linha de Cuidado – LC, orientado por diretrizes clínicas
públicas com fluxos assistenciais que garantem atenção ao usuário a partir
das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O Ministro Luiz Henrique
Mandetta que prioriza temas sensíveis da atenção básica, elencou os cuidados
com diabetes um dos maiores desafios de sua gestão à frente da pasta da saúde,
também, tornou público seu desejo de compartilhar os resultados dos tratamentos
com a indústria farmacêutica e da mesma maneira, em contra partida, penalizar a
falta de êxito, em especial, nas doenças curáveis e nas crônicos como é o caso
dos diabéticos, insulinos dependentes que são atendidos pelo SUS
A carência de um programa
universal, específico, dificulta o conjunto de ações integradas na atenção
básica, notadamente, no cuidado das doenças crônicas, como diabetes que são
dependentes daoperacionalização, realidade e características do gestor local.
Os impactos no cuidado com o DM só serão percebidos na medida que a
infraestrutura dos serviços, sistemas de logística e governança forem
integrados ao diagnóstico precoce, a terapêutica eficaz rastreada, acompanhada
e monitorada, a nível de cada paciente, para garantir o direito à saúde às
pessoas com diabetes e a redução da morbimortalidade associada à doença e suas
complicações.
A Constituição Brasileira
obriga o gestor público de saúde à assegurar acesso universal,
independentemente de diferenças culturais, econômicas ou sociais de cada
realidade entre as diversas regiões e munícipios do País, em permanente
contraposição a capacidade de financiamento do Estado, interesses e pressões do
mercado, exercidas pela mídia, associações de pacientes, indústrias produtoras dos
medicamentos e insumos utilizados no controle da DM, que influenciam nos
costumes, ações e na implantação linear dos programas, em especial, a nível
municipal.
Programas e sistemas
assegurados pelo SUS, a exemplo dos cuidados da atenção básica da DM, que
disponibilizam, gratuitamente, medicamentos e insumos estratégicos, acabam por
absorver às demandas do sistema privado de saúde ampliando ainda mais os custos
para o governo, especialmente que quando agravados, passam a demandar
procedimentos de alta complexidade, cirurgias, internações, dentre outras
dificuldades enfrentadas pelos pacientes não tratados adequadamente de
diabetes.
A judicialização da saúde,
questionável benefício conseguido por alguns pacientes, se desenvolve na
contramão da integralidade e universalidade das ações de assistência básica,
comprometem os recursos destinados à compra de medicamentos essenciais
tumultuando significativamente os orçamentos públicos em todo o País. Demandas
por análogos de insulina e dos novos agentes antidiabéticos orais (glitazonas,
gliptinas, metiglinidas, etc.) é um exemplo desta regalia concedida para poucas
pessoas.
Garantindo o direito
constitucional da pessoa e das famílias, as ações de saúde devem ser planejadas
potencializando os recursos disponíveis e implementando intervenções
condizentes com as necessidades identificadas, induzindo: 'Organização do
Cuidado'; 'Diagnóstico, Tratamento e Acompanhamento'; 'Prevenção do DM e suas
complicações'.
A implantação no País, de
metodologias digitais como a “GlicoSYS WEB” resultante da Parceria Pública
entre a IQUEGO, produtor oficial de medicamentos e insumos estratégicos do
Estado de Goiás que recebe transferência internacional de tecnologia da HMD, e
a Prefeitura do Município de São Paulo proporcionou o controle e a governança
do programa de diabetes, em menos de um ano gerando significativas economias
aos cofres públicos, com 20% de redução no consumo de insulinas e acima de 25%
na dispensação de tiras.
A ferramenta virtual
disponibilizada, gratuitamente, pelo Parceiro Tecnológico, é acessível, via
internet, a todos os pacientes que realizam automonitoramento glicêmico,
utilizando o glicosímetro “GlucoLeader”, concebido, em moderna e segura
plataforma tecnológica, para análise enzimática do sangue que hierarquicamente
organizado, permite acesso, “on line”, de todos os dados clínicos aos
pacientes, médicos e gestores.
Todos podem acessar os dados
clínicos autorizados pelo gestor, através de gráficos com curvas de medições,
histórico de resultados, testes mais recentes, curvas de tendências. A
plataforma permite, ainda, o contato direto com o paciente, através de
SMS, para alertas de saúde e cuidados, agendamentos de consultas, eventuais
desvios da curva regular de resultados, dentre tantas outras informações de utilidade
do paciente e do sistema de gestão do programa, e, a geração de dados que
proporcionam estudos técnicos e científicos e a adequação do planejamento e
gestão logística para dispensação dos insumos.
Os glicosímetros “GlucoLeader”
produzidos dentro elevados padrões de segurança para evitar riscos de
contaminação cruzada e proporcionar eficácia de resultados, armazenam os dados
de determinado período que são periodicamente transferidos a um banco de dados
da UBS, que por sua vez disponibiliza-os “on line” e alimentando um macro banco
de dados, sob gerenciamento do gestor do programa, que pode, se necessário e
oportuno, intervir imediatamente junto ao paciente ou junto ao médico para
eventuais providencias, mitigando assim riscos e futuras potenciais complicações,
internações e outras graves consequências para saúde do paciente insulino
dependente.
O modelo de gestão “GlicoSYS
WEB” elaborado para ser aplicável em municípios de médio e grande porte, em
virtude das singularidades e diversidades, com a intenção de assegurar o
acompanhamento de cada paciente, por grupos de características, por idade, por
níveis de complexidade, em diferentes níveis da atenção seja na UBS, no
regional, no gestor do programa local até a interligação com o barramento do
SUS onde o Ministério pode avaliar prevalências, agravamentos, e obter toda e
qualquer informação do diabético, com base no cartão SUS, e a partir destes
dados poder formular programas de atenção para grupos de risco, e, até se
comunicar diretamente com cada paciente.
Importante destacar a
segurança e a relevância estratégica que as novas plataformas tecnologias
proporcionam aos serviços da saúde, nomeadamente no combate à fraude nos
sistemas de dispensação no que respeita às demandas de insulinas e de tiras; um
paciente que não realiza medições diárias, não terá utilizado todas as tiras
dispensadas para o período; se os resultados histórico dos testes não indicam a
necessidade de insulina qual a razão para o paciente estar demandando o
medicamento; se os índices sinalizam com a carência de insulina, qual a razão
para o paciente não utilizá-la; são questões que a UBS poderá constatar pelos
registros e realizar a cada paciente, quando de seu retorno, mensal ou
periódico ao serviço. Informações que permitem a gestão direta e eventual
reformulação dos modelos de cuidados, destacando a necessidade de redesenhar o
sistema de saúde como um todo, com o objetivo de atingir o bem comum reduzindo
os custos para o SUS
Novas tecnologias:
As novas tecnologias para
controle e dispensação pontual e continua de insulinas poderão se transformar
em um “modelo de sucesso” na égide desta mudança de paradigma, onde o segmento
se obriga a repensar seu papel na busca de viabilizar o equilíbrio, custo,
simplificação de processos, logística, rastreabilidade, governança, mitigação
de desvios e fraudes no sistema, e, o principalmente, proporcionando melhor e
maior qualidade de vida do paciente.
Os serviços de saúde precisam
refletir como as novas tecnologias podem contribuir com segurança e eficácia na
melhor qualidade de vida do insulinodependente, mitigando o agravamento da
doença que tente a evoluir e a demandar procedimentos mais complexos, se não
for diagnosticada e tratada a tempo. Modernas tecnologias promovem o
desenvolvimento do sistema de saúde, permitem melhor governança logística,
previsibilidade e rastreabilidade na utilização e no suprimento dos insumos,
reduzindo exponencialmente custos aos cofres públicos.
As dificuldades apontadas como
a falta de recursos para implementar novas tecnologias é frequentemente
apontada como um fator impeditivo ao desenvolvimento do combate às doenças,
crónicas, como a diabetes.
A Prefeitura de São Paulo
contrariou todos estigmas e paradigmas no controle do diabetes.
- optou por tecnologia de fronteira;
- implementou a plataforma “GlicoSYS WEB”;
- buscou suprimento de insumos em um
laboratório público, que permitiu adquirir tiras para medição glicêmica
com preços inferiores aos historicamente obtidos no mercado privado;
- obteve significativa redução de custos nas
aquisições sem incidência de impostos;
- mitigou, exponencialmente, o risco de
contaminação cruzada dos vários usuários;
- melhorou a acurácia dos resultados;
- cadastrou, mapeou e adquiriu a capacidade
de rastrear qualquer paciente admitido no sistema que recebe gratuitamente
os insumos;
- evitou duplicidades de dispensação;
- mitigou desvios e o uso indevido de
insulinas;
- proporcionou aos médicos e gestores acesso
ao quadro de acompanhamento glicêmico de cada paciente;
- proporcionou acesso ao paciente de seu
próprio quadro glicêmico;
- aproximou o paciente dos serviços;
- permitiu previsibilidade e planejamento de
ocupação para as consultas na UBS
- reduziu em 20% a demanda de insulina;
- reduziu em 25% a demanda por fitas;
- trouxe completa governança do programa que
com alguns cliques pode acessar o diagnóstico completo sobre o programa
sob sua responsabilidade;
- disponibilizou dados efetivos, em tempo
real, para que os gestores possam avaliar e formular políticas ou
implementar ações imediatas junto ao paciente;
- permitiu segurança e previsibilidade a
cadeia de suprimentos;
Este conjunto de realizações
culmina no mais importante; constata o importante declínio na procura e
demanda de pacientes aos serviços públicos de saúde por complicações do
diabetes.
Novas tecnologias em
plataformas digitais é uma realidade disponível sem custos adicionais, sem a
necessidade de demandar pregões, concorrências ou quaisquer processos de
compras públicas. A implantação pode ser realizada em Parceria com os
laboratórios públicos, como o Instituto Vital Brazil - IVB e a Industria
Química do Estado de Goias – IQUEGO que recebem tecnologia internacional, na
busca da autonomia de produção nacional para os insumos.
A necessidade de tecnologias
inovadoras para a qualidade de vida, a integração de toda a comunidade envolvida
e a importância da humanização no tratamento da doença, impõem uma nova postura
dos gestores dos programas na busca de melhor governança e economia aos cofres
públicos que com as reduções de custos podem com o mesmo orçamento proporcionar
a ampliação da base de acesso a mais pacientes.