Durante Assembleia Mundial da
Saúde, Brasil destaca importância e a urgência em melhorar os indicadores de
vacinação em todo o mundo
“Ouso dizer que a cobertura
vacinal é o caminho que nos une. Assim, o Brasil clama a todos que definam
ações de vacinação em seus países em consonância com as metas globais”, propôs
o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante plenária da 72ª Assembleia
Mundial da Saúde, que acontece em Genebra, na Suíça, entre 20 e 28 de maio.
Atualmente, diversos países têm registrado o retorno de doenças, que
seriam preveníeis com vacinação, caso do sarampo, devido aos baixos indicadores
vacinais. Durante o discurso, o ministro enfatizou que, com o atual cenário de
intenso fluxo de pessoas, é necessária a promoção de ações de integração entre
vigilância e atenção em saúde.
https://youtu.be/J26gMjejEc4 acesse
o vídeo
Nesta terça-feira (21), o
ministro também participou do evento paralelo “Promovendo a Confiança nas
Vacinas: Melhorando os Esforços Globais de Imunização para Proteger a Saúde de
Todas as Gerações”, organizado pelo Brasil, Estados Unidos, Romênia, Canadá e
União Europeia. Neste encontro, Mandetta defendeu que a vacina tem que ser
universal e estar na agenda de todos os povos do mundo. “Ela é um patrimônio.
Enquanto o mundo tiver crianças que precisem de vacinas, nós não podemos
deixa-las a mercê de especulações fantasiosas sobre vacinas. Os pais dessa nova
geração não sabem o sofrimento. Talvez chamar os avós para que eles possam dar
o testemunho do que é o sarampo, do que foi a pólio e das milhares de vítimas
que o mundo assistiu e de tristezas que ocorreram”, afirmou o ministro da Saúde
do Brasil.
Ainda durante o evento para
promoção da vacinação, Mandetta ressaltou que “o Brasil está preparado para
junto aos Estados Unidos da América e a União Europeia liderarem uma grande
campanha mundial a favor da vacina com a credibilidade daqueles que possam
falar sobre a vacina sendo verbalizado mundo a fora”.
Reforçando o compromisso do
Brasil com a vacinação, o Ministério da Saúde lançou, em abril, o Movimento
Vacina Brasil para reverter o quadro de quedas das coberturas vacinais no país
nos últimos anos. O projeto deve ocorrer ao longo de todo o ano, não apenas
durante as campanhas de vacinação. A ideia é reunir uma série de ações
integradas entre órgãos públicos e empresa, para conscientizar cada vez mais a população
sobre a importância da vacinação como medida de saúde pública e desmitificar a
campanha de fake news contra as vacinas.
Neste mês, um dos monumentos
mais conhecidos mundialmente, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, recebeu a
iluminação especial no dia 3 de maio com as principais cores do Movimento
Vacina Brasil “É mais proteção para todos”. A ação foi mais uma das medidas do
Governo Federal para alertar a população sobre a importância de manter a
caderneta de vacinação em dia e chamar o público prioritário para o dia “D” da
Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza neste ano em todo o país.
VACINAÇÃO
O Brasil possui o maior
programa público de imunização do mundo. A rede pública de saúde oferta todas
as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo são 27
vacinas como parte do esquema de cobertura prevista no Calendário Nacional de
Vacinação. Por ano, são mais de 300 milhões de doses de vacina aplicadas na
população que vai aos postos de vacinação.
Nos últimos dois anos (2017 e
2018) os índices de cobertura vacinal das principais vacinas ofertadas pelo SUS
têm registrado queda. Doenças como poliomielite, sarampo e outras já
consideradas eliminadas ou erradicadas no país são ameaças se a população não
compreender o alerta para os riscos da não vacinação. Estar em dia com
calendário de rotina e campanhas de vacinação é a principal forma de se
proteger e colaborar para que vírus e bactérias não encontrem campo aberto para
disseminação.
No ano de 2017 praticamente
todas as vacinas indicadas para os dois primeiros anos de idade das crianças
não atingiram a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. No caso do tríplice
viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, a cobertura ficou em
86% para esse público quando o ideal era atingir 95%. Diante disso, o Brasil
voltou a ficar vulnerável ao reaparecimento de casos de sarampo e, em 2018,
mais de 10 mil casos foram registrados a partir de uma cepa do vírus vinda da
Venezuela. O cenário fez o Brasil perder o certificado de eliminação da doença,
que havia sido concedido, em 2016, pela Organização Pan-americana de Saúde
(OPAS).
Entre as principais causas
para a queda das coberturas vacinais estão Fake News e a resistência de pessoas
a acreditar na eficácia das vacinas. Pelo próprio sucesso do Programa Nacional
de Imunizações do Brasil muitos jovens não chegaram a ver de perto a gravidade
de doenças preveníeis que acometeram vidas deixando sequelas ou provocando a
morte de milhares de pessoas em tempos de grandes epidemias.
O pontapé inicial do Movimento
Vacina Brasil foi a campanha contra a gripe, que já foi iniciada no Amazonas
por conta do número elevado de casos e óbitos no estado, ainda no mês de março.
Para o restante do país, a vacinação começou no dia 10 de abril, sendo essa
etapa reservada às crianças de 6 meses até 5 anos de idade e gestantes, em
decorrência da vulnerabilidade desse público para complicações provocadas pela
doença. Neste ano, também a Cadernetas de Vacinação da criança e da gestante
poderão ser atualizadas durante a campanha, para isso serão disponibilizadas as
demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. Desde o dia 22 de abril,
todo o público-alvo da campanha já começou a se vacinar. No dia 04 de maio
realizamos o dia D de mobilização nacional. “Não Coloque sua vida em
risco, vacine-se contra a gripe”. Seguimos em um grande esforço conjunto, com o
Movimento Vacina Brasil e assim refazemos um pacto sobre vacina nesse país.
ASSEMBLEIA MUNDIAL DA SAÚDE
A Assembleia Mundial da Saúde
é o órgão de decisão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os membros
da Assembleia reúnem-se anualmente nos meses de maio em Genebra, cidade onde
está localizada a sede da OMS. Entre os objetivos da agência da ONU está a
ampliação do acesso e da cobertura de saúde para atender a um bilhão a mais de
pessoas na comparação com números atuais. A instituição também quer garantir
que um bilhão de indivíduos estejam protegidos de emergências de saúde.
Por Alexandre Penido, da
Agência Saúde
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