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segunda-feira, 6 de maio de 2019

DIABETES - TECNOLOGIA E A TRANSFORMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES INSULINODEPENDENTES


O mundo dos insulinos dependentes vive um momento importante de transição para melhor qualidade de vida e segurança no tratamento do diabetes, com modernas tecnologias já disponibilizadas, o sistema de atenção primária dos programas públicos muito em breve serão necessariamente repensados e darão lugar a outros modelos que permitam a “continua monitorização e ajustes pontuais na glicemia de pacientes diabéticos”.

O envelhecimento populacional, as mudanças nos padrões de alimentação e a redução da atividade física são algumas das condições induzidas pela vida moderna que contribuem para o crescimento das doenças crônicas, não transmissíveis, e com a mudança do perfil de morbimortalidade, em particular a hipertensão arterial e o diabetes, agravos crônicos altamente prevalentes na população, merecendo especial atenção das políticas de saúde.

Um dos maiores desafios de saúde pública mundial é o controle de Diabetes Mellitus (DM). Em 2000, estimava-se que DM estava presente em mais de 150 milhões de pessoas no mundo, em 2015, o número de pacientes diabéticos superou a marca de 415 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,8% de prevalência. Além das taxas crescentes de mortalidade, o DM preocupa governos e no Brasil ao SUS devido ao crescimento exponencial dos custos associados à doença.

Cuidados com tratamentos e complicações de DM representam aproximadamente 12% das despesas com saúde. Estudos comprovam que o diabetes impõe um grande fardo econômico aos indivíduos, às famílias e aos sistemas nacionais de saúde dos Países.

Ocupando a 4ª (quarta) posição no ranking internacional de prevalência DM o Brasil, conta com aproximadamente 15 milhões de pessoas, só fica atrás de China, Índia e USA. DM é uma das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) responsável por uma das primeiras causas de mortalidade no País, com 61,85% do total de óbitos. No SUS o DM é considerado uma Linha de Cuidado – LC, orientado por diretrizes clínicas públicas com fluxos assistenciais que garantem atenção ao usuário a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O Ministro Luiz Henrique Mandetta que prioriza temas sensíveis da atenção básica, elencou os cuidados com diabetes um dos maiores desafios de sua gestão à frente da pasta da saúde, também, tornou público seu desejo de compartilhar os resultados dos tratamentos com a indústria farmacêutica e da mesma maneira, em contra partida, penalizar a falta de êxito, em especial, nas doenças curáveis e nas crônicos como é o caso dos diabéticos, insulinos dependentes que são atendidos pelo SUS

A carência de um programa universal, específico, dificulta o conjunto de ações integradas na atenção básica, notadamente, no cuidado das doenças crônicas, como diabetes que são dependentes daoperacionalização, realidade e características do gestor local. Os impactos no cuidado com o DM só serão percebidos na medida que a infraestrutura dos serviços, sistemas de logística e governança forem integrados ao diagnóstico precoce, a terapêutica eficaz rastreada, acompanhada e monitorada, a nível de cada paciente, para garantir o direito à saúde às pessoas com diabetes e a redução da morbimortalidade associada à doença e suas complicações.

A Constituição Brasileira obriga o gestor público de saúde à assegurar acesso universal, independentemente de diferenças culturais, econômicas ou sociais de cada realidade entre as diversas regiões e munícipios do País, em permanente contraposição a capacidade de financiamento do Estado, interesses e pressões do mercado, exercidas pela mídia, associações de pacientes, indústrias produtoras dos medicamentos e insumos utilizados no controle da DM, que influenciam nos costumes, ações e na implantação linear dos programas, em especial, a nível municipal.

Programas e sistemas assegurados pelo SUS, a exemplo dos cuidados da atenção básica da DM, que disponibilizam, gratuitamente, medicamentos e insumos estratégicos, acabam por absorver às demandas do sistema privado de saúde ampliando ainda mais os custos para o governo, especialmente que quando agravados, passam a demandar procedimentos de alta complexidade, cirurgias, internações, dentre outras dificuldades enfrentadas pelos pacientes não tratados adequadamente de diabetes.

A judicialização da saúde, questionável benefício conseguido por alguns pacientes, se desenvolve na contramão da integralidade e universalidade das ações de assistência básica, comprometem os recursos destinados à compra de medicamentos essenciais tumultuando significativamente os orçamentos públicos em todo o País. Demandas por análogos de insulina e dos novos agentes antidiabéticos orais (glitazonas, gliptinas, metiglinidas, etc.) é um exemplo desta regalia concedida para poucas pessoas.

Garantindo o direito constitucional da pessoa e das famílias, as ações de saúde devem ser planejadas potencializando os recursos disponíveis e implementando intervenções condizentes com as necessidades identificadas, induzindo: 'Organização do Cuidado'; 'Diagnóstico, Tratamento e Acompanhamento'; 'Prevenção do DM e suas complicações'.

A implantação no País, de metodologias digitais como a “GlicoSYS WEB” resultante da Parceria Pública entre a IQUEGO, produtor oficial de medicamentos e insumos estratégicos do Estado de Goiás que recebe transferência internacional de tecnologia da HMD, e a Prefeitura do Município de São Paulo proporcionou o controle e a governança do programa de diabetes, em menos de um ano gerando significativas economias aos cofres públicos, com 20% de redução no consumo de insulinas e acima de 25% na dispensação de tiras.

A ferramenta virtual disponibilizada, gratuitamente, pelo Parceiro Tecnológico, é acessível, via internet, a todos os pacientes que realizam automonitoramento glicêmico, utilizando o glicosímetro “GlucoLeader”, concebido, em moderna e segura plataforma tecnológica, para análise enzimática do sangue que hierarquicamente organizado, permite acesso, “on line”, de todos os dados clínicos aos pacientes, médicos e gestores.

Todos podem acessar os dados clínicos autorizados pelo gestor, através de gráficos com curvas de medições, histórico de resultados, testes mais recentes, curvas de tendências. A plataforma permite, ainda, o contato direto com o paciente,  através de SMS, para alertas de saúde e cuidados, agendamentos de consultas, eventuais desvios da curva regular de resultados, dentre tantas outras informações de utilidade do paciente e do sistema de gestão do programa, e, a geração de dados que proporcionam estudos técnicos e científicos e a adequação do planejamento e gestão logística para dispensação dos insumos.

Os glicosímetros “GlucoLeader” produzidos dentro elevados padrões de segurança para evitar riscos de contaminação cruzada e proporcionar eficácia de resultados, armazenam os dados de determinado período que são periodicamente transferidos a um banco de dados da UBS, que por sua vez disponibiliza-os “on line” e alimentando um macro banco de dados, sob gerenciamento do gestor do programa, que pode, se necessário e oportuno, intervir imediatamente junto ao paciente ou junto ao médico para eventuais providencias, mitigando assim riscos e futuras potenciais complicações, internações e outras graves consequências para saúde do paciente insulino dependente.

O modelo de gestão “GlicoSYS WEB” elaborado para ser aplicável em municípios de médio e grande porte, em virtude das singularidades e diversidades, com a intenção de assegurar o acompanhamento de cada paciente, por grupos de características, por idade, por níveis de complexidade, em diferentes níveis da atenção seja na UBS, no regional, no gestor do programa local até a interligação com o barramento do SUS onde o Ministério pode avaliar prevalências, agravamentos, e obter toda e qualquer informação do diabético, com base no cartão SUS, e a partir destes dados poder formular programas de atenção para grupos de risco, e, até se comunicar diretamente com cada paciente.

Importante destacar a segurança e a relevância estratégica que as novas plataformas tecnologias proporcionam aos serviços da saúde, nomeadamente no combate à fraude nos sistemas de dispensação no que respeita às demandas de insulinas e de tiras; um paciente que não realiza medições diárias, não terá utilizado todas as tiras dispensadas para o período; se os resultados histórico dos testes não indicam a necessidade de insulina qual a razão para o paciente estar demandando o medicamento; se os índices sinalizam com a carência de insulina, qual a razão para o paciente não utilizá-la; são questões que a UBS poderá constatar pelos registros e realizar a cada paciente, quando de seu retorno, mensal ou periódico ao serviço. Informações que permitem a gestão direta e eventual reformulação dos modelos de cuidados, destacando a necessidade de redesenhar o sistema de saúde como um todo, com o objetivo de atingir o bem comum reduzindo os custos para o SUS

Novas tecnologias:

As novas tecnologias para controle e dispensação pontual e continua de insulinas poderão se transformar em um “modelo de sucesso” na égide desta mudança de paradigma, onde o segmento se obriga a repensar seu papel na busca de viabilizar o equilíbrio, custo, simplificação de processos, logística, rastreabilidade, governança, mitigação de desvios e fraudes no sistema, e, o principalmente, proporcionando melhor e maior qualidade de vida do paciente.

Os serviços de saúde precisam refletir como as novas tecnologias podem contribuir com segurança e eficácia na melhor qualidade de vida do insulinodependente, mitigando o agravamento da doença que tente a evoluir e a demandar procedimentos mais complexos, se não for diagnosticada e tratada a tempo. Modernas tecnologias promovem o desenvolvimento do sistema de saúde, permitem melhor governança logística, previsibilidade e rastreabilidade na utilização e no suprimento dos insumos, reduzindo exponencialmente custos aos cofres públicos.

As dificuldades apontadas como a falta de recursos para implementar novas tecnologias é frequentemente apontada como um fator impeditivo ao desenvolvimento do combate às doenças, crónicas, como a diabetes.

A Prefeitura de São Paulo contrariou todos estigmas e paradigmas no controle do diabetes.
  • optou por tecnologia de fronteira;
  • implementou a plataforma “GlicoSYS WEB”;
  • buscou suprimento de insumos em um laboratório público, que permitiu adquirir tiras para medição glicêmica com preços inferiores aos historicamente obtidos no mercado privado;
  • obteve significativa redução de custos nas aquisições sem incidência de impostos;
  • mitigou, exponencialmente, o risco de contaminação cruzada dos vários usuários;
  • melhorou a acurácia dos resultados;
  • cadastrou, mapeou e adquiriu a capacidade de rastrear qualquer paciente admitido no sistema que recebe gratuitamente os insumos;
  • evitou duplicidades de dispensação;
  • mitigou desvios e o uso indevido de insulinas;
  • proporcionou aos médicos e gestores acesso ao quadro de acompanhamento glicêmico de cada paciente;
  • proporcionou acesso ao paciente de seu próprio quadro glicêmico;
  • aproximou o paciente dos serviços;
  • permitiu previsibilidade e planejamento de ocupação para as consultas na UBS
  • reduziu em 20% a demanda de insulina;
  • reduziu em 25% a demanda por fitas;
  • trouxe completa governança do programa que com alguns cliques pode acessar o diagnóstico completo sobre o programa sob sua responsabilidade;
  • disponibilizou dados efetivos, em tempo real, para que os gestores possam avaliar e formular políticas ou implementar ações imediatas junto ao paciente;
  • permitiu segurança e previsibilidade a cadeia de suprimentos;
Este conjunto de realizações culmina no mais importante; constata o importante declínio na procura e demanda de pacientes aos serviços públicos de saúde por complicações do diabetes.

Novas tecnologias em plataformas digitais é uma realidade disponível sem custos adicionais, sem a necessidade de demandar pregões, concorrências ou quaisquer processos de compras públicas. A implantação pode ser realizada em Parceria com os laboratórios públicos, como o Instituto Vital Brazil - IVB e a Industria Química do Estado de Goias – IQUEGO que recebem tecnologia internacional, na busca da autonomia de produção nacional para os insumos.

A necessidade de tecnologias inovadoras para a qualidade de vida, a integração de toda a comunidade envolvida e a importância da humanização no tratamento da doença, impõem uma nova postura dos gestores dos programas na busca de melhor governança e economia aos cofres públicos que com as reduções de custos podem com o mesmo orçamento proporcionar a ampliação da base de acesso a mais pacientes.


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